quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ELEIÇÕES 2012. TUDO ISSO É CARNAVAL!

E o povo, o que é que tem a ver com isso?  Estamos entrando no período de horário gratuito de televisão, da campanha eleitoral de 2012, e os partidos políticos engalfinham-se com todos instrumentos disponíveis, muitas vezes prejudicando o cotidiano da população trabalhadora.

Se por um lado, positivamente, está sendo julgado o processo denominado de mensalão no STF, onde há desgaste evidente do partido da presidente Dilma e do presidente Lula, por outro lado lança-se programas do governo para os próximos 30 anos, sem ao menos ter projetos executivos, uma espuma de boas intenções, que só trará algum fruto à partir de 2014.  

O país perdeu o foco da política econômica e social de longo prazo.  O país entra em recesso para realização de eleições municipais.  Enfim, nada que se fale até o fim do segundo turno das eleições municipais é tão sério, impossível acreditar no propósito das manifestações de toda sorte, quer seja do governo ou dos movimentos sociais e sindicais.

Nem mesmo a CPMI do Cachoeira escapou do objetivo principal que é apurar roubalheira explícita dos agentes do governo, ela acabou transformando-se em ringue de disputa de MMA entre o PT e PSDB.  Um verdadeiro vale tudo, onde cada uma das partes quer enlamear o outro lado, sobretudo com vistas às eleições municipais.   Em parte, a CPMI serve  para contrapor o desgaste do PT com o julgamento do processo de mensalão.  

Sem entrar no mérito das revindicações dos aposentados, dos professores das universidades federais, dos médicos da saúde pública, dos funcionários da PF, da ANVISA, enfim de inúmeras categorias de trabalhadores, sobretudo de funcionários públicos federais me parece extemporâneas.  É estranho para mim, que vi e convivo com os 9 anos e 6 meses do governo do PT, oriundo do movimento sindical, serem contestados pelo próprio movimento que levou Dilma e Lula ao poder.  Não estou acreditando no que estou vendo.  

Muito triste fico, quando o governo utiliza acintosamente alguns mecanismos de política econômica para proporcionar uma "sensação" de país "bombamdo", via controle de preço de combustíveis imposto à Petrobrás, através de redução de juros impostos às instituições estatais o BB e a CEF  ou via concessão de renúncia fiscal para as grandes montadoras de automóveis, transnacionais.   Tudo isto, tem prazo para acabar.  A fantasia  vai cair após o segundo turno das eleições municipais, na segunda quinzena de outubro.   

Este filme já vi.  E será assim em 2014.  Não nos iludamos, que tudo isso é carnaval!  Assim como carnaval, virá em seguida a ressaca da quarta-feira de cinzas! 

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi prof. da UFPR
Twitter: @sakamori10

Um comentário:

Amilcar Faria disse...

O Debate político deixou de ser embate de idéias e virou combate a pessoas. Os políticos preferem tentar manchar a reputação do outro do que defender suas ideias, planos e programas políticos.

Talvez porque não haja mais políticos capazes de ter ideias e aptos a estabelecer planos e programas (nem por meio de assessores), mas pessoas cuja capacidade só é suficiente para enlamear reputações e emporcalhar a política, atrás da locupletação das próprias burras com o dinheiro público auferido do suor do povo via impostos.

A crise no país não é política, é de caráter!

http://amilcarfaria.blogspot.com.br/2012/07/topicos-para-uma-reforma-politica.html