sexta-feira, 31 de março de 2023

Mais uma conversa para boi dormir !

 

Ontem, fiquei animado com o anúncio do "arcabouço fiscal" ou a "política fiscal" do Governo Lula.  Achei as metas ousadas, mas, pensei em ter encontrado equipe de segundo escalão comprometido com o "equilíbrio" das contas públicas.   Porém, assistindo à entrevista do Gabriel Galipolo, Secretário Geral do ministério da Fazenda ao jornalista Willian Waack da CNN, me bateu decepção e profunda tristeza, ao ver os pontos de vistas "simplistas" sobre macroeconomia do ex-banqueiro. 

            Em linhas gerais, a nova política fiscal do Governo Lula, propõe um déficit fiscal ao redor de R$ 50 bilhões em 2023, um número difícil da ser alcançado, sem as medidas econômicas de curto prazo, para equilibrar as contas públicas.   A explicação do Galipolo é de que seriam tomadas econômicas, como retirada de benefícios fiscais" concedidos ao setor produtivo nos governos anteriores e corte de gastos públicos.  Porém, ambas medidas são muito pretenciosas do Fernando Haddad e do Galipolo.  Muito bonito no discurso, porém, de difícil implementação, ainda neste ano, porque depende de aprovação do Congresso Nacional.   

          Para quem não conhece o Orçamento Fiscal do Governo federal, eu vejo dois óbices para tornar o "déficit primário" encolher para R$ 50 bilhões, uma vez que no final do ano passado foi autorizado as despesas adicionais de R$ 145 bilhões proposto pelo Governo de Transição a serem acrescidos às despesas do Governo federal deste ano.   O reajuste ao funcionário público federal em 9% traz impacto significativo nas despesas do Governo federal, também.   Sem contar com despesas adicionais decorrentes do aumento do número de ministério que passou de 26 para 37 e recursos para obras de investimentos que o Presidente Lula prometeu para governadores.    Na minha conta, o "déficit primário" do Governo federal ou o dinheiro que falta para pagar as suas contas, exceto despesas com os juros da dívida pública, não deverá ficar abaixo de R$ 150 bilhões ao contrário do número anunciado pelo Secretário Geral do Ministério da Fazenda. 

           O equilíbrio das contas do Governo federal, previsto para os anos seguintes, até poderão ficar críveis, com a reforma tributária, em pauta, para ser aprovada no segundo semestre deste ano pelo Congresso Nacional.   Para tornar viável a projeção do Fernando Haddad, da Simone Tebet e do Galipolo a reforma tributária deverá vir com "oneração" do setor produtivo já carregados de impostos ao invés de corte de gastos públicos. 

         Isto tudo, parece ser mais um "sonho de verão" dos deslumbrados ministros recém nomeados, com as projeções que estão ganhando com mais uma conversa para "boi dormir". 

             Ossami Sakamori

quinta-feira, 30 de março de 2023

Entendda o "arcabouço fiscal" do Hadad


O governo Lula entrega hoje, o seu "arcabouço fiscal" ou a "política fiscal" para o período do governo 2023/2026.  Para quem não tem familiaridade com os Orçamentos fiscais ou Orçamento do Governo federal, a "política fiscal" se refere à meta de gastos do Governo federal, exceto o pagamento de encargos da dívida do Tesouro Nacional.   A expectativa deveu-se sobretudo pela denominação que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu à política fiscal como sendo uma novidade.   Como eu já imaginava, o novo "arcabouço fiscal" que é a mesma que a "política fiscal", para pessoas normais, se refere às receitas e despesas de União, incluído encargos com a Previdência Social.

        Segundo a política fiscal que será apresentado ao Congresso Nacional para a aprovação, o que deverá ser apresentado até o dia 15 de abril do ano anterior, para ser aprovado pelo Congresso Nacional no mês de junho na forma de LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias.   Quanto ao Orçamento fiscal de 2023, há que apresentar emendas para incluir despesas de R$ 145 bilhões apresentado pelo Governo de Transição no final de dezembro e adaptar as despesas dos 37 ministérios ao invés de 26 ministérios anteriores ao do atual Governo.   As metas dos Orçamentos fiscais futuros, por enquanto, não passa de "boas intenções", nada que possa confiar num governo com promessas de campanha eleitoral, difícil de concretizar no curto prazo, acabar com a "fome" no Brasil.  

         Segundo as informações passadas, via grande imprensa, o Orçamento fiscal de 2023, deverá vir com o "déficit primário" ao redor de R$ 100 bilhões.  A previsão, segundo a "política fiscal" que está sendo apresentado, hoje, ao Congresso Nacional, no ano de 2024, o Orçamento fiscal deverá "zerar" o déficit primário e no Orçamento fiscal de 2025, apresentar "superávit primário" de 0,5% do PIB e um "superávit primário" de 1% do PIB no Orçamento fiscal de 2016.   Vamos lembrar que o "superávit primário" não cobre o pagamento de juros da dívida pública, muito menos amortizações do principal dela.   Há um controvérsia nas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que no final de 2026, haveria estabilidade no endividamento público.   Não, não haverá estabilidade no endividamento público com o pífio "superávit primário" de 1% do PIB em 2026.  A dívida pública do País, só estabiliza quando o Governo federal zerar o "déficit nominal", conta que inclui o pagamento de juros da dívida pública.

           Menos mal, para as contas públicas, que vai na "contra mão" das promessas do Presidente Lula de fazer grandes investimentos em "obras", com a repaginação do PAC - Plano de Aceleração de Crescimento, dos governos anteriores do Presidente Lula.   Menos mal para a população que a equipe do ministério da Fazenda está com o "pé no chão" e apresenta um Orçamento fiscal factível à realidade da economia do País, porém está longe de ser um Orçamento de sonho do Presidente Lula.   E, com o Orçamento fiscal mais factíveis, o Banco Central do Brasil poderá baixar a taxa básica de juros Selic moderadamente, dependendo do comportamento da inflação nos próximos meses.   

         No meu entender, a taxa básica de juros Selic tem espaço para decrescer até 12,25% ao ano, ainda neste ano, com recuo de 1,5% em relação à atual taxa de 13,75%, se a execução orçamentária neste ano, seguir à risca o Orçamento fiscal ou o "arcabouço fiscal" que está sendo apresentado ao Congresso Nacional.

              Ossami Sakamori   

quarta-feira, 29 de março de 2023

Brasil está com pneumonia!

 

Hoje, ainda quarta-feira da semana, vou antecipar e fazer o resumo da semana, no campo do mercado financeiro global e sobre a movimentação no mercado financeiro nacional e movimentação necessária no Congresso Nacional.  Lá vai ...

         A boa notícia no mercado financeiro global é que, após duas semanas de instabilidade com a quebra do SVB - Silicon Valley Bank dos Estados Unidos e pelo socorro feito pelo Fundo Garantidor dos investidores além da absorção do Credits Suisse pelo UBS (United Bank of Switzerland).  Na Alemanha, ouve boato sobre a saúde financeira do Deutsche Bank AG que ficou sob a mira dos especuladores, mas logo foi dissipado o "boato".  

       Assim como no sistema financeiro internacional, os investidores dos bancos nacionais, sejam grandes ou pequenos, que tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito, que d[a garantia até o valor de R$ 250 mil, para cada CPF ou CNPJ, dá uma certa segurança.  Para quem não é do mercado financeiro e tem suas poupanças ao longo do tempo, convém deixá-los aplicadas nas instituições financeiras oficiais como CEF e BB.  As cooperativas de créditos não fazem parte da garantia dada pelo Banco Central, apenas como observação, nada que comprometa a credibilidades destas instituições financeiras.

            A agenda econômica do Governo federal, vai de mal a pior.  Decorrido 3 meses do Governo Lula, ainda não foi apresentado a "política fiscal" de 2023, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e a ministra Simone Tebet insistem em chamar de "arcabouço fiscal", ajustando aos gastos ao novo quadro de ministérios, que passou de 26 a 37.  Até o próximo dia 15 de abril, além de tudo, o Ministério da Fazenda terá que apresentar a proposta do LDO - Lei de Diretrizes Orçamentária para o exercício fiscal de 2024, a se aprovado pelo Congresso Nacional até recesso parlamentar no mês de julho.  

        A "política fiscal" ou o "arcabouço fiscal" é um instrumento importante para administração do Governo federal, sem o que é impossível governar.   Para melhor entender, a "política fiscal" ou qualquer nome "pomposo" que se queira dar como "arcabouço fiscal", é um instrumento de controle dos gastos públicos.   Porém, o que falta, no Governo Lula é a "política econômica", que abrange não só a administração pública, mas o "balizamento" da economia para o setor produtivo, que incluem os impostos, contribuições e incentivos fiscais e creditícios.   

        Na discussão sobre a taxa básica de juros Selic, hoje calibrado em 13,75% ao ano, tem causado muita polêmica.  A taxa básica de juros é o instrumento mais importante do Banco Central  para o controle da inflação, que hoje, anda por volta de 5,8% ao ano.  Taxa Selic é freio e não combustível para inflação.  Eu até concordo que a taxa Selic está alta em relação ao comportamento da inflação dos últimos 12 meses, no entanto, o motivo da manutenção da taxa básica de juros Selic, estabelecida em junho de 2023, é a falta de uma bem definida "política econômica" do Governo Lula, concomitantemente com o ajustamento da "política fiscal" para o ano de 2023, a serem apresentada pelo ministro Fernando Haddad, tem postergado a queda da taxa Selic pelo COPOM do Banco Central.   Havendo definição da "política econômica" e da "política fiscal de 2023", creio a taxa Selic poder baixar ao nível de 12,25% ao ano, como comentado em matéria antecedente, sem "gritaria" de leigos como Presidente Lula e ministro da Fazenda, Fernando Haddad.  

         Enfim, o Brasil está com pneumonia !

         Ossami Sakamori       

terça-feira, 28 de março de 2023

Xi Jinping quer YUAN como padrão internacional

 

Considero total absurdo pessoas que pouco entendem de macroeconomia global tentar vender ideia de que haverá uma nova ordem mundial sobre transações financeiras e de mercadorias na economia global.   Isto só vem piorar a crise financeira global que iniciou com a crise de epidemia Covid-19 em 2020 e com a imprudência do governo Biden em jogar US$ 1,9 trilhões na economia americana, em 2021, para criar empregos nos Estados Unidos.  Resolvido o problema de desemprego na terra do "tio Sam", a crise decorrente do excesso de liquidez provocou a atual crise financeira global.

          Diz o "descobridor" da nova moeda de trocas comerciais e financeiras, que o presidente Putin da Rússia e primeiro ministro da China, que teria se reunido para impor uma nova moeda de troca entre os países, o padrão "ouro".   Esta história lembra um pouco a história do Marco Polo, um italiano, comerciante, que são creditados as primeiras moedas de trocas comerciais entre o ocidente e o oriente.  Segundo a história conta, a primeira moeda de troca feito por ele foi o "sal" que era raro e cobiçado no oriente em troca de tecido seda que teria originado na atual região geográfica da China. 

          É verdade que a China, que tem a maior reserva de dólares do mundo, após dos Estados Unidos, eu disse reserva em dólares, no mês de fevereiro deste ano, apontava US$ 3,133 trilhões, enquanto o Brasil detinha, segundo Banco Central do Brasil no fim de 2022 com US$ 324,7 bilhões em reservas internacionais.  Os Estados Unidos como "emissor" de dólares (US$), não se preocupa com reserva cambial.  O dinheiro, dólar americano em circulação, no início de 2019, estava em US$ 1,70 trilhão, segundo a Reserva Federal.   Não é de hoje que a China quer fazer da sua moeda, o "yuan", como "moeda padrão" para trocas comerciais e financeiras internacionais ao lado do dólar americano.   

          A Rússia está alijado de fazer compensações no SWIFT bancário, desde a guerra Ucrânia x Rússia, em dólares.  Como o rublo, a moeda russa não tem aceitação ao redor do mundo, é possível que o Putin tenha feito acordo com o Xi Jinping de fazer trocas comerciais e financeiras com o mundo ocidental em moeda chinesa, em yuan.   A necessidade do Putin vai de encontro com à vontade do Xi Jinping, de usar "yuan" como moeda padrão de trocas comerciais, pelo menos na sua zona de influência.   O BRICS pode ser a porta de entrada para o "yuan" junto ao mercado restrito dos membros do bloco.

          A convenção de utilizar a moeda americana, aconteceu na pequena cidade de Bretton Woods, nos Estados Unidos em 1944, quando o "dólar americano", ainda permitia conversibilidade em ouro, até 1971.  Apesar de dólar americano ter perdido a sua conversibilidade em ouro, o mercado financeiro internacional e comércio mundial continuam usando como moeda de transação comercial e financeira em dólar americano, apesar de perdido a garantia de conversão em ouro.   

         Voltando à consideração inicial desta matéria, se o Marco Polo utilizava como "moeda de troca", o "sal", sim, o sal de cozinha, é compreensível que o Xi Jinping queira usar a sua moeda, o "yuan" como moeda referência pra trocas comerciais.   O Putin, não teve outra saída, senão aceitar negociar em "yuan" chinês nas trocas comerciais em moeda chinesa pelo menos no âmbito dos países que fazem parte do bloco BRICS.   Nesse rol de países encontra-se, além do bloco dos países composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem adesão do Uruguai e do Bangladesh.  

       A história de exigir a conversão de uma moeda equivalente em ouro é coisa antiga, porém de difícil implementação e nem haveria ouro em quantidade para lastrear as transações internacionais.  Seria como, no Brasil, exigir a conversão automática do "real" em alguns miligramas de ouro pelo Banco Central do Brasil.  Por outro lado, o interesse do presidente chinês, Xi Jinping, em se encontrar com o Presidente Lula, deve estar na mesa de negociação a adesão parcial da moeda de trocas comerciais em yuan, pelo menos no âmbito do BRICS.  Certamente, o Presidente Lula, na sua ida à China, vai voltar falando em "yuan", como já fez o Putin, na semana que passou, com sorriso "yuan".   

           Em tempo:  Brasil já faz transações comerciais com a Argentina em "real", moeda brasileira.

            Ossami Sakamori                   


segunda-feira, 27 de março de 2023

Lula doente, Lula ausente!

 


Contrariando a expectativa do mercado financeiro global, as bolsas de valores do oriente estão operando em ligeira alta, nesta manhã, apesar de rumores de falta de liquidez do Deutsche Bank notado pelo mercado na última  sexta, dia 24.  O importante foi o posicionamento do Jerome Powell sobre a expectativa de aumento de juros dos títulos do Tesouro Americano, que pretende colocar a inflação americano ao nível de 2% ao ano.  Hoje, está em 5%, portanto há muito chão para percorrer até conseguir colocar a economia americana dos eixos.   

           No Brasil, o Presidente Lula adiou a viagem que faria para a China por conta da pneumonia constatada à véspera da viagem programada para domingo, ontem.   O Presidente Lula vai despachar com os ministros na sua residência oficial, o Palácio da Alvorada.   A notícia de hoje de manhã é de que o Lula está bem.   Em matéria de doença presidencial, o povo brasileiro fica com  "um pé atrás".   Independente de posição política do Presidente Lula, vamos torcer que tudo termine bem.

             Na área econômica, o Congresso Nacional, no meio da briga entre Rodrigo Pacheco, PSD/MG e Arthur Lira, PP/AL, o primeiro, o Presidente do Senado e o segundo, o Presidente da Câmara dos Deputados, que estão se estranhando publicamente.   O Presidente do Senado, quer que a tramitação das Medidas Provisórias pendentes de votação, seja iniciado no Senado Federal, na Comissão Mista de Orçamento e o Presidente da Câmara, Arthur Lira, quer que as Medidas Provisórias iniciem a tramitação pela Câmara dos Deputados.  O problema é que as Medidas Provisórias tem prazo de tramitação de dois meses, prorrogável uma vez.   Se não for votado no período previsto em legislação, o efeito das MP perdem a sua validade, maioria já em abril.   O prazo fatal, está chegando próximo, já que estamos a entrar no quarto mês de mandato do Presidente Lula.  

         O presidente Arthur Lira, PP/AL, tem cacife para impor suas regras, pois tem ao seu favor, a maioria absoluta, 3/5 dos votos da Câmara dos Deputados, para, em querendo, aprovar ou barrar qualquer iniciativa do Palácio do Planalto ou propor Emenda Constitucional de iniciativa do Congresso Nacional.  O Presidente Lula, não tem voto suficiente para aprovar qualquer Emenda Constitucional, como pretende com o novo "Arcabouço fiscal" ou a nova política fiscal do seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

           Falta ao Presidente Lula combinar com o presidente Rodrigo Pacheco, PSD/MG e com o presidente Arthur Lira, PP/AL a aprovação dos projetos importantes ao Governo Lula e ao povo brasileiro. 

               Lula doente, Lula ausente!

               Ossami Sakamori    

domingo, 26 de março de 2023

Bolsonaro de volta ao Brasil no dia 30 próximo

 

O partido Liberal (22) comandado pelo Waldemar Costa Neto noticiou que o Presidente Bolsonaro, PL/RJ, estará de volta ao Brasil no dia 30 próximo, 5ª feira, às 7:30 de manhã, no Aeroporto de Brasília.   Ele está ausente do País desde 30 de dezembro, um dia antes do término do seu mandato, no ano passado.   

          Não estou credenciado para dar informações, nem do Presidente Bolsonaro e nem do Partido do Waldemar Costa Neto, mas a grande imprensa noticia que na sua volta, o Presidente Bolsonaro percorrerá Brasil a fora, com a sua já conhecida "motociata" para marcar a sua volta e ao mesmo tempo preparar as campanhas municipais dos seus apoiados no próximo ano, 2024. 

         O Jair Bolsonaro e a esposa Michelle Bolsonaro, irão morar numa mansão alugado pelo Waldemar Costa Neto pelo Partido Liberal num bairro privilegiado da Capital Federal.   Assim como a Michelle Bolsonaro que terá verba mensal de R$ 840 mil para consolidar "PL Mulher" em todo território nacional, certamente, o Presidente Bolsonaro deverá ter verba própria para seus deslocamentos, do Partido Liberal, diga-se de passagem, o mais rico dentre todos os partidos, por ter a maior bancada no Congresso Nacional.    O presidente do PL deve estar sabendo o que fazer, com experiência acumulada ao longo dos anos de militância política.   

           O desembarque do Presidente Bolsonaro acontece no momento em que o atual Presidente da República, Lula da Silva, PT/SP, se encontra enfermo de uma pneumonia leve, segundo médico do Presidente Lula.   O Presidente Lula deverá continuar despachando do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, nos próximos  dias, segundo o Ministro chefe da articulação política,  Alexandre Padilha, médico de formação.  

            Em tempo: No protocolo do cerimonial não se usa ex-Presidente ao se referir ao Presidente que já exerceu o mandato antes, assim como não se usa ex-professor ao professor aposentado.  

            Ossami Sakamori


sábado, 25 de março de 2023

Mercado financeiro: Cuidem-se!

 


Nem mesmo o anúncio de alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo FED, na última quinta-feira, animou o mercado financeiro global.  As bolsas asiáticas e europeias, assim como os índices futuros americanos, negociaram com forte pressão de venda, nessa sexta-feira.  Desta feita foi a declaração da secretária do Tesouro americano, equivalente ao ministro de Fazenda no Brasil, afirmar que os Estados Unidos podem levar anos para recompor anos para recompor as suas reservas, que novas medidas emergenciais e poderão ser adotadas em razão crise bancária.  Adicionalmente, as ações do Deutsche Bank caíram mais de 10% com a inadimplência de créditos. 
           No Brasil, além de sentir o efeito do pessimismo do mercado financeiro global, a crítica do Presidente Lula às medidas do Banco Central, mantendo a taxa básica de juros Selic, o Ibovespa negociou abaixo dos 100 mil pontos, em seu pior patamar desde julho de 2022.   A crise financeira atual poderá ser pior do que a crise financeira de 2008, com a quebra do Lehman Brothers, devido a crise hipotecária, à época.  
       No mercado financeiro brasileiro, a demora na apresentação e aprovação da nova política fiscal ou arcabouço fiscal como querem denominar o Governo Lula pelo Congresso Nacional, tem causado instabilidade adicional ao mercado financeiro nacional.   A dúvida é o tamanho do "déficit primário" ou o "rombo fiscal" com a incorporação da Emenda do Governo de Transição em R$ 145 bilhões e despesas oriundas da ampliação do número de ministérios que passou dos 26 a 37.   Os números são contraditórios entre o Ministério da Fazenda e Casa Civil.  
        Diante da situação que se configura, se eu fosse investidor do mercado de ações, ficaria na posição de "vendido" e ficaria na posição de "comprado" em moeda americano, dólar.  E, manteria o disponível nos bancos oficiais, CEF ou BB.  Muitos desdobramentos no mercado financeiro global e brasileiro estão para vir... Cuidem-se!

             Ossami Sakamori
                 


sexta-feira, 24 de março de 2023

Entenda função da taxa básica de juros Selic


Estou  voltando ao assunto da taxa básica de juros Selic, estabelecida pelo COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil, dentro da estratégia de baixar ou segurar a inflação nos níveis da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional e que não atrapalhe o crescimento econômico do País.  Isto se chama política fiscal em todo o mundo.  É assim que acontece nos Estados Unidos e nos países do primeiro mundo.   A taxa básica de juros é o principal instrumento de controle da inflação nos países minimamente responsáveis.   
             Conforme pode ver no gráfico acima, no governo da Dilma Rousseff, PT/MG, a taxa básica de juros Selic bateu acima de 14% ao ano, praticamente nos mesmos níveis de hoje, 13,75%.   No dia 29/7/2015, o Banco Central estabelecia taxa básica de juros Selic em 14,25%, na véspera da crise política que culminou com o impeachment  da Presidente Dilma.  Portanto não procede a gritaria do Presidente Lula com referência à "taxa de juros do Banco Central".
               No governo do Presidente Bolsonaro, às vésperas da disputa pela reeleição presidencial, a reunião do COPOM de 29 de setembro, estabeleceu a taxa básica de juros Selic em 13,75%, o que permanece até hoje.   Por estas e outras razões, a taxa básica de juros Selic, não foi contestado por nenhum governo, até então, porque faz parte da política monetária do Banco Central.   Nos governos, antes do Plano Real, cada presidente da República metia o bedelho na política monetária do Banco Central e dava no que dava, as inflações galopantes.
                A política monetária, conduzida pelo Banco Central, dispõe de outros recursos para conter a inflação, mas a medida clássica é o controle pela taxa básica de juros.   O Banco Central tem, por exemplo, o instrumento do depósito compulsório dos bancos, por onde pode controlar o maior ou a menor oferta de crédito, criando retração ou expansão do estoque de moeda em circulação.   Por fim, caiu em desuso em função de transações comerciais se tornarem digitais, a emissão de papel moeda, também, é de competência do Banco Central.
            Essa grita geral dos membros do Governo Lula e em especial dele mesmo, em relação ao nível da taxa básica de juros Selic, só mostra o despreparo da equipe econômica que o auxilia na condução do Governo.  Isto causa, a insegurança dos agentes dentro e fora do governo.   Não é por acaso que, ontem, houve mais saída de dólares do que entrou no País e o índice B3 que mede variação das principais ações do mercado, fechou em baixa.
         Em tempo: No ano de 2022, Governo Bolsonaro produziu "superávit primário" de R$ 54,1 bilhões, após sucessivos períodos de "déficit primário", iniciado na crise econômica/financeira de 2014/2015.

             Ossami Sakamori
             

quinta-feira, 23 de março de 2023

Onde guardo minhas economias?

 

Ontem, dia 22, quarta-feira, teve dois eventos importantes no mercado financeiro, a definição da taxa básica de juros Selic pelo COPOM - Comité de Política Monetária do Banco Central em 13,75% confirmando a expectativa do mercado financeiro, apesar das críticas ásperas do Presidente Lula sobre a taxa Selic.  O segundo evento, foi que o Jerome Powell do FED - Federal Reserve, o Banco Central americano, aumentou a taxa de juros referência em 0,25% colocando na faixa de 4,75% a 5%, com viés de alta.

         A preocupação de ambos Bancos Centrais é tentar baixar a inflação dos respectivos países, dos atuais 5,9% no Brasil e 5% nos Estados Unidos para baixo.   Nos Estados Unidos tem o agravante da quebra do Silicon Valley Bank e no Brasil a quebra da Americanas com dívidas bilionárias ao sistema financeiro nacional, que tem tirado o sono do Campos Neto e sua equipe.  

            Do total de passivo da Americanas, de R$41,2 bilhões, uma boa parte deve aos bancos:  Bradesco com R$4,7 bilhões; BTG com R$3,5 bilhões; Itaú com R$2,8 bilhões; Banco do Brasil com R$ 1,3 bilhão; Safra com R$2,5 bilhões; Santander com R$ 3,6 bilhões e Caixa Econômica com R$504 milhões.  E uma boa parte dos fornecedores da Americanas num total de R$ 41,2 bilhões, tem dívidas contraídas junto aos mesmos bancos com garantia de recebíveis da própria Americanas.   Assim, podemos afirmar com segurança que os bancos estão expostos ao caso Americanas em mais de R$ 20 bilhões.   Daí a preocupação do Banco Central em manter contração monetária, neste momento.  

         Curiosamente, até pelas medidas conservadoras do Banco Central e pela diferença de taxa de juros real dos títulos do Tesouro Nacional americano e do Brasil, o fluxo cambial está sendo favorável para o Brasil.  Por estas e outras razões, a da incerteza generalizada no mercado financeiro global, o Banco Central do Brasil tem-se mostrado resiliência à situação atípica do mercado financeiro global.  Lembrando ainda que as instituições financeiras do Governo federal tem a garantia do Tesouro Nacional.  

        Cabe a cada um e a cada uma, tomar decisões corretas sobre o destino de suas economias, apenas cabendo a mim, apenas, mostrar o quadro geral do economia nacional e global, para tomarem decisões corretas. 

          Ossami Sakamori 

quarta-feira, 22 de março de 2023

Lula da Silva, Presidente da República insano!

 


Tem um ditado popular que diz: "nem tanto ao mar, nem tanto à terra", quando há conflito de opinião entre as partes.  Eu me refiro à política monetária do Banco Central que considera o controle da inflação como única meta a ser perseguido na política monetária.   Campos Neto que já foi operador de um grande banco, que não vem ao caso nominá-lo, sabe muito bem o que quero estou querendo dizer.  Ele sabe melhor que todos nós, sobre o controle de preços apenas com uma medida, a da taxa básica de juros Selic, que, que cobre a falta de uma política econômica e uma política econômica do atual governo, o do Presidente Lula.
            Conforme pode ver no gráfico acima, a inflação fugiu do controle, no governo Dilma, com índice que ultrapassou 10% ao ano.  A segunda maior marca acima de 10% foi no ano da pandemia Covid-19, onde acusou 10,06% ao ano.  Ambos casos, refletiram os gastos públicos acima do previsto.  Em 2021, foi injeção de cerca de R$ 740 bilhões à economia para tentar vencer a crise econômica que havia instalada no País.   Não tem "almoço grátis" como já diz o ditado popular.  Para cada ação, uma reação, para o entendimento cartesiano de engenheiros.  
          O que mantém a taxa básica de juros Selic em nível alto de é a insegurança que passa o Ministério da Fazenda, que após decorridos três meses de governo, ainda não apresentou Orçamento Fiscal corrigido à nova realidade, com 37 ministérios, recheados de promessas do Governo Lula em fazer investimentos em todos os estados da federação, com inaugurações de obras de infraestruturas.  Até hoje, quase terminando o mês de março, não temos, ainda, o Orçamento Fiscal definitivo para o ano em curso, 2023.   Apenas, fala-se em um "déficit primário" de R$ 231 bilhões, que é uma enormidade de dinheiro público.   E, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê o equilíbrio das contas públicas somente no final de 2026.   Para quem não sabe, para ter o equilíbrio de contas públicas, é necessário que o País produza a receita oriunda de impostos para cobrir os gastos públicos e também cobrir o "déficit nominal" além do "déficit primário", que é quando engloba as despesas de juros da dívida pública.
         Para tentar enganar a si próprio e à população, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inventa novas denominações para os problemas antigos.  O termo "política fiscal" foi substituído pelo "arcabouço fiscal" e o teto dos gastos públicos, atual Emenda 95, por "âncora fiscal".   O novo ministro da Fazenda quer um novo teto de gastos públicos, atrelado ao endividamento público, que ele "imagina" equilibrar com o crescimento econômico do País.   
        Para o início de conversa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é advogado de formação e economista nas horas vagas, não possui nenhum credencial para mudar os termos econômicos consagrados e é ininteligível pelo mercado financeiro e agentes econômicos do mundo global.  Na minha opinião pessoal é que a política monetária não é uma ciência exata!  Pela projeção de economia em retração e o nível de inflação nos atuais níveis, 5,63% ao ano e déficit primário dentro dos níveis de R$ 231 bilhões, há margem para o Banco Central promover queda da taxa Selic ao longo do ano ao nível de 12,75%, apenas um número de referência, para evitar a recessão e conviver com a inflação aos níveis próximo da meta do próprio Banco Central.  
          A queda de braço entre o Presidente Lula e o Campos Neto, exposto pela grande imprensa, sobre a taxa básica de juros Selic, em níveis políticos, é altamente prejudicial ao País.   Presidente Lula deveria saber que em todos os países desenvolvidos, a independência do Banco Central é inquestionável.  Uma coisa é política econômica somado à política fiscal e outra coisa é a política monetária.  
          Os países em que um Presidente da República tentou se meter na política monetária, se deram muito mal.  A Grécia, no passado, entrou em default  pela gastança na Olimpíada e a Turquia, mais recente, de um governo forte, a inflação anualizado bateu 55,2% no mês de fevereiro.  E a nossa vizinha Argentina, a inflação bateu 100% no último mês!  
            A última notícia de fonte internacional, há previsão de anúncio de alta da taxa de juros nos Estados Unidos e  na União Europeia.   Vamos colocar as barbas no molho e esperar o que vem por aí !
             
             Ossami Sakamori

terça-feira, 21 de março de 2023

Lula vai ao encontro do Xi Jinping

À véspera da viagem do Presidente Lula à Chin com comitiva composta de 30 parlamentares e mais de 250 empresários e pessoas ligas à iniciativa privada, o Presidente da China, Xi Jinping, está desde ontem, em viagem à Rússia, com permanência por três dias.  A Rússia é o principal aliado da China, sobretudo em troca comerciais que vai de commodities, incluído petróleo às matérias primas necessárias para equipamentos militares.  Com bloqueio econômico do Ocidente contra à Rússia, em razão do conflito Ucrânia x Rússia, o comércio bilateral aumentou em 34% no ano passado, segundo a grande imprensa.  Isto é o clima em que o Presidente Lula encontrará ao ser recebido pelo Xi Jinping.

            Para o Brasil, a China é comprador importante de produtos agropecuários e de minério de ferro e são vendedores de produtos industriais para o Brasil e de participação de capitais financeiros em empresas brasileiras.  O exemplo está a gigante Huawei que fornece equipamentos e tecnologia de 5ª Geração para principais operadoras de telefonia do Brasil.  Outra empresa de expressão é a CTG, a segunda maior geradora de energia do Brasil e tem investimentos em 17 hidrelétricas e 11 parques eólicos, com capacidade instalada de 8,2 Giga-watts. 

           A China tem extensão territorial de 9.597.000 Km2 e 1,410 bilhões de habitantes, enquanto o Brasil tem 8.516.000 Km2 para uma população de 214 milhões de pessoas.   A China logrou o desenvolvimento em todos os campos, desde que foi fundado a República Popular da China, pelo líder Mao Tsé-Tung, em 1949, e que governou o país até sua morte em 1976.  A principal característica, no meu entender, é que China investiu em formação de pessoas, sobretudo de engenheiros a cada ano, 20 mil no Brasil ante 300 mil engenheiros na China, com tendência de alcançar 600 mil engenheiros por ano nas próximas décadas, segundo governo chinês.  Conclui-se que a evolução da tecnologia na China não veio "por acaso".

           Hoje, a China do Xi Jinping é a segunda economia do mundo e detentor de tecnologia de última geração.  Em matéria de infraestrutura, a China é cortado pelos trens de alta velocidade de norte a sul e de leste a oeste.   A capital é conhecido como Pequim ou Beijing (lê-se péi jin), situado ao norte do país, no entanto o centro financeiro é a cidade de Shanghai, onde, também, está instalado a sede do Banco de Investimento BRICS, cuja presidência vai ser exercida pela ex-presidente Dilma Rousseff, acatando o rodízio entre países membros.  

          Dentro deste contexto que a comitiva do Presidente Lula terá encontro com o líder chinês, Presidente Xi Jinping.  Como pode ver em breves comentários, acima, a relação bilateral, entre Brasil e China é de fundamental importância para desenvolvimento de ambos países. Espero que, dentro da diplomacia global, seria de conveniente, o Presidente Lula não se meter em geopolítica do Presidente Xi Jinping, que está expandindo em direção ao Oriente Médio, fazendo até conciliação entre Irã e Arábia Saudita.  Não tomar partido em relação ao Taiwan, antes província da China continental, que é um assunto muito delicado, seria um gesto importante na reunião entre dois líderes globais. 

            Apenas como curiosidade, o chinês usa cerca de 5.000 ideogramas, enquanto no alfabeto latino se usa 25 letras.  Ainda assim, uma boa parte da população são analfabetos funcionais, inclusive o Presidente Lula.   Há que respeitar o povo chinês e em especial o presidente Xi Jinping, se quiser manter e ainda ampliar as relações comerciais com a China.    

           Ossami Sakamori           

segunda-feira, 20 de março de 2023

A crise financeira global e as consequências no Brasil

 

Imagem da sede do grupo financeiro UBS

Há opinião unânime no mercado financeiro brasileiro de que as instituições financeiras brasileiras, os bancos em especial, não sofrerão reflexos da crise financeira iniciada com a quebra do banco americano Slicon Valley Bank e do socorro ao Suisse Banque pelo Banco Central Suíço, na última semana.  O pensamento otimista dos brasileiros tem destoado da realidade do mercado financeiro global.  A última notícia, desse domingo, dia 19, é de que o Suisse Bank está sendo vendido a um outro Grupo financeiro suíço, a UBS pelo valor quase simbólico de US$ 3,2 bilhões.    

          Desde 1944, na reunião de Bretton Wood, que mundo ocidental e cooptados pelos países orientais em promover cooperação internacional através das instituições monetárias, facilitando a expansão do comércio internacional, implementar a estabilidade dos câmbios e contribuir para a instituição multilateral de pagamentos.  À época, os Estados Unidos que tinham saído vencedores na II Guerra Mundial, ditou as regras e o mundo passou ao uso de "dólar americano" como referência nas transações comerciais e financeiras.   Desde então, nada mudou, com exceção da exclusão da Rússia do sistema de compensação SWIFIT, desde 26 de fevereiro do ano passado.    A medida que veio facilitar as trocas comerciais de produtos e serviços, está servindo agora para rápida disseminação de crise econômica e financeira.

          Desde então, 1944, o FED - Federal Reserve, o Banco Central americano além de ditar as regras no mercado financeiro americano e informalmente, influi nas decisões dos Bancos Centrais do mundo todo.   No último dia 10, sexta-feira, o FED tomou medidas que, na prática, significa intervenção informal,  liberando os recursos do "Fundo Garantidor de Créditos" aos correntistas do falido Silicon Valley Bank, o SVB.  Como efeito dominó, à cise no SVD, o Suisse Bank entrou em dificuldade de liquidez e contou com a intervenção informal do Banco Central e posterior venda ao SVD, efetivado ontem, domingo.  A transação ocorreu no domingo, tamanha a gravidade da situação.  

       Dentro deste contexto, como  afirmei em matérias precedentes, duas consequências poderão advir aos investidores e setores produtivos brasileiros, o respingo ao sistema financeiro brasileiros, incluídos aos fintechs que operam como sistema financeiro informal, sem proteção do Banco Central.  As moedas digitais, também, serão atingidos fortemente, ao contrário do que a imprensa afirma.  Com prudência, é recomendado, transferir o dinheiro aplicado em moedas digitais e aplicações não supervisionados pelo Banco Central do Brasil.  

           Para o setor agropecuário, a atenção volta-se ao preço de commodities, que será afetado, indistintamente.  O preço do petróleo já sofre grande perda em relação à última alta proveniente do conflito Ucrânia x Rússia, o barril do petróleo tipo Brent, cotado próximo de US$ 70 cada barril.  Por precaução, guardem suas economias em instituições financeiras brasileiras sólidas, entre elas a CEF e BB.

          A boa notícia é que a Petrobras deverá baixar o preço dos combustíveis devido a baixa do petróleo no mercado internacional.   Não há desculpa nenhuma para que isto não venha ocorrer!   Bem... a baixa do preço da "picanha", vem depois!

          Ossami Sakamori                

domingo, 19 de março de 2023

Petrobras deveria baixar os preços dos combustíveis

 

O preço do petróleo no mercado internacional sofreu forte queda nessa última semana.  Na sexta-feira, estava sendo contado a US$ 72,50 cada barril, do tipo Brent, que serve de referência mundial.  O mesmo barril bateu o pico de US$ 127,98 em março de 2020 e na recente crise, um valor próximo.  O preço do petróleo é administrado pelo cartel do petróleo denominado de OPEC - Organização de Países Exportadores de Petróleo), composto por 13 membros, cuja Organização o Brasil não faz parte.

          Brasil tem reserva do petróleo estimado entre 176 bilhões a 270 bilhões de barris de petróleo do tipo WTI que  significa petróleo pesado produzido na principal região petrolífera dos Estados Unidos.  Na cotação na Bolsa de Nova York, conhecido como NYMEX, a cotação refere ao petróleo pesado.  A reserva de petróleo do Brasil é do tipo WTI, o mesmo tipo da bacia do pré-sal da costa ocidental da África.   Pré-sal não é exclusividade do do Brasil

           Feito esta explicação básica, de que o petróleo extraído pela Petrobras é de qualidade inferior aos dos árabes e o custo de produção comparado com o petróleo leve do Oriente Médio, nem se compara, porque o petróleo dos árabes é extraído no solo e de quebra o óleo é do tipo leve, a mais cara.   A Petrobras, possui direito de exploração de cerca de 70% da reserva conhecida como pré-sal brasileiro.   Cerca de 30% foram concedidas às empresas estrangeiras, mediante "bônus" irrisórios, que sabidamente correu vantagens ilícitas.

         Da maneira exposta, dá a impressão de que o Brasil é auto suficiente em petróleo, mas não é.  O País produz petróleo, em volume, superior à demanda nacional de cerca de 3,7 milhões de barris/dia, no entanto, o Brasil produz cerca de 4 milhões de barris/dia de petróleo do tipo pesado, o WTI, que não serve para processar nas refinarias brasileiras.   Em matemática, a conta fecha, mas na prática, não fecha.  

         As refinarias do País, que são mais de 10 unidades, processam somente o petróleo do tipo Brent, o do tipo leve.  Nenhuma refinaria do Brasil processa o petróleo pesado ou do tipo WTI.  Todas refinarias do País foram construídas antes da descoberta do pré-sal, razão pela qual não processa o petróleo do tipo pesado.  Quando da construção da Refinaria Abreu e Lima, no Pernambuco, cogitou-se em construir o segundo "trem" (linha de produção) que refinasse o petróleo pesado, em associação com Nicolas Maduro, mas a refinaria acabou não saindo do papel.  Ademais a própria refinaria Abreu e Lima custou à Petrobras, mais de 4 vezes o preço normal, ao invés de R$ 20 bilhões, custou R$ 80 bilhões, grosso modo. 

         Veja que loucura que é a movimentação do petróleo para o consumo interno no País.   Brasil exporta a totalidade do petróleo produzido no "pré-sal" e importa quase a totalidade do petróleo para ser processado nas refinarias do País e complementa com os combustíveis já refinados, pelas gigantes da área do petróleo, para o consumo no País.  A Petrobras promove o "passeio" do petróleo, o do tipo pesado na ida e do tipo leve na volta.    

        A Petrobras, a matriz, brasileira nem compra e nem vende o petróleo.  A empresa faz a compra de petróleo leve e a venda o petróleo pesado Petrobras Netherlands B.V., subsidiária integral Petrobras na Holanda.  As operações de petróleo "spot", isto, é, pronta entrega, são feitas pelo escritório da filial holandesa em Singapura, um paraíso fiscal.  Curiosamente, a Petrobras possui 50% de uma refinaria em Okinawa no Japão, sabe lá, porque razão.  

           As participações minoritárias da Petrobras nos poços do pré-sal da costa ocidental africano, um ativo importante, foi comprado pelo notório grupo financeiro brasileiro, no governo Dilma, cuja compra foi paga à Petrobras com os próprios dividendos das participações no pré-sal africano.  A desastrosa compra da Refinaria Pasadena que deu prejuízo de cerca de US$ 900 milhões, nem os custos R$ bilionários na construção do Complexo COMPERJ e só ficaram na contabilidade.   O maior escândalo da época, foi a encomenda de plataformas marítimas, não entregue ao grupo de empreiteiros denominado Sete Brasil, que se encontra em recuperação judicial.    

           Escândalos à parte, a Petrobras é uma Companhia altamente lucrativa, cujo horizonte de serviços está longe de terminar.  Mais recente, descobriu-se que o Brasil tem  campo com exploração mar a dentro, denominado de "Campo equatorial", que vai de Rio Grande do Norte ao Amapá.                   Mesmo no tempo de hoje, o gás produzido nas plataformas marítimas do pré-sal, 60% é reinjetado por não terem gasodutos suficientes para fazê-lo chegar ao mercado consumidor.   Na contra mão, o Presidente Lula promete construir gasoduto para os argentinos.          

         A Companhia, a Petrobras, que já pagou dívidas oriundas dos investimentos superfaturados e ainda assim distribuiu dividendos $ bilionários aos acionistas, pelo então governo militar do Presidente Bolsonaro e com a volta do petróleo ao preço normal de antes, o governo populista do Presidente Lula, deveria baixar o preço dos combustíveis aos níveis dantes do conflito Ucrânia x Rússia.   Claro, antes da "picanha" chegar na mesa dos trabalhadores.  

              Ossami Sakamori    

sábado, 18 de março de 2023

Economia congelante vem com força total !

 

Quem pensa que a crise financeira global dessa ultima semana já foi extirpada, com medidas pontuais tomadas pelos Bancos Centrais das principais economia do mundo, com a liquidação do Silicon Valley Bank pelo FED e o socorro dado ao Credit Swiss Group pelo Banco Central Suíço e ainda o anúncio do Banco Central Europeu com a disposição de não deixar alastrar a crise financeira global, está totalmente equivocado.

           No dia 4 de fevereiro fiz matéria sobre uma possível crise financeira que estava por vir, baseado em análise da situação econômica dos países do primeiro mundo,  Economia global congelante! ,porém, acabou acontecendo de sexta-feira, dia 10, para cá.   Infelizmente, o problema de liquidez bancária dos países do primeiro mundo, vem como efeito "rebound" ou virá como efeito "rebote" no sistema financeiro brasileiro.  O Brasil já passou pela fase de "concentração bancária" no período de implantação do plano Real e que prevê um sistema de fiscalização eficiente, mas o efeito "rebote" da crise financeira mundial virá com força total.  Desta fez, não será como "marolinha" referida por Lula, na crise financeira global de 2008.  

           Infelizmente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não é da área econômica ou financeira, como era o ministro da Economia do governo anterior, o operador de mercado, Paulo Guedes.  Numa situação desta, no furacão da crise financeira global, o presidente do Banco Central, Campos Neto, tão criticado pelo Presidente Lula, com certeza, encontrará uma solução de "apagar incêndio" das instituições financeiras brasileiras, de modo o mais adequado possível.   Nem assim, o Campos Neto, antes diretor de uma instituição financeira, será capaz de solucionar "todos" os problemas decorrentes da crise financeira global de 2023.   

           A essa altura, os palpites do Presidente Lula, na política monetária, só tem servido para tumultuar o mercado financeiro brasileiro que encontrará uma situação delicada nos próximos dias.  Comentarei nas próximas matérias, o desdobramento ou os desdobramentos do episódios narrados na economia global e nacional.  

           Enfim, o inverno, para o Brasil, está chegando muito antes e a economia congelante está vindo com a força total.   

          PS: Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad anunciou o seu "arcabouço fiscal" ou a "política fiscal".  Como previsto por este blog, está previsto para 2023, um "déficit primário" ou o rombo fiscal de R$ 231 bilhões e estabilização da dívida pública em 2026, que representa déficit nominal "zero".   Como diz, caboclo do interior, estabilização da dívida pública zero, "nem morto" ! 

            Ossami Sakamori   

sexta-feira, 17 de março de 2023

Arthur Lira será o homem forte do Governo Lula


Já estamos no meio do mês de março e o País não tem ainda o sua política fiscal, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, insiste em chamar de "arcabouço fiscal", contrariando a tendência global de denominar de "política fiscal" ao assunto pertinente aos gastos do Governo federal, excluindo os serviços da dívida pública, que compõe de juros e amortização do endividamento público federal.  

        O Brasil está caminhando sem referência, sem rumo, apenas com os olhos no passado, pelo retrovisor, baseado na referência aos gastos do governo Bolsonaro.  Fernando Haddad quer reinventar a roda, querendo impor um novo teto dos gastos públicos, porque o teto dos gastos  limitados pela Emenda Constitucional 95 de dezembro de 2016, não é suficiente para tamanho de demanda de 37 ministérios, loteado que foi aos aliados políticos do Presidente Lula.

       Esquece, o ministro Fernando Haddad que qualquer emenda ao Orçamento público deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional.  E, a pior notícia é que o Presidente Lula não tem maioria absoluta, 2/3 dos votos dos deputados e senadores para aprovar qualquer Emenda Constitucional.  Vide, composição do Congresso Nacional pelos partidos.

             

          O projeto de alteração do Orçamento Federal, que foi aprovado em 2022, com acréscimo de valores propostos pelo Governo de Transição, no montante de R$ 145 bilhões, deverá sofrer adaptações para uma nova composição de ministérios que, de 26 do Governo Bolsonaro, passou para 37 no Governo Lula.   Enquanto não vem a aprovação do novo Orçamento Federal, o Poder Executivo, faz a "gambiarra" como pode, fazendo que os novos ministérios constituídos, utilizem as verbas e estrutura da Secretaria Geral dos ministérios pais, numa situação "bizarra".   Como afirmou a ministra de ministra de Promoção da Igualdade Racial, Anielle Franco, que para ela "estava bom", com uma cota de verba de R$ 100 milhões ao ano, que fora aquinhoada, na nova estrutura informal do Governo Lula.  
          Assim, de promessa em promessa, o ministro Fernando Haddad, levou o assunto ao Presidente Lula para decisão final, vírgula.  Porém, como dito acima, o "arcabouço fiscal" que é o mesmo que "política fiscal" deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional para entrar em vigor, com todos os efeitos na plenitude.   Com certeza, para a aprovação da nova política fiscal, aprovada inicialmente no apagar de luzes de 203, ainda no Governo Bolsonaro, terá muita dificuldade e negociação. Pelas experiências vividas, muitas emendas parlamentares serão necessários para aprovação da nova "política fiscal" a vigorar em 2023, com alterações e um Orçamento fiscal de 2024, que deverá ser apresentado até o dia 15 de abril para apreciação do Congresso Nacional em julho de cada ano.  
         Sem maioria no Congresso Nacional, o Presidente Lula, fez "acordo de interesses" com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para aprovar, com emendas de seu interesse, estes e outros projetos do Governo Lula.  Na prática, o Arthur Lira será como o Primeiro Ministro, para viabilizar o Governo Lula até o final do mandato, rompendo a barreira dos petistas raízes.   Isto, vai dar muito o que falar, nos bastidores do Partido dos Trabalhadores. 

            Ossami Sakamori

quinta-feira, 16 de março de 2023

O Presidente Bolsonaro pisou na bola!

 

Não aguento mais, assistir, repetidamente, notícias na grande imprensa sobre o destino do suposto presente dado pelo Rei da Arábia Saudita, uma das maiores fortunas mundo ao ex-presidente Presidente da República, Jair Bolsonaro.  Fala-se em R$ 16,5 milhões, que é um valor expressivo para nós, os pobres mortais, porém para o príncipe saudita é como uma "despesinha" comparado a sua fortuna pessoal.   

           Apesar de presente ser de caráter pessoal e também, um valor expressivo num país pobre como o Brasil, comparado à fortuna do Rei da Arábia Saudita, que tem a segunda maior reserva de petróleo do mundo, estimado em 267 bilhões de barris do tipo Brent, no quadro em que a Venezuela ocupa a primeira posição com 302 bilhões de barris, do tipo pesado.  Fiz um cálculo, por alto, a reserva saudita, no preço de ontem, valeria US$ 20 trilhões ou R$ 110 trilhões.   Isto é fortuna pessoal do rei da Arábia Saudita.  

        Se o presente do Rei da Arábia Saudita, foi pego na alfândega do aeroporto brasileiro, sem declaração formal, pelos portadores, como tentativa clara de enganar a Receita Federal, como fazem muitos viajantes, tentando burlar o fisco, aplica-se o rigor da lei.  Desta feita, o então Presidente Bolsonaro "pisou na bola" vergonhosamente.  Que o presente fosse confiscado e fosse leiloado como são feitos com as mercadorias apreendidas e o ex-Presidente da República respondesse perante a justiça brasileira, tão igual quanto os reles cidadão brasileiro.  Nada de passar mão na cabeça!

        A grande imprensa sugere que o presente do Rei da Arábia Saudita fosse devolvido para ele.  Isto, se ocorresse, seria de uma descortesia tamanha que poderia terminar num vergonhoso "incidente diplomático".  Imagina, um presente dado em caráter oficial, fosse devolvido, independente do significado daquele.  Seria como um erro "em cima" do outro!  

      A própria grande imprensa, a tradicional revista Veja, postou matéria sobre os objetos de valores no cofre do Banco do Brasil onde foram guardados os presentes recebidos pelo então Presidente Lula.  Imagino que os  presentes guardados no cofre teriam sido de caráter pessoal para com o Presidente da República, de então.   Embora, eu ache "um absurdo", se as coisas se acham dentro da legislação brasileira, não tem porque contestar.       

         Isto está acontecendo no meio da maior crise econômica financeira, desde 2008.  E, a grande imprensa brasileira está deixando de comentar sobre eventual ou quase certo reflexo da crise mundial ao mundo econômico/financeiro brasileiro.  Ontem, mesmo, houve a quase quebra de mais um grande banco europeu, o Credit Suisse, socorrido a tempo pelo Banco Central Suíço em mais de US$ 54 bilhões ou equivalente a cerca de R$ 280 bilhões!   Haverá repercussão no mercado financeiro brasileiro, que comentarei em outra matéria.

      Seja como for, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, pisou na bola, sobre o episódio narrado.  Que as autoridades constituídas no País, tomem medidas cabíveis para a situação, sem delongas!      

         Em tempo:  Pisar na bola é um termo popular que diz respeito a algum deslize, que cotidianamente, nós próprios o cometemos.  

       

            Ossami Sakamori 

quarta-feira, 15 de março de 2023

Lula, não se meta onde não é chamado!

 

Na próxima quarta-feira, o COPOM se reúne para definir a taxa Selic, a segunda deste ano.  A expectativa é de manter a atual taxa Selic de 13,75% e com perspectiva de terminar o ano com a taxa de 12,75% e com previsão de manter a taxa para 2024, em 10,00%.   A reunião acontece para analisar e definir séries de medidas pontuais da política monetária que não vem o caso para as pessoas fora do COPOM e ficar especulando e palpitando.   O Banco Central, como em todos países desenvolvidos, cuida da política monetária, a quantidade de  moeda em circulação, para garantir o "poder de compra" dela, apertando ou afrouxando a liquidez do sistema monetário.

          A reunião do COPOM acontece no meio ou no início de uma nova crise financeira global, devido a quebra do SVB, Silicon Valley Bank, dos Estados Unidos, por falta de liquidez ou falta de dinheiro para solver os saques dos clientes.  Outros bancos de menores expressões dos Estados Unidos estão caminhando para a mesma situação, a de quebra.   Com experiência que teve no episódio de quebra do Lehman Brothers em 2008 e consequências nefastas no mercado global, o FED agiu rápido e garantiu o saque de até US$ 250 mil para cada depositante, recurso do Fundo Garantidor de Crédito dos Estados Unidos, para tentar segurar a crise.  

         Lá como cá, o Banco Central do Brasil é responsável pela "política monetária" do País, independente do Governo federal.  O Governo federal cuida da "política econômica", que o novo ministro de Fazenda, Fernando Haddad  o denomina de "arcabouço econômico".  Brasil do Lula não tem definido, ainda, no terceiro mês do seu governo, a "política econômica" do seu governo.  Além de não ter definido o seu "arcabouço econômico" ou "política econômica", ainda está por definir a "âncora fiscal", que é a mesma coisa que a "política fiscal".  Política fiscal é a que define quanto o governo pretende arrecadar e onde buscar este dinheiro.   Isto ainda não está claro, com uma vaga promessa vaga de que nos próximos meses deveremos tê-la.  

          A ausência de uma "política econômica" e "política monetária" definida, ainda, pelo Governo federal, não credencia o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o Presidente Lula, criticar sobre os juros do Banco Central, a taxa Selic, como altos.   Isto, apenas mostra, a ignorância e despreparo do Governo federal para enfrentamento de uma "política econômica" e uma "política fiscal", sustentáveis, ao em vez de "se meter" onde não é chamado. Que cada lobo que cuide do seu "galinheiro" e pronto!

          Presidente Lula, já estamos no terceiro mês do seu governo! E, com crise financeira batendo às portas da economia brasileira,  há que mostrar a sua "política econômica", ao invés de criticar o  governo anterior e tentar se meter onde não é chamado, no COPOM do Banco Central.

             Ossami Sakamori 


terça-feira, 14 de março de 2023

Fernando Haddad pensa que é mágico

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nos faz de trouxa ao tentar convencer de que a solução para o País está no seu "arcabouço fiscal", que nada mais é do que uma "política fiscal", no jargão conhecido pelo mercado financeiro global.   E, fico mais triste ainda ver os comentaristas econômicos dos principais meios de comunicação aceitarem e  embarcarem numa tremenda peça de teatro.   No sentido literal da palavra, ambos, o arcabouço fiscal ou política fiscal, podem estar representando a mesma coisa, a conta do Governo federal, considerando receitas e despesas, o que em macroeconomia seria correto dizer "política fiscal" para que todos tenham o mesmo entendimento sobre o tema e não pensar que vai sair algum coelho da cartola.

            Após assistir algumas entrevistas do ministro Fernando Haddad, pelo meio de comunicação, compreendi que ao tentar explicar a política fiscal, o que ele quer mesmo é fazer mudança no teto dos gastos públicos, regulamentado pela Emenda 95, do governo Michel Temer, idealizado que foi pelo ministro da Economia, Henrique Meirelles.  O objetivo foi de limitar os gastos públicos aos níveis de 2016, corrigido pela inflação, o IPCA do período subsequente.   À época, o ministro da Economia, Meirelles, quis ganhar a credibilidade do mercado financeiro nacional e internacional, perdida que foi pela quebra da economia brasileira no período 2014/2015.  

        O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sabe que pelas promessas feitas pelo Presidente Lula, o teto dos gastos públicos previstos na Emenda 95, não será insuficiente para cumpri-la.  Ele quer substituir a Emenda 95 pelo novo "arcabouço fiscal", onde o parâmetro para gastos públicos fique atrelado ao nível da dívida pública ou modificar a Emenda 95, acrescentando, além do índice da inflação, a variação do PIB no período subsequente ao ano de 2016.   Atrelar os gastos públicos ao nível de endividamento, que é outra ideia exposta por ele, é totalmente inviável.  Seria como cavar buraco mais profundo do que é, para caminhar para situação de default ou de falência do País.   A segunda possibilidade, a de acrescer ao teto dos gastos públicos, a variação do PIB, além da inflação, seria uma "política fiscal" viável, no meu entender.

           O ministro da Economia, Fernando Haddad, deveria ser mais explícito nas suas entrevistas sobre o seu "arcabouço fiscal", que é o mesmo que "política fiscal", ao invés de vender ilusões para um problema muito sério do País, que é o volume de gastos públicos do Governo federal que já representa cerca de 33% do PIB ou 1/3 do Produto Interno Bruto do País.  Lembrando que para cada aumento de gastos públicos, vem o correspondente aumento de carga tributária.  

         Além de tudo, falta combinar com o Congresso Nacional, as mudanças nas regras, da atual Emenda 95, a serem aprovados no Congresso Nacional, composto pela maioria pelos partidos de oposição.   A minha percepção é de que o ministro Fernando Haddad não mostra capacidade suficiente para convencer os congressistas para eventuais mudanças nas leis, como ele pretende.  O agravante é que estamos no meio de crise financeira global, a pior desde 2008, iniciada na sexta-feira passada.   Fernando Haddad encarnou a figura do mágico, estimulado pela Simone Tebet, a ministra do Planejamento.

             Ossami Sakamori

              

segunda-feira, 13 de março de 2023

Uma nova crise financeira de 2008 ?

 

Acordei hoje, com olhos no mercado financeiro internacional, após a quebra do SVB - Silicon Valley Bank dos Estados Unidos, na sexta-feira, dia 10.   Respirei aliviado que, os principais índices do mercado de ações do mundo, de leste a oeste, estão operando em ligeira baixa, mas dentro da normalidade, se considerar o tamanho do estrago que o episódio poderia ter causado ao mercado financeiro global, incluindo ao do Brasil.  

      O motivo da relativa calmaria, momentânea, é a intervenção do FED - Federal Reserve no SVB, ao contrário do que aconteceu em 2008, quando da quebra do Lehman Brothers, sem que houvesse intervenção do Banco Central americano.  Naquele episódio, o resultado da quebra do banco americano acabou contaminando o mercado financeiro global num "efeito cascata", terminando em uma das maiores crise financeira global desde a II Guerra Mundial.  

           A repercussão global do episódio SVB ainda está por vir, com os estouros das bolhas do mercado de digital, onde o mundo parecia resumir em "startups" e o mercado tradicional de comércio físico ou virtual pareciam estar marginalizado do sistema tradicional de troca de mercadorias e ou serviços.   É certo que os "startups" representam um elemento essencial e necessário para dar dinamismo ao comércio de produtos e serviços, mas continuam sendo apenas o "meio", assim como continuará, também, sendo apenas o "meio", o sistema financeiro mundial e brasileiro.

      Uma chacoalhada como essa, de tempo em tempo, é necessário e saudável para que as coisas andem, cada um no seu segmento, o comércio de mercadoria e de serviços, dinamizados e otimizados pelo mercado financeiro e de tecnologia de informação.  Grandes avanços tecnológicos, ainda estão para vir, com o mercado de chips sendo aperfeiçoado pela "nanotecnologia".   Este último termo, inventado por este que escreve, para descrever a tecnologia que vai adentrar às moléculas.

          Por enquanto, Jerome Powell salvou SVB, mas, vamos ficar atentos ao sistema financeiro nacional, altamente expostos aos riscos, em seus ativos financeiros, como aplicados em empresas, antes consideradas sólidas, como a Americanas.    E, considerar que a tecnologia de informação não é fim, mas sim, o meio para desenvolvimento do mundo.

          Ossami Sakamori