Mais um dia negativo para o mercado financeiro brasileiro. Após o feriado de ontem, nada melhorou o humor do mercado. O aumento da taxa Selic de 0,5% contrariando à expectativa do mercado que era de 0,25% fez com que os investidores, repensassem sobre a expectativa dos índices econômicos, sobretudo no índice Bovespa e no câmbio. O mercado esteve azedo. Leiam as notícias da Folha e meus comentários na sequência.
Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a
entrada de dólares no país seguirá fragilizada, mesmo com uma Selic
maior, por causa do intervencionismo do governo Dilma na economia. Fonte: Folha.
"Os investidores internacionais veem o governo interferindo em diversos
segmentos da economia constantemente. Isso assusta e afasta os
estrangeiros do país. Eles (os investidores internacionais) acabam
colocando recursos em mercados com rentabilidade menor, mas com uma
gestão política mais confiável." Fonte: Folha.
Comentário.
O índice Bovespa caiu, porque a expectativa de crescimento do Brasil, pelo menos para o ano de 2013, vai ser negativa. Se antes, o mercado esperava crescimento do PIB deste ano entre 2,5% a 3,0%, já espera crescimento abaixo de 2,5%. Este blog já prevê um crescimento abaixo de 2%. Resumindo, um crescimento pífio como o do ano passado. Em consequência os empresários vão pisar no freio, ou no mínimo vai reduzir o ritmo de investimentos, pelo menos, neste ano.
Bovespa caiu, novamente, com queda de 2,48%. As ações da OGX, teve forte queda, fechando com baixa de 6,0%. As ações do ramo imobiliário despencaram: PDG e MRV com baixa de 10,65% e 8,64% respectivamente. Não vejo motivo, para expressiva alta nos próximos dias, no índice Bovespa, por conta do cenário negativo da economia.
O dólar estava cotado, às 17 h, apesar das intervenções do Banco Central, em R$2,14. O Banco Central vendeu o Swap Cambial Reverso, na tentativa de amenizar o aumento da cotação, hoje. Foi a primeira vez, depois de alguns dias, sem intervenção. A atuação do Banco Central, foi apenas para sinalização. Não houve intervenção pesada. No meu sentimento é que o Banco Central trabalha com o teto de R$ 2,20. Quanto ao câmbio é difícil de fazer previsões, pois depende do humor dos investidores e especuladores estrangeiros, em deixar ou retirar investimentos no Brasil.
Se o dólar ultrapassar a cotação de R$ 2,20, o próximo stop ou teto fica difícil de fazer prognóstico, até mesmo para operador do Banco Central do Brasil. Como a economia brasileira, está baseada no engessamento do dólar no patamar de R$ 2, se o dólar ultrapassar o teto de R$ 2,20, a economia fica bagunçada. Como diria o Ratinho do SBT, a cobra vai fumar! Vamos aguardar, com serenidade, para avaliar o reflexo do dólar num novo patamar.
De qualquer forma, fiquem atentos, não no índice Bovespa, mas sim, na cotação do dólar. Lembrando que o dólar está sendo usado pelo trio Dilma/ Mantega/ Tombini, como âncora para segurar inflação no patamar que está. Se o dólar subir mais do que 10% num período curto de tempo, a inflação pode explodir.
Muita calma nesta hora! Segurem um pouco os investimentos ou gastos que estavam programados. A prudência nesta hora é importante, até mesmo, em nível de finanças pessoais. Fiquem atentos! Quando o mercado se acalmar, voltarei aqui para avisá-los.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12