Fundos de pensão de estatais, Estados e municípios correm o risco de
amargar prejuízos após terem investido pouco mais de R$ 1,5 bilhão no
banco Cruzeiro do Sul. Segundo reportagem do jornal "O Globo", entidades de previdência dos
fundos de estatais aplicaram R$ 1,09 bilhão no banco. Instituições de
servidores estaduais e municipais, por sua vez, creditaram R$ 426
milhões na instituição. Fonte Folha.
Em qualquer governo, em qualquer país, uma manchete como esta causaria enorme constrangimento aos governantes de plantão. Lembrando que os Fundos de pensão de estatais no Brasil, pelo menos 50% da sua contribuição vem das entidades patrocinadoras, sejam elas públicas ou economias mistas. Consequentemente, a eventual e quase certa, pelo menos uma boa parte das perdas das aplicações dos Fundos, correspondem, mais uma vez, do contribuinte.
Os sucessivos escândalos expostos na imprensa, envolvendo agentes públicos de alto escalão, em montantes que envolvem números em bilhões não é mais causa de escândalos. Só no primeiro ano do governo Dilma, segundo CGU, existe suspeita de proprina em R$3,0 bilhões da gestão de recursos federais. No já famoso caso de escândalo do Cachoeira, envolve uma empreiteira com obras com governo federal em mais de R$3,0 bilhões. Contrastando com as notícias, lembrei-me do caso recente da "renúncia" do presidente da Alemanha por conta da suspeita de negócios não tão bem explicada de US$1,0 milhão. Pasmem, o cara teve que renunciar por 1 milhão, não pelos bilhões!
Para um Fundo de pensão que vai garantir a aposentadoria complementar dos funcionários, aplicar em títulos com altíssimo risco, é porque houve maracutaia. O já conhecido "retorno" do mercado financeiro. Para quem não conhece, o retorno é devolução em forma direta ou indireta para o agente público pela aplicação dos recursos públicos ou semi-públicos em títulos de alta rentabilidade, justamente por conta do risco. As coisas ficam por isso mesmo. Vocês viram se algum agente público foi punido pelas aplicações em títulos do Banco Santos? Conheço, não!
A essa altura dos acontecimentos, com tantos escândalos explodindo, o famoso e conhecido político "roubo mas faço" Paulo Maluf deve estar dando gargalhadas. Os roubos dele já está virando café pequeno em relação aos que os atuais administradores públicos estão a praticar. Está certo a presidente em falar que não é amiga dos "malfeitos". Com tudo isto acontecendo, tenho impressão de que ela está a querer dizer que é contra as roubalheira "malfeitas".
Infelizmente, o Brasil caminha para o lado oposto da Bélgica e da Noruega e caminha rapidamente para o lado do Burundi da África ou mesmo Haiti do Caribe.
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof.da UFPR.
Twitter: @sakamori10
2 comentários:
Ferro nessa salafragem !
O problema é que a nossa imprensa não tem moral para nada, porque mais corrupta que ela não tem...acho que nem o PT ganha da nossa imprensa corrupta.
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