Morador de Santana, zona norte de São Paulo, o engenheiro aposentado
José Maria Troitino, 59, comprou dois apartamentos na planta na região
do Morumbi, zona sul da cidade, para investir. Fechou negócio no mês passado e pagou 20% menos que o preço de tabela do lançamento usando um outlet de imóveis virtual. "Depois que escolhi o apartamento no site, agendei o atendimento presencial para perto da meia-noite no estande de vendas", diz. Fonte: Folha.
Comodidade e, principalmente, preços até 30% mais baixos são o chamariz
de sites de venda de imóveis em São Paulo -que ganham impulso com o
aumento dos estoques das construtoras. Na capital paulista, havia quase 17 mil unidades novas em estoque em
junho (dado mais recente disponível). No mesmo mês do ano passado, eram
cerca de 14 mil, de acordo com o Secovi-SP, sindicado que representa as
empresas do setor. "Funcionamos da mesma forma que um outlet de moda. As empresas repassam a
nós os produtos que não foram absorvidos pelo mercado", diz Rogério
Santos, diretor da RealtON.
Fonte: Folha.
Coitado do José Maria Troitino, o entrevistado da Folha, ele possivelmente será uma das vítimas dos imóveis vendidos e não entregues. Tomara que não se enquadre nas condições que viveram os mais de 40.000 compradores, em planta, da empresa Encol, no passado não tão distante. Esperamos que não. No entanto, tem grande possibilidade de ser mais uma vítima da Bolha Imobiliária no Brasil.
Diz Rogério Santos, assessor imobiliário, da mesma matéria da Folha, que hoje existe uma espécie de Out Let de Imóveis. Isto é, ponta de estoque de imóveis encalhados. Se como os anúncios de imobiliárias dizem que o mercado está bombando, dificilmente prosperaria um negócio denominado Out Let de Imóveis. Isto é confirmação do estouro da bolha imobiliária.
Cumpre, como atuando no mercado de construção civil, esclarecer que a bolha imobiliária no Brasil tem natureza diversa daquela vivida pelos americanos. A bolha nos EEUU não foi bem o encalhe de imóveis, mas sim de inadimplência nos créditos de hipotecas. Os maiores bancos com crédito hipotecários entrarem de crise de liquidez por conta da inadimplência dos tomadores de crédito de imóveis. Aqui a bolha vai estourar, quando estourar, nas mãos das construtoras não estão bem estruturadas financeiramente e que não vão conseguir honrar o compromisso de entrega efetiva dos imóveis vendidos na planta, apesar de ter recebido a entrada ou sinal de negócio.
Não comprem imóveis na planta! Desconfie dos descontos excessivos!
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi prof. da UFPR
e-mail: sakamori10@gmail.com
2 comentários:
O governo Dilma vai tentar segurar o estouro da bolha até pelo menos a copa.
Concordo com o amigo Ossami, não é hora de comprar nada na planta.
Dificilmente isso deve acontecer, mais em http://noticias.sosconsultor.com.br/a-bolha-imobiliaria-esta-chegando-ao-brasil/
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