Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Alerta 2! O Brasil da Dilma já está na beira do abismo!
Já venho fazendo crítica ao governo Dilma, sobre a defasagem do câmbio, desde fevereiro do ano passado. No meu entender a política cambial é determinante na formulação de qualquer política econômica do governo. Câmbio artificialmente defasado, no caso brasileiro, o real demasiadamente apreciado é tiro no pé. Chego a denominar de erro sistêmico. Felizmente, algumas vozes importantes vem somar ao meu posicionamento à respeito do câmbio. Segue notícias, sobre câmbio e na sequência meu comentário.
A balança comercial brasileira registrou superavit de US$ 627 milhões na segunda semana de abril, informou nesta segunda-feira (15) o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), mas o resultado não foi o suficiente para reverter o quadro negativo do ano. Fonte: Folha.
Com isso, o desempenho do comércio internacional brasileiro acumula superavit de US$ 938 milhões no mês, mas ainda está deficitário em US$ 4,218 bilhões no ano --US$ 60,345 bilhões em exportações e US$ 64,563 bilhões em importações. Fonte: Folha.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse, nesta segunda-feira, 15, em entrevista à Agência Estado, que uma taxa de câmbio boa para a atividade industrial brasileira seria de R$ 2,47 por dólar. Fonte: Estado.
Comentário.
Até segunda semana de abril, o País está com déficit na balança comercial de US$ 4,2 bilhões, contrastando com o número do ano passado. No mesmo período do ano passado, a balança registrava saldo positivo de US$ 2,140 bilhões. Sem contar com o registro da parte de importação de combustíveis pela Petrobras, no montante de US$ 2,0 bilhões. Somado, o déficit da balança comercial até 2ª semana de abril está em US$ 6,2 bilhões.
No ano passado o déficit da balança comercial foi coberto pelo ingresso de investimento estrangeiro direto (IED), quase que em valor equivalente. O prognóstico para este ano é um pouco diferente do ano passado. Certamente, haverá no final de 2013, déficit na conta corrente onde inclui serviços e juros. Ainda não sabemos quanto. Para manter o dólar no nível de R$ 2,00, o governo deverá queimar a Reserva Cambial. Queimando a Reserva Cambial, o mercado financeiro vai olhar com olho de desconfiança na condução da economia do País.
Ontem, diretor de investimento da Fundação Cesp, Jorge Simino, deu parecer de que o câmbio deveria estar sendo negociado em níveis de R$ 2,30. Eu tenho defendido cotação de R$ 2,60 a R$ 2,70, valor corrigido desde a implantação do Plano Real. Agora, o presidente da poderosa CNI, Robson Braga de Andrade, defende cotação de dólar a R$ 2,47. Embora, números divergentes entre nós, o fato é que o real está demasiadamente apreciado.
A consequência do câmbio defasado, vem causando desindustrialização do País, com consequências que levarão anos para a recuperação. Os empresários brasileiros estão fechando fábricas no Brasil para montar na China. O câmbio defasado torna os nossos commodities sem competição no mercado internacional, como é o caso do minério de ferro. Na agricultura, está havendo distorções que agride a nossa inteligência, tudo por conta da defasagem cambial. Estamos importando da China, feijão preto e tomate!
Com tantos problemas que a defasagem cambial produz na economia doméstica, a equipe econômica insiste em manter a atual política de câmbio. Explica-se. O câmbio está sendo a "âncora" para conter a inflação. Com o câmbio contido, segura o preço dos combustíveis e de tarifa de energia. Segura também, preço dos alimentos, via importações. Não importa que quebre a indústria e a agricultura brasileira. Quer mesmo que o povo sinta o "poder de compra" para garantir a reeleição da presidente Dilma.
Não saberia dizer até quando vai aguentar a política do jeitinho, da gambiarra, do improviso, do imediatismo. Creio que, Dilma e sua equipe, não conseguirão segurar o estouro da "bomba relógio" por muito tempo. A situação não se sustenta até eleições presidenciais em 5 de outubro de 2014.
Alerta! Já sabemos que o Brasil da Dilma está na beira do abismo!
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
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