segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

RACIONAMENTO DE ENERGIA. DILMA BIPOLAR


Dez dias depois de dizer que é "ridículo" falar em racionamento de energia, a presidente Dilma Rousseff convocou reunião de emergência sobre os baixos níveis dos reservatórios, para depois de amanhã, em Brasília.  Na avaliação do governo, os níveis dos reservatórios estão até 62% abaixo dos registrados no ano passado e a situação tem piorado por causa do intenso calor, sobretudo no Sudeste. Fonte: Folha. 

Há duas ironias, conforme análise dos órgãos do setor. Uma é que a situação só não fugiu ao controle porque o crescimento econômico de 2012 foi pífio, na ordem de 1%. Se tivesse sido de 4,5%, como previra o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o consumo da indústria estaria bem maior e haveria risco imediato de faltar energia. Fonte: Folha.

A segunda ironia é que a reunião governamental e o sinal amarelo pela falta de chuvas ocorrem justamente quando enchentes assolam o Rio de Janeiro, deixando milhares de desabrigados. Além da preocupação pontual, com o momento presente, o governo teme que a situação se mantenha ao longo deste ano, pressionando todo o setor no último trimestre e no início de 2014. Fonte: Folha.

A terceira ironia, esta por minha conta, é que o sinal amarelo está acendendo, concomitantemente, com o sucateamento das concessionárias, sobretudo a Eletrobras.  A Dilma fez as renovações das concessões no setor de energia de maneira desastrada para cumprir a apressada promessa de redução da tarifa em 20,5%, sem o devido estudo prévio cuidadoso.  Pois as consequências previstas por mim em outras matérias deste blog, que viriam ao longo dos anos, estão vindo antes do tempo.  

A quarta ironia, é que a repetição do crescimento pífio do PIB em 2013 e 2014, vai dar alívio no consumo de energia, talvez, não configurando o efetivo racionamento de energia elétrica.  Crescer menos para evitar os apagões! Quem diria que ocorreria uma situação desta, de apagões, duramente criticada pela Dilma, na campanha eleitoral de 2010, sobre os ocorridos no governo FHC.  Cuspiu para cima, agora, aguente presidente Dilma.

A quinta ironia, é que a alerta de sinal amarelo, vem acontecer justamento no setor que Dilma se dizia especialista, já que foi ministra de Minas e Energia no governo Lula.  Pois, a Dilma vendeu a sua imagem de gerentona (sic) por ter resolvido o problema do setor de energia no País e tornou-se presidente da Repúbica.  Com certeza, quem vai levar a culpa, sozinho, é o São Pedro.  A coisa não será com ela, Dilma.  Assim ensinou o seu padrinho Lula, para não assumir nada do que é ruim.  

Chega por hoje, começa a me dar náusea sobre tudo que acontece no País.  E as oposições, onde estão?  Onde estão os industriais que seriam os principais prejudicados com a falta de energia? Precisa que este reles engenheiro entre no circuito para criticar as mazelas da administração Dilma?  Neste episódio, a imprensa está dando destaque, como a Folha e Estadão, felizmente. 

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12

3 comentários:

Ildefonso Borba Weingart disse...

O Presidente da FIESP fez uma propaganda fantástica, aprovando o fato de a energia baixar de preço, eu tive a nítida sensação que ele estava só agradando a Dilmentirosa, quero ver dentro de alguns dias, pq o racionamento já começou, pipocam apagões diariamente em vária regiões!

daniel disse...

Precisamos da luz divina(Deus) no Brasil. Por enquanto, alguns do governo estão nas trevas(Sem Deus). A sabedoria provem de Deus.

Daniel Cohen disse...

A verdade é muito simples:Todos postos, onde deveríamos ter técnicos trabalhando, estão aparelhados com sindicalistas, cuja maior e única especialidade é assaltar os cofres das empresas. Não bastasse isso,atitudes meramente populistas, que visam tapar os olhos do povo,que enganado por besteiras,não consegue enxergar a realidade.
Não temos um só plano de médio/longo prazo. Tudo aqui é feito no afogadilho da emergência.
Tenho muito medo de que tudo que conseguimos nos últimos 20 anos, seja posto a perder,por total incompetência dessa corja e pela cegueira daqueles que se vendem por pouco pão e muito circo.