terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Previsão de indicadores econômicos para 2020


Os leitores que acompanham este blog, aguardam em cada final de ano, a previsão de principais indicadores econômicos do País para o próximo ano.  Este ano, não poderia ser diferente, sobretudo quando a economia do País parece ter encontrado o caminho de crescimento.  O Brasil, entrou à partir de 2014, em decorrência do uso político da política econômica, em situação de contas públicas insustentáveis e consequente depressão econômica, a pior dos últimos 100 anos!

A seguir os indicadores econômicos para o ano de 2020, baseado na trajetória dos indicadores do segundo semestre deste ano, 2019.  

1. Crescimento do PIB - Produto Interno Bruto, de 2020.  Com reforma da previdenciária aprovada e com reforma tributária em vias de ser aprovada em 2020, com implementação à partir de 2021, a previsão para o crescimento do País está entre 3% e 3,5%.  O número supera a expectativa dos renomados articulistas econômicos, no entanto, os outros indicadores apontam para o número apresentado por este blog.

2. Com política monetária competente implementada pelo presidente do Banco Central, Campos Neto, a  inflação deverá estar comportada ao redor dos atuais números, ou seja, ligeiramente inferior a 4% ao ano.  Não há motivo que justifique uma alta expressiva nem tão pouco uma baixa significativa.  A tendência, se continuar a atual política monetária, a expectativa para próximos anos é uma inflação decrescente no segundo semestre de 2020.  

3. Número de desemprego.  O número de desemprego medido pelo IBGE, hoje, ligeiramente acima de 12%, a expectativa é de que termine o ano de 2020, abaixo de 10%.  O País crescendo entre 3% a 3,5%, a criação de empregos, com carteira assinada, deve ultrapassar 2 milhões em 2020.  Ainda assim, o número de empregados formais, não deverá passar dos 36 milhões, número muito abaixo, em relação aos melhores indicadores que o País já vivenciou até hoje.  

4.  Dólar.  Deixei o assunto do dólar  por fim, porque o assunto traz muito polêmica e confusão por parte dos que tem pouco afinidade sobre a moeda.  O  dólar americano é referência em mais de 2/3 de todas transações do mundo, enquanto o real é referência em algumas transações com a Argentina.  Dólar alto significa real desvalorizado.  Dólar baixo significa real valorizado.
    4.1. Para leigo entender.  Enquanto as "compras" estiverem mais vantajoso fazer em Nova York do que em São Paulo, o real está valorizado demasiadamente, considerando que a cidade de Nova York é uma das cidades mais cara do mundo.  Outra referência é quando  uma viagem ao exterior estar custando mais barata que viagens dentro do País, o dólar está depreciado ou o real valorizado.
      4.2. O Brasil é superavitário em balança comercial, mas é, tradicionalmente, deficitário em conta corrente.  Balança comercial é resultado de exportação e importação de produtos.  Balança de conta corrente é balança de serviços que envolve: fretes, seguros, royalties, juros e serviços.  Brasil continua exportador de produtos primários e importador de serviços.  
       4.3. O Brasil possui uma reserva cambial robusta, cerca de US$ 356 bilhões, em 27/12/2019, porém, o número é menor que níveis de reserva de 2014, o início da "depressão econômica".  Em outras palavras, o Banco Central está tentando "segurar" o dólar, vendendo a reserva.  O País está gastando o dinheiro do "saldo médio", necessário para manter notas de classificação de créditos.  
      4.4. Diante do exposto, o dólar deve oscilar entre R$ 4 a R$ 4,50, em 2020, a não ser que haja "ocorrências" não previstas, nacional e ou internacionalmente.

5. Selic.  A taxa de juros básicos Selic, deverá manter nos níveis de 4,5% ao ano, durante todo o ano de 2020.  Com endividamento líquido do Tesouro Nacional ao redor de R$ 4,2 trilhões, o Banco Central não tem muita margem para baixar a taxa básica de juros, que é referência para pagamento de juros na "rolagem" da dívida pública federal ou dívida pública do Tesouro Nacional.  A baixa da taxa básica de juros Selic tem sido referência para direcionamento de recursos do setor especulativo para o setor produtivo.  Em algum momento, dentro da política monetária de sustentação do crescimento econômico do Banco Central, a taxa básica de juros Selic poderá experimentar o piso de 3,5% ao ano.

Acrescido a outros indicadores, como por exemplo, o número de inadimplentes no comércio, hoje em 63 milhões, os agentes econômicos produtivos e especulativos poderão redirecionar os seus investimentos no ano de 2020.  

Façam as suas apostas!

Ossami Sakamori
         

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Em 2020, o Brasil deverá ter crescimento entre 3% a 3,5%


O ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê que o País deve crescer 2,4% em 2020.  A Zaina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, um pouco mais conservadora, prevê crescimento econômico para o próximo ano em 2,3%. O presidente do Banco Central, Campos Neto, é reticente, não faz previsão para o ano de 2020, como é do seu costume em não opinar sobre previsão do futuro.  Campos Neto é responsável pela política monetária do Brasil ao lado do Paulo Guedes que é responsável pela política econômica.  A sintonia de pensamento entre ambos, o Paulo Guedes e Campos Neto, parece ser o segredo da retomada do crescimento econômico, previsto para este ano em 1,2%.

Em 2013, neste blog, critiquei a política econômica desastrada da presidente Dilma Rousseff, ainda no meio da euforia da falsa "sensação de bem estar" da população.  Critiquei duramente o subsídio de energia elétrica promovido por aquele governo, embora tenha ido na contra mão da maioria dos articulistas econômicos. A história mostrou que a minha tese estava correta.  Bem, o que ocorreu depois, os que acompanham este blog sabem muito bem.  Deu no que deu.  Em 2015, o País entrou em depressão, a maior dos últimos 100 anos!  

O País mostra algumas evidências de que o ano de 2020, deverá ter um crescimento econômico, acima das previsões dos melhores articulistas econômicos.  A venda de Natal, prevista em crescimento de 10% em relação ao Natal passado, é uma evidência palpável de que a população voltou às compras.   Embora, o dólar às alturas, acima de R$ 4,00, a inflação anda comportada nos níveis ao redor de 4%, já há alguns meses.  A criação de emprego, embora sazonal, no mês de novembro alcançou 99,2 mil, o que anualizado dá próximo de 1 milhão.  Isto parece a retomada palpável do crescimento econômico do País.  

Todos indicadores econômicos mostram crescimento sólido e robusto, sobretudo no presente semestre, o que indica que o crescimento do ano de 2020, deverá estar bem acima das previsões dos "notáveis" analistas econômicos.  Em 2020, o Brasil deverá ter crescimento entre 3% a 3,5%. Podem apostar na minha previsão!  Mais uma vez, se sairão vencedores!  

Ossami Sakamori

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Paulo Guedes: Brasil vai crescer 2,4% em 2020 !


O Ministério da Economia prevê o melhor Natal dos últimos 6 anos.  Para o País que passou por pior depressão econômica dos últimos 100 anos, a notícia é alvissareira.  Os indicadores econômicos apontam o crescimento do PIB - Produto Interno Bruto de 2019, em 1,2%, após 5 longos anos de estagnação e aumento de número de desempregados em níveis recordes.  Isto é o resultado de política econômica e política monetária implementada pelo Paulo Guedes como ministro da Economia e Campos Neto como presidente do Banco Central.  Eles estão no caminho certo.

Com inflação controlada nos níveis abaixo de 4% e taxa básica de juros Selic no nível de 4,5% ao ano, a economia do País, encontra-se em condições nunca dantes encontrada, pelo menos dentro do Plano Real.  O processo irreversível de desestatização e desregulamentação da economia e com a aprovação da reforma da previdência, trouxe otimismo no mercado financeiro e no setor empresarial produtivo.  

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou junto com o presidente do Senado Federal e o presidente da Câmara dos Deputados, a reforma tributária, para serem votados em 2020, o que trará uma nova motivação para o crescimento sustentável para os próximos anos.  Por outro lado, a credibilidade do ministro da Economia, Paulo Guedes, está em alta, muito por conta por sua determinação em diminuir o "rombo fiscal" ou o "déficit primário", condição indispensável para ganhar credibilidade no mercado financeiro nacional e internacional.  Não é por acaso que o Standar & Poor, uma das agências de classificação de riscos, melhorou a nota de avaliação de riscos do Brasil.

Paulo Guedes, ministro da Economia, em sua entrevista para a imprensa, ontem, 19, baseado em indicadores econômicos, o crescimento econômico do País para o ano de 2020, com perspectiva de alcançar 2,4% de acréscimo no PIB do Brasil.  Este blog já tinha anunciado a possibilidade de crescimento econômico do País entre 2% a 3,5% para o próximo ano.  

Paulo Guedes:  Brasil vai crescer 2,4% em 2020 !

Ossami Sakamori

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Selic de 4,5% é prenúncio de um "círculo virtuoso".


Ontem, dia 11, o Copom - Comitê de Política Monetária do Banco Central se reuniu e estabeleceu a taxa básica de juros Selic em 4,5% ao ano, como já estava previsto pelo mercado financeiro e maioria dos articulistas econômicos.  Apesar da taxa básica de juros Selic ser menor desde que vigora a inflação sob regime de metas implementada há 20 anos, o resultado é decorrente da estabilidade da inflação nos níveis abaixo de 4% ao ano.  A inflação anualizada é a menor dos últimos 20 anos, também. 

O resultado da inflação baixa é decorrente de dois fatores principais: 1) A contenção dos gastos públicos dentro do teto dos gastos públicos limitado ao de 2016, corrigido pela inflação do período.  O ministro da Fazenda do governo do Temer, diante da situação explosiva e quase incontrolável, estabeleceu o "engessamento" dos gastos públicos por período de 20 anos.  2) O brutal índice de desempregos, a maior desde a criação do Plano Real.  Cerca 50 milhões de força de trabalho, dentre 110 milhões, vivem em uma das seguintes situações:  desempregados, desalentados, nem-nem e subempregados.  O número de empregados formais com carteira assinada, do período antes da crise econômico mundial de 2008, de cerca de 50 milhões, baixou para o atual 33,4 milhões.   Nesse mesmo período, o número de inadimplentes no comércio cresceu para 62 milhões de pessoas negativadas no Serasa ou no SPC.  Desta forma, conclui-se que a contenção de inflação foi por falta de poder aquisitivo da população brasileira.  

O ministro da Economia Paulo Guedes, vem administrando os gastos públicos, dentro da LDO de 2019, aprovado no governo Temer.  O "rombo fiscal" ou o "déficit público, previsto na LDO que era de R$ 139 bilhões vai terminar o ano ao redor de R$ 80 bilhões, menor do que previsto, em decorrência do dinheiro extra obtido com o ágio no leilão da "cessão onerosa" do pré-sal.  Na outra ponta, o presidente do Banco Central, Campos Neto, vem conduzindo a "política monetária", com independência, mas em "sintonia fina" com a "política econômica" do Paulo Guedes.  A "sintonia fina" explica-se pela origem de ambos, que eram gestores do mercado financeiro antes de assumir as respectivas funções públicas. 

O resultado é que, as operações de fusões e aquisições, até novembro, segundo Transactional Track Record, atingiram total de R$ 275 bilhões, 10,2% acima de 2018.  Desse total, cerca de 60% das transações se referiam aos grupos estrangeiros, correspondente a cerca de R$ 161 bilhões.  A seguir a mesma trajetória deste ano, o ano de 2020, é de se esperar investimentos do setor produtivo muito acima do que estão sendo feitos neste ano.  

Havendo investimento no setor produtivos significa criação de empregos formais e a criação de empregos formais significa maior consumo da população.  Maior consumo da população significa maior arrecadação dos governos em todos níveis.  Para o governo federal, maior arrecadação, significa diminuir ou eliminar o "déficit primário" ou o "rombo fiscal", um dos piores males da macroeconomia.  O crescimento econômico, pode significar para a União, a eliminação do "déficit primário" ou "rombo fiscal", um dos piores males dos fundamentos macroeconômicos.     

Para o leigo entender, desde 2014, o Brasil experimenta o "círculo vicioso" de sucessivos "rombos ficais", tal qual o cachorro querendo morder o próprio rabo.  Com enorme sacrifício para a população, o Brasil está a entrar no "círculo virtuoso", de crescimento econômico, sustentável ao longo dos próximos anos.  

Selic de 4,5% é prenúncio de um "círculo virtuoso".

Ossami Sakamori 


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Brasil deverá crescer entre 2% a 3,5% em 2020


Os renomados articulistas econômicos e a grande imprensa anunciam o crescimento econômico para o próximo ano, 2020, ao nível de 2%, após divulgação de indicadores econômicos dos últimos três meses de 2019, que em relação aos mesmos meses de 2018 apresentaram um discreto, mas um número positivo.  Todos apontam a aprovação da reforma da previdência como o principal motivo para indicação positiva dos números nos últimos três meses, no que os acompanho.  Tudo leva a crer que o ano de 2020, tem perspectiva de melhora. 

Embora a mudança na política econômica seja tímida até hoje, há uma sinalização tanto da equipe econômica como também do Congresso Nacional na mesma direção sobre a reforma tributária e um novo pacto federativo para entrar em vigor à partir de 2021.  O ministro da Economia, Paulo Guedes, faz o que pode para driblar os parlamentares no sentido de aprovar o novo modelo, o da economia liberal.  Porém, deixou para trás um dos principais pilares da reforma estruturante que seria a previdência na forma de "capitalização".  Corta-se a mão para não entregar o braço inteiro.  Felizmente, é assim que funciona a democracia, sem o "polêmico" AI-5.

O que para mim, um leigo, mas com conhecimento, o suficiente, para opinar sobre a "macroeconomia", de que a política monetária conduzida pelo Campos Neto do Banco Central, vem trazendo resultados inesperados.  A política da taxa básica de juros Selic, em níveis menor dos últimos 20 anos e adequado valor para o real, compatível para equilibrar as nossas conta do País, sem "queimar" a robusta reserva cambial, US$ 366 bilhões (no dia 3 de dezembro de 2019), tem mostrado inflação controlada e um discreto crescimento econômico (1%).   

Diante dos dados disponíveis, podemos afirmar que o Brasil deverá crescer entre 2% a 3,5% em 2020, conforme o movimento conhecido como "efeito manada", onde vai um vão todos!

Ossami Sakamori

domingo, 1 de dezembro de 2019

A carne de boi vai continuar caro !


O preço de carne teve alta expressiva na última semana, comparado com a média dos meses anteriores.  Não só a carne, mas o frango, o ovo e o pão vão sofrer altas nos próximos dias.  Há que se perguntar se esta alta é bom para o povo brasileiro ou não.  E qual será o reflexo da alta da carne na inflação.  O Banco Central é em parte responsável por isso.  Tudo isso é reflexo da "desvalorização" do real perante o dólar.  A moeda americana fechou cotado a R$ 4,24 na última sexta-feira, 29 e o preço da carne de boi não vai baixar. 

Na matéria anterior, eu disse que o dólar poderá flutuar até R$ 4,50, reportando à minha matéria de agosto de 2018.  O fato é que o resultado da balança comercial do País, exportação menos importação, deu pífio US$ 1,2 bilhão, o pior resultado dos últimos 5 anos.  O Brasil é deficitário em conta corrente com o exterior, decorrência dos serviços como royalties, seguros, fretes, turismo e sobretudo os juros da dívida pública contraído em moeda americana.  Para manter equilíbrio na conta corrente, o País deve gerar superávit robusto, não uma "merreca".  

Para leigo entender, o País gasta mais do que recebe, em dólar, na transação com o exterior.   O primeiro diagnóstico da situação é que o real estava apreciado ou o dólar estava depreciado.   Existe várias formas de aferir o valor da moeda local, fazendo comparação do preço de até com "MacDonald" em cada país, por exemplo.  Economista de renome como o Paulo Nogueira Batista já alertava que o real estava "apreciado" em cerca de 30%, à época em que o dólar estava cotado a R$ 3,50, o que daria dólar a R$ 5 atualizado para hoje.  O fato é que o dólar a R$ 4,50 não é nenhuma anomalia, mas sim apenas uma correção do rumo.

O dólar a R$ 4,50 traz alguns transtornos, como a alta do preço do carne, do pão, do frango, do ovo e de produtos importados como vinhos italianos ou portugueses.  Por outro lado, os produtos brasileiros, tanto faz produtos primários como agropecuários, turismo, minérios ou industrializados como calçados e máquinas e equipamentos que se tornam competitivo no mercado internacional com o dólar alto.  Foi assim que a China cresceu no patamar mínimo de 6% ao ano nas últimas duas décadas.  O Banco Central sob a batuta do Campos Neto parece ter despertado sobre isto.  Antes tarde que nunca! 

A carne de boi vai continuar caro !

Ossami Sakamori 


quinta-feira, 28 de novembro de 2019

O dólar poderá flutuar até o nível de R$ 4,50

Crédito da imagem: Globo

A matéria foi postada no dia de 22 de agosto de 2018, terça-feira, portanto, há mais de um ano.

O dólar poderá flutuar até o nível de R$ 4,50 


O dólar comercial fechou ontem na cotação de R$ 4,05 O dólar comercial fechou ontem na cotação de R$ 4,05.  Não tem nada que estressar com o dólar no patamar praticado nos níveis da cotação de ontem.  Em 7 de junho passado já postava neste blog matéria referente a trajetória da moeda americana: Dólar vai buscar R$ 4,16 no médio prazo .  Pela conjuntura política atual, com grande possibilidade de eleger um candidato à presidência da República de ideologia do extremo, seja de esquerda ou direita, o mercado ficou em polvorosa.  Isto é "mercado financeiro".  O dólar deve procurar um novo patamar de estabilidade.
O mercado financeiro, incluído o mercado de câmbio, dança conforme a perspectiva do futuro.  O mercado financeiro é para poucos, pode fazer fortunas em poucos dias mas pode se tornar pobre em alguns minutos. Especificamente, o movimento de ontem, foi baseado no resultado das pesquisas em que apontava a possibilidade de vitória da esquerda ou vitória da extrema direita.  O mercado financeiro aprecia o "feijão com o arroz" ou "feijão com chuchu".  O mercado financeiro espera um presidente da República que não afronte ou não invente as regras vigentes nos organismos de fomento internacional como FMI e OCDE.  

O mercado financeiro, sem uma definição clara da política econômica dos presidenciáveis, fica à mercê de especulações. Para os investidores tradicionais ou conservadores, é melhor esperar o tufão passar.  Após resultado das eleições, o mercado financeiro, incluído o mercado de câmbio, deverá traçar uma nova tendência, para cima ou para baixo. 

O mercado de financeiro, além da conjuntura política, está sujeito ao movimento de câmbio e taxa de juros no mercado internacional. Portanto, os investidores deverão ficar com os olhos voltados para dentro e fora do País.  Desde a conferência do Bretton Wood, após o término da Segunda Guerra Mundial, em julho de 1944, a moeda de referência mundial para transações comerciais seria o "dólar americano".  O dólar americano flutua ao sabor da conjuntura econômica americana e das crises políticas ou econômicas de outros países.  A nossa moeda, o real, só tem valor dentro do País. Nenhum país do mundo seria louco de aceitar o real como moeda de trocas comerciais ou de serviços.  E por estas e outras razões que os investidores nacionais e internacionais procuram o "dólar americano" como uma forma de proteção aos investimentos financeiros.  

Mas fiquem sossegados! O dólar pode subir ou baixar conforme a especulação, mas o Banco Central do Brasil tem instrumentos capazes de segurar a cotação dentro no nível que ele (Banco Central) ache razoável.  O Banco Central já utiliza os derivativos cambiais, especialmente, o swap cambial tradicional para conter a alta exagerada do dólar.  Há outros instrumentos como o "dólar futuro" e outros mecanismos não tradicionais.  E ainda, para a segurança do País, o Banco Central possui reservas cambiais robustas para "queimar" se for necessário.  Na segunda-feira, dia 20 de agosto de 2018, o Brasil possuía US$ 380 bilhões em reserva cambial. 

Não tenho bola de cristal para saber do "teto" para o dólar, que está na cabeça do Ilan Goldfajn. Para quem tem muitos anos de "janela", como eu, creio que o Banco Central vai deixar o dólar flutuar até ao nível de R$ 4,50. Se eu fosse presidente do Banco Central, atuaria fortemente para segurar o dólar neste nível.  Ao contrário de uma situação passada, em 2002, onde houve disparada do dólar sem muito controle, o Banco Central de hoje tem robustos instrumentos para o País não entrar novamente em "crise cambial".

O dólar poderá flutuar até o nível de R$ 4,50. 

Ossami Sakamori

sábado, 23 de novembro de 2019

2019, o melhor Natal dos últimos 5 anos!


Nas matérias anteriores, falei da "política econômica" e "política monetária" implementadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes e pelo presidente do Banco Central, Campos Neto.  Ambas políticas movendo-se no mesmo sentido, sem a prevalência de um sobre o outro.  Ambos, antes de ocuparem suas posições no governo, foram gestores financeiros, com larga experiência e estão colocando a economia do País nos eixos.  

Sobremaneira, após a aprovação da reforma da previdência na Câmara dos Deputados e rebaixamento da taxa de juros Selic, a menor dos últimos 20 anos, os investidores do setor produtivo, os empresários, o mercado financeiro  e a própria população parecem acreditar na consistência da política econômica e monetária do governo Jair Bolsonaro. Polêmicas à parte, como as "queimadas", os "desmatamento", as "criminalidade" e a polêmica liberação da "condenação em segunda instância", o Brasil vai retomando o seu curso natural de desenvolvimento sustentável no tempo.  Chega de voos de galinha!

As últimas notícias sobre indicadores econômicos como a criação de empregos formais, a inflação comportada no patamar menor que 4% ao ano, o crescimento do PIB trimestral móvel indicando crescimento de 2019 em torno de 1% e a taxa de juros Selic em 5% com viés de baixa, apontam crescimento do PIB em 2020, entre 2% a 3,5%. Embora, número tímido, os números indicam a saída definitiva da pior "depressão" dos últimos 100 anos. 

Certamente, o povo brasileiro vai ter o melhor Natal dos últimos 5 anos!

Ossami Sakamori

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Campos Neto, o competente presidente do Banco Central


Na matéria anterior escrevi sobre o resultado do primeiro ano da "política econômica" do governo Jair Bolsonaro, sob comando do ministro da Economia, Paulo Guedes.  Hoje, vou escrever sobre a "política monetária" do Palácio do Planalto, sob o comando sob responsabilidade do Campos Neto, ex-gestor financeiro do grupo Santander e atual presidente do Banco Central.  Para início de conversa, afirmo que o Campos Neto é muito competente no que está incumbido de fazer, o de conduzir a "política monetária" do País. 

Vamos esclarecer, antes de tudo, sobre grande confusão que fazem os melhores e renomados articulistas econômicos, que se refere ao Banco Central independente.  Independente do Palácio do Planalto?  Isto não existe nem nas maiores economia do mundo como China, Alemanha e Japão.  Os articulistas econômicos defendem Banco Central independente, baseado no modelo americano.  Vamos esclarecer, antes de tudo, que os Estados Unidos é a democracia mais longevo do mundo ocidental.  Querer imitar os americanos, sem seguir a democracia dos Estados Unidos, vigente desde 1787, é pedir demais para o povo brasileiro, que saiu do regime de exceção há 3 décadas.  Dentro deste contexto é que existe o Federal Reserve, o Banco Central independente.  

Feito o esclarecimento, voltamos ao Banco Central do Brasil, que está sendo conduzido de forma competente pelo Campos Neto, neto de um grande economista, o Roberto Campos, ministro de Planejamento do governo militar.  Os articulistas econômicos no Brasil, sempre deram importância ao ministro da Economia, isto quer dizer que sempre deram dimensão maior à "política econômica" e esquecem da "política monetária".  Muitas vezes, os articulistas econômicos fazem até confusão sobre a incumbência de cada uma das entidades do governo.   Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!

Feito o preliminar, vamos aos fatos de hoje.  Em algum momento, nos próximos dias, o Campos Neto deve anunciar informalmente ou formalmente a "política monetária", sobretudo, a política cambial e sobre a liquidez do sistema bancário, leia-se depósito compulsório dos bancos sobre diversas modalidades de aplicações financeiras.  Os depósitos compulsórios e a política cambial do Banco Central, não afeta diretamente à população, mas o assunto interessa demais ao setor produtivo do País.  

O que ficou claro nas últimas declarações do Campos Neto, é que o Banco Central do Brasil deverá, nos próximos dias, estabelecer um novo "norte" da "política monetária", para que o setor produtivo e o mercado financeiro possam balizar os seus investimentos de longo prazo.  

No momento, apenas afirmo que o Banco Central do Brasil está sob comando de uma pessoa muito competente.  Campos Neto mostra porque e para que foi nomeado. 

Ossami Sakamori

terça-feira, 19 de novembro de 2019

O "rombo fiscal" de 2019 será ao redor de R$ 80 bilhões.


Ontem, dia 17, segunda-feira, ministro da Economia e sua equipe apresentou um relatório preliminar das contas do governo federal relativo ao ano fiscal de 2019.  O relatório bem consistente, baseado em execução orçamentária até outubro deste ano, mostrou o "déficit primário" regredir de R$ 139 bilhões para cerca de R$ 80 bilhões, segundo Paulo Guedes, pouco mais de metade do previsto.

Os contingenciamentos ocorridos até setembro, foram gradativamente liberados, diminuindo a tensão que se criou nos ministérios que sofreram os "cortes".  A execução orçamentária, a partir de novembro, voltou ao normal, obedecendo a LDO de 2019, como foi aprovada no final do ano passado.  A diminuição do "déficit primário" deveu-se não pelo lado da "economia nos gastos", mas pelo "excesso de arredação", sobretudo com a venda de ativos da União, sobretudo, com a venda da "cessão onerosa" do pré-sal.  Porém, isto, em absoluto, não tira o brilho da equipe econômica.

Para leigo entender, o "déficit primário" é o dinheiro que falta para cobrir as despesas correntes do governo, comumente chamado de "rombo fiscal".  Não inclui no déficit primário o pagamento dos juros da dívida pública da União, este estimado ao redor de R$ 5,6 trilhões brutos ou R$ 4,15 trilhões líquidos, na data de hoje.  A taxa básica de juros reais que o governo da União paga sobre a dívida do Tesouro Nacional, a conhecida taxa Selic, hoje está em 5% ao ano.  Taxa considerado baixo, mas acima da inflação em cerca de 1% ao ano.  Desta forma, o estoque da dívida pública federal cresce a cada ano, apesar de todo esforço fiscal feito pela equipe do ministro Paulo Guedes

Enquanto o País não consegue cobrir as suas despesas correntes e nem menos os juros da sua dívida pública, não tem muito o que comemorar.   Apenas, aplaudimos o esforço fiscal implementado pelo Palácio do Planalto, diante da situação caótica das contas públicas herdadas dos governos anteriores.  Podemos dizer, apenas que, a equipe econômica está no caminho certo. 

O "rombo fiscal" de 2019 será ao redor de R$ 80 bilhões.

Ossami Sakamori

domingo, 10 de novembro de 2019

Campos Neto e a política monetária correta


Banco Central do Brasil vai indo bem, graças a Deus! Campos Neto, o presidente do BC é um profissional do mercado financeiro, oriundo do Banco Santander, está conduzindo a política monetária em bom nível técnico, com visão de um bom formulador da política monetária.  Ele faz boa uma parceria com o formulador da política econômica, o ministro da Fazenda, Paulo Guedes.  Os dois fazem uma dupla perfeita. Gudes e Campos Neto, ambos com robusto conhecimento e prática do mercado financeiro nacional e internacional, estão a levar o País ao crescimento econômico sustentável.  

Entre os pensamentos do Campos Neto, pincei alguns tópicos dos quais vou descrever na sequência.  O presidente do Banco Central sente-se incomodado com a responsabilidade da Unidade de Inteligência Financeira, o antigo COAF.  Ele tem razão.  Não é função do Banco Central, fiscalizar a movimentação financeira de cada cidadão brasileiro.  A responsabilidade do Banco Central no mundo todo é da política monetária ou manter a moeda do país, no nosso caso o real no patamar não tão valorizado e nem tanto sub-valorizado em relação à moeda de outros países.  Com moeda estrangeira flutuante como dogma ou submetido ao sabor dos "ventos" do mercado financeiro internacional, é um bom começo.  Mas, isto não é tudo para resolver o problema depressão do País e o Campos Neto sabe disso.  

Um dos principais função do Banco Central é a administração da dívida pública do Tesouro Nacional.  A tarefa não é fácil, não pela culpa do próprio BC, mas pelo "déficit primário", indesejável e persistente que persegue o Brasil desde 2015.  Para o leigo entender, o "déficit primário" é o "dinheiro que falta" para o governo federal pagar as suas próprias despesas.  Há 4 anos consecutivos que o País não consegue pagar as suas contas sem "tomar" dinheiro emprestado do mercado financeiro para cobrir o "rombo fiscal". Há previsão de que em 2020, a conta vai fechar no "vermelho". Se falta dinheiro para pagar as despesas, faz algum tempo que o Brasil mal consegue "rolar" a dívida pública federal, a do Tesouro Nacional.  O Brasil só "rola" a dívida pública, incluído os juros.  Para o leigo entender, o Tesouro Nacional tem dívida bruta ao redor de R$ 5,6 trilhões ou dívida líquida de R$ 4,15 trilhões.  Estou a falar de R$ trilhões!  Para se ter ideia do tamanho do endividamento, o PIB ou tudo que o País movimenta, está ao redor de R$ 7 trilhões.  Em resumo, se o Brasil não consegue pagar nem os juros imagine o principal da dívida.  Brasil é um devedor contumaz! 

Seja como for, grande parte do problema do País tem piorado devido ao pior depressão dos últimos 100 anos, com custos sociais enorme!  Com mais de 50 milhões de trabalhadores desempregados, desalentados, nem-nem e subempregados, a inflação desabou para algo próximo de 4% ao ano.  Inflação baixa puxou a taxa básica de juros Selic para 5% ao ano, a mais baixa dos últimos 30 anos.  Ainda assim, comparado à taxa de juros de países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, estamos à dever.  Nos países citados a taxa básica de juros do Tesouro Nacional deles está abaixo da inflação ou seja taxa de juros "negativos".  Assim sendo, no meu ponto de vista, o Banco Central ainda tem boa margem para redução da taxa básica de juros Selic abaixo de 5% ao ano. 

A boa notícia para a população é que o Campos Neto, vem sinalizando uma pequena flexibilização na liquidez ao anunciar a liberação de 2% a 3% do compulsório dos bancos sobre depósito à vista para financiar os micro empresários.  É uma iniciativa tímida, mas mostra a "direção" correta da política monetária do Banco Central do Brasil.  

Campos Neto e a política monetária na direção correta. 

Ossami Sakamori








domingo, 27 de outubro de 2019

Paulo Guedes vai propor R$ 100 bilhões para investimentos


O ministro da Economia Paulo Guedes, segundo a grande imprensa,  vai propor revisão da Emenda do teto dos gastos públicos, aumentando em R$ 100 bilhões o atual teto, que é o gastos da correntes da União de 2016 corrigido pela inflação.  Paulo Guedes, está antecipando a revisão do teto previsto para ser discutido a partir do décimo ano da vigência da Emenda, que seria em 2026.  A Emenda do teto dos gastos públicos do Henrique Meirelles tornar-se-á letra morta.  É uma confrontação inevitável e necessária, no meu entendimento. 

Para entender do que se trata o PEC  241 da Câmara dos Deputados e PEC 55 no Senado Federal ou a Emenda Constitucional 95, sancionada em 15 de dezembro de 2016, limitou os gastos públicos por 20 anos.  No primeiro ano de vigência da Emenda, o teto para Orçamento Fiscal de 2017, será definido com base na despesa primária paga em 2016, com correção de 7,2%, a inflação prevista para aquele ano e nos anos subsequentes a correção pelo IPCA.

Por ocasião da discussão da Emenda do teto dos gastos, fui contra todos articulistas econômicos, pela inadequação da tal Emenda do teto dos gastos, já que a Lei da Responsabilidade Fiscal de 2000, previa situação mais rígida do que a Emenda, qual seja, o equilíbrio do Orçamento Fiscal entre receitas e despesas.  A Emenda do teto dos gastos é usurpação da Lei da Responsabilidade Fiscal de 2000, já que a Emenda permite o "déficit primário" ou o "rombo fiscal".   

Diz a Emenda do teto dos gastos que a partir do décimo ano, o presidente da República poderia rever o critério uma vez a cada mandato presidencial, enviando um projeto de lei complementar ao Congresso Nacional.  Claramente, o ministro Paulo Guedes, estará contrariando a Emenda do teto dos gastos, com o envio de uma nova Emenda complementar, alterando o teto dos gastos antes do décimo ano de vigência.  À época, fui contra o mercado financeiro e a contra quase totalidade dos articulistas econômicos a ineficácia e inapropriada Emenda do teto dos gastos.  Nada como um dia atrás do outro.  

Quando ao gastos em investimentos que será proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em R$ 100 bilhões, acima do teto dos gastos vigente, vejo como necessário e imperativo para dar início ao processo de crescimento econômico do País.  Para o País que paga cerca de R$ 300 bilhões em pagamento de juros da dívida pública, todos os anos, o acréscimo proposto ao "rombo fiscal", sugerido pelo Paulo Guedes me parece um "café pequeno".  

Apoio, o ministro Paulo Guedes, pela iniciativa.   

Ossami Sakamori

  

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

2020 será o ano de virada para o Brasil.


Eu já manifestei, em matérias anteriores, de que o País está retomando a fase de crescimento anteriores à depressão econômica que se meteu, desde final de 2014.  O ciclo de depressão, que está chegando ao fim, decorreu de uma política econômica desastrada do governo da presidente Dilma.  A política monetária de real valorizado, para permitir a sensação do poder de compra da população, foi o estopim da crise.  Associado à política monetária inadequada, a redução de tarifa de energia, compulsoriamente, foi o estopim para desorganizar a economia do País. 

A política econômica do presidente Temer, comandado pelo ministro da Economia, Henrique Meirelles, embora não concorde com ela, evitou  o País a entrar no precipício, o de um desastre anunciado.  Se não fosse as atrapalhadas do presidente Michel Temer, talvez, o Brasil tivesse entrado na rota do crescimento econômico, muito antes.  Infelizmente, o se viu foi a atrapalhada maior ainda, com indício forte de corrupção passiva, envolvendo a maior processadora de proteína animal do País.  Nesse clima de incerteza do País que venceu eleição para presidente da República, o capitão Jair Messias Bolsonaro, como única alternativa para tirar o País do buraco que se meteu.

Os operadores do mercado financeiro, Paulo Guedes e Campos Neto, foram nomeados, respectivamente ao cargo de Ministro da Economia e presidente do Banco Central.  Paulo Guedes, propôs e conseguiu aprovar a controvertida reforma da Previdência, que será promulgada nos próximos dias pelo Congresso Nacional.  Campos Neto, responsável pela política monetária, embora a custo altíssimo do desemprego, um feito inédito, o de estabelecer a taxa Selic de 5,5%, a menor dos últimos 20 anos.  No curto prazo, sobretudo em razão do baixo percentual nominal da taxa de juros Selic, base para pagamento de juros da dívida pública e inflação oficial abaixo de 4%, está fazendo com que os investidores institucionais voltem para os investimentos produtivos, essenciais para criação de empregos formais.  

Ainda há muito a fazer.  A taxa de juros básicos Selic continua com o ganho extraordinário para investidores especulativos, cerca de 40% acima do IPCA.   Campos Neto, responsável pela política monetária, está enxergando isto.  Novas reduções na taxa de juros básicos Selic estão previstos nas próximas reuniões do Copom, segundo a sinalização do Banco Central.  Embora, o balizamento da taxa de juros Selic no País não seja o de índice de desemprego, como fazem os países ricos como Estados Unidos, Alemanha e Japão,  de linhas tortas, o Brasil vai encontrando o caminho do desenvolvimento. 

Diante dos fatos narrados e baseado nos fundamentos econômicos liberais do Paulo Guedes e do Campos Neto, não será nenhuma surpresa, a retomada do crescimento econômico do Brasil aos níveis históricos, de 3,5% ao ano.  Os passageiros do nau chamado Brasil, que se preparem para o rumo do desenvolvimento econômico sustentável. 

2020 será o ano de virada para o Brasil.

Ossami Sakamori
   






quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Mega leilão do pré-sal. Comemoro ou choro?


Os senadores fizeram chantagem para a aprovação em segundo turno da reforma da Previdência, em tramitação no Senado Federal.  O motivo foi a "repartição" do resultado do ágio do leilão da sobra da "cessão onerosa" do campo de Tupi feito por ocasião do aumento de capital da Petrobras, ainda no governo Lula.  O fato é que, o Palácio do Planalto cedeu à pressão dos senadores e acabou aceitando ficar com cerca de R$ 49 bilhões dos R$ 106,5 bilhões previsto de ágio do leilão.  

Para entender melhor, o que está em licitação é a "sobra" da "cessão onerosa" da reserva de petróleo do Campo Tupi, que foi utilizado para capitalização da Petrobras pelo governo Lula, em setembro de 2010.  O governo entrou com a cota parte do aumento de capital, os 5 bilhões de barris de petróleo, a preço unitário de US$ 8,51 por barril. Acontece que a reserva de Tupi mostrou-se mais promissora do que o previsto.  A reserva estimada atualizada do campo de Tupi é de 12 bilhões de barris, ficando excedente 7 bilhões de barris em relação à "cessão onerosa".   O ágio pedido pelo governo para este excedente é de R$ 106 bilhões, dos quais o governo da União vai ficar com R$ 49 bilhões.

De acordo com a repartição, considerando a previsão de sucesso completo no leilão, os R$ 33,6 bilhões irão para a Petrobras; do que sobrar, 15% (ou quase R$ 11 bilhões) serão divididos entre municípios e outros 15%, entre os estados, seguindo as regras dos fundos de participação – e, no caso dos estados, também do Fundo de Exportação e da Lei Kandir.  Ainda, assim, sobrará para a União quase R$ 49 bilhões.  O fato positivo é que na fase de exploração desta sobra, algumas centenas de bilhões de reais ainda virão em forma de royalties e impostos.  

Do lado negativo é que os R$ 49 bilhões serão usados para cobrir parte do "déficit fiscal" previsto para este ano, 2019, em R$ 131 bilhões.  O dinheiro bom estará sendo usado para pagar o "rombo fiscal" provocado pelo crescente despesas do governo federal.   Vamos lembrar ainda que, no "rombo fiscal" ou o "déficit primário" não está contabilizado o "déficit nominal" ou o pagamento de juros da dívida do Tesouro Nacional estimado hoje em R$ 300 bilhões.  

Com a venda da tão comemorada da "cessão onerosa", estará apenas cobrindo parte do "rombo fiscal" de 2019 e o Brasil ficará sem nenhuma reserva conhecida de petróleo. Vamos apenas lembrar que a Arábia Saudita e a Venezuela, com maiores reservas do mundo, possuem cada um, cerca de 350 bilhões de barris de petróleo.  Aos poucos, o sonho dourado do pré-sal que iria resolver todos os problemas do País está a esvair.   

O Brasil está como a mesma situação do sujeito que está vendendo o almoço para poder jantar.  Comemoro ou choro?

Ossami Sakamori 


terça-feira, 15 de outubro de 2019

Economia do Brasil parou de cair


Não gosto de emitir opinião sobre situação macroeconômica do País, sem saber exatamente como pensam o ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Campos Neto. No entanto, ambos citados, os responsáveis pela política econômica e política monetária do governo Jair Bolsonaro, parecem estar caminhando na direção correta.  Tanto este que escreve, quanto os renomados articulistas econômicos do País, fazemos esforço enorme para adivinhar o que se passa na cabeça de ambos.  

Os últimos indicadores da economia, o IPCA, a taxa Selic, o índice de crescimento do setor produtivo e a taxa de desempregos no País, parecem ter encontrado um certo grau de "estabilidade".  O IPCA, inflação oficial, tem indicado estabilidade ao nível ligeiramente abaixo de 4% ao ano.  A taxa Selic, ainda que com taxa de juros reais extremamente alta, cerca de 40% acima do IPCA, nominalmente, a taxa Selic de 5,5% ao ano, é a mais baixa dos últimos 20 anos.  O índice de crescimento do setor produtivo, continua no terreno de estabilidade ou traduzindo em linguagem popular, "parou de cair".  O índice de desempregados, oficial, está estagnado no patamar entre 12% e 13%, o que não é nenhum "Brastemp", mas pelo menos, estabilizou-se.  Enfim, os números indicam que o País "parou de cair".   

Por outro lado, as reformas estruturantes que  o País necessita, a da Previdência Social está para ser votado o segundo turno, pelo Senado Federal, tal como veio da Câmara dos Deputados, encerrando assim, a reforma que o País espera há muitos anos.  

A reforma tributária está para dar início à discussão na Câmara dos Deputados e simultaneamente no Senado Federal, cada casa com um formato específico.  No final das contas, em algum momento, as propostas vão ser unificados.  A base da reforma tributária é a simplificação ou substituição dos atuais tributos, uma "sopinha" de letras, por um sistema do tipo IVA - Imposto sobre o valor agregado, quase como "imposto único".   O Imposto de Renda não entra na reforma tributária, mas deverá sofrer alteração na alíquota.  Comenta-se que a alíquota máxima deverá cair para 25% e o limite de isenções subir para 5 salários mínimos.  

Uma outra reforma que o País necessita é um novo pacto federativo.  Um novo pacto federativo é necessário para estabelecer os limites de responsabilidade de cada entes federados, os serviços públicos, como educação, saúde e segurança pública.  Uma nova repartição dos recursos arrecadados, também, será fundamental para corrigir os desiquilíbrios econômicos regionais.  Isto, ainda, vai dar muito "pano para manga".  A discussão sobre um novo pacto federativo, certamente, vai ocupar espaço importante na mídia.    

Diante do que  foi dito, confirmo a minha expectativa anterior, de que o Brasil deverá crescer ao mínimo 3,5%, no ano de 2020. 

Ossami Sakamori 


quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Deflação de setembro, comemorar o que?



O IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a conhecida inflação oficial do País, recuou 0,04% em setembro, segundo divulgou o IBGE nessa quarta-feira, 9 de outubro.  O resultado é o menor para o mês de setembro, desde 1998, portanto há mais de 20 anos. Em meio a depressão econômica, a pior dos últimos 100 anos, não sei se comemoro ou fico triste.  De qualquer maneira é uma alerta para a equipe econômica que conduz a política econômica e monetária do País. 

O Brasil atravessa a pior situação em número de empregos formais.  Embora, o IBGE divulgue o número "mitigado" de desemprego ao redor 13 milhões de trabalhadores com carteira assinada, se somar ao número, os desalentados (aqueles que nem saem para procurar o emprego), os nem-nem e os subempregados (os trabalhadores informais), o número ultrapassa a 50 milhões de trabalhadores.  Por outro lado o número de trabalhadores com carteira assinada está em 33,4 milhões de trabalhadores, muito menor do que os trabalhadores "sem empregos".  

Na outra ponta, o número de pessoas "negativadas" no Serasa ou nos SPCs é de 63,4 milhões de pessoas.  Grosso modo, o número de pessoas "negativadas" corresponde a cerca de 40% da população adulta do País.  A população brasileira está tal qual o governo federal, que deve R$ 5,5 trilhões brutos ou R$ 4 trilhões líquidos para um PIB - Produto Interno Bruto de cerca de R$ 7 trilhões.  Para rolar a sua dívida, o Tesouro Nacional paga a taxa de juros Selic a 5,5%, apesar de inflação estar abaixo de 4%, número confirmado com a notícia de ontem.  

Dito isso, o índice de inflação, o IPCA, negativo, não é motivo para comemoração.  O índice negativo de inflação apenas confirma a estagnação da economia, que traduz pela alta taxa de número de desempregados, desalentados e subempregados.  Nos países desenvolvidos como EEUU, Alemanha e Japão, os Bancos Centrais remuneram a aplicação em títulos de Tesouro daqueles países, muito abaixo da inflação, como uma forma de alavancar o crescimento econômico.   O Brasil vai na contra mão, apesar da prolongada recessão, a pior dos últimos 100 anos, o Tesouro Nacional paga juros reais, cerca de 40% acima da inflação.  O País paga de juros da sua dívida pública, algo como R$ 300 bilhões, exatamente o dinheiro que falta para os investimentos públicos, tão necessários para alavancar o crescimento.   

Deflação em setembro é uma alerta para os formuladores da política econômica e monetária do País.  

Ossami Sakamori






quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Brasil deverá crescer 3,5% em 2020


O cidadão comum brasileiro está apreensivo com a perspectiva da economia para o próximo ano, 2020, porque o ano de 2019 não produziu dados positivos e está próximo de terminar.   O mercado financeiro continua aguardando o prosseguimento das reformas estruturantes na economia do País.  Digamos que a economia do Brasil está na posição de "stand by".  Dentro desse quadro, os investidores do setor produtivo, aguardam ansiosamente o prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a reforma tributária e o pacto federativo, para tomarem as decisões sobre investimentos, que gerarão novos empregos.  Brasil está na mesma situação do cachorro tentando pegar o seu próprio rabo. 

A economia brasileira está ainda dentro do processo de "depressão" que iniciou no ano de 2015.  Nesse período, grosso modo, o Brasil regrediu cerca de 15% no PIB e em relação ao mundo desenvolvido, um atraso de 25%.  Para recuperar esse atraso, o País precisa crescer mais que a média mundial de 3,5%, da ultima década, para tentar recuperar a posição anterior à crise econômica brasileira dos últimos 5 anos.  

Dito isso, vamos à previsão dos indicadores econômicos para o próximo ano, o de 2020.  A tão esperada reforma tributária e um novo pacto federativo virá "desidratada" e fatiada.  Dentro do escopo, só há expectativa de criar o IVA, substituindo o PIS e a Cofins e possível a alteração na alíquota de IR sobre Pessoa Física, aliviando ligeiramente a carga tributária do cidadão comum.  O novo pacto federativo, importante para sobrevivência dos estados e municípios, devem estar na agenda do primeiro semestre do ano que vem.  

A inflação está sob controle, ligeiramente abaixo de 4%, conseguido pela falta de consumo da população devido ao grande número de contingente de trabalhadores em situação precária.  O contingente de trabalhadores que deixaram de consumir é um número estonteante.  Estima-se que são 50 milhões de trabalhadores desempregados, desalentados, nem-nem e subempregados.  Por outro lado, o número de trabalhadores com carteira assinada continua estacionado em 33,4 milhões, diante de 110 milhões da força de trabalho.

O governo gaba-se com a taxa de juros Selic de 5,5%, a menor dos últimos 20 anos.  Ainda, assim, o Tesouro Nacional paga os juros reais, acima da inflação, em cerca de 40%.  No entanto, a taxa básica de juros Selic, em números absolutos menores, de certa forma, poderia estimular os investimentos produtivos.   É um círculo vicioso que o País se meteu, a falta de consumo por conta do elevado número de trabalhadores formais e a falta de consumo inibe o investimento em setor produtivo.  Para romper este círculo vicioso, teria que romper com a política econômica e monetária contracionista, tal qual a fórmula dos organismos de fomento internacional como o FMI - Fundo Monetário Internacional.  No momento, o crescimento econômico é palavra feia, não é bem aceita pela equipe econômica.    

A maioria dos articulistas econômicos prevê o crescimento econômico para o País, no próximo ano, 2020, entre 3% a 3,5%, o que seria a média de crescimento econômico do mundo desenvolvido.  O crescimento econômico previsto por nós, deve criar cerca de 2 milhões de empregos com carteira assinada, já no próximo ano, o que não seria um número significativo diante do déficit de vagas fechadas nos últimos 4 anos.  

A expectativa é que o Brasil deverá crescer 3,5% em 2020.

Ossami Sakamori

Ossami Sakamori

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Brasil encontrou a vocação de crescimento econômico sustentável


Hoje, vamos falar sobre a perspectiva da economia para os próximos anos, até 2022, pelo menos.  Vamos lembrar que o atual governo herdou a economia em plena "depressão", que vinha arrastando o País para o "buraco", desde 2014.  Alguns sinais de alento vem dos últimos indicadores econômicos apresentados pelo IBGE e outros órgãos do governo.  Não são números de "soltar foguetes", mas com certeza, são indicadores que a economia do Brasil está saindo do "buraco", que se meteu por vontade própria.  

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged, divulgado nessa quarta-feira, 25, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, foi criado em agosto 121.387 postos de trabalho. O resultado é o melhor para o mês desde 2013, quando foram criados 127.648 postos de trabalho.  O número apenas indica a tendência da melhora.  O número de desempregados, desalentados, nem-nem e sub-empregados, continuam no patamar de 50 milhões, num universo de 110 milhões de força do trabalho, o que é estarrecedor! Para se ter ideia, o Brasil registra, formalmente, apenas 33 milhões de trabalhadores com carteira assinada.  Vamos lembar que, devido ao crescimento populacional vegetativo, o País precisa criar cerca de 600 mil novos postos de trabalho para manter o mesmo índice de trabalhadores com emprego. Seja como for, o número apresentado pelo Caged é positivo para o momento atual.

Mesmo sem colher o resultado da reforma da Previdência, em fase final de aprovação no Senado Federal, o resultado da conta do governo federal vem apresentando uma pequena melhora, não pelo esforço de contenção de gastos públicos, mas pelo aumento de arrecadação de tributos federais, comparado com a arrecadação de 2018.  Há sinais claros de que o "déficit primário" de 2019 deve fechar, sem ainda considerar o leilão da "cessão onerosa" do Campo Tupi, menor do que o previsto.  O leilão deve trazer um reforço no caixa do governo, entre R$ 100 bilhões a R$ 120 bilhões.  Com o dinheiro do leilão da "cessão onerosa", pode acontecer de Orçamento Fiscal do ano de 2018, fechar no terreno "positivo".  Se fechar o Orçamento Fiscal do ano de 2019, sem o "déficit primário" ou em outras palavras, com um pequeno "superávit fiscal", a credibilidade do Paulo Guedes e do Campos Netos, respectivamente ministro da Economia e presidente do Banco Central, vai estar em "alta".  O ministro Paulo Guedes corre para que o leilão da "cessão onerosa" seja realizado ainda neste ano.

Para leigos entenderem o que é a venda da "cessão onerosa" do campo de Tupi, convém lembrar que no governo Lula, a Petrobras recebeu da União na forma de capitalização, os 5 bilhões de barris de petróleo bruto do campo de Tupi.  Acontece que o Campo de Tupi mostrou uma reserva de 12 bilhões de barris.  O que vai em licitação é o direito de exploração do saldo da reserva de 7 bilhões de barris, portanto.  Com a venda desta reserva, o País fica com reserva de petróleo conhecido, "zerada".  Vamos lembar também que no governo Dilma, foi leiloado a reserva do campo de Libra, estimado em 10 bilhões de barris.  Para efeito de comparação, a Venezuela e Arábia Saudita, cada país, tem cerca de 350 bilhões de barris de reserva de óleo bruto.  A famosa frase: " o petróleo é nosso!" ficou apenas no simbologia do nacionalismo.  

Por outro lado, o Banco Central vem adotando política monetária, extremamente ortodoxo, com juros reais 40% acima da inflação, reduzindo drasticamente a expansão monetária.  No entanto, os juros nominais é a menor dos últimos 20 anos.  Para uma inflação ao redor de 4% ao ano, taxa de juros Selic de 5,5% é muito alta.  No meu entender, para que os investidores do setor produtivo venham fazer aporte de investimentos, a taxa de juros reais deveriam estar no nível da inflação corrente.  Seja como for, a redução gradual dos juros é uma política monetária correta para o momento atual, de transição.

Em resumo, podemos afirmar que o Brasil retomou a vocação de crescimento econômico sustentável.  

Ossami Sakamori