segunda-feira, 1 de outubro de 2012

DILMA, CUIDADO COM O BURACO À FRENTE!


O day after do segundo turno das eleições vai ser de ressaca.  Presidente Dilma, faz de tudo para ganhar eleições municipais, sobretudo em capitais importantes do Brasil a fora. Só Deus sabe o que ocorrerá quando a Dilma, soltar a camisa de força que impôs à Petrobras, sobretudo.  Vejamos, algumas consequências do day after.

A primeira medida é a não renovação da renúncia fiscal no setor automotivo, no final de outubro.  O Tesouro está precisando urgentemente de reforço de caixa e o retorno da cobrança do IPI normal será importante para cumprimento de metas de Superávit primário.  O efeito colateral é que os automóveis voltando aos preços anteriores, vai provocar inflação no último trimestre do ano.  

A segunda medida é o aumento dos combustíveis em pelo menos 10% na bomba, para adotar a "convergência de preços",  a nova prática que a Graça Foster diz adotar.  O pior de tudo, é que com este aumento, os combustíveis ainda estarão defasados no preço, em relação a "paridade" adotada pelo mercado mundial de petróleo.  No médio prazo, virão outro aumento em torno de 10%, para tirar a Petrobras da situação de endividamento, máximo 35% do patrimônio líquido, admitida pelas agências de rating.  Como os combustíveis refletem nos demais produtos, sobretudo aos que compõe a cesta básica, se soltar da camisa da força. a inflação vai comer solto. Não vai sobrar alternativa para Dilma, ou reajusta os combustíveis ou sucateia a Petrobras.  

Agravada com a situação acima, o índice de inflação do último trimestre, tem ainda o componente a se considerar, o pagamento do 13º salário dos trabalhadores, o que normalmente já provoca a demanda de consumo.  O fator 13º salário, normalmente, já é motivo de monitoramento pelo Banco Central e Fazenda, agora, agravada por dois motivos já expostos antes, é como botar gasolina na fogueira.  Por prudência e pela insistência no erro sistêmico da política econômica do governo Dilma, certamente a trajetória declinante da taxa básica de juros, Selic, se dará como ponto de inflexão.  Pela cultura, errada do Banco Central, a taxa básica de juros, poderá mudar para trajetória ascendente à partir de janeiro.

Se ao cabo de segundo turno das eleições, não forem tomadas medidas macro-prudenciais como costuma dizer o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o país poderá mergulhar-se num estado de "estagflação".  Torcer para que isto não venha ocorrer. Vamos esperar que a presidente Dilma, o ministro Mantega e o presidente do BC Alexandre Tombini, tomem medidas, além daquelas já previstas, para não cair no buraco que outros países como a Grécia e Espanha caíram.

Dilma, cuidado com o buraco à frente!

Amanhã, é meu dia de stop.  Retorno matérias na quarta. 

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori10.

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