Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
DILMA, VAMOS FAZER DEVER DE CASA, VAMOS?
"Não podemos nos conformar com o papel de meros exportadores de commodities, em um mundo cada vez mais interdependente." Ela também acusou os países desenvolvidos de "exportar a crise para o mundo" e os condenou por adotar medidas de austeridade na tentativa de conter os impactos e pagar as dívidas. Para a presidente, essas medidas não são a solução para o que chamou de "desemprego galopante", que afeta principalmente os países da zona do euro. Fonte: Folha.
Pela enésima vez, a presidente Dilma, solta frase de efeito para o público interno, para tentar construir imagem de uma presidente durona, que enfrenta os grandes, como diz o povo se referindo aos países do primeiro mundo. Agora é o "destempero galopante". E culpa, novamente, os europeus de exportarem a crise para o mundo.
Só para lembrar à presidente Dilma, a crise econômica mundial, iniciou-se nos EEUU, com o estouro da bolha imobiliária e quebra do Bando Lehmann Brothers, em 2008. De lá para cá, o clima em nada mudou, apenas mudou de endereço. E não tem previsão de terminar tão cedo. Pelo que parece, a crise econômica mundial, tende a se instalar, agora, também, na China. Isto é consequência, natural num mundo globalizado, onde o dinheiro circula "on line" pelo mundo a fora, 24 horas por dia.
Condena Dilma aos países europeus pela política de austeridade para pagar as suas próprias dívidas. Isto é meter o bedelho onde não cabe. Se eles, europeus, tiveram relampejo de lucidez de querem organizar as suas finanças por questão de soberania própria, deixem que os façam. Se eles, europeus, tem coragem de enfrentar a própria população para tentarem organizar os próprios gastos públicos, que os façam, porque no longo prazo isto é muito salutar para o restante do mundo. Uma espécie de "pit stop" para arrumação da casa, é o que os europeus estão fazendo. Antes que tudo vire uma "zorra total".
Não sabe Dilma ou finge não saber que a crise financeira internacional de 2008, que ainda não terminou e só mudou de endereço, a crise começou exatamente como ela, Dilma, vem fazendo no Brasil. Estímulo de consumo à população, mesmo com o aumento de endividamento dela com a política de CréditoFácil e CréditoBarato, estímulo à construção civil e o governo gastando dinheiro que não tem, gerando Suparávit primário enorme para tentar pagar pelo menos os juros da dívida. Este cenário conhecem os portugueses, os gregos, os espanhóis. Igualzinho, igualzinho, acontece com o Brasil de hoje. Se a presidente Dilma insistir em continuar, por longo tempo, esta política equivocada, amanhã, com certeza absoluta, poderemos ser a Espanha de hoje.
Quanto à afirmação de que não podemos ser "meros exportadores de commodities", eu concordo com a Dilma. Só que a presidente não toma medidas concretas para reverter esta situação. Brasil tem moeda valorizada, por opção. Brasil é pobre em inovação tecnológica. De longos anos de importação de produtos industrializados, viramos país de maquiadores, tal qual o México. Brasil não qualifica os operários especializados para indústrias de ponta. O país tem custo de logística uma das nais cara do mundo, em função da péssima condição da malha rodo-ferroviária. Sem contar com a carga tributária uma das mais alta do mundo. E de quebra não oferecemos à população educação de qualidade, saúde pública adequada e segurança pública. Posto isto, podemos concluir que, se hoje somos o que somos, meros "exportadores de commodities", é porque o Brasil não se qualificou para enfrentar o mundo de inovação tecnológica nos últimos 20 anos. E conitnuamos insistindo no erro do passado.
Dilma, vamos fazer dever de casa antes de culpar os outros, vamos?
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. E-mail: sakamori10@gmail.com
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