Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Economia. Por que e onde a Dilma está errando?
Vocês devem estar se perguntando porque o japonês (eu) está tão preocupado com o rumo da economia do País. Sem utilizar linguagem economês, vou tentar explicar as minhas razões. Estou longe de ser o pessimista como disse há alguns dias a presidente Dilma. A minha formação de engenheiro e com experiência de ter militado no mercado financeiro, enxergo a economia brasileira tão claramente como ver pedras fundo do riacho de águas cristalinas.
O que é que o mercado, os empresários, os analistas econômicos, estão a falar? Tudo mundo está preocupado com a inflação que, dizem, estourou o teto da meta de 6,5%. Houve grita geral, como se a casa tivesse caído. Agora, em uníssono, defendem o aumento da taxa de juros básicos Selic, como se fosse a solução do problema da inflação. Ah, se a taxa Selic resolvesse a inflação, nem precisaria de ministro da Fazenda ou presidente do Banco Central. Bastava ir calibrando a taxa Selic, toda vez que inflação atingir o teto da meta.
Acontece que atrás dessa briga toda, desse alarde todo, em torno da inflação e Selic, esconde o erro sistêmico da política econômica da Dilma. É mais ou menos, o médico diante do paciente, ficar discutindo com a enfermeira sobre calibragem do termômetro. Esquecem do diagnóstico da doença, no caso do Brasil a sua economia. Esquecem de receitar remédios, porque os remédios são sempre amargos para o paciente. Preferem enganar o doente, com improviso, com gambiarras, com espumas, esperando que ele se cure sozinho, como milagre do apóstolo Valdomiro Santiago.
O problema todo é que a Dilma e equipe, deram Red Bull para o doente, o povo, para ficar "eufórico" e esquecer que existe doença. O nosso Red Bull, tem o nome de câmbio. O governo Dilma, vem controlando o câmbio em patamares irreais. Com o real apreciado ou valorizado, provoca sensação do "poder de compra". A Dilma acostumou a população com Red Bull e agora não sabe como tirá-lo. A população poderá sentir a falta. A Dilma que dá uma de médico gerentona, descobriu que o quadro do paciente deteriora a cada dia, mas não acha saída para tirar Red Bull da população.
O quadro do Brasil é mais ou menos parecido com o doente apresentado acima, o povo ficou viciado com o dólar barato. Só que o dólar barato, está provocando desindustrialização e desnacionalização dos produtos. Importamos dos chineses, desde tomate ao feijão preto. E para importar tais produtos, que antes produziam no País, o Brasil tem que entregar aos chineses, cada vez mais quantidade de minérios de ferro para pagar a conta.
O dinheiro não dá na árvore. Com a gastança em importações de produtos essenciais como combustíveis e em serviços não essenciais como gastos em viagens internacionais, vai queimando a reserva. Vai chegar ao ponto em que a Dilma vai ter de reajustar o dólar, desvalorizando o real, sob pena de queimar as Reservas Cambiais e tornar o Brasil vulnerável economicamente no mercado financeiro internacional. Exemplo dessa situação já viveram e vivem ainda os países como Portugal, Grécia, Espanha, Itália. O resultado é o desemprego e empobrecimento da população.
Resumindo, o foco do problema do Brasil, não é controlar inflação com o aumento de taxa Selic. O problema, de agora em diante, passa a ser de como segurar a inflação com ajustamento do dólar em patamar realista, isto é desvalorizando o real. Vai ser uma gritaria geral. A reeleição da Dilma, até agora considerada com líquida e certa, passa a ser duvidosa. Isto, nem mesmo as oposições a Dilma estão enxergando. Se as oposições, não defendem o realismo cambial, a troca de comando do País, é como trocar seis por meia dúzia, não adianta nada!
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
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