quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Política Fiscal. Vamos apostar no Brasil, sem Dilma.

Política fiscal da Dilma? Que política fiscal? A política fiscal da Dilma é uma gambiarra só.  É um emaranhado de improviso para tentar a fechar a conta deste ano.  Em 3 de maio de 2013, o governo estabeleceu como meta de superávit primário para o ano corrente em  em R$ 108 bilhões, correspondente a 2,15% do PIB.

O governo federal, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central teria como meta economizar R$ 73 bilhões, já que o Congresso Nacional, desobrigou União a cobrir parte faltante dos estados e municípios.  Apesar de tudo, até setembro último o superávit primário somava apenas R$ 26 bilhões.  Número longe de se alcançar.  

No entanto, tudo que foi dito acima são números acadêmicos, que os organismos internacionais como o FMI, OCDE e agências de classificação de risco exigem que o Brasil cumpra. É corrente a exigência da meta de superávit primário ao redor de 2,5% do PIB, para qualquer país, sobretudo os emergentes.  O número é apenas exigência para tentar manter a saúde financeira do País.

A equipe econômica da Dilma, faz de tudo para cumprir a meta, como se fosse o dever de casa passado pela professora.  Por este motivo é que o governo elegeu como prioritário o leilão do campo de Libra, para garantir a entrada de R$ 15 bilhões ao Tesouro.  Estão apostando também nos leilões dos Aeroportos de Confins e Tom Jobim (Galeão) para arrecadar mais R$ 5 bilhões.  O que faltar vai buscar nos dividendos antecipados da Petrobras, BNDES, CEF e Banco do Brasil, para cumprir a meta estabelecido de R$ 73 bilhões, bem entendido, somente a parte da União.  

Isto pouco importa para a população brasileira.  O superávit primário é exigido para pagamento da parte de juros da dívida pública brasileira.  A dívida do setor público já ultrapassa os R$ 3 trilhões.  A União tem dívida bruta próximo de R$ 2,8 bilhões. Conforme conceito de dívida líquida estabelecido pelo Banco Central, ainda assim, ela está em torno de R$ 2 trilhões.  

Grosso modo, a União paga de juros sobre a dívida bruta, cerca de R$ 300 bilhões ou no conceito do Banco Central, dispêndio de juros acima de R$ 200 bilhões para dívida líquida.  Se o País quisesse manter o principal da dívida, em valores nominais, no mesmo patamar do ano anterior teria que gerar superávit primário de no mínimo R$ 200 bilhões.  Vá lá que parte do valor é "comido" pela inflação, o valor necessário para pagamento da dívida seria ligeiramente inferior aos números referenciados.

Bem, se o governo conseguir atingir a meta do superávit primário de R$ 73 bilhões, ainda assim está longe de pagar o total dos juros devidos ao mercado.  Os juros sobre o total de dívida líquida: R$ 200 bilhões.  Os juros que serão pagos: R$ 73 bilhões.  Bem, a diferença de R$ 127 bilhões, nesta conta, será acrescido ao principal da dívida que será rolada.  Adivinhe o que aconteceu?  Aconteceu que o volume da dívida será maior do que antes, claro!

A política fiscal da Dilma, conforme acima, está longe de estar confortável.  Os organismos internacionais e agências de classificação estão percebendo as gambiarras que são feitas para fechar a meta do superávit primário preconizado por eles.  As agências de classificação de riscos, já avisaram que no início do ano de 2014, vão rebaixar a rating do risco Brasil. 

Por outro lado, a gastança do governo Dilma continua.  Agora e sobretudo no ano que vem, vai gastar muito mais em função de ser ano de reeleição da Dilma.  E a presidente Dilma, quer de qualquer maneira se reeleger no cargo de presidente da República, custo o que custar.  Se este ano, o cumprimento da política fiscal está sendo difícil de cumprir, o ano que vem será muito pior, ainda.  

Isto tudo é um desgaste para a imagem do Brasil no mercado financeiro internacional.  Nós estamos gastando o dinheiro que não temos.  O Brasil gasta o dinheiro das sobras na rolagem da dívida.  Acrescente a isto, os problemas já tratados anteriormente, como os do câmbio e problemas decorrentes das tarifas administradas.  Os problemas somados, são como uma verdadeira fogueira de São João.  

Então, melhor seria, apostar no Brasil, sem Dilma.

Ossami Sakamori 


2 comentários:

Unknown disse...

O Brasil é uma aposta arriscada, mas garantida, se a sociedade conseguir abrir mão da Dilma e do PT. Agora, é hora de discutirmos os juros altos, a dívida pública, a inflação, o arrocho da classe média, a precariedade de nossa infraestrutura, questões que o PT evita discutir e até agrava.

Temos a chance, no ano que vem, de não repetir os erros da Argentina, da Venezuela, da Bolívia, Equador e, agora, do Chile, países que apostam numa esquerda ultrapassada, rancorosa, ineficiente, que faz com que a América do Sul ande vinte anos para trás. Sim, vamos apostar no Brasil, mas sem a Dilma, por favor.

Carlos disse...

Como se 55 milhões de idiotas úteis, anlfabetos e analfabetos funcionais recebem algum tipo de assistencialismo do PT/dilma e não vão querer abrir mão dessa esmola? Se ainda houvesse alguma lei que impedissse de os analfabetos votarem...!!!