sexta-feira, 15 de março de 2013

DILMA destina R$ 32,9 BI do BRASIL INOVA para os "BATISTAS"


Presidente Dilma fez estardalhaço para o lançamento do Projeto Inova, um novo programa para tentar acelerar os investimentos em inovações no País (sic).  Maioria dos programas já estavam em execução ou em análise no BNDES.  De novidade mesmo, criação de mais um órgão estatal denominada de Embrapii que vai acomodar os companheiros, com orçamento de R$ 1 bilhão para os próximos 2 anos. Faço comentários na sequência dos trechos de notícias.

Do total de investimentos esperado, R$ 28,5 bilhões virão diretamente do governo federal por meio do incremento de linhas de crédito (R$ 20,9 bilhões), subsídios por meio do Finep (R$ 1,2 bilhão), de recursos de incentivo não reembolsáveis (R$ 4,2 bilhões) e de participações acionárias diretas adquiridas via BNDES (R$ 2,2 bilhões). Cerca de R$ 4 bilhões serão direcionados por meio de "instituições parceiras", como agências reguladoras e o Sebrae. Fonte: Folha.

Sob o pretexto de fomentar a inovação tecnológica, o governo pretende criar uma nova empresa. Batizada de Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), o novo órgão estatal ficará responsável por fazer a ponte entre laboratórios de pesquisa e empresas e vai contar com orçamento inicial R$ 1 bilhão para os dois próximos anos. Fonte: Folha.

"Os dados mostram que o Brasil investe pouco em inovação. Mas o Estado investe bastante. O setor privado brasileiro é que não investe em inovação. E o setor precisa entender que inovar não é comprar uma máquina nova no exterior", afirmou Mercadante. Fonte: Folha.

Comentário.

O mesmo ministro Mercadante que afirma que inovar não é comprar uma máquina nova no exterior, foi o responsável pela vinda do Foxconn da China, cujo capital é taiwanês. Para Mercadante, a Foxconn que vai produzir os produtos Apple no Brasil está trazendo inovação tecnológica.  Será?  Quando Foxcon levantar o acampamento do Brasil, vai junto com ela a inovação tecnológica, alardeada pelo ministro.

O governo Dilma, também, exige inovação tecnológica das montadoras instaladas no País, para poderem beneficiar-se de benefícios fiscais e financiamentos a juros subsidiados do BNDES, o Bolsa Empresário.  Quando estas empresas transnacionais, que já vem com inovação tecnológica desenvolvidas no país de origem, acharem não mais convenientes permanecerem no Brasil, simplesmente a inovação tecnológica vão embora com a mesma facilidade que entrou.

As indústrias brasileiras, não investem mais, porque perderam ao longo do governo Lula e Dilma, competitividade no exterior, por conta, sobretudo, da dólar depreciado ou do real apreciado, que é a mesma coisa.  A participação da indústria brasileira, que no início do governo Lula respondia por 25% do PIB, hoje não responde mais que 17% do PIB.  Há um processo de "desindustrialização" do País. Num ambiente econômico assim, não tem como os empresários brasileiros estarem pensando em inovação tecnológica, pensa na sobrevivência. 

Existe um gap, um fosse enorme, entre evolução tecnológica do primeiro mundo com a do Brasil.  Os países desenvolvidos e os tigres asiáticos são os que mais registram patentes no mundo.  O Brasil é campeão em publicações científicas, mas estamos na rabeira em número de patentes requeridos.  Não temos outra saída, senão comprar os equipamentos industriais e componentes de alta tecnologia dos países já citados.  Perdemos o bonde da história, em matéria de inovações tecnológicas.  

Um dos projetos beneficiados pelo programa será a empresa SIX Semicondutores do menino Eike Batista, uma fábrica de circuitos integrados (chips) do Brasil em Minas Gerais que demandará um investimento de R$ 1 bilhão e terá entre seus sócios a transnacional IBM e o empresário Eike Batista e BNDES Participações.

Os R$ 32,9 bilhões anunciados pela presidente Dilma, já tem destinatários certos, maior parte via Bolsa Empresário, financiamento subsidiado pelo Tesouro que capta os recursos a custo médio de 11% ao ano e via BNDES repassa para os empresários privilegiados pelo Palácio do Planalto, a juros de 3,5% ao ano.  Desafio a presidente Dilma, que forneça a lista de beneficiários da verba anunciada.  Certamente, veremos as figuras carimbadas, os estelionatários da República.

O Plano Inova, não inova em nada.  O grosso do dinheiro vai parar na mão da quadrilha que suga o sangue do País, há algum tempo.  Uma pequena parte, bastante pulverizada, vai para os verdadeiros heróis, empresários, que sobrevivem às duras penas, concorrendo em condições desiguais com os empresários estelionatários.

Dilma destina R$ 32,9 bilhões para os "batistas".

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12

Um comentário:

Unknown disse...

Brilhante! Sakamori! nada mais a acrescentar! Somente a lamentar o Oligopólio instituído o uso do BNDES para favorecimento de uma casta privilegiada! Pergunto até quando?? é preciso parar este Governo.