A vida é como caminhar na relva.
De repente a gente se vê nela.
Caminhante somos mas sem sabermos bem o sentido do porque estarmos lá.
Enxergando apenas o horizonte, o encontro difuso de céu e terra.
Como que um ímã apenas o instinto o conduz àquele caminho.
Ora saboreando o morango silvestre, ora molhando a boca com o orvalho da relva.
Caminhante solitário insiste.
A paisagem é monótona.
Algumas plantinhas se destacam na relva.
Nada desperta atenção especial.
Caminhante segue destino, apenas horizonte como direção.
De repente uma pedra na beira do caminho.
Pedra redonda como que fosse sinal.
Havia uma planta delicada ao lado protegida por ela.
Caminhante senta.
Aquela planta era especial, com flor delicada e bonita.
De repente percebe que a relva abriga outras flores.
Caminhante debruça e observa.
Entre tantas flores aquela é destacada.
Pôs se a conversar com aquela como que única companhia fosse.
Aquela conversa anima.
O tempo passa sem que ambos se apercebesse.
O sol já se prepara para o ocaso.
O horizonte se avermelha como que aviso fosse.
Caminhante percebe que é hora da despedida.
É tão difícil a despedida.
Aquela sensação de poucos minutos já se passaram anos.
O convívio, as palavras, os gestos, os carinhos os tornaram difíceis aquele momento.
É o destino, a flor fica e o caminhante se vai.
Sem mesmo despedir ele toma o rumo.
A flor vê o caminhante desaparecer no horizonte.
Fica feliz de ter passado momentos preciosos.
Agradece à pedra por ter podido conhecer o caminhante.
E no anoitecer como qualquer flor ela se recolhe.
Aqueles momentos foram únicos e importante para ambos.
Ossami Sakamori, 67, caminhante.
4 comentários:
E como CAMINHANTE que desbrava a vida e, com sabedoria destrava o presente para que o futuro seja
claro, límpido e verdadeiro, contribui para que outros possam viver e ver a Grandeza da SABEDORIA.
SAKA, lindo!!! E o caminhante leva consigo a certeza de ter recebido o amor da flor e esta, o amor e a saudade do caminhante. Bjs
O caminhante desde que sentou na pedra dedica todo seu carinho, apoio e alegria à flor. Muito agradecida por ter sido encontrada por um caminhante tão especial, a flor pede que ele volte à pedra sempre que puder para continuar regando -a com todo seu amor. OBRIGADA!
O caminhante revela toda a sua sensibilidade e perspicácia na 'relva' dos sentimentos. A pedra, ao contrário de ser um obstáculo, o leva à doce e delicada flor. Uma cerejeira?Momentos fortuitos e preciosos, uma metáfora da vida. "As pequenas grandes coisas", o que realmente importa.
Parabéns! Brinde-nos sempre c/ textos desta magnitude
Postar um comentário