A semana deve iniciar com a moeda americana com tendência de alta e deve prosseguir nos próximos dias. Fiquem alerta com a cotação do dólar nestes próximos dias. A economia brasileira está muito atrelada ao dólar. O pior, está atrelada ao dólar artificialmente controlado pelo Banco Central. O governo Dilma utiliza o dólar como âncora para estabilidade monetária.
Para o mundo financeiro internacional, o Brasil era a bola da vez, positivamente. O Brasil se beneficiou com os investimentos estrangeiros diretos (IED) nos últimos 10 anos, com a continuidade da política ortodoxa de governo FHC. Henrique Meirelles, um banqueiro tomando conta do Banco Central, foi a sinalização da continuidade da política econômica que manteve o Plano Real.
O governo Lula, implementou o plano de emergência para superar a crise financeira mundial de 2008. Estimulou o consumo e atrás do consumo veio os investidores estrangeiros implantando fábricas. Houve entrada maciça de dólares no País. Com entrada de dólares em forma de investimento (IED) a Balança de Pagamentos não teve dificuldade em fechar em números positivos a favor do Brasil.
O governo Dilma, deu continuidade no plano de emergência do governo Lula sem fazer os ajustes necessários. Pelo contrário, Dilma deu ênfase ao consumismo. Congelou tarifas públicas como a de energia elétrica e de combustíveis, notadamente. O Banco Central fez intervenções sistemáticas no câmbio para manter dólar barato ou seja dólar depreciado. Com o real valorizado artificialmente, estimulou o consumo de produtos fabricados lá fora, notadamente os oriundos da China.
Com o dólar demasiadamente depreciado, desestimulou empresários brasileiros investirem no seu parque industrial. Excepcionalmente as montadoras de automóveis, que são 100% investimentos estrangeiros, as indústrias brasileiras foram perdendo competitividade no mercado interno e externo.
Os produtos primários como minério de ferro e produtos agrícolas vem perdendo espaço na pauta de exportação, devido a desaceleração da economia chinesa, sobretudo. Os ganhos relativos nos produtos agrícolas com eventual apreciação do dólar são, uma boa parte, anulados com a alta proporcional dos insumos agrícolas. É inacreditável que o Brasil ainda esteja dependente de fertilizantes importados, sendo que se encontra abundantes no território brasileiro.
Segundo estimativa do Banco Central, a última, o Brasil deve fechar a Balança de Conta Corrente, onde engloba todos as receitas e despesas em relação ao exterior, no terreno negativo em cerca de US$ 85 bilhões. Nos anos anteriores, até 2012, o déficit da Balança de Conta Corrente era coberto basicamente com o fluxo positivo de capital estrangeiro em forma de investimento estrangeiro direto (IED) ou em forma de capital especulativo.
Com o rebaixamento de notas de riscos sobre o Brasil, pelas agências de riscos, o humor dos investidores estrangeiros e dos especuladores mudou. Diante deste quadro, a tendência da entrada de dinheiro estrangeiro vai ficar no mínimo na posição de "stand by" ou seja na posição de espera para ver o que acontece. Aí que o bicho pega. O Brasil necessita trazer US$ 85 bilhões para cobrir o rombo da Balança de Conta Corrente para fechar a Balança de Pagamento, pelo menos zerado. O Brasil terá que fazer esforço enorme para fechar a conta no terreno positivo, para não tornar a situação de risco Brasil ainda pior.
Para piorar ainda mais o humor dos investidores estrangeiros, foi escancaradamente divulgado no exterior, as manifestações das ruas do mês de junho. Somados aos efeitos já citados, tem mais isso para colocar os investimentos voltados ao Brasil no ponto de "espera". O dólar é como mercadoria, obedece a regra do mercado, a de oferta e procura. Não havendo oferta, a tendência do dólar é de alta. Não há intervenções do Banco Central que segure o dólar no atual patamar. Onde vai se estabilizar, ninguém sabe. Por enquanto fico na projeção de R$ 2,40 para dezembro deste ano. Portanto a tendência do dólar é de alta.
Ossami Sakamori
e-mail : sakamori10@gmail.
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