Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
PETROBRÁS. A VERDADE SOBRE SUA SITUAÇÃO ECONÔMICA
Falando ainda sobre o resultado da Petrobrás.
"Esse resultado mostra que a política de preço é danosa para a companhia e para o setor", disse Ricardo Corrêa, analista da Ativa Corretora. Desde 2003, a Petrobras evita elevar o preço dos combustíveis no mesmo ritmo dos preços internacionais do petróleo para não pressionar a inflação no país. Fonte: Folha.
Concordo com a afirmativa de que a política de preço é danosa para a Petrobrás, conforme Ativa Corretora. No entanto, discordo da segunda parte da afirmação. A Petrobrás evita elevar o preço dos combustíveis não para segurar a inflação. A inflação está dentro das metas do Banco Central. A Dilma tem um objetivo, fazer que os seus aliados políticos ganhem eleições municipais custe o que custar. Quer ao mesmo tempo manter a sua "popularidade" em níveis sem precedentes. Uma espécie de "salvadora da pátria".
Em carta aos investidores, Graça Foster reiterou seu "comprometimento" com a paridade internacional de preços do petróleo. A estatal reajustou os preços da gasolina e do óleo diesel em junho, mas a alta não foi considerada suficiente para reduzir a antiga defasagem nos preços.
Segundo Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, apesar dos últimos aumentos da gasolina e do diesel, os dois combustíveis mantêm defasagem de cerca de 14% e 17%, respectivamente, em relação aos preços internacionais. Fonte: Folha.
Mais uma mentira da dupla Dilma/ Foster, dizer que tem "comprometimento" com a paridade internacional de preços do petróleo. A cada litro de combustível que a Petrobrás vende tem um prejuízo de 14% a 17% conforme analista do CBI, no que concordo. Isto considerando, o valor de dólar de hoje (03.08.2012) e de preço internacional de óleo. E o que fizeram até hoje. Nadica, de nada. Apenas um aumento pequeno no mês de junho.
Tem mais dois variáveis, que diz respeito ao mercado financeiro e de commodities, que podem agravar a situação da Petrobrás ainda mais, se efetivamente não ajustar os combustíveis no curtíssimo prazo. Um dos variáveis é a taxa de câmbio. Ela, apesar de intervenções do BC, não vai estacionar neste patamar. O outro variável, já comentei aqui no blog, é o fato de preço internacional de óleo vem sofrendo aumentos sucessivos, apesar da estagnação da economia global.
O que pode ser feito, para a saúde da Petrobrás. O exemplo vem dos EEUU, a política de combustíveis é de completo realismo. Nada de mitigações. O povo americano, paga os preços dos combustíveis, uma semana após o reajuste no mercado internacional de commodities, seja para cima ou para baixo. Paga o preço real, sem o subsídio do governo ou melhor do contribuinte. Lá o Obama, se quiser ganhar eleições terá que ser com ou sem aumento de combustíveis.
Presidente Dilma, sua fama de "gerentona" (sic) acabou. Não adianta querer mitigar o prejuízo colocando a culpa no seu antecessor, o presidente Lula. A senhora já vem governando o país e a Petrobrás há 1 ano e 7 meses. Se quisesse fazer ajustes já deveria ter feito há algum tempo. Nem queira colocar a culpa no presidente Sérgio Gabriele, antecessor da Graça Foster na companhia. Vai ficar muito feio para senhora!
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi prof. da UFPR
Twitter: @sakamori10
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Um comentário:
Concordo, e se aliar a isso tudo o emparelhamento político da Petro em detrimento da gestão técnica, tem-se o resultado vergonhoso que vemos.
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