terça-feira, 4 de setembro de 2012

BRASIL FINANCIA OBRAS NO PERÚ, COM DINHEIRO DO CONTRIBUINTE

O diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras, Armando Casado, afirmou nesta segunda-feira (3) que aguarda, para este ano, a regulamentação pelo governo do Peru para a construção da hidrelétrica de Inambari, naquele país.  Segundo ele, a estatal já concluiu o estudo de viabilidade da usina, de 2.600 megawatts (MW). Fonte: Folha.

Durante reunião na Apimec, no Rio de Janeiro, o diretor adiantou também que já concluiu o estudo de viabilidade da hidrelétrica de Tumarín, na Nicarágua, de 223 MW. A companhia vai agora enviar os documentos para os bancos financiadores, entre eles o BNDES. Fonte: Folha.

Nada contra os peruanos ou nicaraguenhos, sou contra a Eletrobras se meter nos projetos de desenvolvimento de países vizinhos, apenas tão somente pelos interesses políticos com intuito de conseguir votos no Conselho de Segurança da ONU ou por interesse escusos.  O Brasil já tem problemas de sobra,  em relação ao Paraguai por conta da Usina de Itaipú, com Equador por problemas em uma Usina Hidroelétrica, com a Bolívia em relação à desapropriação da refinaria da Petrobras, com a Venezuela em relação a não capitalização da parte dela na Refinaria Abreu e Lima.  Mais estas novas para comprar encrencas.

O problema está em aplicar recursos em infraestrutura no exterior, enquanto no Brasil está carente de verbas para tocar  o mínimo necessário para investimento em modais deficientes na logística.  Ao mesmo tempo que a presidente Dilma, convoca a iniciativa privada para investir em programa "espuma" na infraestrutura por insuficiência de recursos públicos, direciona as já escassas verbas públicas para dotar países infraestrutura de países vizinhos.  Não temos verbas para fazer as nossas obras, mas para executar dos outros países temos.

Os recursos para financiamento destas obras anunciadas, virão do BNDES, com juros subsidiados aos empreiteiros brasileiros, denominado por mim de Bolsa Empresário.  São aqueles recursos que originariamente foram direcionados para estimular a economia no auge da crise financeira mundial de 2008, pelo presidente Lula.  Programa emergencial que acabou virando como um programa definitivo, o Bolsa Empresário, cuja soma monta hoje em R$ 300 bilhões.  Só para entender.  O diferencial de juros entre o TJLP que os empresários beneficiados pagam ao BNDES e o que o Tesouro capta no mercado á taxa Selic, são bancados pelo Tesouro, ou seja pelo contribuinte.  No caso específico das hidroelétricas citadas, o financiamento do BNDES acaba sendo repassado para os governos de Perú e Nicarágua, respectivamente.  Ou seja, o contribuinte arcando com o subsídio de financiamento os governos caloteiros da América Latina.  Só se justifica estas operações, se estiver fazendo parte de uma grande maracutaia do esquema do grupo José Sarney, via Edson Lobão, ministro de Minas e Energia.  Com anuência explícita da presidente Dilma.  Não nascemos ontem. 

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, filiado ao PDT, foi prof. da UFPR.  Twitter: @sakamori10

Um comentário:

Unknown disse...

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