Hoje, vou aceitar o desafio de explicar o que seja os empréstimos do BNDES denominado de Bolsa Empresário, por mim e por alguns economistas. Não é uma tarefa fácil, mas aceito o desafio. Aceito o desafio porque acho importante que o povo saiba. São poucos que tem coragem de expor o problema. Poucos são como economista Mansueto Almeida, técnico do IPEA, que tem coragem de fazê-lo.
O BNDES devia em 2007, segundo Mansueto, cerca de R$ 14 bilhões para o Tesouro Nacional. Hoje, o BNDES deve ao Tesouro, por conta do BNDES PSI ou seja BNDES - Plano BNDES de Sustentação do Investimento, cerca de R$ 312 bilhões.
Os desembolsos para este Programa foram aprovados pelo Senado Federal, não tendo nada a criticar quanto a sua legalidade. Mas, quando o Senado aprovou tais medidas, não impôs pré-condições para utilização destes recursos, o que foi erro. Praticamente, como em todas medidas deste tipo, o Senado Federal dá carta branca para os gestores dos recursos originários da União.
Vamos às aplicações destes recursos do programa criado pelo presidente Lula para enfrentar a crise mundial de 2008. Mais uma vez, o programa que era para ser emergencial acabou se perpetuando, com usos e costumes. O programa emergencial do Lula, acabou dando prosseguimento no governo Dilma.
Vale lembrar que, à época da crise, numa atitude incomum, o governo dos EEUU, injetou em plena crise, alguns US$ bilhões para os grandes bancos, empresas financeiras hipotecárias e montadoras. Estes recursos públicos, lá nos EEUU, já foram todos quitados com o Tesouro Nacional americano. Eis, o significado do programa de emergência. Tem prazo para terminar. Ao contrário do que acontece no Brasil.
Eu já disse trezentas vezes que a política econômica (sic) está com erro sistêmico. Já disse também que o erro está na perenização dos programas de emergência. Este é mais um programa que merece, no mínimo, revisão. A perenização dos programas de emergência implementada em 2009, estão com o prazo vencido. Começam a fazer água.
Bem, colocado o contexto, vamos ao BNDES - PSI. Resumindo, o Tesouro Nacional toma dinheiro no mercado pagando a taxa Selic e repassa ao BNDES para emprestar o mesmo dinheiro à taxa de juros que vão de 3,0% a 5% ao ano, conforme natureza do empréstimo, para os tomadores finais. A diferença de juros pagos pelo Tesouro Nacional e o que o BNDES recebe das empresas, está em torno de 6% ao ano. Multiplicando o diferencial do juros sobre o total do recurso, resulta num número próximo de R$ 20 bilhões ao ano. Este é o tamanho do Bolsa Empresário.
Deste total de R$ 312 bilhões, em número do final de semestre de 2013, aproximadamente 60% vai para grandes empresas e 40% para pequenas e médias. Sendo que os 40% do recurso é distribuído para mais de 160 mil empresas, normalmente à taxa TJLP de 5,5%. O restante 60% vai para grandes conglomerados empresariais, como Votorantim, Gerdau, Siderúrgica Nacional entre tantos. Para os últimos juros que variam de 3% a 3,5%. Subsídio maior para empresas maiores e subsídios menores para empresas menores.
Deste total de 60% dos recursos do Programa, cerca de R$ 190 bilhões, uma fatia maior que 10% do Programa, uma importância vultosa que ultrapassa R$ 30 bilhões, são destinados para empresas com problemas como OGX, JBS e Mafrig. O valor total do crédito duvidoso representa cerca de 75% do Patrimônio Líquido do BNDES.
Do total de recursos que o Tesouro Nacional passou para BNDES, de R$ 312 bilhões, gera anualmente subsídio aos empresários, até hoje, não tão definido quem paga a conta, de cerca de R$ 20 bilhões anuais. Curiosamente, o Bolsa Empresário tem o mesmo tamanho da soma de diversos programas assistenciais denominado de Bolsa Família, genericamente.
Do total de recursos que o Tesouro Nacional passou para BNDES, de R$ 312 bilhões, cerca de R$ 30 bilhões se referem aos empréstimos de solvência duvidosa, para empresas já nominadas acima. Estes empréstimos duvidosos com recursos do Bolsa Empresário, acabará virando no futuro próximo uma espécie de esmola consentida para as empresas nominadas acima. Os próximos capítulos da história, confirmarão o que estou a dizer. Lembrando que tudo isto ocorre com o dinheiro do contribuinte, o meu, o seu e do povo.
Por estas e outras que os empresários ícones, não dão um pio sobre a política econômica (sic) dos presidentes Lula e Dilma. Eles, também, tanto quanto os beneficiários do Bolsa Miséria, são os mamadores de teta da vaquinha que com tanto carinho criamos, denominado de Brasil. E nem poderia deixar de ser os apoiadores porque eles são os eleitores de carteirinha da dupla Lula e Dilma.
Se Mandela fosse brasileiro, diria que tudo isto é um verdadeiro apartheid ! Os ricos e poderosos tem tudo e o povo que paga a esta conta. Acorda, Brasil !
Resumindo, o tamanho do Bolsa Empresário é de R$ 20 bilhões, todos anos, faça sol, faça chuva!
Ossami Sakamori
5 comentários:
ESCLARECIDO ESTÁ E, NINGUÉM PODE DUVIDAR. HOJE LEMOS QUE A PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA E OS ÂNIMOS ESTÃO COM CARÁTER DEPRECIATIVO. ISSO SIGNIFICA QUE QUEREM MAIS DO MESMO. LEMA DO PT: VAMOS ESTOURAR OS FUNDOS DO BRASIL.
Caro Saka,...
Foi por ai(BNDES) que o PT praticou o maior estelionato que se tem na história mundial. Essa foi a forma que encontraram de roubar descaradamente uma nação,...mesmo que as custas de seu desenvolvimento e do sofrimento de seu povo.
Saúde, educação, mobilidade, segurança,....tudo relegado a um terceiro plano, em nome da sagacidade de um espúrio projeto de poder,...
E pior, baseado na incapacidade que temos de nos indignar. As vezes vejo o Brasil, como um coletivo de cordeiros, marchando solenemente ao matadouro, sem dar um pio sequer.
O que vimos recentemente nas ruas, nada mais foi do que um pequeno exemplo do que poderíamos fazer, mas novamente fomos manipulados pelos "Capilés" da emaranhada via da politicalha brasileira, que em sua base,..é vendida e porca!!!
O PT só se mantém no poder barganhando com a classe empresarial, aquela que manda no país. Não podemos nos esquecer que o PT também sustenta a máfia do ensino privado. Enquanto nossas Universidades públicas oferecem bom ensino para a elite, o governa sustenta Universidade pagas, dirigidas por grandes grupos econômicos, que oferecem um mau ensino pagando muito mal aos seus professores. O Banco do Brasil financia essas Universidades, isso sem falar no Pro Une. Não temos saúde, educação, segurança, infraestrutura, mas temos dinheiro para sustentar aqueles que nos roubam. Este é o nosso Apartheid.
Como ja lhe disse, nao entendo de economia, nem a minha! Mas o que gera toda essa ciranda que gira para a esquerda ao invés para a direita sao todos esses empresários gananciosos e corruptos que estão cegos por sua ambição, assim como os banqueiros e os maus politicos.
Não entendo muito de economia, só gosto de ler sobre vários assuntos porque é bom ficar informada. E concordo com o Alessandro. Infelizmente é o que acontece no Brasil! Continuam debochando do povo. Enquanto eles tem "Bolsa Empresário", a nossa Saúde Pública está em coma e precisando de socorro. É uma vergonha!
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