domingo, 24 de junho de 2012

CANAL DO SÃO FRANCISCO É ENTREGUE, MAS SECO.

O título da matéria descrito acima, foi extraído do jornal Folha de São Paulo.  Os trechos descritos abaixo, também, foram extraídos do mesmo jornal.  Resolvi nem tecer comentários à respeito do tema.  Cada um vai fazer o seu juízo de valor.  Só sei que quando do anúncio da obra foi feito estardalhaço pelo presidente Lula.  O que se vê hoje é uma sucessão de mazelas na administração do dinheiro público, bem ao contrário da imagem que passou à população na campanha de 2010, o que seria a presidente Dilma.

Eudes Caldas, prefeito de Cabrobó (PE), olhava desolado para o lago vazio da Barragem de Tucutu que poderia armazenar 25 bilhões de litros de água do projeto de transposição do São Francisco. A barragem e um canal de dois quilômetros são os primeiros trechos prontos e foram entregues pelo Exército, responsável pelas obras, na última quarta. Mas ficarão secos: a água do rio não chega até eles antes de 2014. A água que passa no canal para num buraco de mais de 30 metros ainda em obras. É onde ficará a primeira elevatória do projeto. De lá, a água será bombeada para outro canal que começou a ser feito. Fonte: Folha.

O primeiro canal e a barragem ficaram prontos após cinco anos de obras. Eles custaram, segundo Joaquim Maia Brandão, diretor do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, pouco mais de R$ 120 milhões. Fonte: Folha.

O trecho das obras de transposição do rio São Francisco feito pelo Consórcio Nordestino, do qual a Delta Construção faz parte, está parado desde o início da semana. Segundo o Ministério da Integração Nacional, responsável pelo empreendimento, as obras no lote seis, em Mauriti (517 km de Fortaleza), foram interrompidas por "desequilíbrio financeiro". Fonte: Folha.

O espaço de comentários está aberto para transcrever opiniões favoráveis ou desfavoráveis ao tema acima colocado.

Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof. da UFPR.
Twitter: @sakamori10

2 comentários:

sergio disse...

Querido, Saka. Não sei qual frase melhor se adapta a nossa triste realidade: "Seria cômico, se não fosse trágico..." ou "Seria trágico, se não fosse cômico..." Brasil, último dias... liquidação... aproveite...

Amilcar Faria disse...

O problema mais grotesco na transposição do Rio São Francisco é o mesmo de sempre: partir para a ação sem um planejamento adequado. Ou até mesmo pior: planejar errado as ações.

Da mesma forma que não se pode construir uma casa começando pelas paredes sem antes firmar o alicerce, a transposição do Velho Chico não se poderia iniciar sem antes (ou pelo ao mesmo tempo) iniciar o processo de garantia da existência de água, também chamado de revitalização do Rio.

Tal processo de revitalização consiste em reflorestar a mata ciliar em torno do rio e de seus afluentes e olhos d'água, em conscientizar a população ribeirinha (tanto do São Francisco quanto dos seus afluentes menores) da necessidade de não desmatar, não realizar queimadas e revitalizar matas ciliares e olhos d'água.

Existe uma reportagem da Globo que mostra a quantidade de veios d'água e pequenos rios que morreram por causa da atitude inconsequente por inconsciente dos pequenos e grandes proprietários ao longo do curso do Velho Chico e seus afluentes (48 destes pequenos afluentes já haviam desaparecido, à época da referida reportagem)!

Não há como construir uma casa sem antes garantir uma boa fundação! E a boa fundação da transposição do rio ficou para ser realizada depois (a revitalização do rio). É como começar a casa pelo telhado!

https://twitter.com/#!/AmilcarFaria