Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
PETROBRAS SUCATEADA, MESMO COM AUMENTO DE GASOLINA
O principal indício de que a Petrobras está sendo sucateada, vem do mercado financeiro global. São inúmeras matérias publicadas por mim, neste blog, chamando atenção para o fato. Não sou alarmista, como querem me rotular, alguns analistas, economistas e empresários ligados ao governo Dilma. Nada como o próprio mercado financeiro, confirmar a minha percepção. Vejam, a reportagem e saiba porque isto acontece.
A Petrobrás perdeu o posto de maior empresa da América Latina. A informação é destaque na edição de segunda-feira do jornal britânico Financial Times. Com a queda de 25% do valor da ação nos últimos 12 meses, o valor de mercado da estatal brasileira foi ultrapassado pela também estatal petrolífera Ecopetrol, da Colômbia. Fonte: Estadão.
Em reportagem publicada nesta segunda-feira, o jornal afirma que a Petrobrás sofreu "um dos movimentos mais dramáticos da indústria de energia no ano passado" e no fim dos negócios da última sexta-feira, dia 25, o valor da brasileira - calculado conforme o preço das ações - era de US$ 126,8 bilhões. Já a Ecopetrol valia US$ 129,5 bilhões. A reportagem destaca que a Ecopetrol já vale mais para os investidores que a Petrobrás, "embora a produção da empresa brasileira seja cerca de três vezes maior que a da colombiana". Fonte: Estadão.
No governo Dilma, sobretudo, a Petrobras vem sendo utilizada como instrumento de política econômica do governo, servindo para amortecimento do índice de inflação, que está beirando o limite perigoso. Ainda assim, a Dilma não conseguiu conter a inflação nos níveis dentro da perspectiva confortável. Apesar de índice de inflação oficial estar próximo do limite da meta inflacionária do Banco Central, estabelecido para o ano de 2012 em 4,5%, o IPCA registrou marca de 5,6% ao ano e IGP-DI em 7,99%.
Com o aumento conseguido pela Petrobras em 2012, em torno de 10% na refinaria para os combustíveis, não fora suficiente para compensar a defasagem da depreciação do real perante ao dólar em 2012. Há uma defasagem não compensada de cerca de 25% nos preços de combustíveis. Com o aumento programado pelo governo, dos combustíveis, entre 4% e 5% para diesel e 7% para gasolina, o preços dos combustíveis continuarão com defasagem de cerca de 20%, sem considerar os eventuais aumento de petróleo em níveis mundiais. Lembrando que a Petrobras é importador de combustíveis prontos, em volume cada vez maior.
O plano de investimentos da Petrobras na área de pesquisa e exploração estão cada vez mais longe de se realizar, por falta de geração de caixa, uma vez que o nível de endividamento da Companhia está no limite considerado de alto risco. O projeto de exploração no pré-sal que foi bastante festejado pelo presidente Lula, não vai produzir frutos antes de 2017, segundo analistas. Os níveis de produção na área de exploração vem caindo ano a ano, devido ao esgotamento dos poços atualmente em atividade. A Petrobras é obrigado a importar cada vez mais, os combustíveis prontos, porque as refinarias, também, estão com capacidade praticamente esgotadas.
A presidente Dilma, o ministro da Fazenda Guido Mantega, a presidente da Petrobras Graça Foster, ou são incompetentes e ignoram a política de preços praticado no mundo todo, denominado de "paridade", para que os governos não precisem subsidiar os combustíveis para os consumidores. Graça Foster, a presidente da Petrobras, preferida da Dilma, insistem em praticar uma nova regra que elas próprias denominam de "convergência", que nada mais é do que "aproximação" ao preço de "paridade". Isto significa que a Petrobras vai se submeter sempre à política econômica do governo.
Dizem os defensores da política de "convergência" que o custo de produção do petróleo nacional independe do câmbio, mas esta afirmação é uma grande mentira. Os insumos e equipamentos, mesmo as montados no Brasil, são cotados em dólares e seguem mais ou menos o nível de preço do petróleo no mercado mundial. Eis o problema de segurar o preço dos combustíveis em reais, adotando a política de "convergência" ao invés de preço de "paridade". O termo "convergência" é invenção do País de jaboticaba, não encontra termo semelhante em lugar nenhum do mundo. Minto, existe a Venezuela de Hugo Chavez, que subsidiam os combustíveis para manter a popularidade do presidente.
Dilma sucateia Petrobras, mesmo com aumento de gasolina.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
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Um comentário:
Perfeito Sakamori! Lamentável a séria situação em que a colocaram a Petrobras. Faltou ao Governo FHC Privatiza-la! Hoje penso unica saída! Precisa de administradores não de politicagem!
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