Não sejam ladrão de galinha.
Não sejam não.
Quanto custa uma galinha viva?
Galinha viva, vale não!
Galinha só vale depenado.
Quanto vale sem ser depenado?
Vale nada, não!
Todos querem depenado.
Então, quanto vale galinha viva?
Vale, 1 real.
Só vale 1 real?
Só, só vale 1 real.
O senhor quer comprar a galinha?
Esteja preso!
Como?
Sou da polícia!
Mas esta galinha é minha, seu guarda!
Não interessa, esteja preso!
Prove que teve dinheiro para comprar a galinha.
Prova, não tenho não.
Estou desempregado há 3 meses!
Então, suponho que você roubou.
Roubei, não, seu guarda!
Roubou sim!
Seu guarde, senhor não tem prova!
Não interessa a prova, esteja preso!
Seu delegado, roubei, não.
Prove que era você o dono da galinha.
Prova, não tenho não, senhor delegado.
Esteja preso, então!
Guarda põe este sujeito na cela!
E a galinha a gente faz a sopa.
Seu juiz, roubei galinha, não!
Prove que não roubou a galinha.
Prova não tenho não, senhor juiz.
Tem alguma testemunha?
Tenho, não, senhor juiz.
Por quanto você estava vendendo a galinha?
Senhor juiz, pedi 1 real para este senhor.
Não sabia que era guarda, senhor juiz.
Então, você tentou subornar?
Não senhor, senhor juiz.
Queria fazer um trocadinho, por modo de eu comprar leite para criança. Tava sem comer 3 dias, senhor juiz.
Não interessa, você roubou.
Roubei, não senhor juiz.
Guarda!
Põe esse na cadeia!
Mas, cadeia, senhor juiz?
Cadeia, seu ladrão de meia tijela!
Roubei, tijela, não, senhor juiz.
Seu burro, quis dizer que você é ladrão de galinha.
Vou dar a pena mínima.
Que pena doutor juiz?
3 meses pelo roubo da galinha,
mais 6 meses pela corrupção ativa,
mais 3 meses pela tentativa de lavagem da galinha.
Mas senhor doutor.
1 ano de cadeia para ele, a sentença!
Mas...
Guarda, leve este ladrão de galinha para a cela!
Enquanto isto, no plenário do STF, os réus do mensalão, cada um com uma de hora de defesa, dizendo da falta de provas materiais e que os 83 milhões apareceu do nada, ninguém assume. São 38, mas não é quadrilha, porque não tem chefe. Faltam provas materiais para condená-los. Só mesmo o Delúbio Soares e Marcos Valério saem condenados, ainda com direito a recursos.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi prof. da UFPR
Twitter: @sakamori10
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