quinta-feira, 29 de junho de 2023

Banco Central erra feio !

 

Meu objetivo, sempre, é informar vocês das últimas notícias sobre a macroeconomia global e em especial do Brasil.  Eu ia me ausentar dos comentários, hoje, mas achei interessante passar para vocês alguns dados e fatos sobre economia global e a economia brasileira, sobretudo, sobre as últimas movimentações em números macros, que passarei a expor.

          Ontem, teve reunião informal entre os presidentes dos Bancos Centrais das maiores economias do mundo, os Estados Unidos, a União Europeia, o Japão e Reino Unido.  Cada um expôs o que se passa com controle da moeda nas respectivas zonas de influência.  O que me chamou atenção foi a opinião do chefe do FED, o Banco Central americano, o Jerome Powell.  Disse ele:  "Embora a política monetária seja restritiva, não é, pode não ser restritiva o suficiente e não tem sido restritiva por tempo suficiente", o que deixa aberta a porta para mais aumentos, disse Powell.  Disse ainda: "É uma coisa construtiva que tenhamos conseguido subir a taxa básica em 500 pontos-base com a expectativa de ir mais longe, e ainda temos um mercado de trabalho muito forte, mas ainda assim o fato do enfraquecimento da economia da maneira que esperávamos".  No meu ponto de vista, o ponto mais importante é que o presidente do Banco Central americano disse que o objetivo do FED é tentar levar a inflação de volta para 2%, mantendo a taxa de juros, "sem causar prejuízo à economia dos Estados Unidos". 

          No fronte interno, a notícia é que a dívida pública federal caiu ligeiramente, para    R$ 6,014 trilhões, sendo que a Dívida Púbica Mobiliária Federal interna somou R$ 5,767 trilhões e a Dívida Pública Federal externa atingiu R$ 246,78 bilhões.  O Banco Central informou ainda que a "reserva de liquidez" da dívida púbica caiu 6,66% em relação ao mês de maio, para R$ 983,18 bilhões.  Na comparação com o mesmo mês de 2022, a liquidez da reserva caiu 11,27%, mas o número não é nada preocupante.

         A inflação acumulada dos últimos 12 meses, terminado em maio de 2023, é de 3,40%,  não muito longe da meta de inflação para o ano de 2023, estipulado pelo Banco Central em 3,25%.  É certo que a inflação corrente está convergindo para a meta do ano, grande parte devido à política monetária agressiva e "incompreensível" da taxa Selic de 13,75%, inalterado desde junho de 2022.  

           Há comentário de analistas econômicos que apostam a redução de taxa Selic para a próxima reunião em 0,25% a 0,5% e redução no ano em até 1,5%, contrariando a minha projeção de 3 reduções de 1,5% até o final do ano, projetando a taxa Selic para o final deste ano em 9,25%.  Considerado o número da inflação presente e o grau de "reserva de liquidez" expressivo em relação ao tamanho da dívida pública, é perfeitamente "factível" praticar a taxa básica de juros sugeridos, sem que cause "explosão" de inflação neste ano. 

          Com a taxa básica de juros Selic à altura, com ganho real sobre a inflação corrente, que favorece aos investidores internacionais e nacionais, especulativos ao invés de investidores produtivos. A consequência é visível no mercado de câmbio: A nossa moeda, o real está supervalorizado ou o dólar subvalorizado, dando sensação falsa de "real forte" ou "dólar fraco", dando sensação falsa de economia em expansão.   E, nem tão pouco, o Campos Neto, o condutor da política monetária do País, é infalível.   O presidente do Banco Central erra feio, na sua política monetária, segurando a inflação e ao mesmo tempo, impedindo o crescimento sustentável, que é a vocação do Brasil.

          Ossami Sakamori 

          

                

        



terça-feira, 27 de junho de 2023

Brasil na contramão do mundo!

 

Não sou de insistir sobre o mesmo tema por várias vezes, sobretudo sobre a matéria para os quais a influência deste blog é próximo de "zero".   O País costuma remar contra os marés ou contra a tendência global, em quase tudo, e sobretudo em matéria sobre a economia.  Espanta-me, a ausência de vozes fortes da entidades privadas que representava o setor produtivo da economia, como FIESP e CNI sobre a matéria da economia nacional.  

          Aqui não vai a crítica sobre a tendência ideológica do atual governo, o do Presidente Lula ou do governo anterior, o do Presidente Bolsonaro.  É certo que ambos governos tem ideologias opostos, o atual Governo com o pensamento voltado ao socialismo e o anterior voltado ao liberalismo.   Cada tendência ideológica tem graduação no sua política econômica, se elas são liberais ou neoliberais, baseados em ideólogos dos seus tempos.   No Governo, tudo ou quase tudo, é baseado em "achismo", igual este que escreve.  Não é por falta de pessoas capazes.  Gente competente tem de sobra no Brasil, felizmente.

          Seja como for, como qualquer país do mundo econômico global, o Brasil obedece aos ditames e normas vigentes, para se manter no mercado financeiro internacional, ao contrário do que pensa o atual Presidente da República. Brasil não é "ilha da fantasia" e nem tão pouco "deserto de sensatez". Por mais que o Presidente Lula faça as suas "declarações impensadas", em fóruns internacionais, como é de costume fazê-las, o País tem instituições sólidas, o suficiente para continuar "presente" na economia global, sobretudo com o fornecimento de insumos essenciais para sobrevivência da humanidade.   Brasil não é Lula e nem o Lula é o Brasil.   Brasil é um país soberano, felizmente!

          A discussão pública sobre a taxa básica de juros Selic, chega à beira de ignorância, tal qual uma briga de "botequim" da esquina.  De um lado o Presidente Lula vociferando sobre a taxa básica de juros Selic, como que entendido no assunto macroeconômico e por outro lado, o COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central, justificando em "notas técnicas" o atual patamar de juros praticados para remuneração dos títulos do Tesouro Nacional.  

           O Banco Central argumenta, em defesa da atual taxa Selic de 16,5%, de que o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, está longe de alcançar a meta para 2023, de 3,25%.  A expectativa de inflação para 2023, segundo o próprio Banco Central é de termine o ano com inflação de 4,75%.   Mantida a atual taxa Selic, o ganho real ou o "juros reais" dos títulos do Tesouro Nacional é de 9% ao ano, o que é uma remuneração totalmente "fora da curva".   Para se ter ideia, nos Estados Unidos, para a inflação ao redor de 4,5%, os juros do Tesouro dos Estados Unidos, a taxa Selic de lá, é de 5% a 5,25% ou juros reais ente 0,5% a 0,75% ao ano, conforme o prazo de aplicação. 

          O presidente do Banco Central, Campos Neto, é egresso do sistema bancário e fez parte da diretoria de um grande banco atuando no Brasil, diferente dos outros países, onde o presidente do Banco Central é egresso de entidades de fomento, para manter a sua independência para com o sistema financeiro.   Como em tudo, o Brasil é país de "jaboticaba", fruta que só dá no País.

         Enquanto o setor produtivo do País, o setor industrial, comercial e setor primário como minério e agropecuário, às duras penas incrementam o seu PIB, os agiotas (os que vivem de juros), nacionais e internacionais auferem os juros reais, os mais altos do mundo global, sem adicionar o valor agregado aos seus investimentos.   

           Eu sou defensor do Banco Central independente, como qualquer defensor da teoria liberal, seja da escola do professor John Maynard Keynes ou do professor Milton Friedman, no entanto, a atual política monetária de juros de "agiotas" Selic torna o Brasil, uma ilha da fantasia para os agiotas internacionais ao invés de País pujante para os investidores produtivos.

          Ossami Sakamori     

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Reforma tributária II

 

Está em vias de ser votado no Congresso Nacional a "reforma tributária", que ganhou o nome de IVA dual, que em poucas palavras, será um Imposto de Valor Agregado federal e outro IVA subnacional.   O princípio da criação de impostos, um federal e outro que engloba o imposto estadual e o municipal segue padrão internacional.   Como tudo no Brasil é diferente e os impostos terão que atender os interesses políticos locais, o novo IVA acaba virando um verdadeiro frankenstein.  

          O texto base prevê a adoção de um imposto IVA federal que vai incorporar o IPI, PIS e Cofins.  Por outro lado, o IVA subnacional centralizará o ICMS e ISS.  De princípio, o Imposto de Renda da Pessoa Física e Jurídica, continuarão existindo.  Os serviços públicos notariais continuarão sendo cobrados como dantes.  O imposto sobre doações patrimoniais continuarão em vigor.   Não se tem notícias sobre o IPVA, que presumo continuar como está.  As diversas tarifas, como aeroportuários e outras, continuação como estão.   Os diversos Fundos como o FUNDEB, Fundo garantidor de crédito, o Fundo da Marinha Mercantil, o FGTS e outros diversos outros fundos continuarão sobrecarregando nos ombros do contribuinte.

          O sistema tributário no Brasil é tão complexo que, continuará existindo o Carf - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, onde diversas demandas são resolvidos, em matéria tributária.  O Governo Lula, cogita em caso de empate na decisão coletiva entre 3 representantes do Governo e 3 representantes da iniciativa privada, ser favorável ao Governo federal.    

          O assunto da implementação do IVA dual é tão complexa que, o Governador de São Paulo, Tarcísio Gomes, ironizou aos parlamentares de que ele se "acamparia" nos pátios do Congresso Nacional, numa clara alusão ao acampamento nos pátios do Quartel do Exército nos dias antecederam o episódio do dia 8 de janeiro.  

      Comenta-se no meio de analistas tributários de que a nova reforma tributária vai terminar com a "carga tributária maior para os contribuintes".    Como sempre, a "bucha do canhão" vai sobrar para nós, os reles cidadãos brasileiros.

          Ossami Sakamori              

domingo, 25 de junho de 2023

Governo Lula, a ausência da política econômica

 

Enquanto jornais e TVs ocupam os seus espaços com a "conspiração" dos mercenários de guerra atuando no conflito Ucrânia x Rússia, a economia global está mostrando sinais de "ressacas", com bolsas de valores e commodities em queda no front global.   Receio que a economia global esteja experimentando a "segunda onda" de pessimismo, cujo início se deu exatamente por conta da suspensão da compensação SWIFT para os bancos e contas dos oligarcas (famílias multibilionárias) russos. 

          A economia brasileira, não poderia ser diferente, move junto com a economia global.  O Brasil não é uma "ilha da fantasia" e nem tão pouco um "mar de pessimismo".   O País não pode deixar de se levar pelo mar de "incerteza" desenhado pela política monetária do Banco Central e tão pouco pelo otimismo sem fundamentos macroeconômicos do Presidente Lula. 

           O buraco está mais em baixo!

         Em vias de completar 6 meses do novo governo, a equipe econômica do  Governo Lula, ainda, espera a aprovação do texto definitivo do seu "arcabouço fiscal", que nada mais é do que a "política fiscal", que trata sobre os gastos do Governo federal, incluído aos da Previdência Social, exceto os serviços da dívida pública do Tesouro Nacional.  Estas despesas, o de juros  e amortizações da dívida do Tesouro Nacional, ficam acrescidos ao montante da dívida pública federal da ordem de R$ 6 trilhões, líquidos.  Não são bilhões e sim trilhões!

          Em qualquer país do mundo, mesmo aqueles países, os mais ordinários, terá que ter uma "política econômica" que engloba a política fiscal, que mostre o rumo ou a direção, que o País deve trilhar neste e nos próximos anos, pelo menos no período governamental deste governo, o do Presidente Lula.

           A política econômica, que engloba a política fiscal ou o arcabouço fiscal, deve sinalizar aos investidores institucionais e especulativos, a direção que o País objetiva alcançar, no campo econômico, nos próximos anos.   A política econômica é importante, sobretudo, nos tempos "bicudos" da economia global.  Sem uma política econômica suficientemente clara, o Brasil é como aquele "submarino do Titanic", numa aventura  que terminou em tragédia, a "implosão", cuja consequência para a população será de sofrimento de sucessivas "aventuras" na "política econômica" ou na ausência dela. 

    O Brasil merece ter uma "política econômica" consistente e robusta, se pretende almejar ocupar um lugar de destaque no cenário econômico global.  Infelizmente, o País é "premiado" com ministros de economia, incompetentes, "sem noção", que nem sabe distinguir a "política econômica" da "política fiscal".   Refiro-me ao ministro da Fazenda e ministra do Planejamento do governo do Presidente Lula.  Ainda, há tempo de sair do "poço de mediocridade" se o Presidente Lula tomar frente e implementar uma "política econômica" que leve em conta a sua potencialidade e conduza o País ao desenvolvimento sustentável.

          Ossami Sakamori

            


sábado, 24 de junho de 2023

Lula se acha o "dono do mundo"

 

O Presidente Lula participou da "Cúpula para um novo Pacto Financeiro Global", em Paris, nessa sexta-feira, dia 25 e como ponto culminante do seu pronunciamento, prometeu "desmatamento zero" até 2030, longe o suficiente para fazer retificação do prazo no seu devido tempo.   Presidente Lula expôs sua ideia, atirando petardo em todas as direções, sem levar em conta a posição geopolítica de cada país.   Presidente Lula, volta convencido que ele é o "centro" do mundo global.  

          O tema do discurso preferido por ele, o Presidente Lula, de críticas ao mundo global como sendo o único, os países do primeiro mundo,  como vilão da situação de atraso do Brasil, sobretudo em relação aos Estados Unidos e membros da União Europeia.  Foi uma atitude descortês, que nada soma às relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o mundo global.   Pelo contrário, os países do primeiro mundo são os maiores compradores dos produtos brasileiros, sobretudo dos produtos primários de baixo valor agregado.

         No campo político, criticou a composição do Conselho de Segurança da ONU, no qual o Brasil é membro participante, num rodízio, que vai até o fim deste ano.  Lula pleiteia ampliação do membro permanente, composto por 5 maiores potencias bélicas mundiais do mundo.  Criticou o FMI - Fundo Monetário Internacional, do qual o País já se socorreu.  Criticou o BID, o BIRD,  que são órgãos de fomentos para com os  países do terceiro mundo, do qual o Brasil já recorreu e vem recorrendo em várias oportunidades para financiar obras de infraestrutura do País.   

        Presidente Lula, criticou a "dolarização" da economia global, cujo padrão foi estabelecido e aceito pelo mundo global em 1945, estabelecido em Bretton Woods (USA).  Para quem não conhece o assunto, a "dolarização" da economia global, é um facilitador para transações comerciais, de mercadorias e serviços entre os países do mundo global, via sistema de compensação SWIFT.   Anunciou, ainda, o Presidente Lula de que os países que compõe o BRICS, pretende criar uma moeda para transação comercial e financeira entre os membros do bloco comercial, o "yuan", a moeda chinesa.  Para melhor entendimento, o que o Presidente Lula propõe é sair do colo de um (sistema) e cair no colo de outro (sistema).

           Presidente Lula criticou as penalidades que a União Europeia impõe para firmar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, sendo que o aditivo ao possível acordo foi assinado por ele, Presidente Lula, no Palácio do Planalto, imagina-se concordando com os termos do aditivo,  quando da visita do Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

          Presidente Lula, jogou para satisfazer a sua plateia doméstica, o seu eleitorado, em total confronto com os países do Primeiro Mundo, incluindo os países exportadores de petróleo, a Arábia Saudita.  Sintomaticamente, o príncipe da Arábia Saudita, para não desagradar os clientes do mundo ocidental, em sua maioria presentes na Cúpula, desmarcou o jantar que tinha marcado para aquela noite.   No mundo diplomático, todo gesto tem um significado, tal qual a ausência do Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia a uma reunião pré-agendada com o Presidente Lula no G7 em Hiroshima.  

         Há um visível "despreparo" do Presidente Lula nos tratos da diplomacia brasileira, apesar de ter sido Presidente da República por dois mandatos consecutivos.   A geopolítica neste interregno de tempo mudou e o Presidente Lula, ainda não se deu conta que o mundo mudou.  Ele pensa e age como nos dois períodos anteriores, de 2003 a 2010, estagnado que ficou no tempo.   Presidente Lula, carece de um curso de atualização da geopolítica mundial. 

           Ossami Sakamori 

             

 

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Brasil, o país do "terceiro mundo"

 

Ontem, o COPOM do Banco Central do Brasil estabeleceu a taxa básica de juros Selic em 13,75%, mantendo a taxa que vigora desde junho de 2022.  Na minha opinião, apesar de possuir uma margem de recuo na taxa básica de juros, o Banco Central preferiu manter uma política monetária contracionista, apesar da inflação corrente no País estar abaixo de 5%.  

           Sou voz destoante no meio da quase unanimidade do mercado financeiro e dos analistas econômicos, de manutenção da taxa básica de juros, Selic, nos atuais níveis de 13,75% ao ano, ou porque desconhece a teoria macroeconômica ou por interesse próprio em manutenção da taxa de juros incompatível com a inflação corrente.   Seja como for, o Brasil é o país do mundo global que paga a maior taxa básica de juros dentre os respectivos Tesouros Nacionais.   Ao meu ver, o "componente político" adentrou ao Banco Central, uma disputa entre a "direita" e a "esquerda", abominável num mercado financeiro saudável.

          Etapa vencida, hoje, quero chamar atenção de vocês, os leitores das minhas modestas opiniões, para uma "possível  situação" de desconforto no mercado financeiro internacional, observando as movimentações nas políticas econômicas e financeiras de países do primeiro mundo.  O horizonte do mercado financeiro global está com nuvens negras.  Este blog já tinha previsto em fevereiro de 2022: É iminente maior crise financeiro desde 2008 , o que infelizmente, acabou acontecendo no mercado financeiro global e está longe de terminar.

          Hoje, volto a fazer uma "nova alerta" aos que acompanham os comentários deste blog, que há iminente recrudescimento da crise econômica global, antes mesmo de sair da crise que fiz referência em fevereiro de 2022.  Os sinais, são as inflações aos níveis não vistos nos países do primeiro mundo, ao entorno de 5% ao ano e consequente taxa de juros básicos, a deles, aos níveis acima da inflação, o que é compreensível, dentro da teoria macroeconômica em vigor, no mundo global, exceto nos países onde não há democracia. 

            No mercado financeiro doméstico, há entrada de investimentos estrangeiros especulativos, em busca de taxa básica de juros Selic, do Tesouro Nacional, "a mais alta do mundo", provocando "valorização artificial" do "real" frente ao "dólar", dando sensação de que a "política econômica" do Governo Lula está no caminho certo e trazendo uma "sensação" de que o Brasil é uma ilha de prosperidade, o que não traduz a realidade, visto de quem tem pelo menos a mínima noção da macroeconomia.

           Brasil é, na minha opinião, como uma "ilha de fantasia", de um achando que está enganando o outro,  referindo-me à queda de braço doméstico entre o Executivo e o Banco Central.  Isto só mostra que o Brasil, ainda é um país do "terceiro mundo".   O País está e continua a estar, a muitos "anos-luz" de distância dos países do primeiro mundo, infelizmente.

           Ossami Sakamori

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Taxa Selic, hoje !

 

O COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central, reunido desde ontem, deve anunciar no final do dia de hoje, após o fechamento do mercado financeiro, a taxa de juros Selic que deve vigorar nos próximos 45 dias, até a próxima reunião do COPOM.  

       O mercado financeiro e principais analistas financeiros apostam na manutenção da taxa básica de juros Selic, no nível de hoje, que vigora desde junho de 2022.  Até mesmo um(a) analista, recém chegado(a), sem nenhuma experiência ou vivência do mercado financeiro, aposta em manutenção da taxa Selic nos atuais 13,75%, com viés de baixa de 1,5% no decorrer deste ano.   Certamente, a taxa Selic deve ser a conversa do engraxate com o investidor em Bovespa.

            No entretanto, eu discordo da atual política monetária do Banco Central em concentrar atenção tão somente à estabilidade da moeda, o real e deixando de se preocupar com o crescimento econômico do País, independente dos governantes de plantões, seja o Presidente Lula ou outro qualquer.   Aqui, não se trata de defender a "política fiscal" do atual governo, mas, considero que, à essa altura, com a inflação ao entorno de 5% ao ano, a taxa básica de juros Selic, está muito longe de ser fator de estímulo ao crescimento econômico sustentável do País.  

            Segundo IBGE, a inflação acumulada dos últimos 12 meses, terminado em maio deste ano (2023) foi de 3,94%.  Mantido a taxa Selic de 13,75%, o COPOM impinge 9,81% de "prêmio" para investidores em títulos do Tesouro Nacional.   Os juros reais pagos pelo Governo brasileiro são os maiores do mundo global, chamando atenção para os agiotas internacionais.   Para se ter ideia, os Estados Unidos com inflação ao redor de 5% ao ano, paga de juros aos seus títulos, taxa de juros básicos no intervalo entre 5% a 5,25%.    

           Com tamanha vantagens nos juros do Tesouro Nacional brasileiro, há um fluxo de capital estrangeiro especulativo com propósito de aproveitar do spred, a diferença de juros que aufere aplicando nos títulos do Tesouro Nacional.   O fluxo de capital estrangeiro para aplicação em títulos do Tesouro Nacional, provoca a "valorização" do real ou "desvalorização" do dólar americano,  numa situação paradoxal.

         O Banco Central tem outros mecanismos para conter o "excesso de liquidez" no mercado financeiro, via aumento de depósito compulsório das instituições financeiras.   Essa queda de braço, pela imprensa, entre o Presidente Lula e o presidente do Banco Central, só atrapalha numa "polícia monetária" saudável.    O Executivo que faça sua parte, também, eliminando o monumental "déficit primário", previsto para este ano em cerca de R$ 150 bilhões, com o novo "arcabouço fiscal", que, nada mais é do que a "política fiscal", a nomenclatura que o mercado financeiro nacional e internacional entendem.   

           Quando, até o engraxate em frente ao Bovespa palpita sobre a taxa básica de juros Selic, é porque a situação está a se tornar "piada" na Avenida Paulista.   Brasil merece ser pensado e repensado com muita seriedade para que os investimentos financeiros voltem a ser aplicados nos setores produtivos do País.

            Ossami Sakamori          

terça-feira, 20 de junho de 2023

Lula, o pop star !

 

Nenhuma novidade no front em Brasília.  O Presidente Lula viajou para Roma, para ser recebido pelo Papa Francisco, amanhã, quarta-feira.  O Presidente da República terá encontro, também, com o Presidente da Itália, Sergio Mattarella e prefeito de Roma.  Não tem agenda marcada com a Primeira Ministra da Itália, Giorgia Meloni, do partido da direita, o chefe do Executivo italiano, de fato.   O motivo de não se encontrar com o chefe do Executivo de um país, com importante laços de amizade, é um tremendo gafe diplomático.  

        Segundo agenda divulgada pelo Planalto, o Presidente Lula vai se encontrar, após deixar o país, com presidente  Emmanuel Macron, da França, para tratar da agenda ambiental e participar do evento do Power Our Planet em Paris a convite do Coldplay, como um verdadeiro "pop star".  É tudo que o Presidente Lula gosta de fazer, de se sentir o "centro das atenções" do Brasil e do mundo.   

       Enquanto no Brasil, o Congresso Nacional, funciona a "meia boca", por conta das festas juninas no nordeste brasileiro.  No Brasil, o COPOM do Banco Central vai se reunir, hoje e amanhã, para definir a taxa básica de juros Selic, que vigorará nos próximos 45 dias.   Sobre o tema, já me manifestei, na matéria anterior.  

        Na sua volta, o Presidente Lula, especula-se uma mini reforma ministerial para atender ao pleito do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, entre os quais uma possível troca no Ministério do Turismo e no Ministério da Saúde.   E estará na agenda, o assunto da troca do avião presidencial para um de maior envergadura, porque o atual, um Airbus 319 não é suficiente para acomodar os seus convidados nas suas viagens.  

          Enquanto o Presidente Lula corre o mundo, a economia brasileira está estagnada, esperando uma "política econômica" consistente, que atraia os investidores produtivos nacionais e internacionais, além dos investidores especulativos, que vem auferir os lucros com a taxa básica de juros Selic, a mais alta do mundo.

           Ossami Sakamori   

             


segunda-feira, 19 de junho de 2023

Brasil, a jaboticaba do mundo!

 

A atual taxa Selic de 13,75% vigora desde agosto de 2022, cuja taxa anterior, a de junho daquele ano era de 13,25%.   Neste mesmo período, a inflação acumulado nos últimos 12 meses variou de 5,49% para 4,07%, esta última pela prévia do mês de maio, medida pelo IBGE.  

        O Banco Central pratica a política monetária, baseada em metas de inflação definido pelo CMN - Conselho Monetário Nacional.  Para o ano de 2023, o CMN prevê meta de 3,25% com flexibilização de 1,5% para mais ou para menos, ou seja de 1,75% a 4,75% para o ano de 2023.  

      Ainda, segundo o IBGE, a inflação acumulada em 12 meses, referência, mês de maio, cedeu para 3,94%, dentro da meta de 1,75% a 4,75%.  Considerado a inflação ao redor do mundo, a no Brasil está compatível com a média mundial.  Nos Estados Unidos, como referência, a inflação registrou 4,9% no mês de abril.   

           Enquanto nos Estados Unidos, a taxa básica de juros está no intervalo de 5% a 5,25%, o Banco Central do Brasil pratica taxa de juros Selic no mesmo nível de 12 meses antes, isto é, 13,75% ao ano.   A grande distância entre as taxas de juros americanos e brasileiros, está provocando distorções, como o dólar desvalorizado ou o real valorizado.  O Brasil está atraindo capital especulativo estrangeiro, aproveitando a diferença de taxa de juros de lá com a de cá, provocando a valorização do real ou desvalorização do dólar, numa situação inusitada. 

           Na minha opinião, o COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central, deveria, já na próxima reunião, uma queda substantiva de taxa de juros Selic em 1,5%, trazendo a taxa Selic para 12,25% ao ano.  Os níveis de taxa básica de juros Selic, ao final do ano, deveria sofrer mais duas reduções de 1,5%, terminando o ano com a taxa Selic ao nível de 9,75% ao ano.   Ainda, assim, o Brasil estaria praticando a taxa básica de juros a mais alta do mundo global.   

           Já comentei em matérias anteriores sobre a briga entre o Banco Central e o Executivo, representado respectivamente pelo Campos Neto e Presidente Lula, é prejudicial ao País.  Espero que ambos, terminem com as discussões estéreis, prejudiciais ao País e que cada um cumpra o seu dever funcional.   Para mim, tanto o presidente do Banco Central como o Presidente da República são meros "empregados" do povo brasileiro.  Não são "reis" como eles se acham ser.

      E os comentaristas da área econômica, parem de dar palpites inúteis, prognosticando a baixa da taxa básica de juros Selic apenas para o mês de agosto ou setembro, sem nenhum estudos comparativos com o mercado financeiro global.  

        Enfim, a taxa básica de juros Selic deveria buscar a trajetória de baixa, a partir da reunião da próxima terça e quarta-feira, se prevalecer o bom senso dos membros do COPOM.   É urgente que o Brasil pare de ser a "jaboticaba" do mundo, que chupa e deixa o bagaço !   

            Ossami Sakamori

           

domingo, 18 de junho de 2023

Entenda a briga Lula x Campos Neto

Chuva de inverno  aqui em Curitiba.  Neste momento, 8h30min de manhã, temperatura marca 7º C.   Hoje, vou discorrer um dos temas básicos da macroeconomia, a taxa básica de juros Selic.   Antes porém, devo dizer que a macroeconomia tem dois pilares que se sustentam para condução da política econômica do País.  Isto é regra para todos países do mundo capitalista, entre os quais o Brasil faz parte, por enquanto.

          O Governo federal, seja quem for o Presidente da República, no regime presidencialista como o do Brasil, tem a incumbência de estabelecer a "política econômica" e o Banco Central estabelecer a "política monetária" para dar sustentação à política econômica.   A política econômica, de responsabilidade do Poder Executivo, cuida ou deveria cuidar do desenvolvimento do País, incluindo, educação, saúde e segurança pública, além da previdência social.   A política monetária, que diz respeito a quantidade de dinheiro em circulação no País é de responsabilidade do Banco Central, que em essência tem responsabilidade de manter o "poder de compra" da moeda, que em essência diz respeito a manutenção da inflação num patamar aceitável, balizada pela inflação do dólar americano, que é referência mundial para o comércio e serviços.  

           No caso do Brasil, infelizmente, o Governo federal, a área econômica é comandada por uma professora e um advogado, que inventam termos novos como "arcabouço fiscal" ou o "marco fiscal", que nada mais é do que a "política fiscal" do Governo federal.   Política fiscal trata tão somente das despesas do Governo federal, incluído Previdência Social, exceto serviços da dívida pública federal.   Não há "política econômica" no Governo Lula que oriente, não só o poder público, mas sobretudo o setor produtivo do País, a não ser medidas pontuais como "crédito agrícola" e "incentivo fiscal" para as montadoras.   O País está sem rumo! 

          Para a população em geral, que não tem obrigação de saber sobre a macroeconomia e para muitos empresários que se acomodam com as medidas pontuais, sem exercer "pressão" sobre o Governo federal para a apresentação de uma "política econômica", que já esteve muito presente no tempo do "regime militar" e no meteoro governo Collor.   

          Uma boa política econômica, que faria o Brasil crescer sustentavelmente, envolveria regras fiscais claras e objetivas, que dispensaria as inúmeras demandas judiciais, tornando a arrecadação de tributos mais ágeis, sem demandas judiciais, como ocorre hoje.   Felizmente, no Brasil, há economistas com competências indiscutíveis, no mesmo quilate do Eugênio Gudin, do Roberto Campos e do Mário Henrique Simonsen, para formular uma política econômica consistente que tenha sustentação ao longo dos anos.  E, Brasil tem organismo como IPEA, que vive de verbas do Governo federal, com quadro de pessoas capazes, que tem condições de elaborar uma política econômica consistente e sustentável, discutindo com as entidades da área produtiva do País.

          Por outro lado, o Banco Central é apenas o "guardião" da moeda, o real.   O Banco Central, como em qualquer país do mundo, cuida do poder de compra da moeda, no nosso caso o "real".  Manter poder de compra, significa manter a "inflação" sob controle.   No entanto, o Banco Central tem o dever de, através de controle sobre a quantidade de moeda, o real, em circulação, caminhar "lado a lado" com o Poder Executivo, para, juntos promoverem o "desenvolvimento" do País.    Banco Central independente é "falácia", é "conversa de botequim", para os novos "entendidos" em macroeconomia.   Campos Neto, é um profissional competente, neto do ex-ministro do regime militar, Roberto Campos, oriundo do sistema bancário, mas, falta a ele visão do conjunto da economia brasileira.   Ele, o Campos Neto, finge de "ouvido de mouco", como se o futuro do País não dependesse da "política monetária", também.

        Na próxima terça e quarta feira, o COPOM - Comitê da Política Monetária se reúne para decidir sobre a nova taxa básica de juros Selic, que balizará a economia do País.  A tendência é que o COPOM mantenha a taxa básica de juros nos atuais 13,75%, excessivamente alta para inflação corrente aos níveis de 5% ao ano.   Bom para o capital estrangeiro especulativo que vem auferir lucros exorbitantes e não para aplicar no setor produtivo do País,  que geraria emprego e renda para a população.      

        Com tanto frio e dia úmido em Curitiba, com discursos fartas e inúteis dos governantes do País, melhor mesmo é voltar para "debaixo da coberta", porque, não tenho mais paciência de ficar à espera de algum sopro de esperança  para a população sofrida desse País.    Que todos tenham um bom domingo!

          Ossami Sakamori 

sábado, 17 de junho de 2023

Americanas e os bancos credores

 

Não é nada agradável voltar ao assunto sobre a quebra da Americanas, mais uma vez.  No entanto, volto ao assunto, porque foi apresentado à CPI das Americanas, nessa terça-feira, dia 13, um farto material, de conversas por WhatsApp, por e-mails, planilhas e outros documentos pelo atual CEO, Leonardo Coelho Pereira. 

         O atual CEO, contratado pelo trio de investidores brasileiros, o Lemann, o Teles e o Sicupira, até então considerado como empresários de sucesso no Brasil, numa "jogada ensaiada", culpou o ex-presidente da Americanas, Miguel Gutierrez, de que teria "escondido" as operações fraudulentas e teria criado mecanismo contábil que escondia as inconsistências contábeis. 

         O caso veio à tona, quando, o então CEO do Banco Santander, Sergio Rial, assumiu o comando da Americanas.  O referido diretor denunciou o fraude contábil e se mandou para Espanha, onde fica a sede do Banco Santander.  Tudo parece estar combinado.  O ex-diretor da Americanas,  Miguel Guterres, também, se mandou do País, num destino ignorado.  

         Volto ao assunto Americanas, porque envolve perdas bilionárias aos bancos credores, sobretudo as maiores, como Itaú, Bradesco, Santander, BB, CEF e bancos de menor porte como BTG.   A soma da dívida, segundo os próprios bancos credores, chega a R$ 15,2 bilhões.   No momento, estas dívidas estão provisionadas nos balanços dos referidos bancos, como sendo de dívidas de difícil solvência, o que na minha visão, é um lançamento contábil equivocada.  Os referidos créditos deveriam ser considerados e lançados como "perdas" ou "prejuízos" no seus balanços.

          No meu juízo, numa situação como esta, a dos créditos junto a Americana, em "recuperação judicial", onde os tais créditos serão os últimos a serem quitados, após a solvência de credores preferenciais como salários, impostos e créditos com garantias fiduciárias, conforme manda a legislação  em vigor.   Desta forma, estou seguro de afirmar que os bancos credores, não receberão os seus créditos ou empréstimos.   Os bancos credores, ao invés de colocar os créditos da Americanas na situação de "provisão" para eventuais perdas, deveriam colocar os créditos junto à Americanas como "prejuízo" em seus balanços semestrais.  Os créditos lançados como prejuízos, como devem ser feito, certamente, provocará um "abalo sísmico" aos bancos credores, nominados acima. 

         Este tipo de comentário, vocês não encontrarão na grande imprensa, onde os bancos credores são os maiores clientes de mídias impressas e televisivas. Vamos torcer para que a insolvência da Americanas não provoque efeito cascata ao sistema bancário brasileiro.   

         Ossami Sakamori   

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Brasil, o país da mediocridade!

 

Já estamos prestes a terminar o primeiro semestre e não temos ainda a aprovação do Orçamento Fiscal do ano em curso, 2023.  O Orçamento Fiscal de 2023, que está inserido na nova "política fiscal" denominado de "arcabouço fiscal" pelo Ministério da Fazenda, está ainda em tramitação no Senado Federal, após a aprovação pela Câmara dos Deputados, há poucos dias.  

         Enquanto não se tem a nova política fiscal, embutido nela o Orçamento Fiscal de 2023, com alterações substantivas ao Orçamento Fiscal aprovado pelo Congresso Nacional no mês de dezembro de 2022, com "emendas" de R$ 145 bilhões propostas pelo Governo de Transição e sobretudo às despesas decorrentes ao desmembramento das despesas aprovadas para os 37 ministérios do Governo Lula.  Significa que após 6 meses de governo, ainda, não se tem o Orçamento Fiscal de 2023, definitivo.   Para quem não tem conhecimento da burocracia estatal, toda e qualquer despesas do Governo federal, incluído as da Previdência Social, deverão estar consignados ou incluídos no Orçamento Fiscal daquele ano.   

         Chamo atenção, também, de que o Governo federal terá que apresentar o LDO - Lei de Diretrizes Orçamentária, que nada mais é do que a previsão do Orçamento Fiscal do próximo ano, no caso presente, o de 2024. Pelas regras atuais, o Congresso Nacional não entra em recesso no mês de julho, enquanto não se vota a LDO do ano seguinte.   Para melhor entender sobre o assunto, a LDO aprovada no mês de junho, deverá sofrer "confirmação" ou uma eventual modificação, para entrar em vigor à partir do 1º de janeiro do ano seguinte, no presente caso, o de 2024.

         Se seguir o rito normal, o Orçamento Fiscal de 2024, deveria ter sido apresentado pelo Ministério do Planejamento, já que o Ministério da Economia foi desmembrado em Planejamento e Fazenda.   Pois, temos 15 dias para aprovar a LDO de 2024, pelo Congresso Nacional, e não vemos nenhuma notícia sobre ele, apesar de muita "falação" sobre o novo "arcabouço fiscal" que nada mais é do que uma nova "política fiscal", não materializada ainda.  

          Antes de ontem, foi divulgado o "rating", o grau de classificação de riscos pela S&P, uma das mais conceituadas agências de classificação como de nota "BB-", comemorado pela equipe econômica, como se a nota fosse a nota de boa classificação do "risco Brasil".   Digamos que, se fosse nota de uma "escola", seria como tirar a nota mínima, 4.  Para chegar a uma nota 10, há um longo caminho a percorrer.  Com certeza, não será com a atual equipe econômica de sofrível competência.  

          Outro parâmetro da economia que engana a situação real da economia do País é o real valorizado ou o dólar desvalorizado.   O dólar desvalorizado, pouco tem a ver com a situação do País, mas tem a ver mais com os investimentos especulativos que procuram os "juros reais" mais alto, o que é o caso da taxa básica de juros Selic no Brasil, que está em 13,75%, enquanto a inflação anda por  volta de 5%, com juros reais que não encontra nos países globais de maiores expressões.   

         Sinto dizer, mas, a economia do País está nas mãos de uma professora e de um advogado travestidos de administradores públicos e, também, enquanto o Governo Lula não apresentar a "política econômica" (que engloba o setor privado), clara e consistente, o Brasil ficará "patinando" no lamaçal da incerteza, com pessoas incompetentes e inadequados aos cargos públicos que ocupam.  

          Ossami Sakamori

          

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Rating BB- É hora de comemorar?

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemora a nota "BB-" que S&P deu aos títulos da dívida pública do Tesouro Nacional, numa graduação que vai de AAA a D, num feito que o Brasil já alcançara em posição melhor em 2003, o B+, resultado da gestão do ministro da Fazenda, Pedro Malan, do Governo FHC.  

     Para melhor avaliar a posição anunciada hoje, segue a tabela de classificação de riscos da mesma S&P.

S&PQUALIDADE DA DÍVIDA
AAAQualidade de topo (Prime)
AA+Qualidade Elevada
AA
AA-
A+Qualidade Média Superior
A
A-
BBB+Qualidade Média Inferior
BBB
BBB-
BB+Arriscada ou Especulativa
BB
BB-
B+Altamente Especulativa
B
B-
CCC+Extremamente Especulativa
CCC
CCC-
CC
DEm Incumprimento
D
D

             Como pode ver na Tabela acima, o índice que mede o grau de risco de investimentos nos títulos da dívida do Tesouro Nacional, ainda prevê o risco de investimentos como "arriscada ou especulativa", razão pela qual o Banco Central estabelece como taxa de juros básicos da dívida Selic, do Tesouro Nacional, alta para que tenha condições de atrair investimentos especulativos, sobretudo os dos estrangeiros. 

         O Brasil já esteve melhor posicionado, no final do Governo FHC, cujo ministro da Fazenda era o Pedro Malan, hoje, na iniciativa privada.   Além de que, no grau de investimento das agências de classificação de riscos, leva-se em conta a "Reserva cambial" do País, hoje, ao redor de US$ 346 bilhões, conquistada ao longo dos anos, sobretudo com as exportações de produtos agropecuários e minérios de ferro. 

         Espero que a alegria do ministro da Fazenda seja o começo de uma retomada de confiança dos investidores estrangeiros no setor produtivo brasileiro, além de investimentos especulativos atraído pela taxa Selic muito além da inflação, mas sobretudo de investimentos diretos no setor produtivo.   

          Espero que a nota de classificação de riscos das agências, evoluam para melhor posição, para que os investimentos estrangeiros entrem no País, não somente para auferir os lucros exorbitantes com investimentos em títulos do Tesouro Nacional, mas sobretudo em investimentos que produzam empregos e riquezas ao País.   

           À essa altura, com a melhora do "rating" dos títulos do Tesouro Nacional, se eu rio ou choro, considerando a situação de letargia que encontra o País.  

            Ossami Sakamori

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Bitcoin sob mira da SEC

 

Fugindo um pouco de comentários sobre macroeconomia, hoje vou comentar sobre as moedas digitais, conhecido no mercado financeiro informal como "criptomoedas" ou os "bitcoins".  O assunto é polêmico e não é fácil convencer as pessoas de não entrar em "golpes" que aproveitam da situação de uma "moeda virtual", como alguns que já renderam alguns R$ bilhões ao já conhecidos estelionatários como o "Rei do Bitcoin". 

          Até que enfim, a CVM americana, a SEC entrou na vigilância sobre as moedas virtuais, não supervisionadas, até então.   Todos elas, as moedas digitais, têm uma coisa em comum: "são todos valores mobiliários digitais", onde cabe a intervenção da SEC, a CVM americana e porque não a CVM brasileira.  

        A SEC, a Securities and Exchange Commission entrou na mira dessas moedas digitais, que não seguem regra nenhuma e nem tão pouco dão garantia de uma entidade como Banco Central, de qualquer país.  

          Desta vez, não sou eu a colocar em dúvida, qualquer moeda virtual, mas um órgão de fiscalização do governo americano.   Eu já fiz comentário em 2017 sob o título Bitcoin é pirâmide!  Demorou para as autoridades enxergarem o golpe dos espertos "bancando" serem emissores de "moeda virtual", fazendo vez de Banco Central, sem garantia do Tesouro de qualquer país do mundo.  

         No entanto, o dinheiro é de cada um de vocês.  Apenas, estou a mostrar os novos aspectos de uma moeda virtual digital, que estão servindo para "lavar" dinheiro sujo de traficantes, políticos corruptos e outras atividades ilícitas.

          Ossami Sakamori               

   

 

terça-feira, 13 de junho de 2023

Brasil, sem rumo!

 

Brasil não nega que já foi colônia portuguesa. Pois, pois... um país com tamanho potencial de riquezas naturais e terras férteis em abundância, localizado num clima temperado, onde nem neve não temos para deleite do povo brasileiro.  Ainda, temos as praias as mais belas do mundo, de norte ao sul, de dar inveja à Europa e aos países do oriente.  O País perde no seu próprio "cipoal de burocracia" e sucessivos governos incompetentes. 

       Ontem, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fez um "pit stop" no seu périplo pela América Latina.  Ela fez visita ao Presidente Lula no Palácio do Planalto, com anúncio de uma cláusula de penalidade, se o Acordo não for cumprido quando da sua implementação, previsto para ser assinado até o final deste ano.

          A presidente da União Europeia, fez contribuição de US$ 150 milhões ao Fundo Amazônia e promessa da comunidade Europeia fazer investimentos em "energia verde" da ordem de US$ 10 bilhões nos próximos anos, sem detalhar em quais projetos.

         Por outro lado, o Presidente Lula corre ao redor do mundo, com "pires" na mão, como pedinte, incompatível com a riqueza que o País possui.   O Brasil tem potencial para ser um dos países "carros chefes" do mundo, mas não o faz por incompetência.   O País se enrola nas próprias burocracias e por falta de projetos nacionais, incluindo a preservação dos biomas Amazônia, cerrado e pantanal.   

         O Brasil, infelizmente, é conduzido pelos políticos de plantões, cujos objetivos parecem querer ser os "mais populares", uma espécie de "pop star", que gostam de ser ovacionado ao invés de admirados.   O povo brasileiro, nunca foi a prioridade para o atual e anteriores presidentes da República, cada um massageando os seus próprios egos.

          Passado cinco meses do Governo Lula, mal conseguiu aprovar o "arcabouço fiscal" ou "marco fiscal", que nada mais é do que a "política fiscal" que trata dos gastos públicos.  Os governos de plantões não consegue zerar o "déficit público", o dinheiro que falta para cobris os gastos do Governo federal, incluído Previdência Social.   O atual governo, o do Presidente Lula, até hoje, não apresentou à população a sua "política econômica" que engloba não só os gastos do Governo federal, mas um conjunto de medidas para iniciativas privadas terem os seus "norte" dentro da política econômica.    A função seria da ministra de Planejamento, a professora Simone Tebet, que não enxerga "um palmo" à sua frente, no tocante a "macro economia".   E, muito menos, o Presidente Lula, que entende do "povo", mas não tem a mínima noção do que seja a "política econômica".   

         Para completar o quadro da falta de uma "política econômica" por parte do Executivo, o Banco Central do Brasil faz suas próprias ilações e mantém a política monetária, contracionista, inibindo os investimentos produtivos e atraindo os "capitais especulativos" para aplicar em títulos do Tesouro Nacional, a mais alta renda líquida dentre países, com relativa segurança.

          Isto tudo, a mim, parece briga entre o gato e o rato.  O gato seria o Banco Central e o rato seria o Governo federal.  O Banco Central mantém os juros Selic à altura para impedir que os ratos enrustidos no Palácio do Planalto  corroam o poder aquisitivo da moeda nacional, o real.  

         Ossami Sakamori

         

domingo, 11 de junho de 2023

Reforma tributária, os dois lados...

 

A próxima pauta do Congresso Nacional é a aprovação da "reforma tributária", que é considerada "bicho papão" para os senadores e deputados, que são, em sua maioria, leigos no assunto.   Leis trabalhistas e leis tributárias são intocáveis no País, elas são considerados "tabus" no meio político, porque mexe com os "direitos adquiridos" (sic).  

        O projeto da reforma tributária do Marcos Cintra, voltou à cena, após ter sido retirado da pauta de discussão na Câmara dos Deputados, por ser considerado de difícil aprovação.  O projeto da reforma tributária que voltou ao Congresso Nacional é a mesma do Marcos Cintra e está sendo relatado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro, PP/PB, antes de seguir para a votação no plenário da Câmara dos Deputados.

         O sistema proposto é o IVA - Imposto de Valor Agregado, numa forma conhecida como "dual", onde o projeto prevê o IVA em nível federal e outro IVA no nível estadual, num sistema semelhante ao de hoje, onde os impostos são cobrados em três níveis, federal, estadual e municipal.   

         A mudança significativa ocorrerá no IVA federal, onde diversos impostos, como os atuais contribuições como PIS e COFINS serão unificados.  O que se pretende é evitar impostos em cascata ou seja o mesmo imposto sendo cobrados na mesma cadeia produtiva.           Na minha opinião, o que deve ser modificado são leis que hoje, são poucas claras que acabam terminando em "demandas judiciais", um cipoal de recursos que ficam anos a fio e em alguns casos, levam décadas, para ter veredicto final.   Se a demanda se tornar favorável em última instância, viram precatórios, que levam outros longos anos para entrar no rol dos "precatórios", para, enfim entrar no Orçamento federal para pagamentos.  

         O sistema Dual proposta como Emenda Constitucional, deveria resolver em definitivo as diferentes interpretações sobre os tributos, especialmente, sobre os de natureza federal.  

        As leis tributárias no País é tão complexa que existe uma instância administrativa para discussão sobre o tema no Carf - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.  Enquanto se discute a contestação do tributo, o recebimento destes, se de direito, leva anos para efetivo "dinheiro em caixa" do Governo federal.   Esta instância, no meu entender, é um mero expediente para postergação do pagamento de eventuais demandas ou porque as leis tem diversas interpretações ou apenas para "ganhar tempo".   Há demanda porque as leis não são claras o suficiente para gerar conflitos.  

         Espero que a reforma tributária, em discussão no Congresso Nacional, deixe o sistema tributária mais clara e menos custosa para que as empresas pequenas, médias e grandes corporações, paguem os tributos devidos, "claramente" definidos na legislação, para não criar subterfúgios para postergação de desembolso de recursos financeiros.   E, que seja previsto as penas devidas aos sonegadores, com suspensão de alguns direitos administrativos, como acontece nos países do primeiro mundo. 

         Espero que as regras oriundas da reforma tributária em discussão no Congresso Nacional, sejam claras, o suficiente para que as empresas e corporações paguem os seus impostos, em iguais condições dos demais concorrentes.

    Estamos de olho, senhores congressistas, para não impingir mais encargos ao povo brasileiro!

             Ossami Sakamori       

                 

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Taxa Selic alta, tem componente político


A boa notícia na economia brasileira é que a inflação oficial do mês de maio ficou em 0,23%, abaixo da inflação de abril, cujo índice marcou 0,61%. Nos últimos 12 meses, o índice de inflação, acumulado em um ano, ficou em 3,94%,  o mais baixo desde a crise econômica e financeira de 2014/2015.  

        A inflação anual de 2022, no último ano do governo Bolsonaro, fechou em 5,79%.   A inflação dos últimos 12 meses, terminado em maio, acusou, pelo mesmo critério utilizado pelo IBGE, em 3,79%, numa visível tendência declinante comparado com dados anteriores.  Grande parte do resultado da inflação é devido à política monetária ortodoxa do Banco Central, mantendo a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano, desde junho de 2022, cujo spread é exageradamente superior ao do índice de inflação presente.

        Definido os gastos públicos deste ano pelo Governo Lula e aprovado pelo Congresso Nacional, com déficit primário ao redor de R$ 150 bilhões no Orçamento Fiscal de 2023, num universo de Gastos Públicos de R$ 3 trilhões e decorrido quase 6 meses do ano de 2023, há espaço para o Banco Central, baixar a taxa básica de juros Selic, dos atuais 13,75% para terminar o ano de 2023, se mantido a atual tendência da inflação, com corte de 4% a 4,5% na taxa Selic, terminando o ano, mantido a tendência atual, em um dígito ou entre 9,25% a 9,75% em dezembro.

      Atualmente, o Brasil pratica a taxa básica de juros reais, a mais alta do grupo dos 20 países mais desenvolvidos do mundo, causando fluxo positivo de investimentos especulativos estrangeiros, dando a "falsa" impressão de prosperidade aos investidores nacionais e à população.  

      A guerra, pela imprensa, entre Campos Neto, presidente do Banco Central e o Presidente Lula só tem atrapalhado a execução de uma boa e segura política monetária, isento de influências internas e externas.

           Ossami Sakamri  


         

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Onde vamos parar, Brasil ?

O Brasil está perdendo o bonde da história, mais uma vez.  Faz muito tempo que o País perdeu o foco do desenvolvimento econômico, sustentável.   O País virou há algum tempo um verdadeiro palco  de "politicagem", seja de ideologia da esquerda ou da direita.  Dentro deste contexto, o "povo", como é denominado os mais de 220 milhões de habitantes, são apenas "massas de manobra" para satisfazer os instintos pessoais dos políticos, do que atender as reais necessidades da população.

         Desde a sua independência há mais de dois séculos, o Brasil é tão somente provedor de matérias primas e alimentos para os países, ditos, do primeiro mundo.   Continuamos sendo o quintal do mundo.  Se antes era considerado quintal dos Estados Unidos, o atual governo se resigna em ser o quintal dos chineses, sem desmerecê-los da cultura e comportamento desses povos.  Muito pelo contrário, ambos países deveriam ser exemplo para o Brasil.

        Se, no passado recente, o País era exportador de alguns minerais, abundantes no País, passou a ser exportador de minérios e de produtos agropecuários, em forma bruta, sem agregar a mão de obra, abundantes no País.   O Brasil, além de produtos primários é, também, exportador de mão de obra para os países do primeiro mundo como os da União Europeia e ao Japão.   O País, também, por incrível que possa parecer, é exportador de "talentos" formados nas universidades públicas e privadas do País.  

         Com tanta riqueza material e humano, o País padece de industrialização dos seus produtos, antes de ser enviado para os clientes do primeiro mundo.   É incrível que um País com tanta potencialidade esteja exportando, de soja em grãos, farelo de soja, de minério de ferro, em forma não processada. Em contrapartida, importamos produtos acabados, desde os mais simples telefones celulares aos componentes mais elaborados como semicondutores.  O Brasil parou no tempo!

        Nessa semana, o Governo federal anunciou incentivo fiscal para "desovar" veículos nos  pátios das poucas montadoras que ainda persistem em ficar no País.  Para se ter ideia, o setor automobilístico já produziu 3,8 milhões de veículos anuais no Brasil.  Hoje, a produção de veículos não passa das 2 milhões de unidades.  

        Não adianta o atual Governo anunciar medidas pontuais, como o "arcabouço fiscal", que nada mais é do que "política fiscal", que disciplina os gastos públicos.  É certo que o tamanho do Estado é importante para atender os menos assistidos da população, mas, as medidas sociais não se sustentam se não houver crescimento robusto do PIB do País.   

    Caberia, em tese, ao Ministério de Planejamento, na pessoa da Simone Tebet,  junto com as entidades representativas do setor produtivo a formatação da "política econômica" que sirva de "farol" para o setor produtivo com vista ao desenvolvimento econômico sustentável do País.

        Ossami Sakamori