segunda-feira, 8 de julho de 2013

Economia BR, dia 8. BNDES perdeu 50% do patrimônio!

Tem um ditado que diz: Quem procura acha!  Foi exatamente o que aconteceu com o sistema BNDES.  Os números divulgados pela Fundação Getúlio Vargas, mostra claramente, a desastrosa administração do governo Dilma, no setor econômico.  Para não passar nada despercebido, como sempre faço, coloquei alguns trechos importantes da matéria do Estadão de ontem.  

De acordo com o levantamento, o patrimônio líquido do BNDES caiu de R$ 75,602 bilhões em março de 2011 para R$ 46,799 bilhões em março passado, uma redução de 38%. No mesmo período, o Itaú Unibanco registrou aumento de 17% em seu patrimônio e o Bradesco, de 35%. O patrimônio líquido do Banco do Brasil teve expansão de 19%. Segundo Ibre/FGV. Fonte: Estadão.

Não foi por acaso que o governo editou, no início de junho, a Medida Provisória 618, que autoriza o Tesouro a aumentar o capital da instituição em R$ 15 bilhões. A explicação oficial é exatamente de que o dinheiro será injetado para melhorar o Índice de Basileia do banco. Fonte: Estadão.

Comentário.

Considero os números analisados pela FGV incompleta, para efeito de avaliar a solidez do sistema BNDES.  No entanto, vamos analisar primeiramente, o aspecto formal e contábil do Balancete Patrimonial encerrado em 31/3/2013, considerado evolução dos últimos 12 meses. Vamos lá.

Parte da perda do patrimônio foi motivado em dezembro do ano passado, quando o Tesouro sacou antecipadamente os dividendos devidos para fechar o Orçamento da União de 2012.  O ideal é que os eventuais ganhos financeiros do Banco fosse capitalizado para alavancar os financiamentos de investimentos, finalidade precípua do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social. Fora feita uma transação atípica, isto é certo!

Por outro lado, em junho de 2013, foi feito aporte de R$ 15 bilhões do Tesouro para o BNDES para cobrir o índice do Acordo de Basileia, leia-se Banco Central Mundial. As instituições brasileiras precisam seguir regras internacionais de prudência na concessão de crédito. Elas são obrigados a seguirem o Acordo de Basileia, cuja norma básica é que, para cada R$ 100 emprestados pelo banco, ele precisa ter um patrimônio de pelo menos R$ 11. 

Uma gambiarra atrás da outra.  O BNDES serve apenas como mero caixa do governo.  Digamos Caixa 2, uma vez que o Caixa do governo federal é o Tesouro Nacional.  

Bem, aquele saque de dividendos fora feita em forma de ativos podres para, de certa forma, tentar limpar a carteira do BNDES.  Aqueles ativos podres foram parar, numa operação gambiarra, na carteira da CEF, justamente para cobrir o mesmo Acordo de Basileia, por ter ampliado o Crédito Fácil para os consumidores, como é de conhecimento de todos.

No balanço patrimonial do BNDES de março de 2013, ainda não está feito previsão como crédito de difícil solvência, como aqueles concedidos ao grupo Eike Batista num total de R$ 10,4 bilhões e R$ 5,1 bilhões da empresa Mafrig que no mês de abril/maio acabou sendo absorvido pelo grupo JBS.  O pepino passou agora para JBS dos outros meninos Batistas, tão espertos quanto o Eike Batista. 

Descontado apenas os dois créditos podres, o balança patrimonial líquido do BNDES passaria para R$ 32 bilhões.  Neste caso, a patrimonio líquido do sistema BNDES teria uma perda de mais de 50% em 12 meses, terminado em 31 de março de 2013.  Perda de patrimônio líquido em 50% em tão curto espaço de tempo, mereceria intervenção imediata das autoridades monetárias do País, sob pena de transformar o BNDES em mais uma instituição falida do governo Dilma.

A permanência do Luciano Coutinho à frente do sistema BNDES demonstra que tem muita coisa a mais para serem revelados.  Demonstra também, que houveram maracutaias nas concessões de créditos para, seguramente, aos grupos Mafrig, JBS e Eike Batista.  Se o governo Dilma não faz ou não quer fazer auditoria externa independente no sistema BNDES é porque as suspeitas de participação nas maracutaias do Banco tem os digitais dos presidentes Lula e Dilma.   A imprensa não diz isto, porque são cooptados com as verbas publicitárias, mas eu digo com todas as letras.  

Infelizmente, se não houver manifestação e investigação por parte do MPF, sobre as maracutaias havido entre Eike Batista e BNDES, fico descrente com o poder das instituições da República Federativa do Brasil.  Ninguém vai preso?

Será que acordei no Burindi ?

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  E-mail:  sakamori10@gmail.com

3 comentários:

Daniel Cohen disse...

Caro Saka,...

Sabe o que mais me incomoda nessa questão?

1) O povo não ter condições de compreender as tais maracutaias.(Eles contam com isso)
2) A total impunidade com que atuam, pois afora a gestão temerária, temos o uso da máquina de forme eleitoreira e por que não dizer,...espúria!

No fim, tudo não passa de uma "ação entre amigos" de interesses cruzados.

Minha colaboração ao tal PLEBICIRCO:

Gestão financeira temerária de dinheiro público passa a ser crime hediondo.

( ) Sim ( ) Não

sakamori10@gmail.com disse...

Meu caro amigo Daniel,

Cumprimento-o por me acompanhar nas minhas análises sobre a situação econômica/financeira do BNDES.

Tem uma verdade que funciona no Brasil. Quem vai preso é a pessoa que denuncia os fatos. Fiquemos atentos!

Anônimo disse...

Cabe ainda a questão da venda de açoes da ogx à população, pois há muito se sabia que nao era viavela extração de petróleo do pré-sal. Eik sabia disto configura estelionato.
Cabe ao MP investigar e punir os (I)responsáveis.