Estou no "confinamento", tanto faz para mim, vertical ou horizontal. O Ministério de Saúde informa que estou no "grupo de risco", isto é sujeito a letalidade, se pegar o "coronavírus". Como estudioso em "macroeconomia", com formação em "engenharia", enxergo a discussão sobre o "confinamento" como "mitigação" de um problema crônica que vive o Brasil e demais países que apresentam número elevado de letalidade na pandemia do "coronavírus".
O Brasil optou pela socialização da saúde tal qual países do primeiro mundo, sem ter a mesma riqueza de uma Alemanha ou de um Japão, respectivamente, terceira e quarta potência econômica do mundo. Exceção é feita aos Estados Unidos, que apesar de ser a maior economia do mundo, o sistema de saúde é privada. O fato é que o Brasil não tem sistema de saúde pública - SUS, preparado para atender 217 milhões de pessoas. Melhor, o País não tem dinheiro para "bancar" o sistema de saúde tal qual grande parte dos países do primeiro mundo. Tal qual Itália e Espanha, o sistema de saúde pública brasileira não é tão SUS - Sistema Único de Saúde ao pé da letra.
Voltemos ao assunto de "confinamento". O Sistema Único de Saúde Pública do Brasil, incluído o Sistema de Saúde Complementar, não está preparado, tanto quanto o da Itália ou da Espanha, para atender "de repente" toda população "infectada" pelo vírus COVID-19. O Ministério da Saúde, "a toque de caixa", está importando os insumos básicos como "mascaras" para profissionais da saúde e "ventiladores" para doentes em regime de urgência urgentíssima. Igualmente, os hospitais de todo o Brasil, sejam públicos ou privados, estão ampliando as Unidade de Terapia Intensiva para poder atender a demanda imaginada.
O Sistema Único de Saúde e o Sistema de Saúde Complementar precisam de tempo para poder se preparar para atender a demanda imaginada. A discussão sobre "confinamento horizontal" e "confinamento vertical" se baseia na falta de "estrutura de atendimento". Se não houver "confinamento horizontal", isto é, "bloquear" o convívio social da maioria da população, não tem estrutura imediata para atender a "demanda" pela pandemia "coronavírus". O ministro da Saúde, Mandetta, quer o "confinamento horizontal" porque tem consciência da deficiência da estrutura de saúde pública no Brasil.
Para confirmar o que estou a dizer, basta ver o resultado da Alemanha (53 mil infectados, 650 mortos e 13.500 recuperados para uma população de 83 milhões de pessoas) e Japão (1.500 infectados, 56 mortos e 424 recuperados para uma população de 127 milhões de pessoas). Os países citados, felizmente, tem sistema de saúde privada e público com número de leitos suficientes para atendimento universal da sua população, muito antes da pandemia "coronavírus". Vocês poderão ver os números atualizados através do endereço: https://www.covidvisualizer.com/
Ninguém escapa da pandemia "coronavírus", seja jovem ou velho, cedo ou tarde. Isto é como matemática: 2 + 2 =4. O "confinamento" seja ele horizontal ou vertical só serve para mitigar a falta de estrutura do Sistema Único de Saúde somado ao do Sistema Complementar de Saúde. Estes se preparem, neste momento, preparando as suas Unidades de Terapia Intensiva para receber os doentes do COVID-19.
O "confinamento" é necessário para dar tempo de Sistemas de Saúde se preparar ao "enfrentamento" a um desafio que não estava preparado, a da pandemia do "coronavírus". Vamos apenas lembrar que este blog, nos seus 8 anos de existência vem mostrando à opinião pública as "mazelas" no Sistema de Saúde no Brasil.
Com ou sem "confinamento", toda população, de jovens a idosos, estão expostos ao "coronavírus", de forma sintomática ou assintomática. A saúde é responsabilidade de cada um de nós!
Ossami Sakamori