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Ontem, dia 21, o Banco Mundial entregou aos ministros Henrique Meirelles e Dyogo de Oliveira um relatório sobre os gastos públicos do Brasil, encomendado pelo então ministro da Fazenda Joaquim Levy. Como era de se esperar a conclusão não é nada boa. Diz o relatório que o Brasil gasta mais do que pode. Exatamente, é o que venho dizendo em sucessivas matérias desde 2012. Brasil está à beira da falência.
Com licença dos articulistas econômicos e funcionários da Fazenda e do Planejamento, vou descer a linguagem aos níveis que costumo usar neste blog, para que qualquer chefe de família ou pessoa leiga possa entender a situação do Brasil comparando ao cotidiano de cada um. Com economia sem economês é o que vou tentar expor a situação que o Brasil atravessa.
O relatório do Banco Mundial diz que o Brasil, englobando os três níveis de governo, federal, estaduais e municipal, "aumentou em muito" os gastos públicos. Entenda como gastos públicos, as despesas em saúde, educação, segurança pública, manutenção da máquina pública e "juros da dívida pública". O relatório, em outras palavras, diz que o Brasil não vence de pagar as contas.
O Brasil vive como aquele chefe de família que não consegue mais viver com as rendas das próprias atividades. Se antes o País vivia de cheque especial dos bancos de fomentos como FMI e Banco Mundial, hoje, Brasil vive de dinheiro dos agiotas nacionais e internacionais para complementar a seus gastos públicos. Segundo o Banco Mundial, a dívida do País alcançou 73% neste ano, sendo que há 5 anos estava em 51,5% do PIB ou sobre tudo que o Brasil produz no ano.
Sem meias palavras, os sucessivos governos, de Lula ao Temer, entregaram a gestão financeira aos agiotas nacionais e internacionais. O Brasil teve como presidente do Banco Central, o agiota Meirelles. O País teve como ministros da Fazenda um executivo do Banco Bradesco, o Joaquim Levy. O governo Temer entregou a gestão financeira do governo ao agiota Meirelles como ministro da Fazenda e ao executivo financeiro Goldfajn para dirigir o Banco Central. É mesma coisa que entregar a gestão financeira para os agiotas nacionais e internacionais.
Meirelles quis e presidente Temer fez aprovar no Congresso Nacional, a Emenda Constitucional do "teto dos gastos". A Emenda Constitucional revogou a Lei da Responsabilidade Fiscal aprovada no ano 2000. Para leigo entender, a Emenda do "teto dos gastos" permite ao governo gastar o que não tem, desde que ao limite dos gastos de 2016, corrigido pela inflação. Como em 2016, a arrecadação já não cobria os gastos públicos, então, oficializou-se os gastar o "dinheiro que não tem". Obviamente, o "dinheiro que não tem" o governo vai buscar junto aos "agiotas nacionais e internacionais".
Desde último ano do governo Dilma, em 2015, o governo não consegue pagar as contas. Desde então, o governo federal vive de dinheiro dos agiotas nacionais e internacionais. Para não dar impressão negativa, o governo Temer trata o "dinheiro que falta" de "déficit primário", que nada mais é do que um "rombo fiscal".
O que os sucessivos governos escondem é o "verdadeiro dinheiro que falta" ou o "rombo fiscal". Ao total de "dinheiro que falta", incluindo os juros que o País não consegue pagar, dá-se o nome de "déficit nominal". O Brasil vai "rolando" as dívidas que vão vencendo. O Brasil não consegue sequer pagar os juros da dívida bruta! Isto explica o endividamento bruto de 73% de tudo que o País produz. O número é confirmado pelo Banco Mundial.
Antes que o Meirelles tente explicar a situação financeira do governo, com o argumento da existência de "Reserva cambial" robusta, já vou explicando sobre a tal "Reserva cambial". A "Reserva cambial" é como o "saldo médio" que os agiotas internacionais "exigem" para continuar financiando a dívida pública do governo brasileiro. Na "Reserva cambial" o Brasil recebe apenas 1,25% de juros ao ano. enquanto pagamos média 4,5% ao ano de juros reais.
Foi assim que aconteceu com a Grécia. A Grécia vivia de "dinheiro emprestado" dos agiotas internacionais. Coincidência ou não, a Grécia sediou a Olimpíada sem ter o dinheiro para tal evento. A Grécia entrou em "default". Para vocês entenderem, o "default" é situação de inadimplência, para os ricos. Para os mais pobres, a esta mesma situação se define como de "falência". Brasil está a beira de "falência". Foi o que diz o relatório do Banco Mundial.
Dá para ser feliz, assim?
Ossami Sakamori