terça-feira, 5 de março de 2013

MERCADORES DO PESSIMISMO. Por Mirna Cavalcanti Albuquerque


Muitos foram os artigos escritos sobre o pronunciamento da presidenta DILMA ontem, dia 02/03. Versam sobre aspectos vários de sua administração e as palavras de Sua Excelência não foram recebidas como ela pretendia o fossem. Crescimento a qualquer custo em detrimento da vida do ser humano, pouco ou nenhuma importância tem.

Assim, este será apenas breve observação pessoal, sobre alguns aspectos que, penso, há alguns - e importantes - que os demais jornalistas e blogueiros não mencionaram.
Em fala de ontem, a presidenta do Brasil usou a expressão:

"Mercadores do Pessimismo", referindo-se aos que, baseados em fatos (portanto ’realidade’), comentaram a entrevista - no mínimo inconsistente - do ministro GUIDO MANTEGA.

Vejamos: O PIB foi muito abaixo do prognosticado e o ministro fica ’achando, esperando’, etc. Sua exposição de forma nada técnica é, no mínimo, inadmissível pela Lógica e não condizente à posição que ocupa. Números são exatos, não mentem. Projeções não só podem como devem ser feitas fundamentadas em elementos concretos, não em ’suposições’, ’achamentos’ ou ... usando bola de cristal.

Cabe lembrar o lema positivista de Auguste Comte (1798-1857): "Saber para prever para poder prover", depois usado pelo instituidor da Previdência Social na Alemanha, o prussiano Otto Von Bismarck (1) e posteriormente, já vestido com as roupagens verbais adequadas, colocado na Constituição Brasileira, ao condicionar..." a criação, extensão ou majoração dos ’benefícios’ (2) concedidos pela Previdência Social à existência da respectiva fonte de custeio..." 

Aqui no Brasil, os políticos usualmente não só erram em suas previsões como TUDO prometem ANTES das eleições - até mesmo o impossível, pois não pertence à esfera em que atuarão - municipal, estadual ou federal e usualmente APÓS a posse, esquecem-se das promessas feitas quando em campanha. Quanto às nas necessárias provisões , não há razão pra que se preocupem , pois esta é buscada, quando faltante, na criação, ou majoração de taxas e impostos)(3).

Agora: que falem os números e revelem o destino das vultosas somas arrecadadas pelo Estado em suas três existentes esferas todos os anos! Grande parte desses dinheiros é para alimentar a os gastos da inchada máquina governamental, com ministérios (e secretarias com status de ministérios) - INÚTEIS, dobrados pelo então presidente Lula e mantidos (aumentados?) por sua sucessora, cujo objetivo é servir de ’cabides de empregos’ para os de seu partido e os da base aliada .

"Mercadores do Pessimismo"

DILMA usou expressão inadequada - não só em si mesma, como não se coaduna com a realidade do país. Vejamos abaixo.

 1 - Imprópria em si, pois ’mercador’ vem do latim ’mercatus ’: mercado; lugar onde eram efetuadas as vendas que deveriam gerar lucros. Portanto, quem, em sã consciência, poderia " ser ’mercador’ do pessimismo" ? Que ’lucro’ uma pessoa de bem poderia tentar auferir do infortúnio de seus semelhantes?
Tudo indica que nossa ilustre presidenta, ao referir-se aos que lhe criticam, pretendeu foi usar o brocardo: ’Fazer ouvidos de mercador’...

 2 - Realidade do país - Não passa um só dia que não tenhamos notícias de situações geradas pela falta de segurança( assaltos, estupros, sequestros, tiroteios, etc); de tragédias (passíveis de term sido evitadas); do caos da educação, da saúde; do péssimo estado das vias rodoviárias, etc... E TUDO, sem exceção qualquer que seja, tem ocorrido pela IRRESPONSABILIDADE dos que deveriam, por dever de ofício, ser RESPONSÁVEIS . (4)

É de lamentar-se que a presidenta de todos os brasileiros se tenha enganado, pois não é questão de ’pessimismo’, mas de ’realismo’ - e a realidade que vivenciamos, não permite sejamos otimistas. "Contra fatos não há argumentos", senhora presidenta.
Não há como deixar de reconhecer o que de bom V.
Exa. tem feito, como tampouco se pode deixar de constatar- por óbvio - que, passados dois anos de seu governo, nem metade do que prometeu chegou a realizar e já está, mesmo assim, em franca e  extemporânea campanha para a reeleição.

Ainda há tempo senhora, de cuidar dos mais necessitados, como doentes, idosos e estudantes.       Todos queremos o melhor para o país - independentemente de partido. Acima de qualquer deles, estão os sentimentos de humanidade, de respeito, de nacionalidade.


Mirna Cavalcanti de Albuquerque Rio de Janeiro, 03 de Março de 2013

Crédito : Mirna Cavalcanti de Albuquerque : www.talentos.wiki.br 

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