A briga entre Graça Foster e ministro Mantega em relação ao reajuste dos combustíveis ficou exposta ao público. A questão vem do fundo. O governo Dilma vem utilizando a Petrobras como instrumento de controle da inflação, como já foi comentado neste blog, várias vezes. No entanto, Dilma teve que interferir para definir sobre o aumento de combustíveis pelo menos para este ano.
Quanto tomou posse como presidente da Petrobras, Graça Foster, aceitou a condição da Petrobras praticar preço de "convergência", dito por ela, sobre o reajuste de combustíveis na bomba ou na refinaria. A maioria dos países adotam a política de preço de combustíveis na forma de "paridade" com o preço internacional do petróleo. No caso brasileiro, ainda tem que conciliar o preço de combustíveis à variação do dólar.
Felizmente, o preço de petróleo no mercado internacional vem mantendo certa estabilidade em dólares por barril de petróleo, nos últimos 12 meses pelo menos. Por outro lado, o dólar vem valorizando muito acima da inflação. A defasagem do combustível, segundo a própria Petrobras, está em torno de 25%.
A relação endividamento/ geração da caixa, está ultrapassando os 35% considerado como confortável pela própria Petrobras. Isto tem tudo a ver com a nota de risco Petrobras pelas agências de classificação. A nota de risco por outro lado influi diretamente na disponibilidade do mercado financeiro em continuar financiando os projetos de desenvolvimento da Petrobras. Para lembrar, a Petrobras necessita levantar US$ 236 bilhões nos próximos 4 anos.
A Dilma encontra-se no bico da sinuca. Há necessidade urgente de conceder reajuste de combustíveis para manter a saúde financeira da Petrobras. Por outro lado o reajuste de combustíveis no momento como este, onde a inflação está batendo no teto da meta do BC, pode servir como combustíveis para alimentar a inflação.
Há clara indicação de que a presidente Dilma vai atender Graça Foster na sua pretensão de aumento de combustíveis para próximos dias. No meu entender, o aumento de combustíveis deverá vir até o final do mês de novembro. A postergação do aumento deve-se ao fato de governo não querer repassar os efeitos do aumento dos combustíveis para o índice de inflação do ano de 2013.
O índice de aumento deverá vir entre 5% a 9%, na média, para os combustíveis na bomba. E no primeiro trimestre,virá mais um aumento para acomodar o preço à variação cambial e ao preço internacional do petróleo. Isto ficou muito claro com a última declaração da presidente Dilma, sobre a política de reajustes de combustíveis.
Dilma, vai autorizar Graça Foster a fazer aumento de combustíveis ainda este ano, possivelmente, até o final de 2013.
Ossami Sakamori
Um comentário:
Má notícia. Quando o preço da gasolina sobe, sobe o preço de tudo. O combustível brasileiro é um dos mais caros do mundo, se não for o mais caro... Dilma vai subir o preço do combustível sem ter diminuído o imposto sobre os combustíveis, o que muita gente esperava. gasolina alta é risco de inflação alta.
Os problemas da Petrobrás já tem mais de uma década, mas, só agora, vemos os estragos causados contra a maior empresa do Brasil. É lamentável a sociedade pagar por um combustível caro e de qualidade duvidosa. É sempre assim, quando acontece um rombo no Estado é a gente que paga a conta.
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