A apuração parcial das eleições gregas indica vitória do partido Nova
Democracia e afasta o temor de líderes europeus e mercados mundiais de
uma possível ruptura com o acordo de socorro firmado pelo país. "Estou aliviado. Estou aliviado pela Grécia e pela Europa. Formaremos o
novo governo o mais rápido possível", disse o líder do Nova Democracia
Antonis Samaras enquanto deixava seu escritório sob o canto entusiasmado
de vários de seus seguidores. Fonte: Folha.
Sem o dinheiro europeu e do FMI, a Grécia seria forçada a dar um calote
em suas dívidas externas e domésticas. A medida poderia forçar a saída
do país da zona do euro e o retorno à sua moeda anterior, o dracma.O colapso poderia pressionar ainda mais países europeus que já enfrentam
dificuldades para rolar as suas dívidas, como Espanha e Itália. Poderia
fazer sangrar todo o sistema bancário europeu, desencadeando uma crise
global. Fonte: Folha.
Agora, 16h 30min, apurada cerca de 50% dos votos, a vitória dos conservadores dão como certa, no segundo turno das eleições legislativas da Grécia. Para quem não está participando dos acontecimentos, a vitória dos conservadores asseguram o compromisso de repactuação da dívida grega em Euro, recentemente concluida com desconto médio de 50% do valor da dívida e alongamento do perfil com redução da taxa de juros. Caso a esquerda radical vencessa era esperado calote do calote, isto é calote sobre a dívida já repactuada anteriormente com desconto expressivo.
Duas considerações. A primeira que a primeira ministra alemã Angela Merkel saiu fortalecida do episódio, prevalecendo o seu ponto de vista de austeridade fiscal em detrimento de crescimento baseado na gastança pública. Seria mais ou menos, política contrária da Dilma Rousseff, nossa presidente. O Brasil está mais alinhada na sua política econômica com o François Hollande da França do que da Angela Merkel. Aliás, a nossa presidente Dilma considera política da Merkel de "canibalismo". Digamos, que nós estamos mais alinhado com a esquerda da Grécia, perdedora das eleições de hoje.
A segunda consideração é que resolvido caso Grécia, não quer dizer em absoluto que os problemas da Europa e especificamento da Zona de Euro, estão totalmente resolvidos. Resolvido Grécia, o foco principal agora vai ser o problema de liquidez dos bancos espanhois, ainda em controvérsia. Já está na lista de preocupação o problema da Itália, tão logo tenha resolvido o problema da Espanha. Digamos que Angela Merkel está tentando resolver os problemas europeus, por etapas.
O exemplo que vem da Europa, faz com que os brasileiros pensem sobre o futuro do país, espelhando-se na crise europeu. No mercado financeiro global, os problemas são semelhantes, porque o dinheiro não tem pátria. E o sistema financeiro mundial está interligado "on line". Não tem como dissociar do movimento global. É coisa de criança presidente Dilma dizer que o Brasil está 300% preparado para enfrentar as possíveis consequências do "tsunami" ou "canibalismo" que vem de fora. O problema já se instalou no país.
Acorda, Dilma!
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof. da UFPR
Twitter: @sakamori10
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