quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Campos Neto no Banco Central

Crédito da imagem: Gazeta do Povo

O economista Roberto Campos Neto deverá tomar posse ainda hoje ou nos próximos dias como presidente do Banco Central do Brasil.  O nome do economista, neto do ex-ministro de Planejamento do governo militar Roberto Campos, foi escolhido pelo plenário do Senado Federal, com 55 votos favoráveis dentre 81 membros que compõe a Câmara Alta. O nome do Roberto Campos Neto foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, em função da não permanência do atual presidente do Banco Central Ilan Goldfajn por motivos pessoais. 

O atual presidente Goldfajn deixa o Banco Central com um balanço extremamente positivo.  Assumiu o BC em junho de 2016, ainda durante a interinidade de Michel Temer, com uma economia em frangalhos: inflação e taxa Selic de dois dígitos, e entrega a Campos Neto a menor taxa Selic da série histórica, em 6,5%, e a inflação sob controle, a ponto de em 2017 o IPCA ter ficado abaixo dos 4% que constitui o piso da meta.

Na sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, o Campos Neto, como será chamado, disse que "a volta do crescimento econômico só virá se o Brasil finalmente colocar as contas públicas em ordem"Campos Neto lembrou que a estabilidade dos preços é condição indispensável para que o país volte a crescer.  E terminou afirmando que a retomada do emprego se beneficia dos juros baixos, que permitem mais investimentos, mas também depende de reformas que desburocratizem a atividade empreendedora."

Acrescento como minha opinião de que, é papel do Banco Central, estabelecer uma clara "política monetária" do governo, que priorize o setor produtivo ao invés de priorizar o setor bancário.  Isto é apenas uma lembrança para o novo presidente do Banco Central, que é oriundo do setor financeiro, tal qual o seu antecessor. 

Ossami Sakamori

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Inflação do bolso é mais alta do que a do governo



Hoje, vou tratar de um tema que não é tratado nos livros da economia. Vou sair do rigor do embasamento teóricos e dos dados oficiais divulgados pelos órgãos do governo.  Enfim, esta matéria não serve para analistas econômicos e muito menos para formuladores da política econômica do governo.  Esta matéria destina, exclusivamente, às donas de casa. As donas de casas são, também, minhas assíduas leitoras. 

Há poucos dias, o conceituado jornalista Alexandre Garcia da Rede Globo postou em redes sociais comemorando a baixa da inflação e da taxa de juros Selic.  Preocupa-me, sobretudo, porque ele é formador de opinião dentre público mais culto e elitizado.  A opinião do jornalista da Globo deve ter "massageado" o ego dos formuladores da política econômica de antes e de hoje.  Inflação abaixo de 4% ao ano e taxa de juros Selic de 6,5% ao ano, as menores dos últimos 25 anos!  Ele, o Alexandre Garcia só não falou que os indicadores, aparentemente positivos, foram conseguidos com remédio muito caro para a população, a brutal depressão econômica dos últimos 100 anos!

Bem, voltando o assunto para as donas de casas. Eu já fiz algumas matérias sobre a "inflação do bolso".  A inflação do bolso é a que as donas de casas sentem.  O tomate é que está subindo, o feijão que sobe, a carne que fica cada vez menos acessível às mesas de classe média baixa. A conta de luz que come cada vez mais a renda da família.  A conta do gás, a conta d'água. O preço da gasolina que está abocanhando cada vez o pouco dinheiro que resta das necessidades básicas da casa. Comemorar a baixa de inflação neste contexto é como dar um "soco" no estômago das donas de casa!

Comemorar a baixa dos juros Selic de 6,5% ao ano?  Em níveis técnicos, ainda assim, são altos porque a taxa Selic é juros da dívida pública que já ultrapassa os R$ 5,5 trilhões. Contrastando com os juros comemorados pelo jornalista da Globo, as donas de casas pagam juros em cheque especial algo como 150% ao ano. Os juros de cartões de créditos são mais exorbitantes ainda. Como explicar tudo isto aos maridos? Os maridos estão confiando na inflação de 4% ao ano e taxa de juros Selic de 6,5% ao ano!

Comemorar os indicadores econômicos comemorados pelo jornalista da Globo e pelos formuladores da política econômica do governo, é estar dissociados da realidade do bolso das donas de casa. Por isto e muito mais, posso afirmar, com certeza absoluta, de que a inflação do bolso das donas de casa está longe de ser comemorada. Para as donas de casa, o governo "mente" sobre a inflação.

Inflação do bolso é mais alta do que a inflação oficial. 

Em querendo, deixe o seu comentário no espaço próprio, no rodapé desta página.  

Ossami Sakamori


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Herança maldita do PT

Crédito da imagem: Gazeta do Povo

Não é tarefa dos mais fáceis para escrever esta matéria. Posso ser interpretado como pessoa negativa ou no mínimo, pessimista por alguns.  Os leitores assíduos deste blog conhecem bem o meu estilo direto em apresentar os diversos problemas do Brasil.  E, desta vez, não poderia fugir da regra, apesar do meu  apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro.   Os números que apresentarei na sequência, mostra a situação do Brasil real.  É triste constatar como podemos ter chegar no ponto que chegamos, apesar do Brasil ser o 5º em tamanho territorial, 6º em população e ocupar a 8ª posição no tamanho do PIB. Os números que apresento são alarmantes!

Os dados são apresentados aqui são aproximados, uma vez que não dispomos, em tempo real nas  diversas fontes de pesquisas, em diversos órgãos do governo federal. Os analistas econômicos poderão acessar aos dados no IPEA e IBGE, órgãos vinculados ao governo federal.  Então, vocês vão me perdoar pelos números apresentados aqui, sempre "grosso modo".  No entanto, melhor assim do que não ter número nenhum.  Então, vamos lá!

1. O PIB do Brasil - Produto Interno Bruto de 2018, ainda não disponível, mas estimo fechar o ano em torno de R$ 7 trilhões, correspondente a cerca de US$ 2 trilhões em moeda americana. O PIB oficial de cada ano, é calculado em dólar, pela média do ano anterior.  Desta forma, grosso modo, podemos dizer que o PIB per capita do brasileiro em 2018 foi de cerca de R$ 35.000,00 ou US$ 10,000.00. Claro, este número é do ano de 2018. 

2. Número de desemprego. Neste quesito, os números apresentados pela imprensa é controverso. A grande imprensa apresenta como, seguindo critério internacional, como sendo de 12 milhões de desempregados.  No entanto, neste número não está computado cerca de 5 milhões de pessoas em idade produtiva, de desalentados.  Os desalentados são como párias da estatística. Acrescente nisso, cerca de 15 milhões de trabalhadores que trabalham como micro empresários e prestadores de serviços avulsos, que no linguajar popular chamamos de "biscateiros".  Desta forma o número de desempregados, desalentados e sub-empregados somam ao número alarmante de 32  milhões de pessoas e não os 12 milhões comemorados pelo governo e grande imprensa. Só para ter a ideia da gravidade da situação do emprego, é só comparar com o número de empregados com carteira assinada, que soma apenas 33 milhões de trabalhadores. 

3. Inadimplência. O número de inadimplentes no comércio é de 63 milhões de pessoas. Este contingente em sua maioria são desempregados ou sub-empregados, com pouca perspectiva de deixar "em dia" os seus seus compromissos no curto prazo para voltar ao mercado consumidor. Os dados equivalentes são fornecidos pela Serasa ou SPC.  A situação está como: "Se correr o bicho pega, se parar o bicho come!"

4. O endividamento público federal ou o compromisso do Tesouro Nacional e do Banco Central corresponde a cerca de R$ 3,9 trilhões de dívida líquida ou R$ 5,5 trilhões de dívida bruta. Faça conta do tamanho da dívida pública do Brasil. É só fazer percentual sobre o valor de tudo que o País produz no ano, que é de R$ 7 trilhões.  Esta dívida é impagável, na prática. Os organismos de fomento como FMI e OCDE sabem disso.  O "rating" do Brasil está longo do grau de investimento, que é uma nota mínima para operar no mercado financeiro internacional com certa vantagem. 

5. A reserva cambial brasileira, está em torno de US$ 390 bilhões ou equivalente em dezembro de 2018 a cerca de R$ 1,45 trilhão. A reserva cambial está aplicado em títulos do Tesouro americano rendendo a média de 2,25% ao ano, em dólar, abaixo do que o Tesouro paga no Selic. Para se chegar na dívida pública líquida, a reserva cambial é descontado da dívida pública bruta. Isto é mais ou menos como aquele sujeito que deve muito no banco e o banco pede o "saldo médio".  A reserva cambial brasileiro é como "saldo médio" para manter uma "certa credibilidade" no mercado financeiro internacional. Gabar-se da enorme reserva cambial é como piada de mal gosto.

5. Déficit primário de 2018 deve ter fechado o ano com o número ligeiramente inferior ao previsto de R$ 139 bilhões. Ainda não foi apresentado ao público o número final.  O déficit primário é o dinheiro que falta para cobrir as despesas correntes do governo federal.  Esse "rombo fiscal" é coberto com emissão de novas dívidas públicas, o tal do Selic, endividando cada vez mais.

6. Selic de 6,5% ao ano, comemorado pelo governo, embora em termos nominais seja a menor histórico, ainda assim é uma aberração. O Tesouro Nacional está pagando juros reais de 2% ao ano, descontado a inflação. Mais uma comemoração indevida. É como piada de mal gosto! O especulador financeiro, sobretudo internacional, está atrás deste juros reais e não pela credibilidade do governo, seja do atual ou do governo anterior. Isto é número para otário comemorar! Selic alto desestimula investimento direto nas fábricas. 

7. Inflação medida por IBGE tem mostrado que está em torno de 4% ao ano. A inflação baixa é comemorado como se fossem troféus. A inflação baixa foi conquistado à custa de número de desempregados e número de inadimplentes, em número absoluto, da história brasileira. Sem reformas estruturantes, inflação pode voltar com o crescimento econômico.

8. Previdência social. É certo que a previdência social está causando um rombo gigantesco nas contas públicas, apresentado pelo governo como sendo R$ 350 bilhões ao ano. Mas a previdência não é sozinho o grande problema do Brasil, como amplamente demonstrado nesta matéria. Previdência social não é sozinha, com certeza absoluta, o grande vilão dos males do País. A falta de uma política econômica e monetária consistente, não leva a lugar nenhum. 

9. O ministro da Economia, veio com o discurso "liberal", baseado na teoria lançada pela Chicago University há mais de 30 anos. Porém a vaga teoria liberal não é solução para todos os problemas do País. Na prática, não sabemos exatamente qual é a política econômica do ministro Paulo Guedes, o guru do presidente Bolsonaro, na economia.  Só resta, a nós mortais, torcermos que o ministro da Economia diga à Nação para que veio.

10. A nós mortais, 208 milhões, só nos resta torcermos que o Brasil encontre, urgentemente, a saída econômica  para o País.  Por enquanto, estamos aguardando a reforma da previdência como a solução para todos os problemas do Brasil, o que é uma visão equivocada. Isto é muito pouco para situação tão grave como visto acima. 

Sucesso do presidente Jair Bolsonaro será nosso sucesso!

Ossami Sakamori


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

O clã Bolsonaro vai para UDN

Crédito da imagem: Estadão

Por enquanto o assunto é tratado nos bastidores, segundo Estadão, sobre a ida do clã Bolsonaro para um novo partido.  A família Bolsonaro vai sair do PSL e vai para a nova UDN, que é um dos 75 partidos em fase de criação, segundo TSE. O partido já tem CNPJ e diretórios em nove  Estados, como exige a legislação para homologação do partido, além dos apoio de pelo menos 497 mil assinaturas.  A nova UDN já tem 380 mil assinaturas, segundo o presidente do novo partido Marcus Alves de Souza.

Segundo Souza, a intenção é criar o maior partido de direita do País. Quando se trata de um partido novo, a legislação eleitoral, em vigor, permite a migração de políticos sem a perda de mandato. É uma brecha para o clã Bolsonaro, que está descontente com o imbróglio no PSL, por conta do uso de candidatos "laranjas". 

Confirmado o registro da UDN, haverá "adesão geral" de políticos na UDN, que irão querer ocupar a posição de de destaque no governo Bolsonaro.  Talvez, esta é a fórmula que estava faltando para formar o "bloco" de apoio do governo Bolsonaro no Congresso Nacional.  Muitas coisas vão rolar, ainda!

Ossami Sakamori


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Bebianno e Onyx são cartas fora do baralho!

Imagem: Gazeta do Povo

Gustavo Bebianno, o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, está em processo de "fritura" pela família do presidente da República Jair Bolsonaro.  Claro, o presidente Bolsonaro vai optar pelo lado da família do que manter um político que a imprensa diz ter "rabo preso" com ilicitude na campanha eleitoral do PSL em Pernambuco.  Se o ministro Bebiano vai sair pela porta da frente ou pela porta do fundo é uma decisão do presidente Bolsonaro.  O fato é que ele é carta fora do baralho.  

O próximo a ser "fritado" será o ministro chefe da Casa Civil, o Onyx Lorenzoni. O ministro vem perdendo espaço para outros integrantes do Palácio do Planalto.  Pelo poucos dias de governo, o presidente Bolsonaro vem demonstrando que é estilo "centralizador".  O presidente não quer ninguém à sua sombra.  O Onyx não resistirá à fritura e vai pegar o boné para não ser mais uma peça descartada.

O presidente Bolsonaro não é de dividir o "holofote" do poder com os seus auxiliares.  É de natureza de um militar de carreira.  Faz parte da natureza humana, querer dar um "estilo pessoal" ao cargo para que foi ungido a ocupar, escolhido pela maioria absoluta da população.  Legitimidade ele tem de sobra para comportar-se assim.

Bebiano e Onyx são cartas fora do baralho!

Ossami Sakamori


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Acorda, Paulo Guedes!

Crédito de imagem: Agência Brasil

Antes do comentário de hoje, já vou avisando que sou contra patrulha ideológica de qualquer lado.  No período do governo do PT, sofri ameças e censuras dos militantes petistas, no auge da popularidade do governo Dilma em 2012 (com 77% de aprovação).  Hoje, há movimento de direita, sem ao menos saber exatamente o que seja a ideologia de direita.  Feita esta observação, vamos aos comentários de hoje.

Criou-se expectativa enorme sobre a política econômica, do então, o suporte do candidato Bolsonaro ao cargo de presidência de República, Paulo Guedes.  O ministro da área econômica, teve respaldo e suporte do presidente da República desde o início da sua campanha eleitoral em 2018, portanto há mais de 6 meses.  O presidente da República, pelo que sabemos, deu "carta branca" para o o novo ministro formular a "política econômica".  Bolsonaro deu super poder ao Paulo Guedes.  Bolsonaro, anexou o Ministério de Planejamento e o Ministério de Indústria e Comércio ao da Economia, sob o comando ao novo ministro da Economia.  O presidente da República deu autonomia na nomeação, também, do presidente do Banco Central, da CEF, do BB e do BNDES ao novo ministro.  Nunca na história do país, a economia do país esteve sob comando de uma só pessoa, o Paulo Guedes.  

O que se vê, a olhos vistos, é que a citada política econômica da Chicago University pelo Guedes, configura-se apenas como "boa intenção".  Com muita bateção de cabeça, é que na próxima semana, será encaminhada a "reforma da previdência".  Fala-se em economia de R$ 1 trilhão para próximos 10 anos, o que representa a economia de R$ 100 bilhões, grosso modo, por ano.  É muita falação e muita bateção de cabeça, antes mesmo de discussão na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.  Certamente, a reforma tributária e o novo pacto federativo ficarão para depois de agosto. 

Enquanto isto, o País vai convivendo com embargo à exportação de carnes para Arábia Saudita. Não se sabe se o embargo foi devido ao anúncio precipitado da mudança da Embaixada brasileira no Israel à Jerusalém.  A mais recente imposição do imposto "anti dumping" sobre o leite em pó da União Européia é um outro exemplo clássico do improviso do ministro da Economia Paulo Guedes.  Não há política econômica clara no País, por enquanto. 

A aposta do Olavo de Carvalho, o "guru" do presidente Bolsonaro, em "alinhamento automático" com o governo Trump, está fazendo água.  Nos Estados Unidos, o Trump está amargando o pior momento do seu mandato, cujo índice de aprovação despencou para 35%.  O presidente Bolsonaro precisa, urgentemente, tomar o "choque da realidade", sob pena de ter que administrar as muitas bateções de cabeças da sua equipe econômica, antes de colocar o Brasil no prumo. 

Para mim, o ministro Paulo Guedes é mais um "oba, oba" que vai desgastando o governo Bolsonaro!

Ossami Sakamori


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Usinas eólicas, a alternativa para investimentos

Crédito da imagem: Gazeta do Povo

A Enel Green Power Brasil (EGPB), subsidiária do grupo italiano em energia renovável, iniciou a construção do parque eólico Lagoa dos Ventos, de 716 MW, no Piauí. O projeto, classificado pela empresa como o maior parque eólico atualmente em construção na América do Sul e o maior parque eólico da Enel Green Power no mundo, deve consumir cerca de R$ 3 bilhões e deve entrar em operação em 2021. Segundo o grupo, o complexo será financiado com recursos próprios.

Para ter noção da dimensão do empreendimento, a potência instalada equivale a de uma turbina da Usina Hidroelétrica de Itaipu.  O lado positivo do empreendimento é que as usinas eólicas aproveitam, as terras com pouco potencial produtivo em termo de agricultura. Na maioria dos casos, as usinas eólicas são feitas no litoral, aproveitando os ventos constantes nestas regiões.   

É investimento estrangeiro direto (IED) no País. Tem pouco a ver com a política econômica liberal anunciada pelo ministro da Economia Paulo Guedes.  O parque eólico vem ganhando destaque desde os sucessivos governos do Partido dos Trabalhadores.  O dinheiro não tem cor, seja vermelha ou verde, o que interessa aos "agiotas internacionais" é a rentabilidade dos investimentos e a segurança jurídica.  

Usinas eólicas são alternativas para investimentos, nacionais e estrangeiras. 

Ossami Sakamori


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Juíza Federal Gabriela Hardt

Crédito da imagem: Estadão

Lula perguntou a juíza federal Gabriela em tom desafiador se ele era o dono do sítio em Atibaia, na audiência que  tratava do processo do Sítio do Atibaia, onde o ex-presidente Lula da Silva é acusado de corrupção.  A magistrada reagiu com firmeza: "Senhor presidente, isso é um interrogatório e se o Senhor começar nesse tom comigo a gente vai ter problema. Então vamos começar de novo. Eu sou a juíza do caso, eu vou fazer perguntas." Assim começou a audiência em que o Lula da Silva foi condenado pela juíza em 12 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. 

A juíza sintetizou a acusação do Ministério Público Federal: o petista seria o real dono da propriedade, que foi reformada pelas empreiteiras Odebrecht e OAS como forma de mascarar o pagamento de propina. Simples. 

Na sentença dessa quarta-feira, dia 6, a juíza disse que restou comprovado que as obras no sítio “foram feitas a pedido de Lula e em benefício de sua família” e que “toda a execução das obras foram realizadas de forma a não ser identificado quem a estava executando e em benefício de quem seria realizada”.

A juíza Gabriela Hard é natural de São Mateus do Sul, Paraná, filha de engenheiro químico que trabalhava na Usina de processamento de xisto da Petrobras.  Formou-se advogada na Universidade Federal do Paraná. Prestou concurso para juíza federal em 2007 e foi nomeada dois anos depois.  Disse ela: "Eu entrei na carreira de juiz federal um pouco mais tarde que o habitual. Entrei já com 34 anos e com família formada. Já tinha minhas filhas e meu marido já tinha profissão consolidada."

Desde novembro do ano passado, juíza Gabriela responde interinamente pela 13ª Vara Federal de Curitiba, até que o novo juiz titular, Luiz Antônio Bonat, assuma o cargo.  A magistrada deve ficar no posto que foi de Sergio Moro até abril deste ano. 

Ossami Sakamori
@Saka_Sakamori

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Qual é o verdadeiro estado de saúde do presidente Bolsonaro

Crédito de imagem: Exame

"Há um gigantesco diferencial entre informar com imparcialidade e fazer militância maldosa. Meu estado de saúde neste momento encontra-se em plena evolução e estou feliz em compartilhar este sentimento com todos! Um dia de cada vez!" Isto foi a postagem do presidente Bolsonaro pela rede social.

Após o adiamento da alta hospitalar em pelo menos uma semana, o presidente da República Jair Bolsonaro disse que o seu estado de saúde encontra-se em plena evolução. No entanto, segundo o boletim médico divulgado pelo hospital Albert Einstein na segunda-feira, dia 4, o presidente apresentou o acúmulo de líquido na região de intestino. Diante do quadro a previsão de alta do Bolsonaro fosse adiada para a próxima semana, sem precisar a data exata. A informação é que ele se encontra na Unidade de Tratamento Semi-intensivo.

O boletim médico do Albert Einstein sobre as notícias da evolução da recuperação que tem sido transmitido pelo porta-voz da presidência da República. Esta forma de transmissão do boletim médico, de forma indireta, não pelo médico responsável pelo paciente Bolsonaro, tem causado um clima de certa desconfiança. Com respeito à opinião manifestado pelo presidente em redes sociais, não estou a "fazer militância maldosa".

Quando nós o elegemos, o presidente Jair Bolsonaro, com votação expressiva, não lhe foi dado o direito de ficar, literalmente, num "redoma" do hospital. Pelo contrário, uma coisa é impressão do porta voz, que é protocolar, e outra coisa é divulgação do boletim médico pelo próprio médico responsável pelo estado de saúde do presidente da República. Brasil está calejado com notícias filtradas neste campo.

O estado de saúde do presidente não é preocupação privada da família do presidente Bolsonaro, mas é preocupação da "instituição" da República e do povo brasileiro. O período do autoritarismo já passou. A vida do presidente da República interessa à Nação brasileira. Não é permitido colocar o presidente da República numa "redoma". Há que ter mais transparência sobre o estado de saúde do presidente da República!

Desejamos o pronto restabelecimento do presidente!

Ossami Sakamori

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Brasil está quebrado!



Vou ser breve nos comentários, hoje. O gráfico acima por si só demonstra a situação crítica dos gastos públicos, incluído "serviços de dívida". Os serviços de dívida pública da União correspondeu em 2018, nada menos que 40,66% do Orçamento Federal.  Esta situação é insustentável no médio e longo prazo.  O Brasil está mais do que quebrado, infelizmente.

Os gastos com a previdência é a segunda despesa mais expressiva do Orçamento da União, correspondente a cerca de 24,48% do total do Orçamento.  Quanto maior os gastos com a previdência, menor é a fatia que sobra para outros setores de responsabilidade do governo federal como a educação, saúde pública e segurança pública. 

A transferência para Estados e Municípios, constitucionais, corresponde a cerca de 9,82%. Este valor é dividido proporcionalmente ao número de habitantes entre os entes federados.  Para piorar a situação das finanças públicas, a maioria dos Estados e muitos municípios estão situação de penúria total, até porque não tem autonomia para "emitir títulos da dívida pública", como pode a União.  

O Brasil não sobrevive, apesar da robusta Reserva cambial de cerca de US$ 390 bilhões, correspondente na data de ontem em R$ 1, 46 trilhão, sem a "rolagem da dívida".  A reserva cambial brasileira está aplicada em títulos do Tesouro dos Estados Unidos à juros pífios, como que o "saldo médio" necessário para  manter a credibilidade. O  tamanho da dívida pública bruta líquida, já descontado a Reserva cambial em cerca de R$ 3,88 trilhões.

Desta forma, podemos afirmar, sem o menor sentimento de culpa, de que o Brasil está quebrado!

Ossami Sakamori