Resumo da matéria publicada no jornal Público de Portugal, em 29/7/2015, o que a imprensa brasileira não comentou.
Crédito da imagem: Público.
Segundo o juiz federal do Paraná, Sérgio Moro, que confirmou as acusações do Ministério Público contra Odebrecht, o poderoso administrador seria o “cabeça” de um esquema de cartelização de construtoras, que pagariam subornos para fechar negócios com a Petrobras e desviariam fundos para o financiamento ilegal do Partido dos Trabalhadores, da presidente Dilma Rousseff e outros integrantes da base aliada do Governo.
O presidente da administração da Odebrecht, detido desde 19 de Junho, ter-se-á incriminado a si próprio em anotações pessoais e mensagens telefônicas e eletrônicas que foram apreendidas pela Polícia Federal. Sérgio Moro disse ainda ter recebido “documentação vinda da Suíça com a prova material do fluxo (de dinheiro) entre contas controladas pela Odebrecht e de dirigentes da Petrobras”. “É um elemento probatório muito significativo”, indicou.
Entretanto, a investigação, que desde março do ano passado já produziu mais de 25 ações criminais, acaba de iniciar um novo capítulo: esta 16ª fase, ou desdobramento, da operação inicial foi apropriadamente batizada de Radioatividade por lidar com energia nuclear. No rastro do dinheiro, os investigadores chegaram à Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, a holding estatal para o setor de energia, cujo presidente, Othon Luiz Pinheiro, foi detido na terça-feira sob suspeita de ter embolsado R$ 4,5 milhões em subornos, para adjudicar obras do complexo nuclear de Angra dos Reis ao consórcio Angramon.
As autoridades acreditam que na Eletrobras funcionaria um esquema semelhante ao do que vigorava na Petrobras. A corrupção no Brasil é endêmica e está em processo de "metástase”, comentou um dos procuradores da Lava Jato, Athayde Ribeiro Costa, na sequência da nova operação Radioatividade. A imprensa brasileira considera o Eletrolão como “motivo para diversas dores de cabeça preventivas em Brasília”. Escreve Igor Gielow na Folha de São Paulo: “No meio político, o temor é evidente".
O setor elétrico tem personagens conhecidos, todos eles muito próximos de figuras graúdas do PT e PMDB. Mais ainda, era a área de excelência de Dilma Rousseff, que conduziu o ministério das Minas e Energia com mão de ferro até assumir a Casa Civil e ser escalada à presidência por obra de Luis Inácio Lula da Silva”. Se a proximidade da atual presidente ao Petrolão já é “desconfortável”, a sua possível associação ao Eletrolão poderá ter consequências políticas bem mais graves, e até precipitar a sua cassação de mandato.
Tal como Dilma – cujo nome não foi ainda pronunciado por nenhum dos investigadores, dos delatores, dos arguidos ou dos suspeitos da Lava Jato – também o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi mantido à margem do escândalo de corrupção na Petrobras. Mas segundo a revista Veja, o antigo sindicalista e homem forte do PT poderá estar prestes a ser indiciado: na última edição a sair para as bancas, a revista colocou Lula na capa e garantiu que o ex-presidente seria denunciado em breve pelo ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, um dos indiciados da Lava Jato.
Nota. Foi o que, em resumo, noticiou o jornal português Público. A imprensa brasileira não tem coragem de pisar na ferida aberta, com medo de retaliações por parte do poder público federal. No Brasil quem denuncia, vai preso!
Ossami Sakamori
@SakaSakamori
Nota. Foi o que, em resumo, noticiou o jornal português Público. A imprensa brasileira não tem coragem de pisar na ferida aberta, com medo de retaliações por parte do poder público federal. No Brasil quem denuncia, vai preso!
Ossami Sakamori
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