Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
O BURACO DA PETROBRÁS ESTÁ MAIS PARA BAIXO
Já perdi conta de quantas matérias escrevi sobre o sucateamento da Petrobras, em função da Companhia estar sendo utilizada como instrumento de política econômica do governo Dilma. Algumas pessoas da rede social, ficaram irados com as minhas matérias, rotulando-me de urubu. Como todo brasileiro, não tenho o prazer de estar confirmando as afirmativas anteriores. Quiçá as minhas previsões não se concretizassem. Vejam o comentário no rodapé, também.
O lucro líquido da Petrobras caiu 36,3% em 2012 na comparação com o de 2011, para R$ 21,182 bilhões, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (4). O resultado foi pior que o esperado por analistas, que estimavam queda de cerca de 30%. Fonte: Folha.
"Este resultado, 36% inferior ao de 2011, é explicado pelo aumento da importação de derivados a preços mais elevados, pela desvalorização cambial, que impacta tanto nosso resultado financeiro como nossos custos operacionais, pelo aumento de despesas extraordinárias como a baixa de poços secos e pela produção de petróleo", afirmou. Fonte: Folha.
Ao mesmo tempo, o endividamento líquido deu um salto de 43%, para R$ 147,8 bilhões. O nível de endividamento da Petrobras atingiu 30%, contra 24% há um ano, se aproximando cada vez mais do limite de 35% estipulado pela própria companhia para manter o grau de investimento junto a agências de rating. Fonte: Folha.
Comentário.
O último aumento para combustíveis anunciado pela Dilma não cobre sequer a inflação real da economia, medida pelo IGP-DI que foi de 7,99%. Portanto mantida a banda cambial, na faixa de R$ 1,90 as R$ 2,00 e mantido atual preço internacional de petróleo tipo Brent na faixa de US$ 114 por barril, a Petrobras repetirá o resultado pífio deste ano, em 2013. Ironicamente, o crescimento do PIB refletirá negativamente no balança da Petrobrás, em função das importações dos combustíveis e derivados prontos. O positivo para o País vira negativo para a Companhia.
A Petrobras está entrando no círculo vicioso. Menos lucro, menos investimento. Menos investimento, menos reposição de áreas de exploração. Menos produção, mais importação. Mais importação, menos lucro. Fechou o circuito. Vai ficar como o gato correndo atrás do seu próprio rabo. Situação que foi criada pela Dilma, para tentar manter a popularidade em alta. Com fazer para sair do círculo vicioso?
A Petrobrás poderia, alavancar os investimentos em pesquisa, exploração e refino, tomando empréstimos em dólares ou em real. Acontece que o nível de endividamento está próximo de alcançar o limite de risco das agências de rating, 35%, líquido. Rebaixamento do rating pelas agências, tornarão os custos de empréstimos mais caros. Juros mais caros, mais prejuízo. Se correr o bicho pega, se parar o bicho come!
O aumento do preço do petróleo no mercado internacional está em tendência de alta, sobretudo em função da expectativa de crescimento dos EEUU em torno de 2,5% ao ano. Mantido o PIB dos demais países do mundo, hipótese muito provável, o preço Brent do petróleo devem retomar o patamar já experimentado antes, no médio prazo. A cada aumento de Brent, treme o prédio da Avenida Chile, sede da Petrobras.
O cenário econômico para o País, está desenhado, pelo menos para o ano de 2013, amarrado no preço dos combustíveis. Dilma terá que segurar o real apreciado no patamar atual. O País não pode crescer acima do que cresceu ano passado, para não aumentar o rombo das importações dos combustíveis. Para manter o câmbio no nível atual, o Banco Central, vai tentar amenizar o fluxo cambial negativo com manipulação de juros Selic, para cima.
O buraco da Petrobras está mais para baixo!
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
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