Matéria do colaborador:
José Ribeiro da Silva
Um jornal de Curitiba, com grande circulação publicou em 10 de Janeiro/2018, matéria fazendo apologia à candidatura de Luciano Huck, elencando 8 fatores que, segundo o jornal, o mantém favorito à presidência. Resolvi fazer um contraponto dos 8 fatores sob o ponto de vista da realidade brasileira.
1. Incerteza.
O que o jornal chamava de incerteza era o fato de que naquele momento o julgamento do Lula em segunda instância ainda não tinha acontecido, pois sabíamos que ia sinalizar se o molusco pode ou não pode ser candidato.
2. Falta de nome no centro.
Na verdade, falta um NOME. Um candidato que tenha propostas para tirar o Brasil do atoleiro e criar condições para moralização do país. A matéria diz que não existe uma posição ideológica majoritária no Brasil, quando sabemos que simplesmente não existe POSIÇÃO IDEOLÓGICA alguma, a julgar pelos candidatos e ainda mais pelos eleitores.
3. Alckmin não decolou.
Será que Alckmin não decolou mesmo, não estão deixando ele decolar, não conseguiram captar, ou estão escondendo sua decolagem? Atribuíram a ele fez 9,5% das intenções de votos no último levantamento do Paraná Pesquisas em dezembro de 2017, no cenário sem Lula. Se Alckmin não subir nas pesquisas, Huck se apresentaria como uma alternativa para o eleitor que votou no PSDB. Essa informação por si já coloca em cheque a credibilidade da pesquisa, afinal, Huck quer surfar no vácuo do Alkmin e nada melhor do que torpedeá-lo.
Lembrando que esse instituto Paraná Pesquisas é novato na praça, suas pesquisas são pontuais e localizadas. Não tem cacife para fazer uma pesquisa confiável de abrangência nacional para avaliar uma candidatura à presidência. Isso é tarefa para macaco velho.
4. Huck é conhecido.
Sim, ele é conhecido pelas grandes massas de manobra, que adoram PÃO & CIRCO, mas não do eleitor esclarecido, que pode até conhecê-lo não o admiram. Mas o que interessa nesse caso é ser conhecido e reverenciado pelo povão ignorante, iletrado, desinformado e manipulável, que ostenta a maioria dos votos. Agora, vir dizer que Luciano Huck é uma “personalidade” pelo simples fato de ser o pré-candidato com maior número de seguidores nas redes sociais, já é demais. Qualquer de nós, eu ou você que está lendo, podemos ter quantos milhares ou dezenas ou centenas de milhares de seguidores quisermos. Basta estar disposto a pagar por isso da mesma forma que podemos pagar para ter milhares de likes em nossas postagens nas referidas redes.
5. Pode se vender como novo.
Na verdade ele se vende do jeito que o patrão mandar: como novo, semi-novo, lata velha e o povão que está acostumado comprar gato por lebre, compra feliz da vida. Esse papo de que ele poderia dar um ar autêntico para a ideia de que existe um movimento de mudança na política é pura embromação. Poderia vender essa ideia, quando na verdade existe apenas discursos vazios. Dizem que ele poderá fazer como fez o presidente francês Emmanuel Macron. Essa me faz rir de raiva. Querer comparar o moleque mimado do caldeirão ao o economista experiente e ex-ministro das Finanças de um país desenvolvido? Piada de mau gosto.
6. Tem baixa rejeição.
O simples fato de as pesquisas mostram Huck com baixa rejeição não diz grande coisa. Pesquisas direcionadas ao público alvo do "caldeirão", ouvindo moradores das bibocas das periferias das grandes cidades, nos cafundós do interior onde estão seus telespectadores, refletem o resultado que a interessas a eles, mas longe da realidade.
7. Tem suporte.
É Claro, tem o sistema Globo por trás e isso sim diz muita coisa. Pode influenciar os outros tentáculos do establishment a apoiar o moleque mimado. Que Deus nos livre de mais uma desgraça na presidência.
8. Traz discurso positivo.
Resta saber o que consideram um “discurso positivo”. Afinal ele está dizendo o quê? Ele ainda não discursou politicamente, não foi colocado à prova, não pegou no batente e quando chegar a hora “H” ele vai repetir o discurso que establishment escrever para ele, assim como o discurso do Lula em 2002 e a famosa carta ao povo brasileiro atribuída a Palocci, que apenas a subscreveu.
DISCURSO POSITIVO SERIA:
Apresentar sua equipe de governo durante a campanha eleitoral já no primeiro turno, para sinalizar ao eleitor o perfil da sua gestão: Convidar ministros pela competência e não pelo apadrinhamento político e filiação partidária; Assumir compromisso de resistir ao fisiologismo do Congresso; Comprometer-se a não manter servidor público bandido; Não aceitar canalhas no seu governo; Assumir o compromisso de acabar com o carnaval através de Decreto no primeiro dia de governo; Enviar projeto para o Congresso propondo a redução do número de feriados; Dar sequência às Reformas, tributária, política e ampliar a Reforma Trabalhista. Mas nem Huck ou qualquer outro candidato tem aquilo roxo suficiente para, executar pelo menos uma dessas medidas.
FORA ISSO, É TUDO PAPO FURADO E ANTIGO.
José Ribeiro da Silva
Consultor e Gestor de Treinamento; Administrador graduado pela PUC-PR em 1980; com pós-graduação em Gestão de Custos e MBA em Gestão Tributária e atualmente é Acadêmico de Ciências Contábeis. Fundador do ITDE Consultoria & Treinamento.
A presente matéria é do colaborador e amigo José Ribeiro da Silva, Cuiabá, MT. A opinião é de responsabilidade exclusiva do autor.