Os leitores que acompanham este blog, aguardam em cada final de ano, a previsão de principais indicadores econômicos do País para o próximo ano. Este ano, não poderia ser diferente, sobretudo quando a economia do País parece ter encontrado o caminho de crescimento. O Brasil, entrou à partir de 2014, em decorrência do uso político da política econômica, em situação de contas públicas insustentáveis e consequente depressão econômica, a pior dos últimos 100 anos!
A seguir os indicadores econômicos para o ano de 2020, baseado na trajetória dos indicadores do segundo semestre deste ano, 2019.
1. Crescimento do PIB - Produto Interno Bruto, de 2020. Com reforma da previdenciária aprovada e com reforma tributária em vias de ser aprovada em 2020, com implementação à partir de 2021, a previsão para o crescimento do País está entre 3% e 3,5%. O número supera a expectativa dos renomados articulistas econômicos, no entanto, os outros indicadores apontam para o número apresentado por este blog.
2. Com política monetária competente implementada pelo presidente do Banco Central, Campos Neto, a inflação deverá estar comportada ao redor dos atuais números, ou seja, ligeiramente inferior a 4% ao ano. Não há motivo que justifique uma alta expressiva nem tão pouco uma baixa significativa. A tendência, se continuar a atual política monetária, a expectativa para próximos anos é uma inflação decrescente no segundo semestre de 2020.
3. Número de desemprego. O número de desemprego medido pelo IBGE, hoje, ligeiramente acima de 12%, a expectativa é de que termine o ano de 2020, abaixo de 10%. O País crescendo entre 3% a 3,5%, a criação de empregos, com carteira assinada, deve ultrapassar 2 milhões em 2020. Ainda assim, o número de empregados formais, não deverá passar dos 36 milhões, número muito abaixo, em relação aos melhores indicadores que o País já vivenciou até hoje.
4. Dólar. Deixei o assunto do dólar por fim, porque o assunto traz muito polêmica e confusão por parte dos que tem pouco afinidade sobre a moeda. O dólar americano é referência em mais de 2/3 de todas transações do mundo, enquanto o real é referência em algumas transações com a Argentina. Dólar alto significa real desvalorizado. Dólar baixo significa real valorizado.
4.1. Para leigo entender. Enquanto as "compras" estiverem mais vantajoso fazer em Nova York do que em São Paulo, o real está valorizado demasiadamente, considerando que a cidade de Nova York é uma das cidades mais cara do mundo. Outra referência é quando uma viagem ao exterior estar custando mais barata que viagens dentro do País, o dólar está depreciado ou o real valorizado.
4.2. O Brasil é superavitário em balança comercial, mas é, tradicionalmente, deficitário em conta corrente. Balança comercial é resultado de exportação e importação de produtos. Balança de conta corrente é balança de serviços que envolve: fretes, seguros, royalties, juros e serviços. Brasil continua exportador de produtos primários e importador de serviços.
4.3. O Brasil possui uma reserva cambial robusta, cerca de US$ 356 bilhões, em 27/12/2019, porém, o número é menor que níveis de reserva de 2014, o início da "depressão econômica". Em outras palavras, o Banco Central está tentando "segurar" o dólar, vendendo a reserva. O País está gastando o dinheiro do "saldo médio", necessário para manter notas de classificação de créditos.
4.4. Diante do exposto, o dólar deve oscilar entre R$ 4 a R$ 4,50, em 2020, a não ser que haja "ocorrências" não previstas, nacional e ou internacionalmente.
5. Selic. A taxa de juros básicos Selic, deverá manter nos níveis de 4,5% ao ano, durante todo o ano de 2020. Com endividamento líquido do Tesouro Nacional ao redor de R$ 4,2 trilhões, o Banco Central não tem muita margem para baixar a taxa básica de juros, que é referência para pagamento de juros na "rolagem" da dívida pública federal ou dívida pública do Tesouro Nacional. A baixa da taxa básica de juros Selic tem sido referência para direcionamento de recursos do setor especulativo para o setor produtivo. Em algum momento, dentro da política monetária de sustentação do crescimento econômico do Banco Central, a taxa básica de juros Selic poderá experimentar o piso de 3,5% ao ano.
Acrescido a outros indicadores, como por exemplo, o número de inadimplentes no comércio, hoje em 63 milhões, os agentes econômicos produtivos e especulativos poderão redirecionar os seus investimentos no ano de 2020.
Façam as suas apostas!
Ossami Sakamori