Enquanto o Brasil comemora a possibilidade de crescimento de 4% no PIB - Produto Interno Bruto de 2020, após queda de 4,1% em 2020, as maiores potências do mundo ocidental anunciam investimentos públicos vultosos para recuperar a perda de PIB de 2020, devido a pandemia Covid-19. Nos últimos dias, os EEUU anunciaram Orçamento Fiscal de US$ 6 trilhões, para o ano fiscal de 2022, que inicia em outubro e prevê um déficit fiscal de US$ 1,8 trilhão, ainda assim, menor que o déficit fiscal de 2020 de US$ 3,67 trilhões, devido a pandemia.
A solicitação de orçamento do presidente Biden projeta que o peso da dívida dos EUA atingirá seu nível mais alto na história este ano, superando o recorde anterior da Segunda Guerra Mundial. Em 2021, de acordo com o orçamento de Biden, a dívida dos EUA chegará a 109,7% do Produto Interno Bruto - PIB, o que ultrapassaria o recorde anterior de 106,1%, registrado no momento em que os EUA saíam da II Guerra Mundial. Se o problema apontado pelos analistas econômicos e pelo mercado financeiro sobre o endividamento do nosso Tesouro Nacional, isto parece não preocupar tanto os países do primeiro mundo. O importante é ter "capacidade de pagamentos" para o prazo de pagamento, normalmente, naqueles países num prazo muito mais elástico que do Brasil.
Do outro lado do Atlântico, a União Europeia anuncia investimento de 672 bilhões de euros, equivalente a cerca de US$ 800 bilhões, em subsídios e empréstimos. O plano foi concluído ainda em julho de 2020, após duras negociações entre os membros da União Europeia. Igual iniciativa, no continente europeu, com volume de investimento que só tinha visto antes com a ajuda americana, o plano Marshall, no término da II Guerra Mundial. A ideia que se passa, como foi também na crise financeira mundial de 2008, a intervenção do Estado na economia, numa situação crítica, é de fundamental importância, ideia contrária do que pretendem os articulistas e mercado financeiro fazerem nos crer.
Enquanto no Brasil, a iniciativa de investimento para estímulo à retomada de crescimento econômico, não passa de extensão do "auxílio emergencial" para cerca de 44 milhões de beneficiários, por 4 meses, com previsão de estender para até o final de 2021. O montante deste estímulo deve terminar o ano com dispêndio para o governo da União ao redor de R$ 100 bilhões, se o programa for estendido até o final deste ano. Outras iniciativas tímidas como programa de primeiro emprego para os "nem-nem" e estímulo para manutenção de empregos, que serão financiados com orçamento do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador, fazem parte do cardápio do Ministério da Economia. No final das contas, o dispêndio do Tesouro Nacional aos programas de estímulo ao crescimento econômico do governo federal, até este momento, não vai além dos R$ 100 bilhões. Se comparado com o dispêndio de recursos do Tesouro Nacional em 2020, somente devido à pandemia Covid-19, o Orçamento de Guerra, que foi ao redor de R$ 560 bilhões, o investimento previsto pelo governo da União para 2021, por conta da pandemia Covid-19, é como gota d'água no oceano de necessidades.
Os Estados Unidos preveem crescimento econômico de 8% do PIB, no exercício fiscal de 2022, que inicia em outubro. A União Europeia não anunciou a previsão de crescimento para o exercício fiscal em curso, mas com o "pesado" subsídios e empréstimos, mas com certeza, o crescimento econômico ganhará de longe a perda do PIB sofrido em 2020, devido a pandemia Covid-19. Enquanto isto, o Brasil perde o tempo discutindo o "leite derramado" sobre o atraso do início da vacinação da Covid-19. Erros cometidos, sem dúvida, por diversas razões, são coisas do passado que não tem como "consertar" ou "recuperar".
Pobre do Brasil que ninguém ousa propor um plano ousado como "Novo Pacto" proposto por este blog. Olhar para trás, e constatar que o País se encontra na pior depressão econômica dos últimos 100 anos, as iniciativas propostas pelo Ministério da Economia é, de no mínimo, tímida. É urgente o País traçar um objetivo concreto de crescimento como fazem as grandes potências mundiais ou o Brasil se resigna em ocupar a 12ª economia do mundo, posição de hoje, após ter ocupado 8ª posição até 2014. Se assim proceder, o Brasil está resignado em aceitar a ocupação econômica pelas potências mundiais, como EEUU, China ... e Coreia do Sul.
Acelera, Brasil !!!
Ossami Sakamori