Diz a imprensa, o governo, os empresários, os analistas de mercado de que se o Brasil for bem na Copa favorece a Dilma. Nunca vi afirmação tão esdrúxula. Claro, que no caso de seleção brasileira ganhar uma final no estádio Maracanã, momentaneamente, favorece o governo que apostou todas as fichas para realizar a Copa das Copas. Isto, não garante que a euforia vai durar até dia 5 de outubro.
O marqueteiro João Saldanha conseguiu grudar o nome da Dilma na Copa 2014 e a imprensa, sobretudo a Rede Globo e a Rede Band, com a transmissão do evento. Os Marinhos e os Saads não são bobos de criticar a realização do evento, se eles estão ganhando muito dinheiro. Estão rindo à toa com a audiência criada em decorrência da Copa 2014.
Futebol é como carnaval, a Copa do Mundo, independente do resultado que a seleção vai conquistar, será objeto de comentários por cerca de duas semanas. Gradativamente, o Brasileirão vai tomar manchetes de notícias, para os que fazem do futebol o lado alegre do cotidiano.
Na segunda quinzena, virão as notícias da economia referente ao mês de junho. Pela primeira amostra, detectada pela Serasa, do recuo no movimento de venda do comércio em 3,2%, virão os demais indicadores. Isto é como jogar balde de água fria na euforia da Copa 2014. Não se iludam que o efeito "anestésico" da Copa das Copas vão perdurar por pouco tempo.
Não tem como o quadro da economia mudar de rumo nos próximos meses. Pelo contrário, o quadro vai continuar deteriorando. Explica-se, a Dilma está com mãos atadas em estimular o consumo, porque a inflação oficial já está no teto da meta de 6,5%. E a inflação do bolso está comendo solto nas gôndolas do supermercado. Dilma, não vai corrigir o equívoco da política econômica (sic) logo na véspera das eleições.
Dilma vai deixar correr como está, mesmo arriscando o índice de crescimento declinante para o 3º trimestre, até porque o índice do 3º trimestre só sairá no início do mês de novembro, quando as eleições do segundo turno já teria terminado. Por parte da Dilma está matematicamente calculado o risco. Não tomará nenhuma medida de impacto que melhore o quadro da economia.
A oposição ganharia fácil estas eleições, se souber utilizar o vácuo criado com péssimo quadro da economia. O quadro da economia, basicamente a inflação do bolso e estagnação dos investimentos nas indústrias, dariam um motivo para propor mudança de rumo do País. A mudança de foco para a reforma política nem ajudam em nada aos candidatos, à essa altura do campeonato. A bola estará rolando à partir do dia 6 de julho, data oficial do início das campanhas eleitorais.
Todos estudos que tive acesso, demonstram que há coincidência do sucesso ou insucesso do partido da situação, no poder, com o desempenho da economia no ano das eleições. Isto não é ciência, mas dá para entender o motivo das coincidências. O povo votará, conforme o quadro da economia do País, nos dias das eleições, 5 de outubro e 26 de outubro. Por outro lado, não há nenhum dado que demonstre que o sucesso da Copa fez presidente da República naquele ano.
O debate para escolha dos candidatos em 5 de outubro não ocorrerá em torno de evento Copa das Copas. O debate para escolha dos candidatos ocorrerá na mudança do rumo da política econômica. Que não se iludam os candidatos à presidência da República, esperando vincular o evento Copa com as eleições. Na época das eleições o assunto Copa já será água passada. Na época das eleições o povo quer saber do emprego e da inflação, basicamente.
Deixem a Dilma pensar que Copa das Copas dará eleições para ela. Não, não dará. É erro do marqueteiro João Santana querer fazer crer que assim será. Os dados históricos falam com honestidade. Não adianta Dilma querer enganar o povo. A maioria do povo, 70%, quer a mudança do rumo do País. O povo vencerá as eleições!
Dilma não ganha eleição!
Ossami Sakamori
3 comentários:
Sakamori:
Pois, é...
E veja que as obras de mobilidade urbana para a Copa, além de não ficarem prontas, aquelas que ainda estão sendo feitas, estão literalmente CAINDO (veja Belo Horizonte).
Irão cair em cima da Campanha de uma Dilma que não faz, e, o que faz, cai...
Nos países politizados futebol e politica não se misturam, no brasil o povão mistura tudo politica com futebol e carnaval. Essa malfadada copa do mundo conseguiu o impossível, pois a seleção brasileira não é mais unanimidade nacional. Uma parcela considerável do povo é consciente e sabe separar o joio do trigo, mas infelizmente mais de 30 milhões não sabem sequer o que significa votar, pois fazem o voto de protesto, anulando ou se abstendo de votar. Diante desse panorama, dependendo dessa copa o resultado destas eleições no dia 5 de outubro se tornará no meu entender, absolutamente imprevisível.
Futebol no Brasil è o ópio do povo.
Para eles è mais importante que a política.
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