segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Bloqueio de Swift. Iminente a maior crise financeira mundial

 


Notícias internacionais anunciam "o isolamento dos bancos russos ao sistema de compensação bancária Swift", como se fosse notícia que merecesse o rodapé da página.  Não, não é.  O Swift é um sistema de compensação criado em 1973, com sede na Bélgica, que interliga 11 mil bancos e instituições financeiras em mais de 200 países e é fiscalizado pelo Banco Nacional da Bélgica, o Banco Central belga, em parceria com outros importantes bancos centrais.   A medida anunciada, no meu entender, é um tiro no pé do presidente Biden e vai ter desdobramentos imprevisíveis no sistema financeiro mundial. 

         Para melhor compreender a importância do sistema Swift, é necessário entender que, o sistema Swift faz parte do mecanismo do BIS, o Banco de Compensações Internacionais ou BIS e tem missão de reunir os bancos centrais de maioria dos bancos centrais dos países que representam cerca de 95% do PIB do mundo, para fazer fluir as liquidações financeiras em todo mundo.  O Banco Central do Brasil, o BC, é acionista do BIS desde 25 de março de 1997 e faz parte do Swift.

         O objetivo da medida, de acordo com a BBC de Londres, é o de fazer com que as empresas russas percam acesso ao fluxo normal e instantâneo de transações fornecidas pelo Swift. Pagamentos pelo fornecimento de energia e produtos agrícolas pelos russos poderão ser afetados, segundo o noticiário.  A primeira vista, o corte dos bancos russos do sistema Swift representa o fim das transações internacionais para a Rússia, fazendo com que os investidores internacionais retirem os investimentos da Rússia em dólares.    O pano de fundo da crise da Ucrânia, é a tentativa da Rússia de trazer de volta ao seu domínio, a Ucrânia, antes que os Estados Unidos tomem a dianteira.  O Putin não quer que os mísseis nucleares e convencionais da OTAN apontados para o seu território, estacionados na Ucrânia.  Nesta história toda, quem "paga o pato" são os ucranianos que ficam no meio de "tiroteio" de ambas potências.    

          Voltando ao assunto do bloqueio de Swift dos bancos russos, a compensação bancárias, em dólares, de seus "correntistas", para Biden mostrar  ao Putin que os Estados Unidos tem mais força que a Rússia.  É a guerra fria em novo formato.  Esquece o governo Biden que o bloqueio de Swift pode afetar não só os bancos russos, mas, todo sistema financeiro mundial, em consequência o sistema financeiro americano, também.   O bloqueio do Swift bancário vai provocar reação em cadeia, prejudicando os clientes do sistema bancário mundial e em consequência o comércio mundial, não só dos russos.  

               O bloqueio do Swift dos bancos russos, hoje, dia 28, poderá ser o início da maior crise financeira mundial, talvez, maior do que a crise financeira mundial, que iniciou com a quebra do Banco Lehman Brothers, em 2008.  

            Ossami Sakamori


domingo, 27 de fevereiro de 2022

Superávit primário de 76,5 bilhões em janeiro

No meio de notícia ruim, enfim, uma notícia boa na área econômica, do governo federal.  No mês de janeiro deste ano, 2022, o governo da União ou a administração federal, registrou superávit primário de R$76,5 bilhões, maior saldo já registrado em um mês, na série histórica do governo, com início em 1997.  O número foi divulgado pelo Tesouro Nacional, no último dia 24/2. Comparado com o superávit de R$ 43,5 bilhões do mesmo mês de janeiro de 2021, o número foi acima da expectativa do mercado financeiro, que apontava o número ligeiramente acima de R$ 60 bilhões.

          O País vem apresentando déficit primário ou "rombo fiscal", desde 1984, em consequência da pior crise financeira que o Brasil experimentou nos últimos 100 anos, o que acabou culminando com o impeachment da presidente Dilma.   A sequência de déficit primário, fez com que o ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles, propusesse e o Congresso Nacional aprovou a Emenda 95, que veio cobrir o "furo" na Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000, que já estabelecia que o governo da União "não poderia gastar mais do que arrecada".   A regra da responsabilidade fiscal já existia antes mesmo do governo do Lula e o governo do PT não soube cumpri-la.  

              O déficit primário, o contrário do superávit primário, é exatamente o dinheiro que falta para cobrir as despesas do governo federal, incluído a da previdência social.  No entanto, o superávit primário não inclui o pagamento de juros da dívida pública, leia-se, dívida do Tesouro Nacional.  O resultado da conta do governo da União, o superávit da conta, deveria ser o suficiente, também para cobrir o déficit nominal, que engloba pagamento de juros da dívida pública do governo federal.  Enquanto o superávit primário não cobrir pelo menos os juros da dívida pública, a situação das contas do governo, ainda, não  é motivo para comemoração.  Mas, é um bom começo, sem a menor dúvida.

            Seja como for, o resultado da conta do governo federal indica que a economia está no caminho de crescimento econômico, apesar da projeção do crescimento econômico indicar número pífio em 2021.  No sentido contrário ao da expansão da economia, o Banco Central está projetando elevar a taxa de juros Selic nas próximas reuniões, para tentar conter a inflação.   O Banco Central está num dilema: ou contém a inflação, mediante taxa básica de juros Selic em dois dígitos (acima de 10%) ou afrouxa um pouco a política monetária para permitir o crescimento econômico, que geraria o "superávit primário" como está a indicar no resultado do mês de janeiro.  

          Diante do exposto, continuo com a projeção para o ano de 2022, um crescimento econômico de 5% e inflação no final do ano terminando ao redor de 7%.   No entanto, não se sabe ainda as consequência da guerra Ucrânia/Rússia na economia global e em especial na economia brasileira.  

           Ossami Sakamori

          


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Brasil vai crescer 5% em 2022!

 


Em evento promovido pelo Banco BTG Pactual, ontem, dia 22/2, o ministro da Economia, Paulo Guedes prometeu reduzir em 25%, o IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados, para, segundo ele, a "reindustrialização" do país.  Disse, ainda, que o governo estuda a liberação dos recursos do FGTS, como já a fizera, anteriormente, no auge da pandemia Covid-19, em 2020.  A iniciativa é derradeira tentativa de melhorar o índice de aprovação do candidato Jair Bolsonaro, segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos para eleição presidencial deste ano.  
          A primeira medida, a de redução do IPI em 25%, é uma reedição de medida tomada pelo governo Lula para enfrentamento da crise financeira que se alastrou pelo mundo devido ao caso Lehman Brothers em 2008.  À época, a inciativa deu resultado exitoso.  Embora, a iniciativa seja eleitoreira, na falta de aprovação de uma reforma tributária mais estruturante, vai na direção correta sob ponto de vista macroeconômico ou seja diminuir a carga tributária.  Sob o ponto de vista da receita do governo federal, uma eventual "perda" de arrecadação será compensada com o "ganho" pelo aumento de consumo dos produtos desonerados.  A população será beneficiada com a baixa dos preços de produtos onerados com IPI, como veículos automotores.  
          A segunda medida anunciada é a nova rodada de saques do FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviços, que é um recurso do trabalhador.  A medida ainda está em estudos no Ministério da Economia, para ser liberado entre R$ 500 a R$ 1.000 por cada trabalhador, obviamente, para quem tem o saldo no Fundo.   A medida vai beneficiar cerca de 40 milhões de trabalhadores, sendo assim, vai injetar no mercado de consumo, entre R$ 20 bilhões a R$ 40 bilhões.  
           O presidente do Banco Central, Campos Neto, é contra as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, porque elas vão na contra mão da medida de combate à inflação, que está em curso, via aumento da taxa básica de juros Selic.  No meu entender, o Banco Central, em querendo tem um outro instrumento para conter a inflação, a do depósito compulsório dos bancos, que o Campos Neto, insiste em não lançar mão para conter a inflação.  Justifica-se, ele foi diretor de um grande banco.  
           Vocês que acompanham os meus comentários sobre a falta de iniciativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, devem estar estranhando com o "rasgado" elogio à iniciativa do ministro, nesta oportunidade.  Digamos que o Paulo Guedes acertou a mão com as iniciativas anunciadas.   Antes tarde do que nunca!   Com as medidas anunciadas, o Brasil vai crescer 5% neste ano, contrariando a expectativa dos analistas econômicas do mercado financeiro.

          Ossami Sakamori
   



sábado, 19 de fevereiro de 2022

Lula é mentiroso e vagabundo!

 


Revendo o meu blog, que escrevi no dia dia 20 de dezembro de 2012, portanto, há quase 10 anos, o texto abaixo, que o transcrevo, sem edição.  O ex-presidente Lula é candidato, novamente, pelo PT, à eleição presidencial do outubro próximo, então, creio oportuno lembrar desta matéria entre tantos outros do Lula.  Tenho enorme sensação de que o meu Brasil se tornou uma republiqueta de terceira categoria, em apresentar como possível mandatário máximo do País, uma pessoa com passado, notoriamente, incompatível com o cargo de mandatário máximo da República Federativa do Brasil.   Há quem pense o contrário e respeito o ponto de vista.   O País apequenou, de vez!    

          Segue o texto:

domingo, 30 de dezembro de 2012.

LULA É MENTIROSO E VAGABUNDO!  

O ano de 2012, foi o ano de revelação do verdadeiro caráter do presidente Lula.   Ele é um mentiroso que vive de esperteza.   No bojo do processo mensalão, por mais que ele negasse a sua participação no episódio, o publicitário fez depoimento no MPF de que o Lula sabia do mensalão e que ele próprio, Marcos Valério, teria feito pagamento de R$ 100 mil das suas contas particulares, via depósito na conta do seu segurança Godoy.   Curiosamente, o presidente Collor perdeu mandato de presidente da República, com, apenas, a compra de um Fiat Elba, em nome do seu motorista particular.

          É público e notório que os empreiteiros do DNIT, contribuíram com dinheiro Caixa 2, proveniente das obras realizadas em 2006 para o órgão, sob o nome "operação tapa buraco" cujos contratos somaram R$ 10 bilhões.  Estima-se que tenha circulado o dinheiro em forma de Caixa 2, no montante não inferior a R$ 500 milhões.  Sobre o assunto, foi colocado o pá de cal.  Ninguém ousou fazer denúncias, nem mesmo o MPF teve iniciativa de investigar sobre os fatos suspeitos, tão evidentes quanto o mensalão.  

          Existe evidência robusta da interferência do Lula,  ainda na condição de presidente da República, de ter participado da negociação junto ao presidente da Guiné francesa, a transferência da concessão da maior jazida de ferro do mundo, localizada na província mineral de Simandou, da Vale para a mineradora M&A, do André Esteves e Roger Agnelli, como sempre, de forma obtusa.  O projeto prevê, também, construção de uma ferrovia de Simandou para o porto daquele país, o Senegal, possivelmente, que será entregue a uma construtora brasileira, com o financiamento do BNDES a juros subsidiados do BNDES. Concluído a negociação, Lula vai se tornar bilionário, de fato.

           A CMPI do Cachoeira foi mandado instaurar pelo Lula para atazanar a vida do seu desafeto político Marconi Perillo, no entanto, como foi dito neste blog, em abril de 2012, o tiro acabou saindo pela culatra,  A CPMI levantou dados da Construtora Delta, que fez depósitos em nome de laranjas num montante de R$450 milhões.  Seria apenas caso policial, se a Construtora Delta não fosse um dos principais empreiteiros do DNIT, nos governos de Lula e Dilma.  Com os rastros chegando à porta do Palácio do Planalto, nas gestões Lula e Dilma, houve por bem, deles, mandar enterrar a CPMI com o lacônico Relatório de 2 laudas.   Ainda, assim, poderá haver desdobramento uma vez que os partidos da oposição protocolaram a denúncia encaminhando ao MPF todo o "dossier" levantado no  curso da investigação.

           O recente caso levando pela PF, o da Rosemary Noronha, chefe de gabinete da presidência da Republica em São Paulo, mostrou evidente de que Lula, pessoa física, fez orgia com sua manteúda com o dinheiro público.  A referida manteúda, pelas evidências, contribuiu em muito para locupletar-se do dinheiro do contribuinte.  A denúncia apresentada por um deputado do Rio de Janeiro, mostrou a evidente utilização do avião presidencial, o AeroLula, para em espécie, transportar $ 20 milhões de Euros para Portugal, com finalidade de depositar o numerário em nome do Lula ou ainda em nome da Rosemary.  Evidentemente, o dinheiro não foi do produto de atividades provenientes de "palestras" do Lua ou mesmo proveniente do salário da funcionária publica, Rosemary. 

    Reconheço, no entanto, os avanços significativos conquistados pelo governo Lula, sobretudo com a recuperação do valor do salário mínimo e redistribuição de renda para os mais pobres, via Bolsa Miséria.  No entanto, todas conquistas não justificam o roubo do dinheiro público.  Se a moda pega, todos políticos vão adotar a teoria do ex-deputado Paulo Maluf de: "roubo, mas faço".  Isto seria o caos para o País, além de demonstrar que somos uma republiqueta de 5ª categoria, tal qual Burundi.          

        Com tudo que foi dito, só podemos qualificar o presidente Lula como mentiroso e vagabundo (no sentido mau caráter)!   

                 Ossami Sakamori 


PS:  A mina de Simandou referida fica no Guiné Equatorial ao invés de Senegal.  

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Com Paulo Guedes na Economia, Bolsonaro perde eleição

 


Quem está a imaginar que a inflação está debelada com as medidas do Banco Central, está enganado.   Na última fala do Campos Neto, presidente do Banco Central, o País vai voltar a crescer, consistentemente, somente no fim deste ano, 2022.  Anunciou que nas próximas de reuniões do COPOM, que ocorrerão nos dias 15/16 de mar e 3/4 de maios, a taxa de juros básicos dos títulos do Tesouro Nacional, Selic, estará dentro da curva ascendente, terminando em 12,75% em maio/2022.  A economia não funciona assim, como relógio.

            A notícia do Campos Neto é boa para investidores especulativos e ruim para investidores produtivos. Bom para investidores especulativos que irão ganhar mais sem produzir nada e ruim para os investidores produtivos, que terão os seus custos de produção aumentados.  Quanto ao efeito da taxa Selic, estabelecida pelo Banco Central, na inflação é um tanto duvidoso, se aplicada como "única" medida para conter a inflação.   O presidente do BC, Campos Neto, esquece de que há outros instrumentos da política monetária para combater a inflação, qual seja, o depósito compulsório das instituições financeiras, como o principal.   Campos Neto, antes de assumir a direção do Banco Central era diretor de um grande banco de varejo.   O presidente do Banco Central pensa e age como um "banqueiro".   Campos Neto não está preocupado com o aumento de custos, devido à taxa Selic, do setor produtivo brasileiro.   Campos Neto está preocupado com a sua carreira como um servidor do "banqueiro".

           Dois pontos que me faz a preocupar: a evolução da inflação e o crescimento do setor produtivo.  Com inflação importada, dos países do primeiro mundo, sobretudo dos EEUU, que já sinaliza inflação corrente, dezembro/2022, algo próximo de 7%, a mais alta em 40 anos.  O agronegócio, aparentemente, será beneficiado, recebendo os valores de exportações em R$, reais.  No entanto, a alegria é aparente, porque, o Brasil está importando a "inflação" americana, também.   Vide comentário no preâmbulo.

          A má notícia para os simples mortais, o reles cidadão brasileiro, é a constatação da pouca eficácia das medidas econômicas tomadas no "dia a dia".   Diz a teoria "macroeconômica" que o reflexo das medidas na área econômica, tomadas pelas autoridades, só trarão reflexo em 6 meses.   Façam conta, então...  A última medida de impacto, segundo presidente do Banco Central, será no dia 3 e 4 de maio.   Isto significa que os efeitos da medidas só sentiremos no último trimestre deste ano.  Isto, se não houver fatos novos, negativos, no meio do caminho.

           Diante das medidas anunciadas pelo presidente do Banco Central, o ano de 2022, será mais um ano perdido, pela incompetência das autoridades monetárias, Banco Central e Ministério da Economia.   Isto tudo, afeta no resultado das eleições de outubro/2022.  Diante do quadro de economia em "estagnação", aparecerão muitos candidatos com "soluções milagrosas", com que um "salvador da Pátria" faz.   Nem é preciso ser um cientista político para afirmar que a reeleição do presidente Bolsonaro é incerta, neste momento.     

            Brasil carece de "ambiente" de negócio para setor produtivo, se as autoridades monetárias querem recuperar o tempo perdido com a crise financeira iniciada em 2014, a pior dos últimos 100 anos.  O "posto Ipiranga" perdeu a credibilidade já há algum tempo.   Com o Paulo Guedes no comando da economia, a oposição, sabem de quem eu me refiro, ganha eleições, com total facilidade.   

           Ossami Sakamori

     

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

O equívoco da política econômica

 

O presidente do Banco Central do Brasil enlouqueceu.  Campos Neto considera a desoneração do diesel como fator inflacionário. O que poderia, até, ser, num período de crescimento da economia robusto.  Não é o caso do Brasil de hoje. No entendimento do Campos Neto, a desoneração parcial do diesel, cortando impostos federais que incide sobre o diesel e derivados, pode baratear o combustível e "provocar a inflação", o que, em tese, poderia estar correta.  Baseado na hipótese "maluca" de expansão da base monetária devido à baixa do combustível, o presidente do Banco Central, sinaliza novos aumentos da taxa básica de juros para as próximas duas reuniões do COPOM.  A curva histórica da evolução da taxa Selic ao longo dos últimos anos, nos mostra que a alta da taxa Selic apenas nos revela que estamos, espero, no pico da crise, debitado à pandemia Covid-19.


          O presidente do Banco Central, Campos Neto, está equivocada no seu ponto de vista.  Passamos pela pior crise econômica dos últimos 100 anos, de 1984/1986, onde a alta da taxa Selic, apenas nos mostra o tamanho do "buraco" que o País se encontra.   Explico:  Na política monetária, a taxa básica de juros Selic é apenas o "termômetro" de uma crise  econômica.  Os executores da política econômica e monetária estão confundindo o "termômetro" com o "remédio".  Taxa Selic é apenas nos mostra a gravidade da crise econômica num determinado momento.   O Brasil se encontra no "olho" do furacão, neste momento.  

           Repetidas vezes, comentei neste blog que o Banco Central tem 2 (dois) instrumentos principais para conter a inflação, não apenas a taxa básica de juros Selic.  A taxa básica de juros Selic, um dos principais instrumento para conter a inflação é diminuir a disponibilidade de moeda em circulação, via "inibição" de consumo e de investimentos produtivos. Com retração, momentânea, da atividade econômica, baixa o consumo e por consequência, baixam os preços de produtos, inibindo a inflação.  Como pode ver, a aceleração da taxa básica de juros é como faca de dois gumes.  O aumento da taxa Selic, também, inibe os investimentos produtivos.

           No momento em que a inflação está numa curva ascendente, o aumento da taxa Selic, só favorecem o sistema bancário e investidores especulativos.   Sem a medida de enxugamento da disponibilidade da moeda em circulação, o aumento da taxa Selic serve apenas para realimentar a inflação.  A medida, o aumento de taxa Selic, é como tentar apagar o fogo com a gasolina.   O fogo terá que ser apagada com a ausência de oxigênio ou seja, diminuindo a disponibilidade de moeda em circulação.  Banco Central tem este outro instrumento, o "depósito compulsório" do sistema bancário.

           Campos Neto, egresso do sistema bancário, sabe que o Banco Central tem dois instrumentos eficazes para combater a inflação.  Numa conjuntura como que vivemos, além da alta na taxa de juros básicos Selic, deveria aumentar o "depósito compulsório" das instituições financeiras, com o objetivo de diminuir a circulação da moeda, o real.  Diminuindo a disponibilidade de moeda em circulação, o consumo "desaba", provocando retração de preços.  

          Combater a inflação utilizando apenas a taxa de juros do Tesouro Nacional é para países com moeda forte e estável, como Estados Unidos e países da União Europeia.   O Brasil tem problemas estruturais que os países ricos não tem, como a desigualdade social.  O País merece ser pensado como um país "em desenvolvimento" e parar de "se achar" que somos um país já desenvolvido.  Nem fazemos parte da OCDE, uma organização composto por cerca de 30 países desenvolvidos, para nos situarmos, exatamente, onde o Brasil se encontra.

          Se os altos dirigentes do País, notadamente, da área econômica, continuarem pisando no "tomate", não adianta promessas vãs de presidenciáveis, de esquerda à direita, de tornar o Brasil um país que seja o orgulho de todos nós.  

             Ossami Sakamori

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Transposição do Rio São Francisco

 


Na próxima quarta-feira, dia 9, presidente Bolsonaro vai inaugurar a última etapa da transposição do Rio São Francisco, eixo Norte, com a abertura das válvulas da Barragem São Gonçalo, em Sousa/ PB.  No périplo, o Presidente vai passar, dia 8, em Salgueiro/PB e Jati/CE.  No dia 9, vai estar, também, no Jardim Piranhas/RN e Jucurutu/RN, sempre acompanhado pelo ministro de Integração, Rogério Marinho e do Diretor Geral do DNOCS.  A obra está sendo executada pelo  Consórcio EIT-ENCALSO.  O momento é histórico, porque é a última etapa de obras com canais de mais de 700 Km de extensão, cortando os estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

        A obra foi lançada pelo presidente Lula, em 2007, cujo orçamento inicial estava previsto em R$ 4 bilhões.  A transposição do Rio São Francisco sempre foi considerado como obra de natureza eleitoreira, do que propriamente solução para o semiárido nordestino, ela foi relegado ao segundo plano pelos sucessivos governos, entre eles, do próprio presidente Lula, bem como da presidente Dilma e do seu sucessor, o presidente Temer.  A obra já consumiu o dinheiro do Tesouro Nacional, em mais de R$ 10,6 bilhões, necessitando, ainda, de recursos para obras complementares, como canais para irrigação. 

      Seja como for, a obra de transposição do Rio São Francisco é importante para o desenvolvimento do semiárido nordestino.   Sem  o financiamento e apoio técnico e financeiro da Companhia Hidroelétrica de São Francisco, sobretudo na fase inicial, não teria sido possível a execução da obra, tão cara para os nordestinos.  Convém lembrar que, a água do São Francisco vai suprir, quando necessário, também, a demanda do reservatório do Castanhão, no estado de Ceará, que assegura o abastecimento de água da região metropolitana de Fortaleza.


A obra compreende, conforme mapa divulgado pelo portal G1, de :

Eixo Norte – com 400 km de extensão, levará água para os sertões de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, alimentando quatro rios, três sub-bacias do São Francisco (Brígida, Terra Nova e Pajeú) e mais dois açudes: Entre Montes e Chapéu. O ponto de captação de águas será próximo à cidade de Cabrobó (PE).

Eixo Leste – percorrerá uma distância de aproximadamente 220 km, partindo da Barragem de Itaparica (PE) até alcançar o Rio Paraíba (PB), abastecendo o agreste desses dois estados.

           Sempre, convivendo com os viés político, enfim, a transposição do São Francisco chega à etapa final, no governo do presidente Jair Bolsonaro, atendendo aos anseios do povo nordestino.  

             Ossami Sakamori                    


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Brasil sairá da crise econômica em 2022.

 


aumento da taxa Selic em 10,75% pelo COPOM - Comité da Política Monetária faz parte da estratégia do Banco Central de debelar a inflação de dois dígitos (acima de 10%), antes de tomar medidas para o crescimento econômico esperado pelo mercado financeiro e pelos investidores produtivos para este ano.   Na minha visão, o primeiro quadrimestre (janeiro a abril) o Banco Central não dará trégua para segurar a inflação em níveis internacionais, algo próximo de 6%.  A próxima reunião do COPOM, previsto para dias 15 e 16 de março, o Banco Central sinaliza mais uma alta de 1%, que levará a taxa Selic para 11,25%. 

           Na minha opinião, o Banco Central deveria ter adotado política mais agressiva em relação ao combate à inflação, já na última reunião do COPOM que estabeleceu taxa Selic em 9,25%.  Seja como for, o que foi, não volta mais.  A taxa Selic de 10,75% assustou o mercado financeiro e investidores institucionais, nesta última reunião do COPOM.  Com este movimento do Banco Central, o aumento da taxa básica de juros Selic, faz com que os setores produtivos fiquem em compasso de espera aguardando as novas medidas do Banco Central.   Desta forma, considero o primeiro quadrimestre como de freio de arrumação da economia.  Crescer com inflação alta é pedir para explodir a economia do País.  Brasil já viveu muitas aventuras deste tipo nos governos passados.  

            Ao contrário do que comentam o mercado financeiro, o Banco Central deverá, gradativamente, baixar a taxa Selic, os juros dos títulos do Tesouro Nacional, aos níveis da inflação da época, a partir do segundo semestre deste ano.  Seguramente, a taxa Selic estará cotado próximo da inflação  da época.  No final do ano, em dezembro, a inflação deverá baixar para algo como 7% ao ano.  Em consequência, a taxa Selic nos mesmos níveis da inflação, ligeiramente acima.   A minha previsão para economia em 2022, ano de eleições em níveis nacionais e estaduais, o governo federal, para própria sobrevivência, vai estar com os pés no acelerador", apesar das medidas restritivas do Banco Central.   

             Considerando que o ano de 2022, é ano de eleições, tradicionalmente, será um ano de "gastança" e o País deverá crescer ao nível de 5%, por consequência.  O governo federal, exclui o Banco Central, vai trabalhar para produzir o crescimento desejado, sob pena de não garantir a reeleição do Presidente Jair Bolsonaro.  Sob ponto de vista da macroeconomia, o Brasil precisa retomar crescimento econômico para sair do marasmo que arrasta desde 2014/2016, a pior crise econômica dos últimos 100 anos.

           A novidade é que, o comando da economia do País, não mais será do Paulo Guedes, ministro da Economia, mas estará nas mãos do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, PP/PI e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, PP/AL.  A economia terá viés político ao invés de viés técnico.  Seja como for, Brasil sairá da crise econômica em 2022.  

           Ossami Sakamori