Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
DÓLAR DEPRECIADO VAI QUEBRAR O BRASIL
Após dados sobre o desempenho da economia europeia terem desapontado os investidores, ampliando o sentimento de cautela sobre uma recessão global, o dólar negociado no mercado à vista --que é utilizado como referência para as negociações no mercado financeiro-- fechou esta quinta-feira (14) em baixa de 0,31%, cotado a R$ 1,959 na venda. Fonte: Folha.
Esse é o menor nível de fechamento desde 11 de maio de 2012, quando a divisa encerrou a R$ 1,945 no mercado à vista. O dólar comercial --usado para transações entre o Brasil e o exterior, como importações e exportações e remessas de empresas estrangeiras para seus países de origem-- também registrou queda de 0,3%, cotado a R$ 1,958 na venda. Fonte: Folha.
O câmbio no Brasil está num patamar bastante razoável e "dá certa competitividade" à indústria, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda). Se dizendo satisfeito com o patamar atual, ele disse que a apreciação da moeda norte-americana registrada no início deste ano, quando a cotação do dólar saiu de algo em torno de R$ 2,10 para um nível ligeiramente abaixo de R$ 2, ocorreu "dentro de uma margem razoável". Fonte: Folha.
"Estamos com câmbio que dá certa competitividade para as exportações brasileiras e que não permite tanta invasão de produtos a preços artificialmente baixos", afirmou. O ministro disse ainda que o câmbio não será instrumento para controlar inflação e que os juros ainda são a principal arma do Banco Central contra alta de preços. Fonte: Folha.
Comentário.
O ministro Mantega afirma que o dólar vai ficar na banda cambial informal entre R$ 1,90 e R$ 2,00. Ao contrário do que ele afirma, o câmbio está funcionando como âncora da política econômica do governo Dilma. A competência de balizar o câmbio não seria do ministro Mantega, mas sim do Alexandre Tombini, presidente do Banco Central. A presidente Dilma criou situação que colocou a economia brasileira no círculo vicioso.
A âncora do câmbio está funcionando como ´tabua de salvação para a sobrevivência da Petrobras, mesmo com a defasagem no preço dos combustíveis. A Companhia não vai aguentar a manutenção dos combustíveis por muito tempo. Mesmo, mantendo a banda cambial informal na atual faixa, a alta dos combustíveis deverão vir até agosto deste ano. Graça Foster, presidente da Petrobras já mandou avisar, via imprensa a data limite para o novo aumento.
O efeito nefasto, o círculo vicioso, é que a apreciação demasiada do real vai provocar déficit comercial, sobretudo pelas importações de combustíveis prontos. Esta situação de abastecimento, com combustíveis prontos, permanecerá, na melhor das hipóteses até o final de 2014, quando as refinarias em ampliação e a refinaria Abeu e Lima entrarão em operação.
O déficit comercial nos próximos meses, vai deteriorar a situação da Reserva Cambial, no momento, confortável. Com a queima da Reserva Cambial, vai haver saída de capital especulativo do País. Como bem disse ministro Mantega, o governo vai lançar mão de aumento nas taxas de juros Selic, para tentar atrair o capital estrangeiro, para financiar a dívida interna.
No médio e longo prazo, já foi dito por mim, em diversas ocasiões, a "compressão" do câmbio no atual patamar, vai trazer efeito danoso à economia. O processo de "desindustrialização" que se iniciou no governo Lula, vai continuar em processo mais rápido do que antes. A consequência é que o PIB brasileiro vai cair, novamente. Não se pode esperar o PIB melhor que o do ano de 2012.
É um jogo perigoso praticado pela dupla Mantega/ Tombini. Estamos num círculo vicioso, portanto qualquer deslize ou erro, poderá agravar cada vez mais o processo de "estagflação" que se instalou no País. Precisamos urgentemente colocar o paciente Brasil na UTI, para recuperar-se de "overdose" de equívocos.
Mantega tenta mitigar o círculo vicioso que o País se meteu, mas a situação não se manterá por muito tempo. Uma hora explode!
Dólar depreciado é mortal para economia brasileira.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
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