Hoje, vou fugir um pouco da rigidez que os números impõe na análise da situação econômica do País. Não vou falar de nenhum índice ou números da economia, como Selic, IPCA, IGP-M, IGP-DI e por aí a fora.
Vou me colocar no lugar do simples cidadão ou cidadã que vive o cotidiano. Já tratei do tema, falando da inflação do bolso. Hoje, vou falar, digamos, da inflação do cartão de débito ou crédito.
Tenho feito algumas compras no supermercado e na frutaria do meu bairro, digamos, de classe média alta em Curitiba. Os preços subiram violentamente nos últimos 12 meses. As frutas que eram vendidos por dúzia ou Kg, agora são vendidos por unidade. Justifica-se porque os preços subiram muito acima da inflação que o governo diz estar dentro da meta estabelecida pelo Banco Central.
Só não enxerga quem não quer. A nota de R$ 50 já não é suficiente para comprar frutas da semana. Aliás, nem uso notas da moeda brasileira. Uso cartão de débito, para não passar vergonha. Sinto que o nosso dinheiro está valendo cada vez menos. Alguém já disse que daqui a pouco vão imprimir notas de R$ 500. Isto está parecendo dias negros do Plano Cruzado do Sarney.
Ultimamente, tenho viajado muito. As passagens aéreas subiram mais de 100% nos últimos 12 meses. Quando há necessidade urgente de viagens de Curitiba a Congonhas, por exemplo chega a custar R$ 1.500, cada perna. Se tiver necessidade de 2 pernas, custaria uma bagatela de R$ 3.000. Isto daria para comprar passagem para Miami!
Os hotéis, restaurantes e outras necessidades de viagens rápidas, sofreram aumentos que presumo mais de 100% nos últimos 12 meses. Nem vou mais em restaurantes chiques, em viagens de negócios. Não dá mais! O meu cartão de débito chora!
Fico a pensar em duas coisas. A primeira coisa que vem nos meus pensamentos é que certamente eu estou ganhando menos. A segunda coisa é pensar como a classe média que ganha entre R$1.500 a R$ 3.000 conseguem sobreviver, pagando prestação da casa própria, prestação do carro, mensalidade de escola dos filhos e supermercados. Claro, só pode ser pelo endividamento crescente, como faz o País com sua dívida do Tesouro Nacional.
Definitivamente, do outro lado da minha mesa de trabalho, percebo que a inflação já disparou. Só não aparece nos índices aos quais me recorro para análises econômicas. Só não enxerga quem paga as suas despesas com cartões corporativos, como fazem os altos escalões do governo federal, formuladores da política econômica do País.
Amigos, do outro lado da mesa, concluo que a inflação já disparou! O resto é cascata da equipe econômica da Dilma!
Ossami Sakamori
3 comentários:
Ontem eu comprei laranja pera a R$0,67/kg! Essa frutaria sua tá muito cara, procure outra!
A Inflação dispara mais rápido do que tiro da polícia... O custo de vida no Brasil nunca foi baixo, mas, agora, está inviável. Vou muito ao cinema e quando vou assistir, sozinho, a alguns filmes, gasto, praticamente, cem reais, sem contar, claro, a pipoca, que não como, engorda... A cultura no Brasil é a mais cara do mundo, não tenho dúvidas. No país da inflação, quem quer bancar classe média, não pode ter dívidas.
Se no seu bairro, as coisas estão caras, Sakamori, imagine, então, aqui, no Rio de Janeiro... Aqui, até o preço da água de coco é um assalto. Como você tem cara de "gringo", com certeza paga mais caro... Eu, com a minha cara de índio, choro um pouco, pechincho o preço e ganho um desconto... A vida não tá fácil pra ninguém...
Bom dia Sakamori, fico feliz por mais este seu texto, sempre preciso. Sou eu quem faz as compras da casa, e percebo exatamente o que você relatou, o aumento de preço é absurdo. A inflação de alimentos a muito, ultrapassou os 13%. Considerando que oficialmente a meta da inflação é de 4.5%,, 6% é margem de tolerância dizem os especialista. O governo, mascara a inflação real e ainda mente para o povo dizendo que a inflação mascarada esta dentro da "meta".
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