Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
AUMENTO DE GASOLINA VEM LOGO
Uma das primeiras medidas da Dilma neste início do ano será o aumento de gasolina. A medida deve ser anunciada, no máximo, logo após o Carnaval. A Petrobras não aguenta mais segurar o preço dos combustíveis, praticamente, estagnado durante o ano de 2012, fazendo parte da política econômica do ministro Mantega.
O preço dos combustíveis segue a regra de "paridade" ao preço do mercado, no mundo todo. Nos EEUU, o preço de gasolina oscila de acordo com o preço de commodity do petróleo praticado na semana anterior. As companhias petrolíferas, não aguentam bancar uma eventual diferença entre o preço majorado de combustíveis e o preço de compra baseado ao preço do petróleo do mercado. Em alguns países como Venezuela, o governo subsidia com recursos dos impostos, isto porque a PDVSA é totalmente estatal. Acontece que, para ajudar na execução da política econômica do governo Dilma, a Petrobras que é uma empresa de economia mista inventou uma nova maneira de estabelecer o preço dos combustíveis na bomba, denominada de preço de "convergência". Invenção do termo creditada à presidente da Companhia, Graça Foster, para justificar a divergência entre o preço praticado pela Petrobras, diferente do padrão internacional. Quem subsidia a diferença é o contribuinte, em última análise.
No ano de 2012, houve aumento de combustíveis no mercado internacional com relação ao preço de 2011. Além do aumento de óleo no nível internacional, houve depreciação do real em relação ao dólar em cerca de 30%. Durante o ano passado, a Dilma permitiu que a Petrobras promovesse o aumento de cerca de 10% na refinaria, compensado o aumento com a diminuição da alíquota da CIDE, que praticamente anulou o aumento de gasolina na bomba. Ainda assim, o preço de combustíveis está defasado entre 15% a 25% na bomba. Por estar bancando parte da política econômica do governo, a Petrobras vem amargando prejuízo na geração de caixa, sendo obrigado a adiar investimentos na área de exploração e de refino.
O adiamento em investimentos na área de exploração e refino, obriga a Companhia a importar combustíveis prontos, gerando déficit comercial na área de petróleo. Na área de combustíveis, o País não está preparado para o crescimento sustentável de 3,5% ao ano, como quer a presidente Dilma. As refinarias existentes já estão com capacidade esgotadas. Única refinaria em construção no Paíos, a Abreu e Lima, está com cronograma atrasada, além de estar com o problema adicional do não aporte de recursos pela Venezuela referente a sua cota de participação, em 40% da refinaria. Outro problema, não levantada pelo governo Dilma é que na eventualidade da demanda acima da expectativa, os portos brasileiros não estão preparados com tancagem suficientes para receberem os combustíveis prontos. Haja problemas!
Existem 3 hipóteses prováveis sobre o aumento de gasolina: a primeira é o aumento de 10%, a segunda é o aumento de 15%, o menos provável seria a terceira hipótese o aumento que corresponda a "paridade" com o preço internacional do petróleo. Nem a primeira, nem a segunda hipótese, não resolvem o problema de geração de caixa da Petrobras. A Companhia continuariam com a postergação de investimento em exploração e refino. Lembrando que a capacidade de endividamento da Petrobras está chegando ao limite de risco acima do razoável. Daqui a pouco, a Petrobras estará com notas rebaixadas pelas agências de rating. Aí o problema se agravaria ainda mais.
O fato é que o aumento de combustíveis vem logo.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. E-mail: sakamri10@gmail.com
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