sábado, 21 de julho de 2012

BRASIL É TUDO UMA FARRA!

Um ex-gerente do Banco do Brasil denunciou o Banco do Brasil por práticas abusivas contra clientes da instituição em Juiz de Fora (MG). Em audiência realizada na terça-feira (17) pela Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Orlando Ângelo Silva disse que, em maio de 2011, a superintendência regional do banco em Juiz de Fora pediu aos gerentes as senhas pessoais dos gerentes com o intuito de "implantar pacotes de serviços de modo indiscriminado, sem que houvesse consentimento dos clientes", segundo relato da audiência feito pela casa legislativa. Fonte: Folha.


 Silva disse ter sido perseguido por ter negado acesso à sua senha. "Sofri assédio e me vi obrigado a sair do banco após 28 anos de serviços prestados." Segundo o ex-funcionário, outros 20 gerentes na região de Juiz de Fora foram penalizados com a perda de comissão desde que denunciou o caso. Ele disse ser possível que casos semelhantes tenham ocorrido em outras regiões do país.  O BB não informou quantos clientes podem ter sido afetados. O banco tem 1 milhão de clientes na região de Juiz de Fora. Em relação aos 27 clientes reclamaram da adoção de pacotes de serviços sem consentimento, Pimenta diz que o banco fez o ressarcimento imediato do débito. Fonte: Folha.


A matéria ganha maior importância, independente dos valores que eventualmente os clientes tenham levado prejuízos, o cliente de bancos, em geral, estão à mercê de assédio moral, de constrangimento, de venda casada de produtos nos empréstimos, sem que haja menor chance de denunciar os fatos.  Os gerentes, de qualquer instituições, dizem sofrer assédio funcional dos superiores para cumprir "metas" de venda de produtos das instituições que trabalham.


No caso em específico, por ser Banco do Brasil uma instituição financeira Estatal, o caso se torna ainda mais grave.  Na esteira de CréditoFácil e CréditoBarato, quantos produtos não devem estar empurrados aos clientes em troca de "favor" ao tomador do empréstimo?  A situação ocorre na Caixa Econômica Federal, também.  Este bloguista mesmo, teve experiência com a conta na CEF , que se viu a tarifa de cadastro de R$80,00 se transformar em espantoso R$6.700,00, pela não movimentação da conta.  E com ameça de a cobrança ir para justiça.  O caso terminou em acordo e paguei R$140,00.  Eu tenho curso superior, mas e o povo?  Quem defende os seus interesses?  


Este episódio me lembra o caso da devassa na conta do caseiro Francenildo pela direção da CEF.  Por conta disso, o ministro da Fazenda Antonio Palocci foi afastado do cargo.  Nada soubemos do Francenildo caseiro.  Apesar de Estado ter tentado imputá-lo culpa de crime que ele não cometeu, o caseiro voltou à multidão de pessoas, um simples reles povo, sem que o Estado tivesse pedido desculpa formal. O minimo que ele merecia como cidadão brasileiro.


O exemplo vem de cima, por isso fica difícil de combater os desmandos e farras que acontecem nos escalões inferiores da administração pública.  Sempre fica a desculpa de que os máximos da escalão do governo praticam crimes de natureza muito mais graves que os deles escalões inferiores.  Os noticiários da imprensa confirmam tais fatos. Fazer o que, então?


Os casos da Chevron e Incêndio da Base Antártica, verdadeiro descaso nos tratos com as coisas públicas, do contribuinte, noticiados pela imprensa por ser casos mais pitorescos. No primeiro, o descaso dos funcinários da ANP em cumprir com a sua missão de fiscalizar.  No segundo, a farra dos cientistas, pagos com o dinheiro do contribuinte negligenciando que resultou no incêndio da Base.


Pergunto eu?  A faxina tem que começar de baixa para cima ou de cima para baixo?  


Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof. da UFPR.
Twitter: @sakamori10

2 comentários:

Amilcar Faria disse...

A faxina começa pelas URNAS. Por essas e infinitas outras é que as pessoas PRECISAM votar melhor. Escolher melhores candidatos e acompanhar muito de perto os seus eleitos (a maioria sequer sabe em quem votou, que dirá acompanhar suas ações).

Não dar ouvidos a quem estimula o voto nulo ou em branco como forma de protestar porque:

1) se ele diz isso de boa fé, demonstra desconhecimento da lei e ainda estimula o eleitor a não se fazer representar;

2) se fala de má fé, quer distorcer a função da democracia que é permitir que o poder seja de todos (ainda que realizada na forma de representação, onde alguns poucos são escolhidos para representar o todo).

Casos como o descrito no texto(de abuso contra o consumidor ou cliente) devem ser comunicados ao órgão regulador competente (nesse caso específico, o Banco Central: 0800 979 2345 - http://www.bacen.gov.br/?CIDADAO), de preferência por escrito (email por explo) e com cópia para jornais e revistas (mídia), procons, seus deputados e senadores eleitos etc, para que TODOS também ajudem a cobrar e fiscalizar.

Outro ponto, que precisa URGENTEMENTE ser pensado (e modificado), é a atitude generalizada do brasileiro de querer levar vantagem em tudo. É o querer ser "eschperto" em cima dos outros.

É o ser desonesto com as pequenas coisas (e ainda se acreditar honesto): um troco recebido a maior; uma fila que se fura sem amparo legal ou moral (no posto de gasolina, na padaria, no banco); um estacionar em fila dupla; um sinal vermelho que não se respeita; o dirigir após ter bebido; o sentar no coletivo em assento preferencial e não ceder o lugar (fingindo dormir ou não ver o idoso, o deficiente ou a gestante); e tantas outras "pequenas" desonestidades.

O POVO que reclama da desonestidade dos políticos é o mesmo que pratica as pequenas desonestidades de cada dia, é o mesmo que joga seu voto no lixo, seja votando em lixo (ficha suja, demagogo, corrupto), seja não acompanhando em quem votou, seja votando nulo ou branco (ou seja, abdicando de eleger o melhor em favor da vitória dos piores).

Como li de um amigo meu (@edgaarcia):

O VOTO NÃO TEM PREÇO, TEM CONSEQUÊNCIAS!

http://amilcarfaria.blogspot.com.br/

dimaisdibao.blogspot.com disse...

O seu comentário, Saka, é simplesmente o retrato do sistema financeiro brasileiro, e muito bem lembrado com o caso do Francenildo. Como nem todo mundo tem o peso de um Palocci, imagino aqueles que são vítimas dos Paloccis que não estão na mídia todo dia. O que de chantagem deve acontecer que a gente nem toma conhecimento não deve estar no mapa. Você citou o caso de Juiz de Fora, nossa, mas que prática mais perversa, isso é um verdadeiro assalto à dignidade e a honra dos gerentes do banco. Perfeita a matéria. Quanto ao comentário acima, eu sou a favor do voto nulo. Votar em quem? Quem é capacitado? Pode até que apareça algum, mas ele vai ser engolido pelos interesses dos partidos. Não há motivo algum para votar em político algum, pois eles não são maiores que o sistema, acredito eu. O sistema é perverso, ele só pode ser vencido quando o povo se reunir, sair às ruas. Saber votar, sinceramente, parece até piada. Não tiro a razão do comentário quando ele diz que os políticos que estão aí são como retrato do nosso povo, e é mais uma razão para quem tem um pouco de lucidez anular seu voto. No Brasil, é como não canso de dizer, enquanto a Educação Pública de Qualidade não for levada a sério, o povo vai continuar querendo levar vantagem em tudo, os políticos idem, a avacalhação, a dificuldade de entender o que se passa vai continuar firmes, a passos de ganso para a nossa autodestruição. Termino com uma pergunta muito simples: votar em quem se quem chegar ao poder será engolido e trapaceado pelo mesmo?