Lá vou eu, mais uma vez, tratar de um tema que nem mesmos os CEO de grandes corporações tem "fígado" para ficar discutindo e analisando. Falo do desempenho das contas públicas, que envolvem o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central, que somado dá "governo federal". O governo federal apresentou "déficit primário" ou o "rombo fiscal" de R$ 417 bilhões no primeiro semestre deste ano. O resultado é pior em mais de 20 anos.
Segundo o Ministério da Economia, somente em junho, o "rombo fiscal" foi de R$ 194 bilhões, ante o rombo de R$ 11 bilhões no ano passado. A deterioração no resultado das contas do Tesouro Nacional, segundo o Ministério da Economia, é explicada pelo aumento das despesas e piora arrecadação em função da pandemia "coronavírus". Também, contribuiu, segundo o Ministério da Economia, o diferimento de tributos no primeiro semestre e que a expectativa é de reversão ao longo do segundo semestre de 2020.
Considerando que o "rombo fiscal" decorreu devido ao efeito pandemia, que deu início na segunda quinzena de março e considerando que a epidemia "coronavírus" persiste com a mesma intensidade, ainda nesse mês de julho, é de prever que o "déficit primário", o dinheiro que falta para pagar as contas do ano, deverá ocorrer na mesma intensidade dos últimos três meses. O governo federal fala em "déficit primário" ao redor de R$ 800 bilhões e eu insisto e afirmo que o "rombo fiscal" de 2020, não deverá ser inferior que R$ 1 trilhão.
Como se sabe, o "rombo fiscal" é coberto pelo governo federal vendendo os títulos do Tesouro Nacional. O governo federal não consegue pagar a sua dívida pública, nem mesmo a taxa Selic, 3,25% ao ano, a mais baixa dos últimos 20 anos. O governo federal está como aquele cidadão que tem dívida no banco e não consegue pagar, então, vai "rolando" a impagável dívida, com esperança de que um dia, quem sabe, se Deus ajudar, possa pagar parceladamente. Ah! Esqueci de contar. Os juros da dívida pública líquida, hoje, incide sobre a dívida líquida ao redor de R$ 5 trilhões, e nem entram na conta do "déficit primário".
Fico triste ver muitos servidores públicos, da área econômica dizer que o Brasil está "bombando". No que será que estamos bombando? O Brasil se comporta como um "novo rico", gastando o que não tem, tudo "por conta" do futuro. Estamos é "bombando" de vergonha, creio eu.
Ossami Sakamori