A Folha de São Paulo traz notícia de que o Presidente Lula enviará projeto ao Congresso Nacional para o BNDES voltar a financiar obras no exterior conforme matéria exposta, na edição de hoje. O crédito do furo da reportagem é da Folha. Os desdobramentos serão comentados neste blog, como tenho feito desde fevereiro de 2012.
Nas gestões anteriores dos governos do PT, o BNDES financiou na modalidade de exportações de produtos e serviços, cerca de US$ 10 bilhões ou equivalente a R$ 50 bilhões. Estima-se que sob rubrica de intermediação aos agentes públicos envolvidos, tenha destinado ao menos US$ 1 bilhão, depositados em paraísos fiscais.
Segundo as minhas fontes da época, segue abaixo, a relação de algumas obras financiadas pelo BNDES, dentre elas:
1) Porto de Mariel (Cuba)
Valor da obra : US$ 957 milhões (US$ 682 milhões por parte do BNDES) Empresa responsável : Odebrecht
2) Hidrelétrica de San Francisco (Equador)
Valor da obra contratada : US$ 243 milhões. Empresa responsável : Odebrecht.
3) Hidrelétrica Manduriacu (Equador)
Valor da obra : US$ 124,8 milhões (US$ 90 milhões por parte do BNDES). Empresa responsável : Odebrecht.
4) Hidroelétrica de Chaglla (Peru)
Valor da obra : US$ 1,2 bilhões (US$ 320 milhões por parte do BNDES). Empresa responsável : Odebrecht
5) Autopista Madden-Colón (Panamá)
Valor da obra: US$ 152,8 milhões. Empresa responsável : Odebrecht
6) Aqueduto de Chaco (Argentina)
Valor da obra: US$ 180 milhões do BNDES. Empresa responsável : OAS
7) Soterramento do Ferrocarril Sarmiento (Argentina)
Valor : US$ 1,5 bilhões da parte do BNDES. Empresa responsável : Odebrecht
8) Linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas (Venezuela)
Valor da obra : US$ 732 milhões.
Empresa responsável : Odebrecht
9) Segunda ponte sobre o rio Orinoco (Venezuela)
Valor da obra : US$ 1,2 bilhões (US$ 300 milhões por parte do BNDES).
Empresa responsável : Odebrecht
10) Barragem de Moamba Major (Moçambique)
Valor da obra : US$ 460 milhões (US$ 350 milhões por parte do BNDES).
Empresa responsável : Andrade Gutierrez
11) Aeroporto de Nacala (Moçambique)
Valor da obra : US$ 200 milhões ($125 milhões por parte do BNDES).
Empresa responsável : Odebrecht
12) BRT da capital Maputo (Moçambique)
Valor da obra : US$ 220 milhões (US$ 180 milhões do BNDES).
Empresa responsável : Odebrecht
13) Hidrelétrica de Tumarín (Nicarágua)
Valor total da obra : US$ 1,1 bilhão (US$ 343 milhões).
Empresa responsável : Queiroz Galvão
A Eletrobrás participa do consórcio que irá gerir a hidroelétrica
14) Projeto Hacia el Norte – Rurrenabaque-El-Chorro (Bolívia)
Valor da obra : US$ 199 milhões.
Empresa responsável : Queiroz Galvão
15) Exportação de 127 ônibus (Colômbia)
Valor : US$ 26,8 milhões.
Empresa responsável : San Marino
16) Exportação de 20 aviões (Argentina)
Valor : US$ 595 milhões.
Empresa responsável : Embraer
17) Abastecimento de água da capital peruana – Projeto Bayovar (Peru)
Valor : Não informado.
Empresa responsável : Andrade Gutierrez
18) Renovação da rede de gasodutos em Montevideo (Uruguai)
Valor : Não informado.
Empresa responsável : OAS
19) Via Expressa Luanda/ Kifangondo
Valor : Não informado.
Empresa responsável : Queiroz Galvão
20) Super-porto em Rocha (Uruguai)
Financiamento não concluído.
Valor da obra: US$ 1 bilhão. (Empréstimo em gestação, porém não concluído). Empresa responsável: Odebrecht
A atual situação política é totalmente diversa das gestões anteriores do governo do Presidente Lula, com Congresso Nacional mais atuantes, sendo assim, numa eventual concessão de créditos para exportações de serviços, via BNDES, sejam feitas com maior transparência.
A dúvida que permanece, como contribuinte, é o "porquê" da súbita decisão do Presidente Lula em querer financiar obras e serviços aos aliados políticos do "terceiro mundo". A única diferença é que o Brasil exerce a presidência do G20 até o final de 2024. E, o Presidente Lula almeja, segundo os seus aliados, o Prêmio Nobel da Paz.
Ossami Sakamori