terça-feira, 30 de abril de 2019

O Brasil merece ser repensado.


O governo da União, registrou um déficit primário de R$ 21,1 bilhões no mês de março, o segundo pior desempenho da série histórica para o mês de março, perdendo apenas para  o mesmo mês de 2018, que foi de R$ 24,4 bilhões.  No primeiro trimestre o déficit primário foi de R$ 9,3 bilhões, sendo que no mesmo período do ano passado, o resultado foi negativo em R$ 12,8 bilhões. O País merece ser repensado para sair dessa situação de desconforto.

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o resultado primário do primeiro trimestre, houve uma melhora em relação ao resultado de 2018, mas é temporária. O governo da União trabalha com o déficit primário de R$ 139 bilhões.  Déficit primário é o dinheiro que falta após a arrecadação dos impostos e contribuições, para pagar as contas do governo, o que equivale a cerca 2% do PIB. Eu disse, "o dinheiro que falta"... Para leigo entender, é oportuno esclarecer que o déficit primário não engloba o pagamento de juros da dívida pública, cujo valor é de R$ 5,5 trilhões bruto ou R$ 4 trilhões líquido. 

O governo da União, faz questão de afirmar que o  superávit primário, o dinheiro que sobra após o pagamento de despesas, excluído a Previdência Social é de R$ 42,1 bilhões, como se as despesas do INSS não fossem despesas do governo. É uma forma explícita do governo e da grande imprensa aprovar a Reforma da Previdência.  O fato é que as despesas com a Previdência Social e faz parte do Orçamento Fiscal do governo da União.  Não tem essa de dizer que "se não fosse a previdência...".  

Por outro lado, a receita da União contou com o recebimento de dividendos das empresas estatais, que somaram R$ 2,87 bilhões no ano, o que é um valor pífio se considerar a peso da participação das estatais na economia do País.  Para minorar o déficit primário, o governo pretende colocar em leilão a "cessão onerosa" do petróleo e  arrecadar cerca de R$ 120 bilhões, ainda este ano.  Caso concretize o leilão ainda neste ano, o que não é certo ainda, o valor seria abatido do "déficit primário".  Mas, não terá leilão de "cessão onerosa" todos os anos. 

Aterrorizante é a informação do Secretário do Tesouro, de que o governo não tem instrumentos para conter as despesas obrigatórias como salários e benefícios previdenciários. Desta forma, o governo vem cortando as despesas em investimentos públicos, que devem ficar abaixo de 0,5% do PIB ou grosso modo R$ 35 bilhões em 2019, o que é considerado muito baixo. Dentro deste contexto, o governo federal deverá cortar as subvenções ao programa Minha Casa Minha Vida e pagamento de bolsas de estudo.

Sem os investimentos do governo federal, a economia do País, continuará patinando.  A reforma da Previdência é um item  importante, mas não será a única reforma estruturante que o Brasil precisa para crescer sustentavelmente ao longo dos anos.  O principal entrave para o crescimento continuará sendo o pagamento de juros da dívida pública que recai sobre R$ 5,5 trilhões brutos ou R$ 4 trilhões líquidos. 

No mínimo, o Brasil merece ser repensado.

Ossami Sakamori

Os comentários poderão ser feitos no espaço próprio, abaixo. 


domingo, 28 de abril de 2019

Brasil. O lobo cuidando do galinheiro.



Que a reforma da previdência, em discussão na Câmara dos Deputados, é necessária para tentar equilibrar as contas públicas, isto ninguém duvida.  No ano passado, o déficit da previdência foi de R$ 288 bilhões. O rombo do Orçamento federal devido a previdência neste ano, 2019, está previsto em R$ 309 bilhões. A reforma proposta pelo ministro da Economia Paulo Guedes é de R$ 1,2 trilhão em 10 anos, ou  R$ 120 bilhões de economia nos gastos a cada ano, se o projeto do governo for aprovado "sem desidratação". 

Vamos fazer a conta.  Se rombo da previdência prevista para o ano de 2019 está em R$ 309 bilhões e o valor da economia estimado pela reforma é de R$ 120 bilhões, significa que mesmo após a aprovação da reforma da previdência na forma como foi proposto pelo ministro da Economia Paulo Guedes, "sem desidratação", a previdência social no Brasil continuará com o "rombo" anual de cerca de R$ 189 bilhões em número de 2019.   

A economia de R$ 1,2 trilhões em 10 anos, do plano original do Paulo Guedes, está sendo admitido pelo presidente Jair Bolsonaro, como sendo negociável. Embora tenha afirmado na sua última fala, o presidente da República já declarou admitir o número final em R$ 800 bilhões ou R$ 80 bilhões ao ano. Tomando como base o "rombo" previsto para 2019, o "rombo" da previdência continuará em R$ 229 bilhões, ao invés de R$ 189 bilhões, se aprovado na forma original.

O rombo da previdência, sem dúvida, é um item de gasto importante do governo federal. Só para se ter ideia do tamanho do rombo, R$ 229 bilhões, o número é muito acima do total de gastos previstos em educação em 2019 que será de R$ 122 bilhões ou em saúde pública em R$ 129,8 bilhões. 

Ainda assim, o déficit da previdência, antes ou depois da reforma, continuará no segundo lugar em itens de gastos públicos.  O Brasil com divida pública federal bruta em R$ 5,5 trilhões brutos ou R$ 4 trilhões líquidos, os gastos com juros líquidos ascende a R$ 350 bilhões ao ano, em número de 2019.  Em comparação, o rombo da previdência, mesmo após a aprovação da reforma continuará consumindo R$ 189 bilhões, "sem desidratação".  Assim sendo, o "rombo" da previdência continuará o sendo o segundo gasto mais importante do governo da União. Está longe de ser o gasto mais importante do governo federal. 

Ninguém quer discutir sobre o principal "rombo fiscal" do Brasil, que se refere ao pagamento de juros da dívida pública.  O pagamento de juros da dívida pública, apesar de ser o maior gasto do governo federal, não entra na pauta.  A corda sempre arrebenta do lado dos mais fracos, no caso, os aposentados e pensionistas.  Os agiotas ou rentistas nacionais e internacionais mereceram e merecerão melhor atenção de sucessivos governos, de esquerda à direita.  O pagamento de juros da dívida do País será sempre intocável para os administradores públicos e para os renomados articulistas econômicos. 

Como em qualquer parte do mundo, no Brasil não é diferente, os administradores dos rentistas ocupam posições chaves na área econômica do governo federal. Configura-se  desta forma, aquela velho ditado: "o lobo cuidando do galinheiro". 

Ossami Sakamori

Os comentários poderão ser postados no espaço próprio.

sábado, 27 de abril de 2019

Brasil no ritmo de Stop and Go !



Os últimos números da economia, sobretudo os referente ao trimestre terminado em março, tem colocado a equipe econômica em posição de cautela.  A última má notícia é que a inflação do mês de março registrou 0,75%de alta, considerado os últimos 12 meses, a alta é de 4,58% ao ano. Em função dos números divulgados, é de se esperar que a taxa básica de juros Selic que será estabelecida pelo Banco Central, no próximo dia 8 de maio, deverá ter um aumento de 0,25% ou Selic de 6,75% ao ano.   

No último dia 24, o IBGE tinha divulgado que o Brasil tinha fechado 43 mil vagas de trabalho no mês de março, colocando cerca de 50 milhões de trabalhadores na condição de desempregado, desalentado e subempregado. Enquanto o número de trabalhadores com carteira assinada era de apenas 33 milhões de trabalhadores.  Há muito trabalho para tirar o Brasil do "fosso" que separa do pleno emprego.

Por outro lado, no mesmo mês, março de 2019, registrou R$ 109,8 bilhões de arrecadação federal, com o recuo, descontado a inflação, de 0,58% em relação ao mesmo mês de 2018. A agência de notícias Bloomberg calculava, para o mês de março, uma arrecadação de cerca de 114 bilhões. Ainda assim, a arrecadação acumulada do ano, do governo federal, está em R$ 385,3 bilhões, com aumento real de 1,09%.

Assim, o Brasil vai caminhando no ritmo de: Stop and Go!

Ossami Sakamori

Os comentários poderão ser postados no espaço próprio. 

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Brasil fechou 43 mil vagas de trabalho!

 
Crédito da imagem: Valor 

Segundo o índice de desemprego divulgado ontem, 24, ainda de acordo com o Cadastro Geral de Empregos e Desempregos - Caged do Ministério da Economia, o Brasil fechou 43.196 vagas de emprego com carteira assinada. O resultado só foi pior do que aquele apresentado no mesmo mês em 2017.  Para muitos analistas econômicos o número apresentado foi uma surpresa.  O número, apenas, confirma o pífio crescimento econômico do País, desde 2017, 1% ao ano. 

Para o mercado financeiro que acreditava na retomada do crescimento econômico do País, o número apresentado pelo IBGE, caiu como um balde de água fria.  Nos últimos dias a imprensa estava dando destaque à notícia alvissareira sobre os primeiros 100 dias do governo Bolsonaro, citado diversas inciativas tomadas pelo novo governo.  A grande massa da população sente "na carne" o efeito do longo período de recessão que o País está sendo submetido, desde 2015, é apenas mais um número desalentador. 

O governo e a grande imprensa noticia apenas o índice de desemprego, que está em torno de 12,7% ou 13,4 milhões de trabalhadores, que saem à procura de emprego. Não faz parte das notícias, os 4,7 milhões de trabalhadores, que já desistiram de procurar o emprego.  Não faz parte, também, os cerca de 4 milhões dos "Nem, Nem" (Nem estuda e Nem trabalha). Soma-se ao número os trabalhadores sub-empregados estimado pelo IBGE em 27,9 milhões. No total, são cerca de 50 milhões de uma força de trabalho, estimado em cerca de 106 milhões de pessoas. 

Em contraste, o número de trabalhadores com carteira assinada, segundo IBGE, é pouco mais de 33 milhões de pessoas.  Na prática, é sobre este contingente de trabalhadores que as empresas industriais e de serviços recolhem os tributos e contribuição à previdência social.  Nem o governo e muito menos a grande imprensa divulga, de que: um trabalhador com carteira assinada recolhe os encargos que dois em condições precárias usufruem.  

Apenas como referência, os índices de desemprego, que os países desenvolvidos consideram como aceitáveis, estão entre 4% a 6% da força de trabalho.  Atualmente, os Estados Unidos estão com o índice de desemprego no limite de 4% da força de trabalho, considerado por eles como aceitáveis. Ao contrário dos países desenvolvidos, o governo do Brasil utiliza outros parâmetros para tomada de decisões sobre política econômica e monetária.   

O número de desempregados formais, somado aos desalentados, os "Nem, nem" e os sub-empregados, influi diretamente no crescimento econômico do País. São eles que impulsionam o "mercado consumidor". Sem o mercado consumidor, não tem crescimento. É um círculo vicioso que os últimos governos, desde Dilma em 2015, vem enfrentando. Sem os consumidores, as indústrias e serviços deixam de criar empregos, criando um círculo vicioso, que nem a reforma da previdência vai romper.  O buraco do Brasil está mais para baixo!

Se correr o bicho pega, se parar o bicho come!

Ossami Sakamori

Deixem comentários no espaço próprio, sem censura do editor.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Guedes: O samba de uma nota só!

Crédito de imagem: Veja

Em entrevista concedida à Globo News, na quarta-feira, dia 17, o ministro Paulo Guedes disse que as projeções do mercado para a economia com a reforma da Previdência em 10 anos estão erradas.  A divergência está no valor de avaliação dele, em torno de R$ 1 trilhão em 10 anos e do mercado que avalia entre R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões. O discurso do Guedes mais parece o título da música de Tom Jobim: "O samba de uma nota só". 

O fato concreto é que o governo Bolsonaro, pela resistência em aceitar a forma de governo, a de "coalizão", está encontrando muita dificuldade em conseguir a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, 308 votos, necessária para aprovação de Emenda Constitucional.  A "nova forma" de governo do presidente, sem apoio dos partidos do "Centrão", a reforma da previdência deverá sair com modificações nos BPC na previdência no setor rural.  A divergência de números entre Guedes e o mercado está essencialmente nestes dois pontos, difíceis de serem aprovados.  Este articulista, aposta no número apontado pelo mercado, o da economia virtual entre R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões, em 10 anos ou seja R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões a cada ano. Guardem o número para posterior confrontação com os déficits primários e nominais. 

É certo que a reforma da Previdência é um ponto importante para o equilíbrio orçamentário da União, ainda assim, os demais "buracos" continuarão sendo entraves para os Orçamentos Fiscais dos próximos anos.  Cada vez mais, as despesas obrigatórias estão em alta, diminuindo os gastos opcionais, como as destinadas aos investimentos em infraestrutura.  O governo prevê em 2020, gastos opcionais está em R$ 100 bilhões, o que é muito pouco diante de tanta necessidade. Os analistas econômicos preveem que este tipo de gastos em 2022 devem encolher para cerca de R$ 72 bilhões.

Seguindo a Emenda do teto dos gastos, que o Paulo Guedes quer segui-la, a ferro e fogo, o déficit primário do próximo ano, 2020, está previsto em cerca de R$124 bilhões.  O déficit primário é o dinheiro que o governo busca no mercado financeiro, através da venda de títulos da dívida pública, para cobrir os "rombos fiscais".  O déficit primário não inclui as despesas devido ao pagamento de juros Selic da dívida pública da União que anda ao redor de R$ 5,5 trilhões brutos ou R$ 3,9 trilhões líquidos. O Brasil paga de juros sobre a dívida pública, que não está incluído no "déficit primário, ao redor de R$ 275 bilhões.  Somado tudo, o "déficit primário" e o "déficit nominal", o Brasil aumentará no próximo ano, a sua dívida bruta em cerca de R$ 400 bilhões.  Assim, o Brasil caminha, celeremente, ao mesmo da Grécia e Turquia. 

Paulo Guedes, ministro da Economia é competente, conseguiu transformar a reforma da Previdência como o "vilão" de todos problemas do Brasil. Paulo Guedes como Tom Jobim, canta o samba de uma nota só: A reforma da Previdência levará o Brasil ao caminho da Venezuela. Será?

Ossami Sakamori
(sem rede social)

Em querendo comentar, poderá fazê-la no espaço próprio, Comentários, no rodapé deste. 


domingo, 14 de abril de 2019

O buraco do Brasil está mais para baixo!

Crédito da imagem: Estadão

O que vou dizer aqui, não vai agradar nem um pouco aos apoiadores do presidente Bolsonaro, sobretudo os militantes que se dizem ser da extrema direita.  Mas, a matéria servirá para reflexão do próprio presidente da República, que comemorou 100 dias do governo no último dia 10. Esta matéria serve para orientar os empresários pequenos, médios e grandes.   Uma coisa é "querer que o Brasil dê certo" e outra coisa é "fazer com que o País caminhe para o crescimento sustentável". Há 4 anos que o País está como caranguejo, andando de lado ou senão andando para trás. Não vamos repetir os mesmos erros do passado!

Feito o preâmbulo, vamos aos fatos.  Apesar de boas intenções do presidente Bolsonaro e do ministro da Economia Paulo Guedes, o pregado ideário da economia liberal está longe de se tornar realidade.  A principal bandeira do presidente para o início do governo, a reforma da previdência, na melhor das hipóteses, será aprovada somente no mês de agosto, segundo previsão dos parlamentares realistas do Congresso Nacional.  Vamos lembrar que a reforma da previdência necessita de maioria absoluta na Câmara dos Deputados, 308 votos, e 54 votos do Senado Federal.  

Na minha modesta opinião, o presidente da República vem perdendo muito tempo em defesa da ideologia da direita. Isto foi feito na campanha eleitoral contra o PT e ideologia da esquerda.  Enfim, as eleições terminaram no dia 20 de outubro do ano passado e o governo terá que ser mais "pró-ativo". Faça-se a limpa na estrutura do governo, os que ainda defendem as ideias que predominavam até 31 de dezembro. Mas esta discussão sobre ideologia não pode perdurar para sempre.  O Brasil está estagnado há 4 anos.  O Brasil precisa de ações pragmáticas para sair da depressão, a pior dos últimos 100 anos.   

A realidade brasileira está a merecer uma atitude "proativa" do presidente da República.  O índice de desemprego está a ameaçar o socesso social.  São 13 milhões de trabalhadores desempregados e cerca de 4,7 milhões de trabalhadores desalentados (desempregados que não vão à procura de empregos). Somado a este contingente, tem os, grosso modo, 15 milhões de trabalhadores do sub-emprego. Somado tudo, dá mais de 32 milhões de trabalhadores desempregados e em condições precárias de rendimentos.  

O número acima, 32 milhões, comparado com os trabalhadores com carteira assinada, 33 milhões, mostra que a situação social do País é alarmante.  A grande imprensa e o governo, por conveniência, citam apenas os 13 milhões como o número de trabalhadores desempregados, o que na prática não representa a verdadeira condição social.  Como já dizia o embaixador Rubens Recupero: "O que é bom a gente mostra, o que é ruim, a gente esconde". A estatística é uma, a realidade é outra. 

Ao lado do número de desempregados, o que preocupa é o índice de inadimplentes no comércio, que está ao redor de 62 milhões de pessoas, segundo SPC ou Serasa.  Isto mostra que a retomada do crescimento econômico é dificultado pela falta de consumo, que ao longos dos últimos anos esteve baseado em créditos bancários e créditos em cartões.  O número, 62 milhões, é expressivo se considerar que o número da força de trabalho é de apenas 108 milhões. O número corresponde, também, a 40% da população adulta que quer dizer que 4 em cada 10 adultos estão com o "nome sujo" no comércio e no sistema financeiro. 

Se por um lado, o ministro da Economia Paulo Guedes reclama do enorme déficit primário, que é atribuído à previdência social, por outro lado o Tesouro Nacional paga os juros reais próximo de 2,5%, baseado na taxa Selic de 6,5% e inflação de 4%. Nesta conta, o déficit nominal, nunca é citado pelo governo e pelos analistas econômicos, vai a estonteante R$ 175 bilhões por ano.  O valor é muito maior que os gastos em educação, saúde e segurança pública, individualmente. Sim, esse dinheirama toda vai para bolso dos investidores especulativos que financiam a dívida pública brasileira.  Não será a "autonomia do Banco Central" que resolverá a situação do País. Os juros, embora balizados pelo Banco Central, é de responsabilidade integral do Tesouro Nacional.  Falando em juros altos, a dívida pública federal bruta beira R$ 5,5 trilhões e a dívida pública líquida está ao redor de R$ 3,9 trilhões.  Brasil, com certeza está a caminhar celeremente para o mesmo da Grécia e da Turquia. 

Na situação descrita acima, só resta um caminho para o Brasil: crescer acima da média mundial de 3,5% ao ano, para em algum tempo, recuperar o tempo perdido nestes últimos 4 anos de estagnação. O preocupante é que o Brasil caminha, mesmo com o novo governo, o do presidente Bolsonaro, a um crescimento pífio para 2019. O Boletim Focus do Banco Central rebaixou a expectativa de crescimento do País para menos de 2% em 2019.  Não será a "autonomia do Banco Central" que trará solução para a dívida pública federal. A dívida pública não é do Banco Central, salvo alguns trocados, é do Tesouro Nacional. 

Desta forma a configuração da economia liberal do ministro Paulo Guedes está longe de ser implementada.  A reforma da previdência, a reforma tributária e um novo pacto federativo é a receita do novo ministro da Economia. O ano de 2019, na melhor das hipóteses, está destinada apenas nas reformas prometidas pelo ministro Paulo Gudes.  Esperamos que o episódio de um "novo tabelamento" de preço do diesel seja apenas um "arroubo" do presidente Bolsonaro. O último episódio coloca em "cheque" a teoria liberal da Escola de Chicago que o Paulo Guedes quer para o País.

O buraco do Brasil está mais para baixo!

Ossami Sakamori



terça-feira, 9 de abril de 2019

O "Zero Dois" do presidente Bolsonaro

 Crédito da imagem: Veja

O presidente da República Jair Bolsonaro declarou em uma entrevista à rádio Jovem Pan, nessa segunda-feira, dia 8 de abril, que seu filho Carlos e o trabalho dele nas redes sociais foram responsáveis por sua eleição ao Palácio do Planalto. Quem acompanhou o crescimento do nome do presidente Bolsonaro, sobretudo no período pré eleitoral, sabe muito bem que o presidente apenas expressa a verdade dos fatos.  Presidente Bolsonaro não foi produto da grande imprensa brasileira. De que o presidente Bolsonaro foi eleito pela força das mídias sociais, ninguém duvida.

Na campanha eleitoral é que o público em geral, ficou sabendo que a mídia social era produzido pelo segundo filho Carlos Bolsonaro, vereador da cidade de Rio de Janeiro.  Foi também o Carlos, que nos piores momentos da sua vida, na delicada cirurgia no hospital Albert Einstein,  esteve ao lado do leito do presidente, junto com a esposa do presidente, a Michelle, vigilantes que foram no seu restabelecimento. 

Crédito da imagem: Estadão

Carlos Bolsonaro, o "Zero Dois", como é tratado pelo pai, foi também, quem acompanhou o presidente Bolsonaro e sua esposa Michelle, no veículo que conduziu o presidente ao Palácio do Planalto, no dia da posse.  O filho Carlos é considerado como "pit bull" do presidente nas redes sociais.  Os dois outros filhos, o número um, é o atual senador Flávio Bolsonaro, PSL/RJ, é o primeiro filho e Eduardo Bolsonaro, PSL/SP, é o terceiro filho.  O presidente da República tem outros dois filhos que não fazem parte da vida pública até o momento. 

O "Zero Dois" é considerado pelo presidente como principal assessor informal e com capacidade, segundo presidente, para ocupar qualquer ministério.  Assim sendo o "Zero Dois" é o digital influencer do presidente Bolsonaro. 

Ossami Sakamori

domingo, 7 de abril de 2019

Lula não é nenhum coitadinho!

Crédito de imagem: Hamilton Bruchz 

Muito antes da Lava Jato, precisamente no dia 20 de junho de 2012, postei neste blog uma matéria com o título "Lula é chefe da máfia?". À época, a grande imprensa dava notícia de que a Polícia Federal tinha prendido dois assessores da campanha eleitoral de  Lula, em reeleição, com um total de R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil.  Tratava-se de compra de um suposto dossiê contra o adversário na campanha presidencial de 2006, o tucano José Serra.  Era apenas ponta de iceberg de uma série de ladroagem dos cofres público em conluio, sobretudo, com os empreiteiros da Petrobras e Eletrobras. 

Lula da Silva em comparsa com a Dilma Rousseff, até então ministra de Minas e Energia e depois ministra-chefe da Casa Civil, montaram um esquema de ladroagem com os empreiteiros da Petrobras, no que culminou nas operações Lava Jato.  A operação Lava Jato iniciou em Curitiba pelo MPF e Polícia Federal  om a apuração de uma suposta propina na ampliação da Refinaria de Presidente Getúlio Vargas em Araucária, região metropolitana de Curitiba. 


A quadrilha no gabinete da Presidência

A quadrilha comandada pelo Lula da Silva, utilizou o Palácio do Planalto com um verdadeiro "bunker" para promover juntos  com as grandes empresas, sobretudo empreiteiras e grandes corporações como as montadoras de veículos, a maior ladroagem que o Brasil já teve notícia.  Além das obras civis, plataformas de perfurações na Petrobras, os mesmos empreiteiros foram favorecidos em obras na América Latina e na África, com os recursos do Tesouro, repassados pelo BNDES. As últimas notícias dão conta de que aqueles países beneficiados estão inadimplentes nos pagamentos de parcelas daqueles financiamentos. Uma grande parte das falcatruas do Lula da Silva foram objetos de matérias deste blog, desde 2012, muito antes da Lava Jato. 

O Lula da Silva está preso em função da condenação pelo caso conhecido com Triplex, pelo juiz Sergio Moro da 13ª Vara Federal de Curitiba e confirmado pelo TRF4.  Desde então, dia 7 de abril do ano passado, Lula se encontra preso numa quarto adaptado, na sede da Polícia Federal de Curitiba.  Segundo a grande imprensa apurou, o preso Lula da Silva está custando ao contribuinte, cerca de R$ 300 mil mensais.  Digamos que é um preso "vip" com geladeira e TV, com permissão de visitas íntimas, todas quintas-feiras. 

O ex-presidente Lula da Silva que se fazia de "pai dos pobres", deu prejuízo aos cofres públicos, valores  estimados entre R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões. É o dinheiro que está fazendo falta aos cofres públicos para pagar as despesas mais elementares como as da educação e saúde pública. Não, Lula da Silva não é um "pobre coitado".  Lula da Silva solto que comanda ainda a "quadrilha" e assaltou o País durante longos 13 anos, poderá cometer outros delitos com os seus comparsas do PT.  Portar-se como "coitadinho" é um artifício que o Lula usa na tentativa de voltar a comandar a Organização criminosa, a "máfia" brasileira. 

Que o Lula fique preso pelo período a que foi condenado, nem mais, nem menos, para didaticamente inibir quaisquer ocupantes de cargos públicos a cometerem o mesmo tipo de crime, o da ladroagem de dinheiro público, tão caro para todos nós.  

Lula não é nenhum coitadinho!

Ossami Sakamori


sexta-feira, 5 de abril de 2019

Anderson Ribeiro Correia deverá ser o novo ministro da Educação.



O professor Anderson Ribeiro Correia, atual presidente da Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, deverá substituir o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez no Ministério da Educação. O cotado para assumir o lugar do colombiano Vélez, professor Anderson, é professor de aeroportos do ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica e exerceu função de Reitor da Instituição e foi superintendente de infraestrutura aeroportuária da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil, antes de assumir presidência da Capes. 

O Ricardo Vélez Rodriguez deverá ser demitido da função de ministro da Educação, na próxima segunda-feira, dia 8.  O ministro colombiano tinha sido indicação do escritor neo-brasilianista Olavo Carvalho, que se anunciava como "guru" do presidente Bolsonaro.  Outro nome indicado pelo "guru" do presidente é o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.  Este último, também, vem causando polêmica ao afirmar que "nazismo" é ideologia de "esquerda", contrariando entendimento de historiadores do mundo a fora.  Este último está, também, está na linha de penalty dos generais do Planalto. 

Anderson Ribeiro Correia deverá ser o novo ministro da Educação. 

Ossami Sakamori



  


quarta-feira, 3 de abril de 2019

A reforma da previdência, nua e crua

Crédito de imagem: Agência Senado

Hoje, quarta-feira, dia 3, o ministro da Economia Paulo Guedes deve comparecer a uma audiência na Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados para esclarecimento dos pontos da reforma da previdência proposta pelo governo Bolsonaro. O presidente da Comissão Felipe Francischini, PSL/PR, deverá colocar em votação na Comissão, quanto à admissibilidade da proposta, no dia 17 de abril.  Segundo o presidente da Câmara Rodrigo Maia, a reforma deverá ser aprovada  ainda no primeiro semestre. 

Amanhã, quinta-feira, dia 4, o presidente Bolsonaro, como noticiado aqui, ontem, deverá se reunir com as lideranças dos partidos denominados de Centrão e MDB, no esforço de convencer os parlamentares acostumados com o "toma lá, dá cá" no sentido de fechar questão sobre a reforma da previdência, sobretudo nos temas centrais da reforma. Os empresários de peso e o mercado financeiro esperam a aprovação da reforma da previdência para tomar decisões definitivas sobre os seus investimentos.

Segundo a grande imprensa, há consenso sobre a reforma nos pontos centrais da reforma.  Um dos pontos importantes é a "desconstitucionalização da previdência" para que as eventuais futuras reformas não precisem do voto de maioria absoluta do Congresso Nacional, 308 votos na Câmara dos Deputados e 54 votos no Senado Federal. O que está gerando polêmica e desconforto é o plano de aposentadoria dos militares, por terem condicionantes da reestruturação da carreira militar. 

Segundo a grande imprensa, o que não deve passar são: a mudança no BCP, que paga hoje um salário mínimo a idosos miseráveis a partir de 65 anos. A proposta do governo é antecipar o pagamento a partir de 60 anos, porém num valor menor, cerca de R$ 400 e salário mínimo cheio à partir de 70 anos. Outro ponto que há resistência entre os parlamentares é a aposentadoria rural que elevaria a idade mínima de mulher de 55 anos para 60 anos e aumentar o mínimo de contribuição de 15 anos para 20 anos. 

O objetivo do ministro da Economia, Paulo Guedes é obter, ao menos economia de R$ 1 trilhão em dez anos com as mudanças na previdência.  

Ossami Sakamori

terça-feira, 2 de abril de 2019

Bolsonaro vai sentar à mesa com o "Centrão" e o MDB.


O presidente Jair Bolsonaro, deve antecipar a sua volta ao Brasil em algumas horas, amanhã. O presidente cancelou a visita que faria, amanhã, à comunidade brasileira na cidade de Raanana, cerca de 20 quilômetros ao norte de Telavive, capital israelense.  O avião presidencial estava programada para decolar às 9:40h e estava prevista a chegada em Brasília às 20:40h de amanhã, quarta-feira.  O principal anúncio na viagem, sem dúvida, foi o da criação de escritório comercial em Jerusalém, frustando a promessa do presidente brasileiro fez na ocasião da visita do primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu, no mês de janeiro.

Na próxima quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro tem uma agenda pesada. O ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni, marcou reunião do presidente da República com Romero Jucá do MDB/RR, Gilberto Kassab do PSD/SP, ACM Neto do DEM/BA e Marcos Pereira do PRB/SP. Não foi divulgado na agenda oficial, mas é possível também uma reunião com o governador João Doria, PSDB/SP.  O principal tema deverá ser sobre o apoio à reforma da previdência proposta pelo presidente da República.

Este blog vem defendendo, sistematicamente, que o presidente da República que crie uma "bloco de apoio" para aprovação dos projetos importantes ao governo, já que o sistema de governo no Brasil é Presidencialista de coalizão. Nada a ver com a velha prática do "toma lá, dá cá". Claro que uma reunião assim, haverá haverá troca de apoios políticos e de interesses entre o governo e partidos políticos que compõe o "bloco de apoio".  É assim que funciona em qualquer país democrática do mundo contemporâneo.   

Por mais que queira o presidente Bolsonaro, no sistema de governo atual, previsto na Constituição da República, o presidencialismo é de coalizão. O sistema de governo que ele imaginava, o de presidencialismo absolutista, não tem espaço para viabilizar no País.  Os últimos presidentes que quiseram enfrentar o Congresso Nacional, um deles, o Jânio Quadros teve que renunciar e o outro, o Fernando Collor de Mello teve o seu mandato cassado.  

Inteligentemente, o presidente Bolsonaro vai sentar à mesa com o "Centrão" e o MDB. 

Ossami Sakamori