Estratégia muito bem bolada pelo ex-ministro do governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, mentor intelectual da salvação do presidente Lula de um eventual impeachment à época da denúncia do mensalão,então feita pelo deputado Roberto Jefferson. O resultado da estratégia está produzindo efeito, agora no julgamento do processo 470 no STF.
Primeiro tento do ministro Márcio Thomaz Bastos foi ter conseguido já na fase de investigação, isolar o presidente Lula do processo de mensalão, fazendo o então ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil, assumir oficiosamente o processo das supostas compra de votos dos parlamentares.
Segundo tento do ministro Márcio Thomaz Bastos foi de transformar o episódio de roubalheira explícita em pagamento de dívidas de campanhas eleitorais dos parlamentares das bases aliadas. O povo foi nessa de compra de votos. Mas, não foi. O episódio conhecido pelo mensalão nada mais foi do que democratização da roubalheira explícita. Márcio Thomaz Bastos está a conseguir convencer os ministros do STF de que não foi roubalheira, mas sim, pagamento de dívidas de campanhas eleitorais.
Terceiro tento do ministro Márcio Thomaz Bastos foi de construir a tese de pagamento de dívidas de campanhas com o Caixa 2, agora denominado de pomposo nome de "dinheiro não contabilizado". Diante da lambança produzida pelos operadores do mensalão, ou democratização da roubalheira, optou-se pela pena menor, o de "crime eleitoral". Todos serão condenados, mas na prática receberão o benefício da absolvição pela decadência do prazo prescricional.
Terceiro tento do ministro Márcio Thomaz Bastos foi de que o suposto crime de lavagem de dinheiro não se configurou nas denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal, que apenas disse que os empréstimos do PT eram fraudulentos. Os empréstimos não eram falsos, sob luz da legislação brasileira. O Ministério Público Federal poderia ter ido atrás de provas, de que os empréstimos do PT, em nome do Marcos Valérios foram pagas no exterior, o que configura lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Instrumentos para investigação tinham nas mãos do MPF, via DEA do governo americano. Não se fez isso. Não se sabe se foi proposital ou não. Na dúvida, vamos considerar que foi incompetência do MPF.
Independente do resultado do julgamento do STF, que certamente vão sobrar para o Marcos Valério e Delúbio Soares, réus confessos, além de outros bagrinhos, vamos analisar sob ótica da moralidade pública. O partido da presidente Dilma e do presidente Lula, vão rir à toa, com a absolvição dos membros do partido, como se trunfo fosse, a roubalheira explícita que se deu o nome de carinhoso de mensalão. E assim, vai perpetuando a roubalheira explícita do dinheiro público, via, agora oficiosamente chamado de dinheiro não contabilizado (sic). Em outros artigos tratarei de outras roubalheiras explícitas com a mesma denominação de "dinheiro não contabilizado", agora permitido.
Só para lembrar que o presidente da Alemanha teve que se afastar do poder, por suspeita de ter recebido dinheiro não contabilizado de US$ 1 milhão. Quem está sob mira do MPF é o ex-presidente Nicolas Sarkozy da França, por ter suspeita de ter recebido dinheiro não contabilizado de US$ 1 milhão de uma empresária do ramo de perfumes, que na primeira semana fora do poder teve sua residência e seu escritório devassados pela Polícia Judiciária francesa. Se a moda pegasse aqui no Brasil, o presidente Lula já estaria condenado, pelo menos moralmente, defenestrado da política.
Brasil é um país maravilhoso! Maravilhoso para agentes públicos que continuam roubando descaradamente, sob manto da impunidade. Até quando vai isso?
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi prof. da UFPR
Twitter: @sakamori10
2 comentários:
É realmente uma ofensa sem limites o que o STF está fazendo nesse julgamento, pelo fato de não acatar a entrada no rol dos processados do Molusco Mor, ouvir a confissão de Caixa 2 por todos os réus, e a coisa aficar no marasmo das ondas e da suave brisa da impunidade, assim como a participação aviltante do ministro Tóffoli, claramente comprometido em sua presença no julgamento. Um verdadeiro acinte a população brasileira, que não pode nem contar com sua esfera máxima das cortes de justiça. A coisa está muito mal parada e o resultado será uma vergonha internacional no mínimo ! Sem dizer no plano nacional e nas esferas políticas do país.
Como brasileiros,eu professora,nós cidadãos,sinto-me lesada,roubada,estuprada,propriamente dito. Desde criança minha mãe ensinou a não nos apossarmos de nada que não nos pertencesse,principalmente dinheiro.Quanta ingenuidade da parte dela,que desconhecia o 'Dinheiro não contabilizado" rsrsr.Desculpe-me ,mas a esa altura do circo só nos resta rir,pq chorar nem vale a pena.
Postar um comentário