Pela imprensa fiquei sabendo que a presidente Dilma não fará o pronunciamento amanhã, 1º de maio, dia do Trabalhador. A justificativa, segundo a imprensa, é o medo da presidente pelo "panelaço" no horário do pronunciamento. No entanto, poderá fazê-lo sem o aviso prévio, no horário nobre da televisão. Da nossa presidente arrogante e maluca pode-se esperar tudo.
Para falar a verdade, não temos nada a comemorar no dia do Trabalhador. O Palácio do Planalto liberou release para imprensa, comentário da presidente numa reunião interna sobre a recuperação do salário minimo nos 4 anos da sua gestão. Segundo a Dilma, o salário mínimo em 4 anos recuperou 14% frente à inflação. Só mesmo dando gargalhada por tamanho benesse.
Por conta da descoberta da ladroagem na Petrobras, levantada pela Operação Lava Jato, o desemprego no setor já faz sentir na economia. Somente no estado de Rio de Janeiro, o desemprego por conta da parada na construção do complexo petroquímico COPERJ já supera 40 mil trabalhadores.
O forte ajuste fiscal que está em curso, está provocando retração no setor industrial, a começar pelas montadoras. As indústrias do segmento já vem trabalhando menos dias de trabalho por semana para não demitir os funcionários. Mas, esta situação não deve perdurar por muito tempo. A tendência é que as montadoras acabarão demitindo os funcionários que estão trabalhando em jornada parcial.
Nessa segunda-feira, a Caixa Econômica Federal anunciou a redução no volume de financiamentos habitacionais em função dos saques serem maiores do que os depósitos nas caderneta de poupança. As incorporadoras e construturas não mais farão lançamento em função das novas condições de financiamentos. À medida que as obras antigas vão terminando, os trabalhadores da construção civil vão ser demitidos. Este ciclo de demissões deverá durar, no mínimo, até o final de 2016.
Além das demissões, a vida dos trabalhadores estarão cada vez mais dura. O ganho salarial acima da inflação está cada vez mais difícil em função da própria conjuntura. A inflação vem comendo uma parte significativa dos salários, número que representa apenas nos últimos 12 meses em cerca de 30%. Os juros do crédito ao consumidor vem encarecendo cada vez mais o custo de vida, em muitos casos as prestações vem embutidos de juros de mais de 150% ao ano.
Por outro lado, o lucro devido ao sacrifício imposto aos trabalhadores está sendo canalizados ao setor bancário. Nem poderia ser diferente que o sacrifício dos trabalhadores estejam ajudando cada vez mais o enriquecimento do setor bancário e de alguns poucos empresários amigos do Palácio Planalto, estes últimos aquinhoados com financiamentos do BNDES a juros subsidiados. Enquanto esta classe privilegiada paga juros fixos de 3,5% ao ano em seus financiamentos, os trabalhadores pagam juros abusivos de mais de 150% ao ano ao setor bancário.
Toda situação caótica que estamos a vivenciar na economia, já era previsível devido ao equívoco na formulação da política econômica do primeiro mandato da presidente Dilma. Após 4 anos de desgoverno, chegou a hora de pagar as contas. E as contas sempre sobram para o elo mais fraco. Esse elo mais fraco se chama trabalhador. Porque os que estão no poder estão enriquecendo cada vez mais com ladroagem nos cofres públicos.
No dia do Trabalhador, quero homenagear a todos trabalhadores amigos e amigas, incluindo este que escreve, porque sei que assim fazendo, estarei homenageando a todos os trabalhadores do Brasil de norte a sul, de todas origens, desde os menos qualificados aos mais qualificados.
Esta luta não mais será do PT e tão pouco da presidente Dilma Rousseff. Vamos resgatar o Brasil para todos nós, trabalhadores e empresários. A luta é nossa!
Ossami Sakamori