Crédito da imagem: Gazeta do Povo
Não é tarefa dos mais fáceis para escrever esta matéria. Posso ser interpretado como pessoa negativa ou no mínimo, pessimista por alguns. Os leitores assíduos deste blog conhecem bem o meu estilo direto em apresentar os diversos problemas do Brasil. E, desta vez, não poderia fugir da regra, apesar do meu apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Os números que apresentarei na sequência, mostra a situação do Brasil real. É triste constatar como podemos ter chegar no ponto que chegamos, apesar do Brasil ser o 5º em tamanho territorial, 6º em população e ocupar a 8ª posição no tamanho do PIB. Os números que apresento são alarmantes!
Os dados são apresentados aqui são aproximados, uma vez que não dispomos, em tempo real nas diversas fontes de pesquisas, em diversos órgãos do governo federal. Os analistas econômicos poderão acessar aos dados no IPEA e IBGE, órgãos vinculados ao governo federal. Então, vocês vão me perdoar pelos números apresentados aqui, sempre "grosso modo". No entanto, melhor assim do que não ter número nenhum. Então, vamos lá!
1. O PIB do Brasil - Produto Interno Bruto de 2018, ainda não disponível, mas estimo fechar o ano em torno de R$ 7 trilhões, correspondente a cerca de US$ 2 trilhões em moeda americana. O PIB oficial de cada ano, é calculado em dólar, pela média do ano anterior. Desta forma, grosso modo, podemos dizer que o PIB per capita do brasileiro em 2018 foi de cerca de R$ 35.000,00 ou US$ 10,000.00. Claro, este número é do ano de 2018.
2. Número de desemprego. Neste quesito, os números apresentados pela imprensa é controverso. A grande imprensa apresenta como, seguindo critério internacional, como sendo de 12 milhões de desempregados. No entanto, neste número não está computado cerca de 5 milhões de pessoas em idade produtiva, de desalentados. Os desalentados são como párias da estatística. Acrescente nisso, cerca de 15 milhões de trabalhadores que trabalham como micro empresários e prestadores de serviços avulsos, que no linguajar popular chamamos de "biscateiros". Desta forma o número de desempregados, desalentados e sub-empregados somam ao número alarmante de 32 milhões de pessoas e não os 12 milhões comemorados pelo governo e grande imprensa. Só para ter a ideia da gravidade da situação do emprego, é só comparar com o número de empregados com carteira assinada, que soma apenas 33 milhões de trabalhadores.
3. Inadimplência. O número de inadimplentes no comércio é de 63 milhões de pessoas. Este contingente em sua maioria são desempregados ou sub-empregados, com pouca perspectiva de deixar "em dia" os seus seus compromissos no curto prazo para voltar ao mercado consumidor. Os dados equivalentes são fornecidos pela Serasa ou SPC. A situação está como: "Se correr o bicho pega, se parar o bicho come!"
4. O endividamento público federal ou o compromisso do Tesouro Nacional e do Banco Central corresponde a cerca de R$ 3,9 trilhões de dívida líquida ou R$ 5,5 trilhões de dívida bruta. Faça conta do tamanho da dívida pública do Brasil. É só fazer percentual sobre o valor de tudo que o País produz no ano, que é de R$ 7 trilhões. Esta dívida é impagável, na prática. Os organismos de fomento como FMI e OCDE sabem disso. O "rating" do Brasil está longo do grau de investimento, que é uma nota mínima para operar no mercado financeiro internacional com certa vantagem.
5. A reserva cambial brasileira, está em torno de US$ 390 bilhões ou equivalente em dezembro de 2018 a cerca de R$ 1,45 trilhão. A reserva cambial está aplicado em títulos do Tesouro americano rendendo a média de 2,25% ao ano, em dólar, abaixo do que o Tesouro paga no Selic. Para se chegar na dívida pública líquida, a reserva cambial é descontado da dívida pública bruta. Isto é mais ou menos como aquele sujeito que deve muito no banco e o banco pede o "saldo médio". A reserva cambial brasileiro é como "saldo médio" para manter uma "certa credibilidade" no mercado financeiro internacional. Gabar-se da enorme reserva cambial é como piada de mal gosto.
5. Déficit primário de 2018 deve ter fechado o ano com o número ligeiramente inferior ao previsto de R$ 139 bilhões. Ainda não foi apresentado ao público o número final. O déficit primário é o dinheiro que falta para cobrir as despesas correntes do governo federal. Esse "rombo fiscal" é coberto com emissão de novas dívidas públicas, o tal do Selic, endividando cada vez mais.
6. Selic de 6,5% ao ano, comemorado pelo governo, embora em termos nominais seja a menor histórico, ainda assim é uma aberração. O Tesouro Nacional está pagando juros reais de 2% ao ano, descontado a inflação. Mais uma comemoração indevida. É como piada de mal gosto! O especulador financeiro, sobretudo internacional, está atrás deste juros reais e não pela credibilidade do governo, seja do atual ou do governo anterior. Isto é número para otário comemorar! Selic alto desestimula investimento direto nas fábricas.
7. Inflação medida por IBGE tem mostrado que está em torno de 4% ao ano. A inflação baixa é comemorado como se fossem troféus. A inflação baixa foi conquistado à custa de número de desempregados e número de inadimplentes, em número absoluto, da história brasileira. Sem reformas estruturantes, inflação pode voltar com o crescimento econômico.
8. Previdência social. É certo que a previdência social está causando um rombo gigantesco nas contas públicas, apresentado pelo governo como sendo R$ 350 bilhões ao ano. Mas a previdência não é sozinho o grande problema do Brasil, como amplamente demonstrado nesta matéria. Previdência social não é sozinha, com certeza absoluta, o grande vilão dos males do País. A falta de uma política econômica e monetária consistente, não leva a lugar nenhum.
9. O ministro da Economia, veio com o discurso "liberal", baseado na teoria lançada pela Chicago University há mais de 30 anos. Porém a vaga teoria liberal não é solução para todos os problemas do País. Na prática, não sabemos exatamente qual é a política econômica do ministro Paulo Guedes, o guru do presidente Bolsonaro, na economia. Só resta, a nós mortais, torcermos que o ministro da Economia diga à Nação para que veio.
10. A nós mortais, 208 milhões, só nos resta torcermos que o Brasil encontre, urgentemente, a saída econômica para o País. Por enquanto, estamos aguardando a reforma da previdência como a solução para todos os problemas do Brasil, o que é uma visão equivocada. Isto é muito pouco para situação tão grave como visto acima.
Sucesso do presidente Jair Bolsonaro será nosso sucesso!
Ossami Sakamori