Neste momento, o Brasil mais parece um iceberg à deriva, na imensidão do oceano, sem uma política econômica consistente e nem um plano macroeconômico visível para enfrentamento na saída da pandemia Covid-19. Os principais secretários do Ministério da Economia deixaram os seus postos em discordância ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nos últimos meses. Independente da inexistência da política econômica do Ministério da Economia, o Banco Central faz o que pode e tentando controlar a inflação que está apontando para dois dígitos (acima de 10%) neste final do ano.
Com prévia da inflação previsto para acima de 10% neste final do ano, o Copom - Comitê de Política Monetária do Banco Central, deverá reunir nos dias 7 e 8 de dezembro, a última reunião do ano, que definirá a taxa básica de juros Selic que balizará a trajetória dos juros do sistema financeiro nacional. A taxa Selic deverá elevar de 8,75% a 9,75% nesta última reunião do ano. A projeção da taxa Selic deverá ficar ao redor destes números em 2022, voltando para 7% ao ano, somente em 2023.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, há algum tempo, perdeu o comando sobre as reformas estruturantes na área econômica, assim como perdeu o comando da política econômica do governo do Presidente Jair Bolsonaro. Os principais temas econômicas estão sendo conduzidos pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na falta de definição clara da parte do ministro Paulo Guedes. Nem mesmo a prometida reforma tributária, tão necessária para atração de capitais para investimentos diretos não fazem mais parte da pauta do Ministério da Economia, infelizmente.
Enquanto o País aguarda as reformas estruturantes e uma pauta mínima de um plano para "travessia" do ano eleitoral, 2022, o País está à deriva como um iceberg num grande oceano, agitado que está devido a pandemia Covid-19, reforçado com uma nova variante, a "Ômicron", vindo dos países do sul da África. Espero que o presidente da República, no seu plano de reeleição em 2022, apresente um novo Plano Econômico para o Brasil, sob pena de sofrer pesada derrota nas eleições do próximo ano.
Ossami Sakamori