quinta-feira, 26 de julho de 2012

PETROBRÁS. CADA VEZ MAIS NO BURACO!

Em Londres, o preço do barril do Brent para entrega em setembro fechou nesta quinta-feira em alta de 0,84% no mercado de futuros, cotado a US$ 105,26. O petróleo do Mar do Norte, de referência na Europa, terminou o pregão na ICE (Intercontinental Exchange Futures) com aumento de US$ 0,88 em relação ao dia anterior. Durante o pregão desta quinta-feira, a cotação do Brent atingiu um máximo de US$ 106,18 e um mínimo de US$ 103,47. Fonte: Folha.


Ao término do quarto pregão da semana na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos de futuros do WTI subiram US$ 0,42 em relação ao preço de fechamento de quarta-feira.  O petróleo referência nos Estados Unidos, que chegou a marcar um máximo de US$ 90,47 por barril neste pregão, acabou com essa ascensão depois do apoio ao euro mostrado por Draghi.  Os operadores foram encorajados também por um rodízio de dados macroeconômicos melhores que o previsto nos EUA, o maior consumidor energético do mundo junto com a China.  Fonte: Folha.


A notícia é boa no longo prazo, para o Brasil.  O Brasil tem as reservas do pré-sal, nem sabe bem qual é o potencial verdadeiro, se é 20 bilhões de barris ou 80 bilhões, mas tem.  Acontece que para a Petrobrás, a exploração do pré-sal só se tornará viável economicamente à partir de US$70,00 o barril, porque  o custo é muito alto por se tratar de exploração à 7.000 metros de profundidade.  


A notícia é péssima no curto prazo para a Petrobrás.  Segundo analistas, mesmo com o último aumento na refinaria, o preço dos combustíveis está defasado em cerca de 20%.  Enquanto o Brasil é auto-suficiente em produção do petróleo, pelo menos em termo de geração de caixa, tem efeito menos perverso.  Como já há algum tempo o Brasil é importador de combustíveis, portanto, qualquer aumento  do petróleo no mercado internacional reflete direto na geração de caixa da Petrobrás, agravando ainda mais a situação já crítica da Companhia.  


A Petrobrás não pode, eternamente, ser um instrumento de política monetária, segurando o preço dos combustíveis na ponta do consumo, ou melhor na bomba do posto de gasolina.  É aquela história do vender filé mignon para com o mesmo dinheiro suprir com o coxão mole.  Se mantiver por mais algum tempo o preço dos combustíveis por conta das eleições e se o dólar continuar subindo, daqui a pouco, será necessário vender filé mignon para com o mesmo dinheiro comprar o coxão duro.


O almoço para Graça Foster nunca será de graça. Uma hora vem a conta para os acionistas minoritários e contribuintes pagarem.  Nunca, se deslumbrem com o canto de sereia.  É tudo uma fantasia, um ardil, uma enganação.  Quanto mais cedo acordarmos, a decepção será menor.  


Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof.da UFPR
Twitter: @sakamori10

Nenhum comentário: