quinta-feira, 31 de março de 2022

Os investidores estrangeiros acreditam no Brasil

 


A abertura de páginas de principais meios de comunicação do País chama atenção sobre o expressivo volume de dólares (US$) que está entrando no mercado financeiro brasileiro.   O volume de investimento estrangeiro nos primeiros 3 meses do ano, está próximo do volume de investimento estrangeiro de todo do ano passado.  Em números, o saldo de investidores estrangeiros na B3, leia-se Bolsa de Valores, até segunda-feira, dia 28, já somava US$ 92 bilhões.  Comparado com o número de todo ano passado, 2021, que foi de US$ 104,2 bilhões, é um volume considerável.
         Apesar de "torcida contra" de alguns empresários resistente ao novo estilo de administração do atual presidente da República, os investidores estrangeiros acreditam no potencial econômico do País, sobretudo em razão do Brasil ser exportadora de principais commodities do mundo, quais sejam, o minério de ferro e produtos agropecuários.   O Brasil tem potencial para receber uma grande parte dos recursos disponíveis dos investidores transnacionais, que somou em 2021, cerca de US$ 1,650 trilhão. 
           O resultado desta movimentação, o do fluxo de entrada do capital estrangeiro, o Banco Central faz o que pode.  Ao contrário do que acontece em tempos de crise, o BC está de olho na valorização expressiva do real (R$), nossa moeda, em relação à moeda americana, o dólar (US$).  O novo patamar de cotação da moeda americana, o dólar, deve ficar no intervalo entre R$ 4,50 a R$ 5,00, no meu entender.  Vamos lembrar, também, que o Banco Central do Brasil tem reserva cambial ao redor  de US$ 360 bilhões, expressivo para um país emergente que a qualquer momento pode fazer intervenções para garantir a relativa estabilidade do real.  
          A entrada de capital estrangeiro, no primeiro momento no mercado financeiro, em valores expressivos, indicam que em algum momento, o recurso vai chegar na ponta do investimento direto, produtivo, creio, em menos de 6 meses.  Diante do quadro, podemos confirmar que o Brasil crescerá ao menos 5% neste ano, com inflação beirando dois dígitos (acima de 10%), como minha previsão anteriores.  
        Eu concluo, desta forma, que os investidores estrangeiros acreditam mais no Brasil do que os próprios investidores brasileiros.  Estes últimos, infelizmente, reclamam da política econômica do governo federal, deixando que os investidores estrangeiros tomem conta da economia brasileira.   Este filme, já assistimos várias vezes, no passado recente.   Os investidores brasileiros estão mais preocupados com repercussão política do que a econômica.  
       Os números não mentem, os investidores estrangeiros acreditam no Brasil, mais do que os próprios do País. 

           Ossami Sakamori
            
          
          


terça-feira, 29 de março de 2022

O "day aftaer" da guerra Ucrânia x Rússia

 


Está próximo o desfecho da guerra entre a Ucrânia e a Rússia.  Isto, a guerra, não vai durar para sempre.  Nem a Ucrânia e nem a Rússia tem fôlego para continuar financiando os gastos decorrentes da guerra, que não se medem em US$ milhões, mas sim em US$ bilhões, provavelmente em algumas dezenas de US$ bilhões.  Ambos países estão chegando em exaustão devido a perdas de vidas humanas e de infraestruturas na Ucrânia.  Com Ucrânia destruída, a Rússia, fatalmente terá que financiar a reposição da infraestrutura do país invadido.  Quanto mais demora a solução final, mais investimentos serão necessários, que serão pagos pelo povo russo e ucranianos.  Enquanto isto, os Estados Unidos e países da União Europeia assistem o desenrolar do conflito sabedores da ajuda econômica e financeira para soerguimento da Ucrânia, sob forma de empréstimos.

           Com o fim do conflito Ucrânia x Rússia, o mundo global vai pagar a conta, sobretudo aquela proveniente do bloqueio da compensação financeira internacional do SWIFT aos bancos estatais e à iniciativa privada russos, representados pelos "oligarcas" russos.  A consequência do bloqueio da compensação financeira é o aumento do preço dos commodities, sobretudo do petróleo, gás, trigo e insumos para produção agrícola.   O petróleo que, antes da guerra Ucrânia x Rússia, vinha experimentando preços de barril, bastante depreciados, algo como US$ 60 cada barril, do tipo Brent, bateu o pico ao redor de US$ 130 cada barril e está a ser negociado ao redor de US$ 100 cada barril após o término da guerra.  Enfim, os Estados Unidos, a Venezuela e os árabes do golfo Pérsico, encontrarão patamares de preço médio jamais visto.  

          Com a guerra Ucrânia x Rússia, os Estados Unidos conseguiram viabilizar o seu gás de xisto, que tem um custo elevado, ao redor de US$ 40 cada barril equivalente.  E de quebra, os Estados Unidos conseguiram exportar a inflação interna, ao nível de 7% ao ano, para o mundo global.   O Brasil, dentro deste contexto, saiu-se vencedor, viabilizando o petróleo do "pré-sal", cujo custo de exploração, segundo a Petrobras está em torno de US$ 40.  Por outro lado, o País saiu perdedor com a importação de inflação global ao redor de 7%, a dos Estados Unidos.  

           O Brasil, hoje, auto suficiente em petróleo, produzindo cerca de 3,3 milhões de barris diário de petróleo, não pode repassar os benefícios ao povo brasileiro, tendo em conta que o nosso petróleo é do tipo pesado e as refinarias existentes no País, só processa o petróleo leve.  Desta forma, o lucro da Petrobras acaba finando para os acionistas, porque a Companhia é de economia mista, com ações negociadas na Bolsa de Valores (B3).  Além da alta do petróleo, o País importa a inflação global, sobretudo em insumos agrícolas. 

        Resumindo, a guerra Ucrânia x Rússia, trouxe benefícios para os Estados Unidos, que anulam a sua inflação interna e de quebra fornecem armamentos para os membros da OTAN, onde eles são sócios com participação significativa.   Como sempre acontece, além dos ucranianos, o restante do mundo também perde com a alta do petróleo e com a inflação global.  Quem saiu ganhando expressivamente são os árabes e Nicolas Maduro com uma das maiores reservas de petróleo do mundo.  

           E, assim caminha o mundo global, beneficiando, sempre, as maiores potências econômicas do mundo, os Estados Unidos.   O Brasil, como qualquer outro país emergente, vai pagar caro pela guerra Ucrânia x Rússia, além dos próprios.  

               Ossami Sakamori

sábado, 26 de março de 2022

Brasil crescerá não menos que 5% em 2022.

 

Os que acompanham meus comentários sobre a economia do País, devem estar curiosos sobre o que penso da economia brasileira para este ano, 2022, sobretudo após o início de conflito entre Ucrânia e Rússia há pouco mais de um mês.  De pronto, vou dizer que a "macroeconomia" não é ciência exata e muda a cada evento que ocorre ao redor do mundo.  Prever o futuro, numa economia global, onde o componente político é significativo, o máximo que fazemos é fazer previsão aproximada, para servir como "norte" para os empresários e investidores em geral fazerem os seus planejamentos.  

          Vamos em frente, então... Primeiro de tudo, vamos analisar a economia global diante do conflito entre Ucrânia e Rússia.   A invasão da Ucrânia pela Rússia, aparentemente, tinha como o contorno do Putin querendo delimitar a influência da OTAN, leia-se Estados Unidos, no leste europeu.  O presidente americano Joe Biden, aproveitou-se da oportunidade para chamar atenção para si, perante o mundo e em especial diante do Congresso americano, onde haverá eleições que irá definir a liderança ou não do seu partido, os Democratas, no mês de novembro deste ano.  

           Os Estados Unidos, seguido pelos países do Ocidente, fizeram o bloqueio financeiro, com exclusão da Rússia do sistema financeiro, sobretudo, ao sistema de compensação financeira global, o Swift.  O tal bloqueio na compensação financeira, excluindo a Rússia, como eu já afirmei em matérias anteriores, acabou comprometendo todo o sistema financeiro global no âmbito do BIS, o Banco Central dos bancos  centrais do mundo.  A consequência, parece agradar ao Biden, pois que com o bloqueio, elevou-se o preço do petróleo no mercado internacional aos níveis de US$ 120 por barril, do tipo Brent.   Joe Biden, não satisfeito com os bloqueios da Rússia no sistema de compensação financeira Swifit, quer bloquear o fornecimento do gás russo aos membros da União Europeia, mesmo sabendo que a Europa não pode prescindir do gás proveniente da Rússia.  Logisticamente, é quase impossível executar o plano do Biden, em termo de fornecimento de gás aos europeus do ocidente.

            Feito o preâmbulo, vamos ao que nos interessa.  Como já foi dito por mim, em repetidas matérias sobre a guerra Ucrânia x Rússia, o mundo ocidental está a experimentar uma crise econômica e financeira mundial, muito pior do que já experimentou em 2008, com a quebra do Banco Lehman Brothers, devido a crise hipotecária.   A consequência imediata é a inflação no mundo e em especial nos Estados Unidos, que já apontava acima de 7% ao ano, a pior dos últimos 40 anos.  A inflação do mundo deve incorporar os efeitos da guerra Ucrânia x Rússia, e configurar a inflação nos mesmos níveis da inflação dos Estados Unidos.

           Dentro deste quadro econômico global, o Brasil se beneficia, viabilizando o petróleo do "pré-sal" e a valorização nominal dos commodities, como de produtos agropecuários e de mineração.  O Brasil que já vinha experimentando, no ano de 2021, inflação ao redor de dois dígitos (acima de10%), com a crise econômica e financeira mundial acaba mitigando o efeito da inflação interna.  É possível e é provável que no meio do "escombro" da guerra econômica entre Estados Unidos e Rússia, o Brasil possa tirar o proveito e sustentar o seu próprio crescimento econômico.   Os investidores estrangeiros já perceberam isto e estão migrando os investimentos ao Brasil.  Para se ter ideia, nestes três primeiros meses deste ano, o País está a receber investimentos estrangeiros nos mesmos níveis daqueles recebidos em 2021, US$ 100 bilhões.

          Diante do quadro, podemos fazer uma primeira previsão para a economia para o ano de 2022.  Inflação próximo de dois dígitos (acima de 10%) e crescimento econômico não menos que 5%, suplantando a recuperação econômica de 4,1%, pós pandemia, em 2021. 

         Ossami Sakamori

terça-feira, 22 de março de 2022

Biden, o único beneficiário da guerra Ucrânia x Rússia


Não é fácil assistir, diariamente, as cenas de ucranianos fugindo da sua pátria, literalmente, com a roupa do corpo.  Não são centenas, mas milhares de pessoas que atravessam o limite territorial da Ucrânia, para fugir da guerra, que não foram eles, certamente, que a inventaram.   Não vou discutir aqui, as razões da guerra entre Ucrânia e Rússia.  Ucrânia fazia parte da União Soviética e ficou independente junto com a queda do muro de Berlin.  Por isso mesmo, hoje, segundo os historiadores, cerca de 30% dos ucranianos tem algum parente na Rússia ou são descendente de russos.
             O principal motivo da guerra, segundo a imprensa, é a vontade demonstrado pelo atual presidente da Ucrânia, o Volodymyr Zelensky, de fazer da Ucrânia parte da União Europeia e da OTAN, leia-se Estados Unidos.  Seja qual for a motivação, o presidente Wladimir Putin, resolveu invadir a Ucrânia, para impedir, segundo o entendimento dos analistas da política mundial, de ver as base militar da OTAN no país vizinho, a Ucrânia.  
        No dia 28 de fevereiro, escrevi sobre possíveis consequências da guerra Ucrânia x Rússia, o Bloqueio de Swift - Iminente a maior crise econômica mundial . Dito e feito, não demorou muito para configurar a pior crise econômica e financeira após crise financeiro de 2008, à época, devido à falência do Banco Lehman Brothers dos Estados Unidos.  O bloqueio econômico está causando a alta de petróleo e do gás no mercado internacional e em consequência, está levando os preços de insumos em geral às alturas.   O quadro que se apresenta, está muito pior do que a da crise financeira mundial de 2008, na minha visão.
           Dentro deste contexto, o presidente americano Joe Biden, está rindo à toa.  Com a alta do petróleo no mercado internacional, vai viabilizar o gás extraído do xisto das terras americanas, com margem nunca dantes pensado.  Igual benefício, a alta do preço de petróleo no mercado mundial, a nossa Petrobras, vai viabilizar, com folga, o petróleo pesado extraído do "pré-sal".  E, a população brasileira paga o pato, também. 
           Biden, o presidente americano, tem o segundo motivo para estar satisfeito.   Com alta generalizado dos insumos no mercado internacional, o mundo globalizado vai incorporar inflação próximo de dois dígitos (acima de 10%) e assim atenua ou anula a inflação dos Estados Unidos, que está no patamar de 7%, a maior dos últimos 40 anos.  De quebra, aproveitando da situação, os Estados Unidos vão vender as suas caças F-35 para países membros da OTAN e mísseis de pequeno alcance para os aliados da Organização.
            Voltando ao preâmbulo.  Quem "paga o pato" são os ucranianos que estão sendo obrigados a sair do seu próprio país, de mãos abanando, com roupas do corpo, filhos e algum animal de estimação.  Tudo isto, no meio de temperatura abaixo de zero, no meio das nevascas próprias da região.  Putin não tem razão, nem Zelenski tem.  Uma coisa é certa, o Biden é o único beneficiário da guerra Ucrânia x Rússia.

           Ossami Sakamori  



sexta-feira, 18 de março de 2022

Biden e Petrobras unidos pelos interesses comuns

 


O centro da discórdia entre Ucrânia e Rússia, nesta guerra insana entre dois países, parecia ser a possível adesão da Ucrânia à OTAN, leia-se Estados Unidos, e a vontade da Ucrânia em participar do tratado de livre comércio circulação de pessoas da União Europeia.  Por outro lado, o Putin, ao que parece, não quer as armas de guerra da OTAN apontado para o seu território, instalados na Ucrânia, muito menos influência econômica do ocidente no território em disputa.
            Por outro lado, os Estados Unidos, aproveitando-se da situação de conflito, quer expandir sua influência econômica, mais do que hoje já ocupa hoje.  Grosso modo, os Estados Unidos responde por 25% do PIB do mundo, seguido pela China.  A China por sua vez, quer ampliar a seu "naco" do comércio mundial, somando-se à Rússia.   
            O presidente Biden dos Estados Unidos, no "fundo, no fundo", não está muito interessado com a situação do povo da Ucrânia.  Se os Estados Unidos quisessem participar do conflito, eles o fariam com desenvoltura, como já o fizera no Iraque ou no Afeganistão.  Se o presidente Biden quisesse resolver a situação, não ficaria na retórica de baixo nível, xingando o presidente russo de assassino ou coisa parecida e mandaria as tropas da OTAN em defesa da Ucrânia.  
             O que o presidente Biden dos Estados Unidos quer, no fundo, é viabilizar o gás extraído do xisto no seu território, cujo custo de produção é equivalente ao do petróleo pesado do nosso "pré-sal".   O petróleo cotado aos níveis dantes da guerra Ucrânia x Rússia, não viabilizaria economicamente a exploração do gás do xisto, abundante no território americano.  Assim, o presidente Biden dos Estados Unidos, quer que a cotação do petróleo do tipo Brent, fique acima de US$ 100 cada barril.  Coincidência ou não, o custo de produção do petróleo do "pré-sal" da Petrobras, equivale ao da produção de gás do xisto nos Estados Unidos.   Para a Petrobras, também, interessa que o preço do petróleo fique acima de US$ 100 por barril.  
               O presidente Biden dos Estados Unidos, ao mesmo tempo, está se unindo ao presidente Nicolas Maduro, para exploração do petróleo pesado, tipo TWA, na Venezuela.  Outrora inimigo, o Nicolas Maduro, vira amigo dos Estados Unidos.  Explica-se, a Venezuela tem uma das maiores reserva de petróleo do mundo, ao lado da Arábia Saudita como pode ver no gráfico abaixo.  
         

                 Dentro deste contexto, quem mais lucra com a guerra Ucrânia x Rússia é o presidente Biden dos Estados Unidos, que viabiliza economicamente o gás extraído do xisto, abundante no subsolo americano.  E de quebra, com a inflação no mundo causada pelo preço do petróleo, neutralizar em parte, a inflação dos Estados Unidos, a mais alta dos últimos 40 anos.  

            Dentro deste contexto, o Brasil que é auto suficiente em petróleo do "pré-sal", mas dependente de importação do petróleo leve, do tipo Brent, para as refinarias brasileiras que processam somente o petróleo do tipo leve, acaba viabilizando economicamente o seu petróleo.  Petrobras exporta o petróleo do "pré-sal", tipo pesado e importa o petróleo do tipo Brent, o tipo leve.   No fundo, no fundo, quem "paga o pato" é o povo brasileiro que, apesar de Petrobras produzir petróleo em abundância, sofre com o aumento de combustíveis na bomba e o agronegócio que paga pelos insumos mais caros devido a guerra Ucrânia x Rússia.   

         Biden e Petrobras unidos pelos interesses comuns.  

         Ossami Sakamori

                             

quinta-feira, 17 de março de 2022

Entenda a taxa Selic de 11,75%

 

Ontem, 16/3, pela nona vez consecutiva, o COPOM - Comitê de Política Monetária, sob guarda chuva do Banco Central do Brasil, elevou a taxa básica de juros Selic para 11,75%, a maior juros em 2 anos.  Como eu já disse em matérias precedentes, que o primeiro quadrimestre deste ano deveria ser de "arrocho" monetário, para tentar conter a inflação que já ultrapassa dois dígitos (acima de 10%).  Dito e feito, o COPOM já deixou claro que vai ter mais um aumento de 1% na próxima reunião nos dias 3 e 4 de maio.  

           À essa altura, com o conflito entre Ucrânia e Rússia, a economia global e em especial a economia brasileira, ganhou um novo contorno.  Eu mesmo escrevi em 28 de fevereiro passado, Iminente a maior crise econômica mundial  devido ao bloqueio econômico do ocidente contra a Rússia.  As medidas tomadas pelos Estados Unidos e União Europeia contra a Rússia, voltarão contra si próprios como efeito "bumerangue".  O principal insumo do parque industrial do mundo todo, que é o petróleo, chegou a ultrapassar o patamar histórico de altas e ontem, dia 16/3, estava cotado ao redor de US$ 100 cada barril, do tipo Brent.   Como petróleo é combustível para quase todo meio de transportes e o seu derivado o gás natural é fonte de energia para os países europeus, em especial, o preço do petróleo mexe com a economia mundial.  Nem é preciso ser expert em macroeconomia para saber que já está instalada a maior crise econômica mundial pós crise financeira mundial de 2008.

          No front interno, o aumento dos combustíveis para transportes e de insumos para o agronegócio, que responde por 25% do PIB - Produto Interno Bruto, causarão inflação de custo, inexoravelmente. De quanto vai ser o estrago que será causado, ninguém sabe avaliar.  Essa altura, é torcer para que o Banco Central consiga segurar a inflação no patamar aceitável, próximo de 10% ou abaixo deste.  E que o crescimento econômico do País, consiga alcançar o patamar de 5%.  Conseguir os objetivos é um grande desafio para o Ministério da Economia e do Banco Central.

           No front externo, é esperar que o presidente americano e o presidente russo, além dos dirigentes da União Europeia, deixem de se preocupar com suas vaidades próprias, e pararem com os bloqueios econômicos recíprocos.  Nessa competição de vaidades políticas, quem "paga o pato" são os que nada tem a ver com a disputa territorial na Europa.  E, em especial, o povo brasileiro tem pouco a ganhar e muito a perder com a guerra entre países do hemisfério norte.  

          Ossami Sakamori


sábado, 12 de março de 2022

Biden e Petrobras unidos pelo petróleo a US$ 120

 

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, condena a guerra Ucrânia x Rússia, perante a mídia internacional, mas no "fundo, no fundo" quer que a guerra continue.  Nestes últimos 17 dias de guerra, Biden atuou nos bastidores com o objetivo de continuar com a guerra por mais algum tempo.  Por Biden, a guerra continuaria por mais tempo, até que seus objetivos fossem alcançados.  Aos Estados Unidos, quanto mais tempo a guerra perdurar, os objetivos serão consolidados.     

           Indo direto ao ponto. Aos Estados Unidos interessam que o preço do petróleo consolide no patamar acima de US$ 120 o barril, tipo Brent, ao contrário da maioria dos países importadores de petróleo.  No fundo, no fundo, é um jogo que os ganhadores serão os Estados Unidos e a Rússia, os maiores produtores de combustíveis fósseis do mundo.  É um jogo de "baralho marcado", onde o Biden e Putin sairão ganhadores ao término da guerra Ucrânia  x Rússia.

          Biden já fez entender aos seus aliados europeus, leia-se OTAN, da qual faz parte com 23% do orçamento para manutenção das tropas americanas na Europa, de que OTAN deveria ficar fora dessa disputa insana, Ucrânia x Rússia.  Biden mandou seu secretário de Estado, Antony Blinken, levar recado aos aliados da OTAN, que fazem fronteiras com a Ucrânia e ao próprio presidente ucraniano, que os Estados Unidos não fornecerão armas para confronto entre os dois países.   Ao mesmo tempo, mandou a sua vice-presidente, Kamala Harris, levar recado ao presidente polonês, que a Polônia fique de fora da disputa Ucrânia x Rússia, em troca de de fornecimento das caças F-35, no futuro.  

          O que o Biden quer é viabilizar a própria fonte de energia, a do gás do xisto, do subsolo americano.   Com petróleo nos níveis de US$ 40 ou pouco mais, cada barril do tipo Brent, inviabiliza a exploração do xisto, abundante no subsolo americano.  Estima-se que no subsolo americano haja xisto suficiente para auto suficiência em energia até o ano 2.100 ou mais.  Com mercado internacional do petróleo a US$ 120 cada barril, com a indústria de gás de xisto americano, os Estados Unidos serão, novamente, os donos do mundo, em matéria de produção de energia.  

           O mesmo raciocínio se aplica ao petróleo do "pré-sal" brasileiro, cujo custo de produção, segundo fontes internos da Petrobras, é equivalente a US$ 40 cada barril, do tipo "pesado".  A Petrobras, em razão de não ter refinarias para petróleo pesado no Brasil, vende-o no mercado internacional e compra o petróleo leve para as refinarias brasileiras.  Nessa operação de troca de petróleo pesado pelo petróleo leve, a Petrobras tem gasto extra de aproximadamente US$ 5 cada barril equivalente.   Faça sol, faça chuva, o custo de petróleo no Brasil é de R$ 45 cada barril.  A Petrobras, empresa de economia mista, nunca se viu e nunca se verá lucro tão retumbante.    

        A Petrobras, tanto quanto o presidente Biden dos Estados Unidos, torcem com "pernas cruzadas" para que o preço do petróleo continue no patamar acima de US$ 120 o barril, do tipo Brent.  Assim, a indústria petrolífera americana (de gás de xisto) e a Petrobras, com o petróleo do "pré-sal", agradecem ao presidente Putin pela guerra contra a Ucrânia.  Todo o resto é conversa para "boi dormir".

   PS:  Biden, Petrobras e Nicolas Maduro (petróleo pesado) unidos para sempre.    

   Ossami Sakamori


quarta-feira, 9 de março de 2022

Lá vem alta dos combustíveis!

Com a guerra entre Ucrânia e Rússia, o preço do barril de petróleo no mercado internacional está indo às alturas, como nunca dantes visto.  Hoje, 9/3/2022, 6:30h, horário de Brasília, o mercado futuro está abrindo ao nível de US$ 129 cada barril, do tipo Brent.  O assunto do aumento do combustíveis está em pauta no Palácio do Planalto.  Ontem, 8/3/2022, a reunião parece ter terminado inconclusivo.  O assunto deverá voltar à pauta no dia de hoje, para resolver sobre a alta do combustível "na bomba", resultado da escalada de alta de petróleo no mercado mundial, sobretudo com a suspensão da compra de petróleo da Rússia pelos Estados Unidos e União Europeia.

          A Petrobras vem segurando o aumento desde fim de outubro de 2021, o que vem sendo causa de "desconforto" entre a Diretoria da Petrobras e o Presidente da República, Jair Bolsonaro.  O presidente da Petrobras, indicado pelo presidente Bolsonaro ao posto, vem advogando o preço de combustíveis em "paridade" com o mercado internacional do petróleo, esquecendo-se de que a Petrobras tem o "quase" monopólio da exploração do petróleo, sobretudo com enorme bacia do "pré-sal".  O general Luna e Silva parece estar inclinado a optar aos reclamos dos acionistas minoritários.  

             Sem uma análise detalhada sobre a exploração do petróleo no País pela Petrobrás, o quase monopólio, o General Silva e Luna, presidente da Companhia, nomeado pelo Palácio do Planalto, está a advogar o aumento do combustível, com a justificativa de atender os interesse da Petrobras.  A Petrobras é uma empresa de economia mista, cujo controle do capital social está nas mãos do governo federal e as ações estão sendo negociados na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.  No entanto, no meu entender, a Petrobras explora o petróleo sob delegação da União Federal e assim deveria se comportar a Diretoria da Companhia.

              A Petrobras registrou um lucro de R$ 106 bilhões em 2021, um aumento de 1.400% em relação aos R$ 7,11 bilhões em 2020.  Justifica-se, o já fenomenal lucro da Companhia aos novo preços internacionais.  A Petrobras, quase sozinha, produz cerca de 3,5 milhões de barris diários, de petróleo do tipo pesado, o suficiente para consumo próprio.  Apesar da Petrobras produzir petróleo do tipo pesado, a Companhia exporta o petróleo tipo pesado, WTI e importa o petróleo leve, tipo Brent, para as refinarias instaladas no País.  A diferença de preço entre um tipo e outro, diante do valor global, é insignificante, algo como US$ 3 a US$ 5 por barril.

           Para vocês entenderem melhor a equação do preço dos combustíveis no mercado interno e o lucro espantoso da Petrobras, é necessário saber que o custo de produção do petróleo do "pré-sal", guardado a 7 chaves da imprensa, é de aproximadamente US$ 40 cada barril.   Não é necessário ser economista para saber que o valor que exceder ao custo de produção, cerca de US$ 40 e o preço praticado no mercado internacional, que estava em US$ 85 cada barril em 22/10/2021, é o que produziu um lucro espantoso em 2021 e que permitiu distribuição de dividendos extraordinários, nunca dantes vistas na história da Companhia.

         O general Luna e Silva, presidente da Petrobras, quer reajustar o preço de combustíveis nas refinarias, alegando o preço "paridade" com o mercado internacional de petróleo.  O Palácio do Planalto está inclinado a atender o pleito do general, aconselhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem cabeça voltada ao "mercado financeiro", para um novo aumento de combustíveis.  O presidente da República está sendo enganado!

        Entregar a chave do galinheiro para os lobos cuidarem, é nisso que dá.  Refiro-me ao general Luna e Silva da Petrobras e o ministro da Economia, Paulo Guedes.  Nessa queda de braço, quem vai sair lucrando são os acionistas minoritários, com continuidade dos polpudos dividendos e quem "paga o pato" é a população que verá mais uma vez a alta generalizada de preços, que, invariavelmente, será debitado à guerra Ucrânia x Rússia.    

          Ossami Sakamori


domingo, 6 de março de 2022

A guerra Rússia x Ucrânia. II Capítulo

 

Hoje, faz 10 dias que a Rússia invadiu a Ucrânia.   Ao que tudo indica, no estágio que está a guerra entre os dois países, o conflito não vai terminar tão cedo.  Mesmo para leigo, é previsível que o Putin não vai dar trégua enquanto não ocupar o país todo.  O pano de fundo é a disputa de influência sobre a Ucrânia entre a Rússia e OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, braço armado dos Estados Unidos na Europa.  Nesta disputa de influência política entre duas potências bélicas, quem "paga o pato" é o povo ucraniano.      

       No meio do "tiroteio" entre os dois senhores, o Putin e Biden, os dois senhores, donos das armas nucleares, o suficientes para destruir o mundo todo com apenas dois botões um conjunto de ogivas nucleares, está o Zelensky, o presidente ucraniano.  O presidente ucraniano pediu, ontem, ao presidente Biden dos Estados Unidos que ampliem as sanções econômicas à Rússia, parando de importar o petróleo russo.   A União Europeia e os Estados Unidos já tinham aplicados bloqueio de bens do governo da Rússia e dos magnatas protegidos pelo presidente Putin.   O Swift, o serviço de compensação bancária, já excluiu os bancos russos do sistema deixando a economia russa, o que considero um tremendo erro.  

         O resultado das sanções aplicadas pelos Estados Unidos e seus aliados à Rússia, dá que o preço do petróleo tipo Brent no mercado internacional está sendo cotado a US$ 120 por barril (158,98 litros).  Para ter noção, há um ano atrás, o preço do mesmo barril de petróleo estava cotado ao redor de US$ 36.  Com a iminência de expansão da crise econômica, os demais commodities dispararam no mercado internacional.  Isto tudo, vai refletir no preço ao consumidor em cada país, mesmo aos que não estão tomando partido de um lado ou de outro.  

        Enquanto ambos países, a Rússia e a Ucrânia, tentam viabilizar o "corredor humanitário" para fuga dos ucranianos e não ucranianos, para o "ocidente", a economia mundial experimenta uma escalada de alta de preço de petróleo, gás e commodities em geral.   Isto tudo já era previsível.  Afirmei em matérias precedentes de que o mundo iria viver uma crise econômica, sem precedente, pior do que a crise financeira mundial devido a quebra do Lehman Brothers em 2008.  

            O Brasil, dentro do contexto, será atingido brutalmente pela guerra na Ucrânia, por conta do petróleo, que exportamos o do pré-sal e importamos o tipo Brent, o leve.  O País será atingido, também, no agronegócio que responde hoje por 25% do PIB nacional e dependente de insumos importados, em escala sem precedente. 

          Brasil sentirá o "furacão" da crise econômica mundial em 2022.  Em que medida, só saberemos quando a guerra Ucrânia x Rússia terminar.   

          Ossami Sakamori


quinta-feira, 3 de março de 2022

Guerra Ucrânia x Rússia

 

A guerra na Ucrânia x Rússia acabou virando disputa de vaidades entre presidente Putin da Rússia e presidente Biden dos Estados Unidos.  O pano de fundo é a vontade do presidente ucraniano de fazer da Ucrânia um membro da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, cujo objetivo é defesa dos seus membros contra a extinta União Soviética.   Está dando o que se esperava, o presidente Putin não quer ver o presidente Biden mandando no seu quintal de influência, a Ucrânia.  O presidente Putin da Rússia não quer ver as armas da OTAN, estende-se como Estados Unidos, estacionadas no Ucrânia, apontadas para o seu território.  

          Para quem ainda não sabe, a OTAN é braço armado dos Estados Unidos na Europa.  Os Estados Unidos são sócios da OTAN, em cerca de l/4 do orçamento anual e participa com fornecimento de quase totalidade das armas convencionais, com sede na Alemanha.  Convém lembrar que os Estados Unidos já possuem tropas estacionados no território japonês e sul coreanos, desde o fim da II Guerra Mundial em 1945.  Para estes dois senhores, os generais da guerra, Putin e Biden, pouco importam o destino do povo ucraniano.   Para eles, Ucrânia e Vietnam são apenas tabuleiros de guerra insana entre dois países.  A disputa de territórios já aconteceram em outros palcos, como Iraque e Síria.

          Para Putin, Biden e o presidente ucraniano, pouco importam a vida de milhares de pessoas inocentes, da Ucrânia, vítimas nesta disputa insana de vaidades.  Seja qual for o desfecho da guerra, cada qual, o Biden e Putin, estarão com sua popularidade garantida perante suas populações.   Dentro deste contexto, os bobos da corte são o presidente francês e o primeiro ministro da Alemanha, que aproveitando-se da guerra de vaidades de ambos, fortalecem suas próprias imagens perante seus eleitores, na França e na Alemanha, respectivamente.   

          A ONU, uma organização sob o comando dos Estados Unidos, com sede em Nova York, orquestram um bloqueio econômico à Rússia.   O presidente Biden dos Estados Unidos e o presidente francês Macron, orquestram bloqueio econômico e operacional dos bancos e empresas russos, como se a Rússia estivesse dissociado do mundo.   Os Estados Unidos, sozinhos, representam, hoje, cerca de 25% do Produto Interno Bruto do mundo, mas está longe de ser o "dono do mundo".   Na economia mundial, a China representa outros 15% do PIB e está alinhado com a Rússia.   Dentro deste quadro, os Estados Unidos mandam, mas não tem o controle total do comércio mundial.   

           A consequência do bloqueio econômico às instituições bancárias russas, poderá ser catastróficas, que só fará sentir após fim da  disputa Ucrânia e Rússia.   A econômica global, entrará em recessão global, pior que a crise mundial devido à crise hipotecária, que deu início com a quebra do Banco Lehman Brothers.  Hoje, o presidente Biden posa como o grande ganhador da guerra entre Ucrânia e Rússia.  Não que eu seja fã do Putin, até porque não me agrada o seu estilo de ditador, mas não podemos esquecer que a Rússia é detentor de riquezas minerais, petróleo e gás em ao menos em 1/4 de reservas do mundo.   Como estudioso em "macroeconomia", posso garantir que o presidente Biden dos Estados Unidos está dando o "tiro no pé", levando junto consigo um conjunto de presidentes "alinhados" com ele, do mundo ocidental.

          A prudência do presidente da República do Brasil em não tomar partido dentre duas potências mundiais é mais do que esperado, para o bem da população brasileira.

            Ossami Sakamori