Esta é a última matéria da série: Vamos apostar no Brasil, sem Dilma, vamos? Hoje, vamos falar sobre a inflação do governo Dilma e as consequências que estão por vir.
Eu já disse que o governo Dilma comete um erro sistêmico utilizando como âncoras para segurar os preços, o dólar depreciado e tarifas administradas engessadas. Como não tem almoço de graça, estão aparecendo contas para pagar.
Por conta do real apreciado ou dólar depreciado, não está mais fechando a balança de conta corrente, como foi mostrado numa matéria anterior. Está ao mesmo tempo desindustrializando o País, inviabilizando até a inovação tecnológica no setor.
Por conta do real apreciado importamos desde os insumos para indústrias até os produtos primários. Importamos desde componentes de computadores a componentes de panelas elétricas. De produtos primários importamos até feijão da China. Esta pequena amostra já mostra que o dólar depreciado está causando um estrago violento na economia brasileira. Está desindustrializando.
Por conta do real apreciado mandamos turistas brasileiros gastarem o dinheiro que não temos, em termo de País, no estrangeiro, ao invés de estarmos atraindo turistas estrangeiros para deixar o dólar aqui dentro. Dilma optou por esta política populista para manter o índice de aprovação que garanta a sua reeleição.
Quanto às tarifas administradas, é uma questão a ser analisada com cuidado. A redução de tarifa de energia e contenção do aumento do preço de gasolina na bomba, puxou para baixo a inflação. Mas, por outro lado, está causando rombo nas contas públicas. Dilma deu benefícios para consumidores de energia e de combustíveis, para manter a popularidade, mas estourou o Orçamento da União.
A União não consegue, em razão do exposto, gerar superávit primário para pagar pelo menos uma boa parte dos juros da dívida do Tesouro Nacional. As tarifas administradas está dando água, já está chegando no limite. Não tem mais como adiar os aumentos, para pelo menos manter a Eletrobras e Petrobras respirando.
O mercado financeiro internacional e agências de classificação de risco, já deram sinal de alerta. No mínimo, no próximo ano, os investimentos estrangeiros diretos (IED) ficarão congelados ou na posição de stand by, agravando mais ainda a situação crítica da balança de pagamentos. Uma hora, já no início de 2014, o Banco Central terá que flexibilizar as intervenções no câmbio. O BC terá que deixar flutuar para não queimar reservas. E aí, tudo indica que o dólar vai apreciar ou o real vai depreciar.
Como a economia está ancorada no dólar depreciado, barato, quando a moeda americana alcançar a cotação de equilíbrio, haverá aumento generalizado de preços. Já foi dito acima que o Brasil depende de produtos e insumos importados em dólares, para reforçar o argumento de aumento generalizado de preços.
Com o dólar em alta, fatalmente o aumento de combustíveis virão. A Petrobras vem servindo como instrumento de política monetária do governo federal, mas já chegou no fundo do poço. Segurar o aumento de combustíveis seria como colocar a Petrobras na UTI. A Companhia não terá mais dinheiro para continuar com o Plano de Investimento de US$ 236 bilhões, anunciado pela Dilma.
Devido à política econômica equivocada da Dilma, há sério risco de Brasil experimentar, novamente, o "espiral" inflacionário. O País já experimentou vários espirais por conta do descontrole das contas públicas e das políticas econômicas equivocadas. Não está longe, a experiência do Plano Cruzado, Plano Collor, Plano Bresser e Plano Verão. Em tese, o Plano Real teria vindo para ficar. No entanto, não esperava o País que administração irresponsável da presidente Dilma, viesse abalar a estrutura do Plano.
Estamos, numa situação descrita pelo povo: "se correr o bicho pega, se parar o bicho come". Por mim, o bicho nem vai me pegar ou o bicho nem vai me comer! Antes que aconteça o pior, seria de conveniente que a presidente Dilma e presidente Lula deixassem de aspirar mais um novo mandato do PT no governo. O povo terá que manifestar nas ruas e nas urnas, para que haja mudanças!
Vamos apostar no Brasil, sem Dilma e sem Lula! Chega!
Ossami Sakamori
4 comentários:
A inflação no Brasil vai explodir junto com as nossas contas públicas. As políticas econômicas do PT lembram muito os Planos Cruzado, Bresser, Verão e, de uma certa forma, Collor. Com o Plano Real, o PT aproveitou a estabilidade da moeda para aumentar o salário mínimo, dando-lhe algum poder compra. Entretanto, o PT não soube gerir as contas públicas, que estão pela hora da morte.
Aqui, tudo é movido a dólar e especulação de absolutamente tudo. Hoje, mais do que nunca a vida está caríssima. O trabalho, a indústria, a energia, o combustível, custam muito caro. Digo, meio de brincadeira que a classe me´dia está aproveitando, agora, para conhecer Nova York porque, depois, nunca mais. No Brasil não existe plano de longo prazo, só o que vale é o aqui e agora, aproveitar o momento e apostar com a sorte e oportunidades, o que faz com a sociedade viva sempre no fio da navalha.
Um pensamento sobre tarifas administradas: o aumento da base monetária sem aumento da produtividade causa inflação. Então, por exemplo, se o preço da gasolina é congelado e a base monetária continua em ascensão, todos os outros produtos (com a exceção daqueles que estão “administrados”) não acabam subindo mais?
Então, nesse exemplo, embora a gasolina permaneça no mesmo preço, os preços acabam subindo mais pra todo o resto. E, de quebra, a Petrobrás se endivida mais, o rombo nas contas do governo piora, ele acaba emitindo mais dívida, aumentando ainda mais a base monetária, que gera mais inflação ... a matemática as vezes é cruel...
Murray
As tarifas administradas, quando reajustados, neste caso, entra como inflação de custo. Entendi?
Quiz dizer que é burrice congelar tarifas pra segurar a inflação, pois o custo de vida sobe do mesmo jeito (alimentos, vestuário, transportes, etc, acabam subindo mais pra compensar, já que a BM se expandiu), ou fica ainda pior, pois aumenta o gasto público. O melhor a fazer pra baixar o preço da gasolina e outras preços administrados seria cortar os impostos sobre eles, mas aí o governo ia ter quer diminuir a gastança, o que torna inviável essa ideia.
Murray
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