No momento em que a base brasileira na Antártida começou a ser destruída
por um incêndio, na madrugada de 25 de fevereiro, funcionários
militares e civis da Marinha e cientistas de universidades brasileiras
participavam de uma festa chamada Baile da Terceira Idade, na qual houve
consumo de bebidas alcoólicas.
Mantida em sigilo tanto pela Marinha quanto pelo grupo de 31
cientistas que estavam na base Comandante Ferraz, a realização da festa,
com bebidas como cerveja e vinho, foi apurada pelo inquérito policial
militar (IPM) aberto no dia do desastre, para apurar causas e
responsáveis.
Como o alarme não disparou quando o incêndio começou, os encarregados
pelo inquérito suspeitavam que o sistema pode ter sido desligado por
ordem do comando da base. O objetivo seria não atrapalhar a festa. Na
pista de dança há um mecanismo que espalha fumaça de gelo seco, como em
uma boate. Os sensores são sensíveis e poderiam disparar, anunciando um
falso incêndio.
Salvação. Na opinião dos pesquisadores, a realização da festa pode
ter sido fundamental para que não houvesse vítimas entre eles. Isso
porque, se não fosse o baile, a maioria deles estaria dormindo em
alojamentos que, em poucos minutos, foram devastados pelas chamas.
Como o alarme não disparou, talvez eles não tivessem chance de
escapar do incêndio, pois seriam surpreendidos dormindo. Todos estavam
no salão de estar da base e em outros locais comunitários. Assim que os
gritos de “fogo” começaram, conseguiram fugir. O fogo começou a se
propagar da sala de geradores, uma unidade externa ligada à base pelo
telhado, por onde o fogo atingiu alojamentos e demais dependências com
muita rapidez.
A matéria acima foi extraída, sem edição, do jornal Estado de São Paulo, de hoje. O crédito da matéria é do Estadão. A matéria em si retrata o descaso com os assuntos de relevante importância, no Brasil. No entanto, a matéria dá a entender que a tal Baile de Terceira Idade possibilitou o salvamento da maioria dos habitantes da Base. Cada um dá a interpretação que o caso merece.
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prf. da UFPR
Twitter: @sakamori10
Um comentário:
Ainda nem saímos para a guerra, mas já estamos afundando, pelo caminho...
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