Horizonte vejo, o mesmo da minha infância.
Horizonte vejo, o raiar do sol de manhã.
Horizonte vejo, o azul do céu com luminosidade que me enche de entusiasmo.
Horizonte vejo, com a disposição de um dia começar.
Horizonte vejo, cheio de esperanças.
Noticiário leio, assaltos à mão armada.
Noticiário leio, traficantes dominando favelas de morro,
Noticiário leio, doentes morrendo em corredores de hospitais.
Noticiário leio, políticos roubando escancarado.
Noticiário leio, ministros do Supremo confraternizando-se com os advogados dos réus.
Labor me espera, para cobrir os saldos bancários.
Labor me espera, para correr atrás da máquina.
Labor me espera, para superar enfadonhas burocracia fiscal.
Labor me espera, para contribuir com os tributos.
Labor me espera, para atender auditores trabalhistas.
Lembranças tenho, das coisas retas que meu pai me ensinou.
Lembranças tenho, do respeito que minha mãe exigia aos velhos.
Lembranças tenho, de que o premio vem do trabalho.
Lembranças tenho, das viagens ao primeiro mundo.
Lembranças tenho, da educação dos meus ascendentes nipônicos.
Caminhante estou, olhando para o horizonte.
Caminhante estou, com esperança de dia melhor para o país.
Caminhante estou, olhando para os meus filhos criados como meu pai quis que os criasse.
Caminhante estou, olhando para a minha neta, a esperança do país.
Caminhante estou, com certeza de que este país um dia vai ser digno.
Horizonte está lá, como dantes.
Horizonte está lá, com sol a raiar.
Horizonte está lá, cheio de esperanças.
Horizonte está lá, servindo-me como o meu norte.
Horizonte está lá, para onde serei chamado por Deus.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi prof. da UFPR
e-mail: sakamori10@gamil.com
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